• Nenhum resultado encontrado

TRATAMENTO Medicamentoso

No documento SOS Plantão (OCR).pdf (páginas 86-90)

Dissecção Aórtica Aguda

TRATAMENTO Medicamentoso

• O paciente deve ser internado imediatamente, se possível em UTI, e a terapêutica medicamentosa deve ser iniciada. O objetivo é reduzir a PA e a força contrátil do miocárdio, principais propaga­ dores da dissecção. Isso pode ser obtido com um anti-hipertensivo de ação rápida, como nitro-

prussiato de sódio, e de um p-bloqueador parenteral, como metoprolol ou esmolol, para atingir uma FC de 60bpm. A PA deve ser imediatamente reduzida, devendo a PA sistólica ficar entre 100

e 120mmHg.

• É importante lembrar que é imprescindível o uso de betabloqueador associado a vasodilatador, uma vez que o uso de um vasodilatador isoladamente pode levar à taquicardia reflexa. Entretan­ to, nos casos em que a PA está normal, deve-se prescrever apenas o betabloqueador.

• São absolutamente contraindicados os vasodilatadores diretos (hidralazina, minoxidil, diazóxido) e a forma de ação curta da nifedipina. Na presença de contraindicação aos fS-bloqueadores, pode­ mos utilizar o verapamil ou o diltiazem venosos. Antes considerado o medicamento de escolha para a crise hipertensiva da dissecção aórtica, o trimetafano é hoje considerado obsoleto, em razão de seus efeitos colaterais. No caso de choque hemorrágico, estão indicados ressuscitação volêmica e uso de aminas vasopressoras. O tamponamento cardíaco deve ser tratado cirurgicamente, pois a pericardiocentese pode induzir a dissociação eletromecânica em parada cardiorrespiratória (Qua­ dro 13.1).

Quadro 13.1 Terapia medicamentosa

1. 0 esmolol pode ser feito na dose de 80m g EV em bolus,seguida por infusão contínua de 150 a 300m cg/kg/m in, até reduzir a FC para < 70bpm.

Como alternativa, pode-se usar o m etoprolol, iniciando com 5mg a cada 3 a 5 minutos para atingir a FC necessária (em geral, 15mg)

2. 0 nitroprussiato de sódio é utilizado em infusão contínua, na dose de 0,25m cg/kg/m in, titulando até atingir uma PA sistólica entre 100 e 120mmHg, com o soro e o equipo protegidos da luz (o medicamento é fotossensível)

3. 0 alívio da dor pode ser alcançado com m orfina, em doses de 3 a 6m g EV, até atingir analgesia adequada

4. Caso o paciente se apresente hemodinamicamente instável, deve-se proceder à intubação orotraqueal, viabilizar um ecocardiograma transesofágico na beira do leito e solicitar avaliação cirúrgica de urgência

Cirúrgico

O risco de complicação grave na dissecção da aorta torácica proximal (tipo A) é muito alto, mes­ mo com a terapia medicamentosa. Nesses casos, portanto, está sempre indicada cirurgia de emer­ gência. Se possível, o paciente deve ser primeiramente estabilizado com o tratamento farmacológico antes de ir para o centro cirúrgico.

Na dissecção aórtica tipo B, a indicação cirúrgica é controversa. A maioria dos centros trata esses pacientes de maneira conservadora, pois os estudos mostram que a terapia medicamentosa isolada apresenta resultados semelhantes aos da cirurgia. Contudo, a cirurgia está amplamente indicada nos casos de dissecção tipo B complicada: obstrução vascular, hipertensão renovascular, ruptura e expansão aneurismática.

66 SEÇÃO I I CARDIOLOGIA

Figura 13.3 Manejo da dissecção aguda de aorta.

BIBLIOGRAFIA

III Diretriz sobre tratamento do infarto agudo do miocárdio da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arq Bras Cardiol 2004; 83(Supl. IV):1 -86. Abraham E, Matthay MA, Dinarello CA et al. Consensus conference definitions for sepsis, septic shock, acute lung injury and acute respiratory

distress syndrome: time for a reevaluation. Crit Care Med 2000; 28:232-5.

Antman EM, Cohen M, Bernink PJ et al.TheTIMI risk score for unstable angina/non-ST elevation Ml: A method for prognostication and therapeutic decision making. JAMA 2000; 284:835-42.

Atualização das diretrizes de ressuscitação cardiopulmonar de interesse ao anestesiologista. Rev Bras Anestesiol Campinas, sept./oct. 2011; 61 (5). Avena LA, Martins HS. Dor torácica. In: Martins HS, Neto RAB, Neto AS, Velasco IT. Emergências clínicas: Abordagem Prática. São Paulo: Manole,

2007:147-62.

Bassan R, Pimenta L, Leães PE, Timerman A. I Diretriz de dor torácica na sala de emergência. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, São Paulo, ago. 2002; Belief S. Clinical disorders of the heart beat. 3. ed. Philadelphia: Lea & Febiger, 1971.

Berdowski J, Beekhuis F, Zwinderman AH et al. Importance of the first link: description and recognition of an out-of hospitalcardiac arrest in an emergency call. Circulation 2009; 119:2096-102.

Berg RA, Hemphill R, Abella BS et al. Adult Basic life support. 2010 American Heart Association guidelines for cardiopulmonary ressuscitation and emergency cardiovascular care. Circulation 2010; 122(suppl 3):S685-S705.

Boas FA, Follath F. Tratamento atual da insuficiência cardíaca descompensada. Arq Bras Cardiol São Paulo, set. 2006; 86(3).

Borges JC, Dippo JC, Martins HS. Pericardites e tamponamento cardíaco. In: Martins HS, Neto RAB, Neto AS, Velasco IT. Emergências clínicas: abor­ dagem prática. São Paulo: Manole, 2007:664-73.

Braunwald E, Antman EM, Beasley JW et al. ACC/AHA 2002 guideline update for the management of patients with unstable angina and non-ST- -segment elevation myocardial infarction - summary article: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association task force on practice guidelines (Committee on the Management of Patients With Unstable Angina). J Am Coll Cardiol 2002; 40:1366-74. Brooks TW, Finch CK, Lobo BL, Deaton PR, Varner CF. Blood pressure management in acute hypertensive emergency. Am J Health Syst Pharm 2007;

64(24):2579-82.

Cavezzi Jr. 0. Endocardite infecciosa e profilaxia antibiótica: um assunto que permanece controverso para a Odontologia. Rev Sul-Bras Odontol. 2010 jul-sep;7(3):372-6.

Chen ZM, Jiang LX, Chen AJ, Chen YP et al. Addition of clopidogrel to aspirin in 45,852 patients with acute myocardial infarction: randomized placebo-controlled Trial. Lancet 2005; 366:1607-21.

Chobanian AV, Bakris 6L, Black HR et al. The Seventh Report of the Joint National Committee on Prevention, Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Pressure. Hypertension 2003;42:1206-52.

Choi PT, Yip G, Quinonez LG, Cook DJ. Crystalloids vs. colloids in fluid resuscitation: a systematic review. Crit Care Med 1999; 7:200-10.

Christenson J, Andrusiek D, Everson-Stewart S et al. Chest compression fraction determines survival in patients with out-of-hospital ventricular fibrillation. Circulation, 2009; 120:1241-7.

Couto AA, Fernandes VS, Messias LR. Endocardite infecciosa. In: Galvão-Alves J. Emergências clínicas. Rio de Janeiro: Rubio, 2007:175-82. Dantas SA, lanni BM, Fernandes F. Pericardite aguda e tamponamento cardíaco. In: Martins HS, Damasceno MCT, Awada SB. Pronto socorro: diag­

nóstico e tratamento em emergências. São Paulo: Manole, 2008:768-72.

Bibliografia 67

European Heart Rhythm Association (EHRA); European Cardiac Arrhythmia Society (ECAS); American College of Cardiology (ACC); American Heart Association (AHA); Society of Thoracic Surgeons (STS), Calkins H, Brugada J, Packer DL et al. HRS/EHRA/ECAS expert Consensus Statement on catheter and surgical ablation of atrial fibrillation: recommendations for personnel, policy, procedures and follow-up. A report of the Heart Rhythm Society (HRS) Task Force on catheter and surgical ablation of atrial fibrillation. Heart Rhythm 2007; 4:816-61.

Ferreira C, Póvoa R. Cardiologia para o clínico geral. 1. ed.São Paulo/Rio de Janeiro: Atheneu, 1999.

Furtado RG, Coelho EB, Nobre F. Urgências e emergências hipertensivas. Medicina (Ribeirão Preto) 2003; 36(2/4):338-44.

Fuster V, Ryden LE, Cannom DS et al. ACC/AHA/ESC 2006 guidelines for the management of patients with atrial fibrillation. A report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines and the European Society of Cardiology Committee for Practice Guidelines (Writing Committee to revise the 2001 Guidelines for the Management of Patients with Atrial Fibrillation) developed in collaboration with the European Heart Rhythm Association and the Heart Rhythm Society. JACC 2006; 48:149-246.

Grundy SM et al. Implications of recent clinical trials for the Nacional Cholesterol Education Program Adult Treatment Panel III guidelines. Circula­ tion 2004; 110:227-39.

Haushik V, Leon AR, Forrester JS et al. Bradyarrhythmias, temporary and permanent pacing. Crit Care Med 2000; 28:N158-N165.

Kats M, Spina GS, Tarasoutchi F. Endocardite infecciosa. In: Martins HS, Damasceno MCT, Awada SB. Pronto socorro: diagnóstico e tratamento em emergências. São Paulo: Manole, 2008:779-84.

Kavouri E, Katristis DG, loninidis JP. Intravenous glycoprotein llb/llla receptors antagonists reduce mortality after percutaneous coronary interven­ tion. J Am Coll Cardiol 2003;41:26-32.

Kitiyakara C, Guzman NJ. Malignant hypertension and hypertensive emergencies. J Am Soc Nephrol 1998; 133:42-8. Lopes RD, Feitosa Filho GS. Crise hipertensiva. Rev Soc Bras Clin Med 2005; 3:113-6.

Mehta SR, Yusuf S, Peters RJ et al. Effects of pretreatment with clopidogrel and aspirin followed by long-term therapy in patients undergoing percutaneous coronary intervention: the PCI-CURE study. Lancet 2001; 358(9281 ):527-33.

Meldrum DR, Cleveland JCJR, Moore EE, Patrick DA, Banerjee A, Harken AH. Adaptive and maladaptive mechanisms of cellular priming. Ann Surg 1997;226:587-98.

Mesquita ET, Montera MW, Villacorta H. Insuficiência cardíaca descompensada. In: J Galvâo-Alves. Emergências clínicas. Rio de Janeiro: Rubio, 2007:133-9. Nohria A, Lewis E, Stevenson LW. Medical management of advanced heart failure. JAMA 2002; 287(5):628-40.

Olmos RD, Martins HS. Hipertensão arterial sistêmica: abordagem inicial. In: Martins HS et al. Emergências clínicas: abordagem prática. São Paulo: Manole, 2007:267-80.

Panju AA, Hemmelgarn BR, Guyatt GH et al. Is this patient having a myocardial infarction? JAMA 1998; 280:1256-63. Pimenta J, Moreira JM. A história da fibrilação atrial. In: Moreira DAR. Fibrilação atrial. São Paulo: Lemos Editorial, 2003:11-29. Porter JM, Ivatury RR. In search of the optimal end points of resuscitation in trauma patients. J Trauma 1998; 44:908-14.

Sabatini MS et al. Addition of clopidogrel to aspirin and fibrinolytic for myocardial infarction with ST-segment elevation. N Engl J Med 2005; 352:1179-89.

Shoemaker WC. Diagnosis and treatment of shock syndromes. In: Ayres SM, Shoemacker WC, Grenvik A, Holbrook PR. Textbook of critical care. 3. ed., Philadelphia: Saunders 1995:85-102.

Shoemaker WC. Transporte e metabolismo do oxigênio no choque e na doença crítica. Monitorização invasiva e não invasiva da disfunção circula­ tória e do choque. In: Levy MM. Clínicas de terapia intensiva. Vol. 4. Rio de Janeiro: Interlivros 1996:927-58.

Sobrinho S, Correia LCL, Cruz C et al. Ocorrência e preditores clínicos de pseudocrise hipertensiva no atendimento de emergência. Arq Bras Cardiol 2007; 88(5):579-84.

Sociedade Brasileira de Hipertensão; Sociedade Brasileira de Cardiologia; Sociedade Brasileira de Nefrologia. IV Diretrizes Brasileiras de Hiperten­ são Arterial. Arq Bras Cardiol 2004; 82(Supl 4):7-22.

Tepel M, Zidek W. Hypertensive crisis: pathophysiology, treatment and handling of complication. Kidney Inter 1998; 53(suppl 64):S2-S5. The Capture Investigators. Randomized placebo-controlled trial of abciximab before and during coronary intervention in refractory unstable angi­

na: the CAPTURE study. Lancet 1997; 349:1429-35.

Timerman S, Gonzalez MMC, Ramires JAF et al. Rumo ao consenso internacional de ressuscitação cardiopulmonar e cuidados cardiovasculares de emergência 2010 da Aliança Internacional dos Comitês de Ressuscitação. Rev Bras Clin Med 2010; 8(3):228-37.

Van de Werf F et al. Management of acute myocardial infarction in patients presenting with ST-segment elevation. The Force on the Management of Acute logy. Eur Heart 2003; 24:28-66.

Villacorta H et al. Valor do peptídeo natriurético cerebral no diagnóstico de insuficiência cardíaca congestiva em pacientes atendidos com dispnéia na unidade de emergência. Arq Bras Cardiol 2002; 79:569-72.

Seção II - PNEUMOLOGIA

Capítulo 14

No documento SOS Plantão (OCR).pdf (páginas 86-90)