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PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS: UM PERCUSSO HISTÓRICO

No documento CATEGORIA GRADUANDO - ORAL (páginas 136-138)

Claudineide Alves Dos Santos Silvia Regina Moreira Vale Ilara Reis Nogueira Da Cruz Pereira.

INTRODUÇÃO: A Psicologia configurou-se como ciência a partir das pesquisas realizadas no laboratório de Psicologia

Experimental, em Leipzig, na Alemanha. Com mais de um século de sua origem, observa-se que o seu desenvolvimento tivera ligado por diversos momentos aos mais variados contextos históricos. No Brasil, no ano de 1980, pesquisadores como Silvia Tatiane Maurer Lane e Wanderley Codo, grandes precursores da Psicologia Social, e outros colegas, fundaram a Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO) em meio a um governo civil, o que pressupunha o fim do militarismo. E, ainda, na mesma época e mesmo contexto sócio-político brasileiro que, além propor reflexões sobre os fazeres da Psicologia, legitima/ promulga a chamada “Constituição Cidadã” e com ela o Sistema Único de Saúde, incorporando novos princípios de compreensão do contexto saúde através da Lei 8.080 de 1990, quando o SUS foi declarado oficialmente a Política de Estado de Saúde Brasileira.

OBJETIVOS: O presente estudo teve por objetivo apresentar a relação entre a Psicologia e a Política Pública de Saúde (SUS)

a partir da descrição de um percurso histórico que une as duas áreas e, ainda, compreender a inserção da Psicologia, enquanto área de conhecimento e campo do fazer, no SUS, viabilizando assim a compreensão da prática da Psicologia na Saúde Pública.

MÉTODOS: Para efetivação metodológica realizou-se consulta a literatura especializada por meio de livros, artigos constantes

no banco de dados Scielo, à Constituição Federal Brasileira de 1988, às Leis No 8080 e No 8.142 de 1990 e outras fontes disponíveis do Ministério da Saúde. Pôde-se verificar que há uma quantidade significativa de publicações com uso das palavras- chave descritas nesse estudo. Como critério de critério de seleção foram definidos estudos teóricos publicados em português consonantes com o título do trabalho.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Como resultado das buscas realizadas, considerando o problema a ser respondido, os objetivos e

critérios definidos verificou-se que as Reformas Sanitária e Psiquiátricas, momentos de luta por melhorias do sistema democrático e de denúncias dos desmandos que ocorriam com a população, sobretudo os serviços precários nos serviços psiquiátricos, foram caminhos que impulsionaram a entrada da Psicologia no SUS. Tal inserção se deu no momento em que os órgãos públicos de saúde identificaram insuficiência do modelo médico privatista-assistencial. A implantação e implementação de serviços de Psicologia proporcionou, além de suporte aos pacientes em tratamento em hospitais psiquiátricos, a disponibilização de um serviço eficaz e de menor custo, contrapondo os quadros assistenciais tradicionais que não apresentavam resultados consistentes. E, ainda, vale ressaltar a constatação da inadequação de um modelo assistencial unifocal, médico assistencial, o que pressupõe a inicialização do atendimento multiprofissional. A interface entre Psicologia e SUS suscita a discussão sobre o equívoco de proposições de um distanciamento crítico entre Ciência e Política. Nesse sentido, a discussão sobre essas duas áreas de modo a considerar uma visão de um homem biológicamente determinado, fora do seu contexto, o cuidado com a saúde das pessoas pode está separado do cuidado da saúde da população; interessa, pois, a partir das dicotomias, a consideração de um homem socialmente determinado, o questionamento sobre as ações que os psicólogos têm tomado e quais os compromissos ético-políticos que se tem priorizado. A identidade do psicólogo na contemporaneidade deve ultrapassar a prática clínica tradicionalmente convencionada. A interface clínica-política deve, portanto, pensar o sujeito, como um sujeito autônomo. Dessa forma a Psicologia ao adentrar o SUS poderá efetivamente assumir como diretrizes de suas práticas os princípios da

Inseparabilidade, da Autonomia e Co-responsabilidade e, ainda, o da Transversalidade. No Brasil a Psicologia foi regulamentada como profissão no ano de 1962. O seu itinerário como ciência e profissão foi sendo repensado para assumir novas práticas que a tornasse uma profissão que abarcasse mais as necessidades da população, tornando-se uma profissão menos elitizada. Pensar nas possibilidades de articulação entre a Psicologia e a Política Pública de Saúde Brasileira- SUS consiste em conhecer o seu percurso já iniciado, analisar as práticas já realizadas e (re) construir novos modelos. Portanto, pensar na articulação da Psicologia com a Saúde Pública consiste em um esforço que pode contribuir tanto para o aprimoramento da Psicologia como para a efetivação do SUS.

CONCLUSÃO: Como desdobramento dessa prática ainda em construção, a Psicologia assim como o SUS são áreas do saber

novas, o que indica muito a ser discutido e implementado. Compete ao profissional da Psicologia, nesse âmbito de atuação, o da saúde pública, as políticas públicas, contribuir de forma clara a fim de efetivar seus saberes e fazeres de modo abrangente. Vale dizer que os fazeres são efetivados e legitimados quando se propõe aprofundamento dos saberes, das ações, das pesquisas, da discussão, não deixando de lado a consideração de uma intervenção multiprofissional e para os usuários de saúde, a fim de se construírem criativamente, tornando-se sujeitos autônomos, participativos de sua sociedade de forma ética e cidadã.

REFERÊNCIAS:

AGUIAR, Zenaide Neto (org). SUS, Sistema Único de Saúde, antecedentes, percurso, perspectivas e desafios. São Paulo: Martinari, 2011.;

BENEVIDES, Regina. A Psicologia e o Sistema Único de Saúde: quais interfaces? Psicologia e Sociedade. 17 (2) p.21-25; mai/ago. 2005. Disponível em: http/ www.scielo.br/scielo.php?script=scr_arttext...718220050002000004. Acesso em Julho de 2015.;

BRASIL. Constituição Federal de 1988. Disponível em: http://dtr2004. saude.gov.br/susdeaz/legislação/arquivo/01_constituição. pdf. Acesso em Junho de 2015. BRASIL. Lei 8.080 de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providencias. Brasília (DF);

Ministério da Saúde; 1990. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8080htm. Acesso em Junho de 2015.; BRASIL. Lei 8.142 de 28 de dezembro de 1990. Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde_ SUS e sobre as transferências intragovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providencias. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 1990. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8142.htm.

Acesso em Junho de 2015.;

SCHULTZ, Duane P; SCHULTZ, Sydney Ellen. História da Psicologia Moderna 2. Ed.São Paulo: Cengage Learning, 2011;

AVALIAÇÃO DO ESTADO FUNCIONAL, AFETIVO E

No documento CATEGORIA GRADUANDO - ORAL (páginas 136-138)

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