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Capítulo V – Relevância da Memória do Primeiro Templo

6. A Função do Imaginário do Primeiro Templo

Neste item será aprofundada a função do imaginário do Templo considerado como o original. Mas qual o significado da palavra “imaginário”? De acordo com o dicionário Aurélio285, imaginário é aquilo que só existe na imaginação, ou que apenas a imaginação pode alcançar. Como conceito, é o mais próximo do tema do Templo pré-exílico, que apenas pode existir no mundo da imaginação, pois a arqueologia afirma-o como inexistente.

Há outra definição no dicionário Aurélio que pode ser aplicada nesta pesquisa, segundo a qual “imaginário” significa fabricante de imagens, ou aquele que faz ou manufatura imagens, pois a literatura, seja ela deuteronomista, cronista ou sacerdotal, é uma imagem, porém, se partirmos desta premissa, o imaginário poderia ser o redator da literatura bíblica, que produziu imagens através de sua obra.

O Dicionário Básico de Filosofia, cuja autoria é de Japiassú e Marcondes286, indica que a palavra “imaginário” vem do latim imaginarius, que em uma primeira definição, existe apenas como produto da imaginação, que não possui existência real. Os autores exemplificam o centauro da mitologia grega como um ser imaginário, oposto a real. Perante esta definição, o Templo pré- exílico é um objeto imaginário, que existe apenas como produto da imaginação e não tem existência real, pura e simplesmente. Em uma segunda definição, em um sentido mais específico, conforme os estudiosos, é o conjunto de representações, crenças, desejos, sentimentos, através dos quais um indivíduo ou grupo de indivíduos percebe a realidade e a si mesmo. Nesta definição, pode-se abranger no imaginário não apenas o Templo de Judá monárquico, mas outros elementos que serão abordados na sequência mais detalhadamente, como, por exemplo, o orgulho

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FERREIRA, A.B.H. Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 3ª ed. Curitiba: Positivo, 2004.

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pelo Templo, por ele fazer parte da identidade de um povo e de sua história e de possuir um Templo que foi estabelecido por vontade de Yahweh.

Japiassú e Marcondes apresentam definições mais voltadas para a filosofia, como a apresentada pela fenomenologia existencialista de Jean Paul Sartre, que considera o imaginário ou “ato de imaginar” como a capacidade que tem a consciência de “reduzir ao nada” o real, de desligar-se da plenitude do dado e de romper com o mundo. Para esta definição, apresentada por Sartre através de Japiassú e Marcondes, ao se transformar o real no nada, desligar-se de plenitude do dado e romper com o mundo, desconsidera-se o factual e vive-se apenas no mundo da imaginação. Mas tal definição não justifica o sentido que se dá ao construir a identidade que um povo perdeu durante um bom tempo, como ocorre com o povo do Judá pós-exílico, que precisou de uma identidade nova, construída pelos escribas que retornaram do exílio, para se manter como povo.

Os pesquisadores apontam a originalidade da psicanálise freudiana, que consiste em fundar a solidariedade do desejo e do imaginário. Há o exemplo da criança que, em situação de impotência, tem a necessidade de outrem para satisfazer suas necessidades: “deseja”, então, o retorno de uma presença benéfica (geralmente a da mãe) e alucina o objeto perdido que dá satisfação a fim de reatualizar a presença, e aí é que se dá o imaginário. Para os autores, quando Freud define o sonho como “realização do desejo”, mostra que o desejo atualiza, em uma cena que vive no presente, aquilo que corresponde a sua exigência. Portanto, concluem Japiassú e Marcondes que, a partir dessa análise, se deve compreender toda a criação imaginária: o desejo que preenche uma ausência é sempre o desejo do outro (como Hegel, conforme os estudiosos, definia o desejo do homem como “desejo do desejo do outro”).

Há a possibilidade de se fundamentar o desejo do povo de Judá no pós-exílio por meio da análise do imaginário em Freud pelo desejo, pois como os persas tinham Ahuramazda como a divindade criadora de todas as coisas e que vivia no Templo principal de Persépolis, os escribas, sacerdotes e o redator sacerdotal primeiramente tiveram o desejo de terem isso em seu povo, ao imitar os aspectos dos persas. Dessa forma, o desejo que os escribas do Judá pós-exílico tinham era o mesmo dos persas que estava a se realizar. O trabalho que os exilados intelectuais teriam era de transmitir o seu desejo para um povo que estava devastado por anos pela destruição de Nabucodonosor por volta de 586 a.C. e que precisava de uma nova razão de existência como

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povo. A partir da teoria freudiana, existe sentido, mas há a necessidade de desenvolver a motivação e a razão de um povo que precisaria se orgulhar de sua existência na humanidade.

No presente trabalho será utilizada a literatura como imagem e o imaginário como algo que só existe na imaginação, ou que apenas a imaginação pode alcançar concretude. Contudo, percebe-se que o imaginário, no caso do Templo monárquico do reino de Judá, é resultado tanto de quem produziu a literatura sobre o referido (Templo), como da sociedade que acatou tal literatura em prol da manutenção da sua identidade. Mesmo os escribas possuíam ciência da sua importância em ensinar o povo, que necessitava de instrução para sobreviver socialmente e culturalmente.

Conforme Castoriadis287, o Templo cuja construção é atribuída ao rei Salomão se torna a imagem de um povo, do “nós”, pois representa o tesouro e o orgulho de uma coletividade que é definida pelos outros em relação a um “nós”, ao representar um ‘nome’. Tal nome designa compreensão, objeto, qualidade ou propriedade. No caso o Templo pré-exílico como imagem e nome, é algo que dá sentido à existência do povo que morava em Jerusalém na época do pós- exílio, pois legitima a existência de seu maior símbolo, o Templo, como algo que sempre fez parte da vida de seu povo, como propriedade, e de maior importância.

Para Castoriadis, tal imagem, representada por um ‘nome’, não se limitou em denotar as coletividades históricas apenas, mas ao mesmo tempo as conotou, e tal conotação se liga a um significado que não pode ser real, nem racional, mas imaginário, independente de seu conteúdo específico e de sua natureza particular. Ou seja, na imagem representada por um ‘nome’, as coletividades históricas não se encontram apenas em seu sentido literal, mas também no seu sentido figurado, o qual se liga a um significado que não pode ser real, nem racional, mas imaginário.

Aqui se percebe que há a dialética de duas literalidades: a literalidade da Bíblia (conotativa) e a literalidade das coletividades históricas (denotativa). Ao se trabalhar com a literalidade das coletividades históricas, a arqueologia levantada por Finkelstein e Silberman e a crítica literária demonstrada por Mario Liverani buscam algo absoluto, considerado literal, ao retirarem a literalidade dos relatos bíblicos ao ponto de anulá-la e ao trazerem tal literalidade para a arqueologia e para a crítica literária. Em suma, o próprio nihilismo da literalidade bíblica transporta tal literalidade para os instrumentais acadêmicos da arqueologia e da crítica literária. Já

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a literalidade bíblica é produto dos escribas, conforme Eckart Otto, que possuem a função social de instruírem o povo, principalmente através das narrativas bíblicas, ao perpetrarem a “glória” de um grande Templo ao seu povo. Templo que, na realidade física, real e acadêmica, jamais existiu, mas que no imaginário dos que o circulavam foi uma realidade.

Segundo os conhecimentos de Castoriadis288, as significações imaginárias sociais – pelo menos as que são consideradas verdadeiramente últimas e definitivas – não denotam nada, e conotam mais ou menos tudo; e é por este motivo que tais significações são tão frequentemente confundidas com seus símbolos, não somente pelos povos que as utilizam, mas pelos cientistas que as analisam e chegam a considerar que seus significantes se significam por si mesmos (uma vez que não remetem a nenhum real, nenhum racional que se pudesse designar), e atribuir a esses significantes como tais, ao simbolismo tomado em si mesmo, um papel e uma eficácia infinitamente superior às que certamente possuem.

Deve-se interpretar que nas verdades definitivamente últimas, como no caso do Templo considerado como original estudado nesta pesquisa, tais significações consideradas as últimas e definitivas não estão em seu sentido literal, mas se encontram mais ou menos em seu sentido figurado, e esse sentido figurado torna-se a verdade absoluta das coisas, e o literal, que seria o factual, aquilo que não foi produzido pelos escribas não é colocado, nem apresentado para o povo, pois os escribas deveriam ensinar para o povo lições que lhes dessem sentido identitário de vida.

Conforme o afirmado anteriormente, tal conotação ou figuração se liga a um significado que não pode ser real, nem racional, mas imaginário, independente de seu conteúdo específico e de sua natureza particular, e a este significado, atribui-se um papel e uma eficácia infinitamente superior às que certamente possuem. E o nome “Templo” é designado como compreensão, objeto, qualidade ou propriedade.

Castoriadis aponta vários níveis e aponta o imaginário radical superior ao imaginário social, mas percebe-se que, com relação ao Templo monárquico do reino de Judá, tanto o imaginário social quanto o imaginário radical podem ser utilizados. O imaginário radical ocorre na e pela posição-criação de figuras como presentificação de sentido e de sentido como sempre foi figurado-representado.

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Nota-se que o imaginário radical, no final das contas, torna-se uma adequação do imaginário social como sua consequência, na qual houve a crença na verdade do imaginário instituído pela sociedade ao ponto de se tornar absoluta e de todos afirmarem que as coisas sempre foram assim.

Segundo o caso do Templo, houve um dia em um passado remoto em que a sua construção foi gloriosa, assim como o seu semblante, o que dá orgulho para o povo como seu objeto mais importante (qualidade e propriedade). A literatura sobre o Templo produzida pelos escribas trouxe uma identidade ao povo ao torná-lo a imagem mais importante para os judeus. Portanto, uma das funções sociais principais da literatura produzida pelos escribas foi à manutenção da identidade do povo, e a crença na existência do Templo cuja construção é atribuída ao rei Salomão faz parte de sua identidade, ao ponto de o indivíduo pertencente à religião judaico-cristã possuir tal crença como sua característica indissociável e inalienável.

A questão da identidade é abordada em diversos dos autores trabalhados neste trabalho, assim como Finkelstein e Silberman, ao afirmarem que a escrita faz parte do aspecto identitário de um povo ao fazerem referência ao período de Davi e de Salomão, o qual, segundo a arqueologia, não havia condições identitárias e produção literária para afirmar Jerusalém e o seu Templo considerado como original como grande centro do reino unido de Israel e de Judá, e, desta forma, a composição identitária por meio da produção literária se dá em dois momentos principais da história de Judá: primeiro como identidade israelita-judaíta após o cativeiro do reino do norte em aproximadamente 722 a.C.; segundo no período pós-exílico, por volta de 539 a.C., com o édito de Ciro.

Em ambos os contextos, o povo precisaria sentir orgulho do Templo monárquico do reino de Judá, por ser uma grande obra realizada pelo seu povo, tanto que em outro contexto mais tardio, na redação do Cronista datada por volta do ano 300 a.C., período do começo da era helenística, bem posterior à redação do Deuteronomista, traz uma visão bem mais positiva do rei Salomão como grande construtor do Templo considerado como original, sem entrar nos méritos ou desméritos de seu afastamento de Yahweh, o que no contexto helenístico daria muito mais orgulho ao povo do que nos contextos de aproximadamente 722 a.C. e 539 a.C.

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11. Então veio a palavra do Senhor a Salomão, dizendo: 12 Quanto a esta casa que tu edificas, se andares nos meus estatutos, e fizeres os meus juízos, e guardares todos os meus mandamentos, andando neles, confirmarei para contigo a minha palavra, a qual falei a Davi, teu pai; 13 E habitarei no meio dos filhos de Israel, e não desampararei o meu povo de Israel. 14 Assim edificou Salomão aquela casa, e a acabou.289

Nesta passagem, Yahweh reconhece a devoção de Salomão através da construção do Templo tido como o primeiro e, devido a isso, promete a confirmação da linhagem através da descendência de Salomão, e estar no meio dos filhos de Israel e jamais desampará-los. A construção do Templo monárquico do reino de Judá refletiu uma promessa para Salomão e para o povo de Israel. Tal passagem foi válida no período da reforma josiânica, por volta do ano 622 a.C., mas não poderia ser plenamente válida por volta do ano de 539 a.C., pois Judá não era mais um reino, mas sim uma província do Império Persa, e apenas restou para Yahweh, devido à promessa feita no final da construção do Templo que é considerado obra do rei Salomão, habitar no meio dos filhos de Israel e jamais abandoná-los. Conforme o imaginário, por mais glorioso que o Templo pré-exílico possa ter sido, apenas resta a devoção do povo a Yahweh e ao Templo construído por Salomão em sua homenagem (de Yahweh). E tal fator é considerado fato inquestionável para o remanescente do cativeiro da Babilônia.

Mario Liverani traz as motivações que estão por detrás dos escritos bíblicos ao afirmar que outros povos também possuíam os mesmos métodos para de alguma forma manipular o povo a crer no seu poder, pois quem tinha o poder da escrita, tinha o poder de fazer os outros acreditarem naquilo que eles bem entendessem. Além disso, a produção literária é da mesma forma responsável pela manutenção da identidade de um povo, algo apresentado por Eckart Otto, ao se referir à consciência da responsabilidade dos escribas de ensinarem o seu povo, que precisava de alguma forma de ensino, e o Templo tido como original foi uma parcela da sua instrução.

Ao se fazer o confronto do método histórico-crítico mediado pela arqueologia com o estudo socioantropológico do imaginário na questão do Templo pré-exílico, atenta-se que o estudo bíblico contemporâneo, conhecido como método histórico-crítico, foi resultado de um intenso questionamento originário do iluminismo do século XVII tardio que desembocou no

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protestantismo liberal pelo motivo de a crença cristã ter se sustentado durante aproximadamente mil e quinhentos anos, sem o mínimo questionamento. Na atualidade, tal questionamento é feito por meio da crítica literária comparativa apresentada por Liverani e por meio da arqueologia apresentada por Finkelstein e Silberman, e por autores de raciocínio similar que seguem tal linha de raciocínio, pois sem Mario Liverani e Finkelstein-Silberman não se dá nenhum passo a diante no desenvolvimento acadêmico dos estudos bíblicos.

Contudo, há a construção da identidade judaico-cristã através do imaginário do Templo monárquico do reino de Judá, cujo acesso se tem através da literatura bíblica criada e elaborada pelos escribas originalmente, e utilizada pelo judaísmo e cristianismo para legitimá-los não apenas como religião, mas também os seus devotos. Deve-se lembrar de que no caso do Templo cuja construção é atribuída ao rei Salomão, não adiantaria nada os escribas inventarem histórias para ninguém; eles precisariam do povo para transmitir as referidas, e mesmo, conforme Eckart Otto, a intenção dos escribas era justamente ensinar o povo, e o ensino da existência da construção do Templo pré-exílico era parte da instrução.

Segundo o afirmado anteriormente, os escribas, em sua função social de ensinar o povo, criaram imagens através de sua literatura, pois em seu contexto, ensinariam a uma geração que não possuía memória alguma de como deveria ser o Templo no período pré-exílico, e deveriam produzir tais memórias, da mesma forma denominadas imagens, na intenção de criar a identidade do povo judeu.

E as referidas memórias e imagens são designadas como compreensão, objeto, qualidade ou propriedade. No caso o Templo considerado como original como imagem e nome, é algo que dá sentido à existência do povo que morava em Jerusalém na época do pós-exílio, pois legitima a existência de seu maior símbolo, o Templo, como algo que sempre fez parte da vida de seu povo, como propriedade, e de maior importância.

Atenta-se que no contexto do pós-exílio as imagens criadas pelos escribas por meio da literatura, produziram, principalmente relacionadas ao Templo pré-exílico, algo que deu sentido a existência de seu povo conforme o afirmado anteriormente, e se encontra principalmente em seu sentido figurado, o qual se liga a um significado que não pode ser real, nem racional, mas imaginário.

Ao se interpretar o afirmado acima, o acadêmico compreende que as imagens produzidas pelos escribas por meio da literatura não são consideradas reais, nem racionais, mas sim

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imaginárias, ou seja, apenas existem na imaginação, e/ou somente a imaginação pode alcançar- lhes. Pois os fatos, mediante a arqueologia e a crítica literária não sustentam a produção das imagens realizada pelos escribas.

Todavia, há a manutenção da identidade de um povo e das religiões judaico-cristãs através do imaginário, pois no raciocínio daquele que lê a Bíblia e as suas passagens sobre o Templo monárquico do reino de Judá, as Escrituras Sagradas são a Palavra de Deus incontestável e não há mentira nelas, e tudo o que se encontra na Bíblia é verdade, mesmo sem serem fatos históricos. Dessa forma, para o que lê, o Templo cuja construção é atribuída ao rei Salomão de fato existiu.

Deve-se lembrar de que a nossa cultura ocidental é quase que absolutamente cristã e fundamentada nas tradições católica e protestante, e por questão identitária, mesmo que haja um estudioso profundo da análise bíblica pelo método crítico-literário, ele cai na identidade cristã a que ele pertence, pois o catolicismo e o protestantismo ainda fazem parte de sua realidade cotidiana, mesmo que não haja a sua frequência na igreja. Portanto, a questão identitária, produto da imagem literária é bastante forte na nossa sociedade ocidental.

O Templo pré-exílico, conforme o método histórico-crítico mediado pela arqueologia e pela crítica literária não existiu conforme a literatura bíblica, devido às suas dimensões serem extremamente gigantescas para o seu contexto, que foram dimensões criadas no Período Persa pelo redator Sacerdotal. Contudo, o Templo monárquico do reino de Judá, conforme o estudo socioantropológico do imaginário, existiu, pois fez parte da identidade de um povo no período pós-exílico, e faz parte das religiões judaico-cristãs nos dias de hoje. O Templo cuja construção é atribuída ao rei Salomão faz parte da crença das religiões judaico-cristãs e é impossível dissociar a existência do Templo considerado como o primeiro do judaísmo e do cristianismo de uma forma geral. Consequentemente, a existência do Templo tido como original é imprescindível e primordial para a manutenção das religiões judaico-cristãs, pois sem tal símbolo ou imagem (como diversos), as referidas religiões perdem o seu sustentáculo.

O método histórico-crítico dos estudos bíblicos está reservado apenas para a academia, a qual não se podem admitir crenças sem fundamento algum, e a academia busca os fundamentos para transmitirem e declararem determinadas afirmações. O que estiver no âmbito da literatura bíblica, os estudiosos acadêmicos do método histórico-crítico estudarão além do satisfatório na intenção de buscarem a sua veracidade, e, consequentemente, torná-la conhecida.

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Ao passo que o religioso judeu-cristão, no estudo socioantropológico imaginário, depende da existência de imagens como a do Templo pré-exílico para manterem a sua identidade, pois, caso contrário, eles não poderão ser considerados adeptos do cristianismo e/ou do judaísmo.

Por serem duas dialéticas distintas, percebe-se a possibilidade da conciliação do religioso e ensinador do método histórico-crítico bíblico desde que ele ocupe cargo de responsabilidade em uma igreja, por exemplo, pois existem padres teólogos que se consideram ateus e celebram a missa