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5 – O Espaço Público 5.1 Dimensão morfológica

5.21. Elementos soltos e mobiliário urbano

Além dos seus limites horizontais e verticais – uns e outros muitas vezes oblíquos –, diversos elementos soltos fazem igualmente parte do espaço público: o chamado mobiliário urbano e outros, que nele encontramos quase por toda a parte. Não são já contínuos, como os pavimentos e as paredes, embora possam com eles formar uma sequência ou neles estar embutidos. Deste conjunto fazem parte elementos no plano da base (horizontal), no plano lateral (adossados ou perpendiculares) e soltos (objectos vários), sem primazia de nenhum deles em relação aos outros.

Não podemos considerar que só as fachadas definem o espaço, já que o pavimento é igualmente importante, bem como muitos desses objectos. Todos se modificam, pelo tempo e pelo uso, embora uns estejam mais frequentemente sujeitos a mudanças do que outros. É paradigmático o caso das fachadas, cuja alteração depende da iniciativa dos proprietários dos edifícios e de autorização das entidades administrativas. Já os pavimentos – vulgarmente identificados como “o espaço público” –, por dependerem do poder político, permanecem mais tempo inalterados. Quando mudam, sucede numa extensão geralmente superior e como primeiro passo de uma intervenção que abrange outros elementos, os tais objectos (equipamento e mobiliário urbano).

O equipamento, muito sujeito a inovações tecnológicas, e o mobiliário, cujo design procura acompanhar os ditames da moda, são, no espaço público, os que mais frequentemente têm mudanças. Os objectos de privados, a maioria pertencente a estabelecimentos comerciais e restauração, também são autorizados a ocupar o espaço público, com respeito pelos respectivos regulamentos municipais e após pagamento das taxas fixadas para o efeito. Maioritariamente amovíveis e colocados consoante as necessidades do momento, são os mais susceptíveis de alterar a fisionomia do espaço, geralmente ao longo do dia e parte da noite. Muitos permanecem no espaço público durante longo tempo e, por vezes, é difícil distinguir o que foi colocado pela administração local e o que, mesmo sem ser retirado à noite, pertence a particulares. Público ou privado, este equipamento pretende dotar o

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espaço público de conforto idêntico, nalguns casos até superior, ao que temos em nossas casas.

Podemos estabelecer analogia entre o interior das habitações e o interior do espaço público, pois em ambos se pretende encontrar segurança e bem-estar. Se uma casa pode estar mobilada, uma cidade também. Os móveis e equipamentos do espaço urbano desempenham, na devida proporção, função similar aos que temos nas moradias. Mesmo o que está agarrado ao solo, por motivo de segurança – do próprio equipamento e de quem por ele passa –, não deixa por isso de ser designado “mobiliário” e permanece no mesmo lugar durante longo tempo, tal como, em cada casa, se mantêm estáticos, como se fossem fixos, os móveis mais pesados. Antes da electricidade, as arcas que havia em casa, para diversos fins, faziam parte do mobiliário; hoje, às frigoríficas, designamos por equipamento. Quando as casas passaram a ter água canalizada, ninguém chamaria a uma torneira nem equipamento, nem mobiliário; e também ninguém se preocupava em rotular um chafariz. Muito menos era classificada senão como construção ou dependência, uma casa de banho, mais ou menos completa, fosse pública ou privada.

Terá sido a necessidade de regulamentar a construção, instalação, colocação e utilização de cada elemento existente no espaço público que levou a incluir tudo numa categoria, por vezes demasiado ampla, ora designada “equipamento”, ora “mobiliário urbano”, nem sempre coincidente com a noção que, à partida, tenhamos de um e de outro. Equipamento será um conjunto de peças que, relacionadas entre si, formam um todo com uma utilidade própria; mobiliário é o que o homem cria e pode transportar, para servir de suporte ao próprio corpo ou aos seus bens. No entanto, não raro encontramos um dos termos utilizado na definição do outro e é-lhes acrescentada a palavra “urbano”, para significar que se encontram em território construído e habitado.

As definições que nos são dadas de mobiliário urbano são quase sempre exemplificativas: “constituído por elementos móveis que ‘mobilam’ e equipam a cidade: o banco, o chafariz, o cesto de papéis, o candeeiro, o marco do correio, a sinalização, etc., ou já com dimensão de construção, como o quiosque, o abrigo de

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transportes, e outros” (LAMAS, 1993:108). Aqui, são utilizados os verbos mobilar e equipar e é notada uma divisão através da sua materialização física. Mobiliário e equipamento integram elementos que podem ser os mesmos e figurar sob qualquer dos dois termos. Podem igualmente resultar de uma distinção, de certo modo evidente, que associa mobiliário a pequena escala e equipamento a grande. Mas serão sempre convenções. Numa outra definição, o mobiliário urbano “corresponde, de um modo geral, a quaisquer acessórios que ocupam a via pública: esplanadas, quiosques, bancas, pavilhões, cabinas, vidrões, instalações sanitárias públicas, focos de luz, expositores, suportes de informação, bancos, gradeamentos de protecção, etc” (AAVV, Ternos Passeios,1997:71). Em regra, são propriedade das autarquias, encontram-se no solo e alguns podem ocupar o espaço aéreo. Por fim, a DGOT (Vocabulário, DGOTDU, 2005:230) refere-se ao “equipamento localizado em espaço público ou privado capaz de contribuir para o conforto e eficácia dos aglomerados urbanos, nomeadamente: bancos, cabines telefónicas, recipientes para lixo, abrigos para peões, mapas e cartazes informativos, etc”. Neste caso, o enfoque é dado ao conforto e eficácia.

Podemos integrar a maioria do mobiliário urbano no grupo de elementos “semi- fixos”, que podem mudar fácil e rapidamente (RAPOPORT, 1990:89). Numa lista ainda mais extensa, incluída num “Guia de avaliação do design do espaço público” (BRANDÃO, 2002:68-69), os vários “elementos do mobiliário urbano” nela contidos, poderíamos subdividir em: não fixos (bancas, contentores do lixo, elementos de protecção e separação, expositores, floreiras, guarda-ventos); semi-fixos (bancos, cinzeiros, estrados, mesas, palas, papeleiras, pavilhões, sanefas, sanitários amovíveis, suportes informativos e publicitários, toldos, vitrines); e fixos (abrigos, armários para instalações eléctricas, de telefones e outras, bebedouros, cabines telefónicas, coberturas de terminais, corrimãos, equipamento wc para caninos, gradeamentos de protecção, marcos de correio, paragens de autocarro, parquímetros, quiosques, relógios, suportes de estacionamento de bicicletas). Em causa estará sempre a facilidade ou dificuldade na sua colocação e remoção e, também aqui, a subdivisão não parece importante.

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Em 1982, o prefácio “de um trabalho pioneiro, projectando numa dimensão já considerável e em termos de proposta global algumas raras experiências parcelares anteriores” (PEREIRA, Nuno, 1982:5) – o Plano de Salvaguarda e Reabilitação do Núcleo Central Histórico de Beja – dividia o “conjunto dos objectos de apoio à boa utilização dum espaço urbano", segundo “funções de: a) Estar, lazer: bancos, peças dos jardins infantis; b) proteger: toldos, chapéus-de-sol; c) informar/comunicar: cabine telefónica, paragens de transportes, placas toponímicas isoladas, placas publicitárias isoladas, marcos dos CTT; d) comércio: quiosque; e) abastecimento: chafarizes, bebedouros, candeeiros isolados” (Beja, CH, 1982:170).

Os bancos e as cabines figuram em todas as listas, o que lhes confere o estatuto de elementos exemplificativos de mobiliário urbano. Dantes, o banco fazia parte do jardim, a praça era local mais de encontro do que de permanência, a rua servia somente para circular e não havia noção de espaço público. Mais tarde, tornou-se incontestável a “importância dos candeeiros e das cabinas telefónicas”. Com o tempo, novos elementos se associam e doutros perdemos a noção de permanência: marco do correio, abrigo, boca-de-incêndio. A rapidez com que tudo muda – o que é essencial numa altura torna-se obsoleto noutra – deixa a convicção de que “o espaço do efémero é das pessoas, não é da cidade”, mas também esta se tornou “tão provisória e descartável como o lixo que se acumula pelas suas ruas e alamedas” (SCRUTON, 2001:416). Muitos deles são elementos de pequena escala, soltos ou amovíveis, podem ser recolhidos ou retirados e, mesmo os fixos, todos têm carácter efémero, como se fossem acessórios, à semelhança dos que são utilizados no vestuário.

A forma e características físicas (cor, tamanho, proporções), bem como a sua posição, o espaçamento entre objectos da mesma família e o conjunto que formam com a restante envolvente, contribuem para imprimir maior ou menor qualidade ao espaço em que se inserem. Há um vasto número de elementos considerados mais próximos às pessoas, dado que apresentam dimensões à sua medida, susceptíveis de maior contacto e mais visíveis ou mais procurados. Todos estes equipamentos, destinados principalmente a pedestres, são exemplos de que “existe uma variedade de soluções para o desafio da criação de uma estrutura urbana, como um lugar dedicado

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aos cidadãos” (GEHL e GEMZOE, 2002:257). Uma vez retirados, a sua ausência pode contribuir para tornar o espaço quase inóspito, sem vida.

Há um conjunto de elementos que, habitualmente considerados soltos, se encontram colocados no espaço público ou dele visíveis e integrados em construções, destinados a servir quem passa ou quem permanece e que, em qualquer dos casos, contribuem para a composição da envolvente imediata e da paisagem: abrigos de paragens (de autocarros ou de táxis), antenas (de televisão e parabólicas), aparelhos de ar condicionado, armários para instalações, arte urbana, arbustos, árvores, bancas, bancos (fixos ou móveis), bebedouros, bocas-de-incêndio, bonecos, cabines telefónicas, cadeiras, caixas com produtos para venda, caixas técnicas, caldeiras (de árvores), candeeiros, canteiros, cartazes, cinzeiros, contentores do lixo, corrimãos, dispensadores de sacos (cães), ecopontos, ecrãs de televisão, esculturas, espelhos (trânsito), esplanadas, estrados, expositores, ferros, guardas (para protecção de peões), instalações sanitárias públicas, jogos de água, marcos de correio, monumentos, mupis, números de polícia, papeleiras, parquímetros, paus de bandeira, pilaretes, pilhões, placas toponímicas, postes, publicidade, quiosques, relógios, separadores, semáforos, sinais de trânsito, sinalética, sinalizadores de paragens, suportes de estacionamento de bicicletas, tapetes, telheiros, toldos, torneiras, vasos, vídeo-vigilância, vidrões e vitrines.

Uma questão que se coloca – com respostas distintas por parte de diversos autores – será como agrupá-los. Poderá ser, por hipótese, com espaço interno (cabine telefónica, o abrigo de uma paragem de autocarros, uma instalação sanitária); ou sem esse espaço mas com maior ou menor grau de contacto das pessoas com as suas superfícies (nos bancos as pessoas tocam, sentindo mesmo se estão quentes ou frios, se são agradáveis ou desagradáveis); estáticos/mais fixos ou móveis/mais flexíveis (caso de mobiliário solto, amovível, de candeeiros que, tendo um ponto fixo podem rodar ou adoptar diferentes posições). Além de pontos de luz, há ainda o som que emana de colunas discretamente colocadas, o diferente cheiro de cada rua. Nada disto resulta da topografia ou do traçado do espaço, mas do que nele se insere e de quem o usufrui. “A urbe é um universo sensorial diversificado, paisagem sonora e olfactiva,

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cujo mobiliário urbano requer um contacto agradável” (ASCHER, 1998:178), para que possamos sentir o espaço público como extensão de nossas casas.

Seja qual for a afectação de um edifício, dependem dos seus utentes tanto o uso dele e a sua decoração como os seus móveis. No exterior, ainda que haja uniformização de comportamentos, os vários objectos de mobiliário são igualmente passíveis de utilizações diversas: uma papeleira com publicidade torna-se recipiente e suporte, e certos elementos físicos podem servir também funções afectas ao mobiliário urbano. Será o caso de um muro ou um degrau onde as pessoas se sentam. No limite, “toda a cidade é um assento” (GEHL, 2006:176). Não obstante poder haver normas que regulem a utilização e apropriação do espaço público, este não deixa de ser um suporte simultaneamente usado por muitos, palco do imprevisível, de tudo o que o homem possa imaginar e fazer.

Para efeito de fixação de taxas, a administração local agrupa por rubricas as várias formas de ocupação do espaço público. De igual modo, para efeitos de estudo, pode o seu equipamento ser subdividido e os elementos reunidos em grandes grupos, conforme as funções e utilização que deles se pretende e espera.

Assim como o espaço urbano pode ser público, semipúblico ou privado, conforme está titulada a sua apropriação, também aquilo que se encontra no espaço público pode ser de entidade pública ou privadas e ter uma utilização pública, mista ou particular. A titularidade, a utilização e os objectivos de cada elemento podem ter proveniência e destino diversos e assumir estatutos muito diferentes, ainda que se trate do mesmo equipamento. Tal como as várias pessoas que se encontram no mesmo local diferem umas das outras e, por certo, foram razões e objectivos diferentes que as levaram até lá, também dos objectos que estão no espaço público cada um se serve de modo diverso. Tanto poderá haver uso privado de bens do domínio público, como utilização pública de equipamentos privados. Um automóvel pertencente a uma entidade pública não está ao serviço de qualquer cidadão, enquanto um táxi, que é propriedade de um particular, está obrigado a servir todos. Uma esplanada ocupa espaço público, com cadeiras e mesas dum particular e delas se

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serve quem desejar, desde que cada um cumpra o que determinam os regulamentos e os hábitos sociais.

A ocupação do solo, do subsolo e do espaço público aéreo com equipamentos considerados infra-estruturas urbanas é decidida pelas entidades competentes e os particulares raramente se apercebem de que, directa ou indirectamente, estão a suportar os custos da sua instalação e manutenção. As facturas de consumos de água, electricidade, telefone e gás incluem taxas várias relacionadas com o atravessamento e ocupação do espaço público pelo equipamento que proporciona os respectivos serviços. A possibilidade de circulação e estacionamento na via pública também sujeita os proprietários de veículos ao pagamento de imposto. Assim, não é apenas a ocupação do espaço público com esplanadas, expositores, toldos, publicidade e outras formas de divulgar e ampliar o negócio que está sujeita ao pagamento de uma compensação pela obtenção dessa facilidade. No entanto, há outras ocupações da via pública que, embora se destinem igualmente a ampliar o espaço de fruição particular, é-lhes dado pouco significado e escapam a estas regras.

As caixas técnicas e as bocas-de-incêndio são equipamentos que encontramos com frequência, quer nos centros históricos, quer nas aldeias (QUADRO 131). As caixas técnicas protegem principalmente equipamento de redes de telefones e de electricidade, são em maior número (1783) e encontram-se no solo, junto à parede. Estão quase todas pintadas de cinzento e têm formato idêntico, de modo a passarem relativamente despercebidas; quando em grupo (fotografia 81) a sua presença é menos discreta. Encontram-se em maior número nas ruas 5 de Outubro, em Albufeira (30), Infante D. Henrique, em Portimão (20) e D. Vasco da Gama, em Lagos (19) (QUADRO 133). As bocas-de-incêndio (fotografias 76-80), algumas mais completas, outras apenas com torneira de maior secção, estão maioritariamente incrustadas em paredes e resguardadas por uma tampa metálica de cor vermelha, embora as que foram instaladas mais recentemente, principalmente em praças e jardins, estejam salientes do solo. No total, são 1102 e as localidades com maior número de bocas-de- incêndio por hectare de espaço público (14) são Portimão, Monchique e Casais (QUADRO 138).

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Os serviços de limpeza e higiene ocupam também o espaço público com equipamento diversos. A recolha domiciliária de lixo doméstico, habitual até ao terceiro quartel do século XX, pouco a pouco foi substituída por contentores, depois por ecopontos e, mais recentemente por ilhas ecológicas (fotografias 73-75). Estes receptáculos estão colocados em posições nem sempre discretas, mas relativamente centrais a zonas com mais moradores. Os contentores estão isolados ou agrupados, são ainda muitos nos centros históricos (336) e também frequentes nas aldeias (296) (QUADRO 137). Os ecopontos, com mais capacidade e destinados a recolha selectiva (papel, embalagens e vidro), não foram encontrados em Aljezur, Vila do Bispo, Portimão e Montes de Alvor. São 20 nos restantes centros históricos e 33 nas outras aldeias. Há ilhas ecológicas em todos os centros históricos (48) e em dez aldeias (22). Pilhões (7) e oleões (10) são poucos e estão quase sempre junto das ilhas ecológicas. Estão colocadas papeleiras (924) em todos os núcleos, excepto Sargaçal, e estão espalhadas por 237 espaços nos centros históricos e 174 nas aldeias (fotografias 68- 72). A rua da Porta de Portugal, em Lagos, a Praça da República, em Portimão (21 cada) e o Largo dos Chorões, em Monchique (20), são os espaços com mais papeleiras (QUADRO 170). Lagos e Portimão (11 cada), e Albufeira (10) têm o maior número de papeleiras por hectare de espaço público; as médias são de 9 nos centros históricos e 4 nas aldeias (QUADRO 138).

O espaço público é essencialmente de passagem e de encontro, e precisa de estar preparado para tudo o que se relacione com o trânsito de pessoas e mercadorias. Na área correspondente ao centro histórico das cidades e vilas e nas aldeias do Barlavento é o transporte terrestre que reúne todas as preocupações, embora em Albufeira, Silves, Portimão, Lagos e Burgau o mar ou o rio estejam mesmo ao lado. Em Portimão (6), Silves (4) e Burgau (1), lá estão, no chão junto ao cais, as argolas para a amarra de barcos (QUADROS 183 e 184). O piso das vias e o estacionamento são complementados com equipamento destinado a facilitar o trânsito de veículos e a proteger os peões. Desde logo, com a colocação de sinais, a maioria em postes metálicos, junto às paredes: 1557 nos centros históricos e 711 em aldeias (QUADROS 140 e 141). Os espelhos (181) encontram-se geralmente afixados ou colocados junto às

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paredes, bem como a sinalética (431), embora esta, por vezes, esteja em candeeiros e em outras posições mais isoladas. Quando sinais e sinalética estão em destaque no passeio, perto da faixa de rodagem, constituem obstáculo à circulação de peões e podem prejudicar a visibilidade dos automobilistas. É o caso de vários MUPI – com publicidade na frente e, no verso, a planta da localidade, para justificar o espaço privilegiado que ocupam –, perto de cruzamentos, em praças, largos, avenidas e ruas principais. Nos centros históricos estão instalados 36: 13 em Portimão, 9 em Lagos, 5 em Silves e menos noutros (QUADRO 129).

Os municípios e os particulares colocam no espaço público diversa outra informação, seja em grandes cartazes isolados – 97 em centros históricos e 55 em aldeias –, seja em placas várias, afixadas na parede junto à entrada dos edifícios, com identificação de repartições, associações, profissionais liberais e serviços. Em maior número nas cidades e vilas (538) e em menor nas aldeias (200), Lagos (190) e Barão de São João (54) são o centro histórico e a aldeia com mais placas (QUADRO 129). Com informação turística, especialmente destinada aos visitantes, há 31 placards nos centros históricos e 10 em aldeias. Outro tipo de informação, destinada aos residentes, é a que está colocada junto a ilhas ecológicas e noutros locais de recolha selectiva de lixo (fotografia 75). Encontra-se em três centros históricos – Albufeira (3), Lagoa (4) e Monchique (1) – e em cinco aldeias (7 na Guia, 6 em Paderne, 1 em Almádena, 2 em Espiche e 2 em Portelas.

O estacionamento automóvel é limitado em grande parte dos aglomerados, principalmente no interior dos centros históricos. No entanto, são 17 os parques, dos quais 7 em aldeias. Devidamente assinaladas, registam-se 228 bolsas com 1470 lugares, nas aldeias, e 365 com 2742 lugares, nos centros históricos (QUADROS 132 e 134). Há 61 lugares para veículos de deficientes e apenas 9 de estacionamento expressamente para bicicletas (fotografia 02). Parquímetros são 25: 12 em Lagos, 11 em Portimão e 2 em Monchique. Os lugares de paragem de táxis são 23 no total e os de autocarros 77. Bombas de gasolina, nos espaços estudados, há uma em Lagos e outra em Marmelete (QUADRO 143).

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Fora dos lugares indicados para o efeito, é possível e outras vezes necessário estacionar, por períodos curtos, para cargas e descargas. Muitas vias são de pequena largura e torna-se difícil a passagem de um segundo veículo. Outras são largas, mas, principalmente no verão, quando a ocupação no Algarve cresce, todos os espaços se tornam insuficientes e até os passeios tendem a ser ocupados. Para evitar as duas situações, principalmente em ruas, largos, algumas travessas e praças – em 228 espaços dos núcleos estudados em 2011 – estavam colocados 4630 pilaretes: 480 em aldeias e 4150 em centros históricos (QUADRO 144). Representam uma média por quilómetro de via: 94 em Lagos, 88 em Albufeira e 72 em Portimão (QUADRO 146). Os espaços com maior número de pilaretes (QUADRO 145) são um troço da Avenida dos Descobrimentos (247) e a Praça do Infante (168), em Lagos; a Praça da República (171) e a Rua Infante D. Henrique (163), em Portimão (fotografias 84-86). No centro histórico de Lagos, além dos 1355 pilaretes existentes, há ainda 566 arcos distribuídos por 58 artérias. Ao todo, são 771 arcos em centros históricos e 147 em aldeias (fotografia 82). Para impedir ou proteger do trânsito, há ainda nos vários núcleos 453 guardas, 205 inibidores e, em esquinas, 143 pedras (fotografia 83).

Todos estes elementos acabam por dificultar também o percurso dos peões. Mais ainda, as 375 esplanadas dos restaurantes e cafés, os 492 expositores e os 93 separadores ocupam boa parte do espaço público, tal como grades com garrafas de gás (126), quiosques (36) e bancas (55) (QUADRO 164). Apenas os quiosques, que são fixos, e as grades com garrafas de gás se mantêm durante todo o ano; as esplanadas, expositores, bancas e outras formas de trazer a actividade para o exterior do estabelecimento variam conforme os meses do ano e o fluxo de turistas. Daí que os