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Conceitos de Esporte

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II. ESPORTE E EDUCAÇÃO: uma união histórica

2.1 Conceitos de Esporte

Ainda que de forma breve, o conceito de ‘esportes’ tenha sido apresentado em capítulo anterior, se faz necessário mostrar outras abordagens para o termo, pois ‘esporte’ ou, até mesmo, ‘esportes’, embora sinônimos, são utilizados por diversas áreas com diferentes sentidos. Assim, a educação física, por exemplo, vê a palavra ‘esporte’ com um viés diferente da comunicação, da sociologia e de outras áreas. Pretende-se, neste capítulo, aprofundar ainda mais os conceitos de ‘esporte’ e suas vertentes como ‘esporte de alto rendimento’, ‘esporte de lazer’, ‘esporte amador’, dentre outros termos que elucidam uma das áreas do estudo em questão (esporte de alto rendimento como ferramenta de divulgação). Vale dizer, também, que mesmo estando esse estudo inserido nas ciências sociais, ainda assim, por ter como tema ‘o esporte de alto rendimento como meio de divulgação da imagem institucional das IES, se faz necessário apresentar alguns termos e/ou conceitos relativos à área esportiva. Ainda que o termo ‘esporte’ definido no capítulo um desse estudo, segundo a ideia da Sociedade Norte- Americana para Administração Esportiva (NASSM), esteja focado na administração esportiva, nesse momento, apresentar-se-á o mesmo termo (esporte) segundo a visão da área da educação física.

Antes de apresentarmos a discussão pertinente ao tema ‘esporte’, há que se constar que o esporte de lazer está garantido por nossa Constituição desde 1988, ou seja, é direito de todos os brasileiros a prática do esporte e do lazer (MARCELLINO, 2001). De acordo com José Manuel Gomes Tubino, em livro intitulado ‘O que é esporte?’, originalmente publicado pela Editora Brasiliense, em 1999, a palavra ‘esporte’ data do século XVI. Tubino (1999) relata que, os marinheiros quando queriam mostrar um passatempo ou alguma atividade física, utilizavam as expressões ‘fazer esporte’, ‘desportar-se’ ou ‘sair do porto’. Já segundo Tubino et al. (2007), o termo francês desport, utilizado no século XII, era uma variação de outra expressão da época, deport, esta que significava diversão, divertimento. Porém, já no século

XIV, os ingleses, com base nos termos utilizados pelos franceses adotaram a palavra disport que tinha como sentido o tempo livre, a recreação ou lazer.

Para a educação física e, face aos conceitos apresentados por Valdir Barbanti (2012), em artigo publicado na Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde, intitulado ‘O que é esporte?’, o termo ‘esporte’ vem sendo utilizado de múltiplas formas, às vezes não muito corretas. Segundo Barbanti (2012), para uma correta definição do termo ‘esporte’, há que se considerar três pontos:

1 – Esporte refere-se a tipos específicos de atividades; 2 – Esporte depende das condições sob as quais as atividades acontecem; 3 – Esporte depende da orientação subjetiva dos participantes envolvidos nas atividades (BARBANTI, 2012, p.54).

Para Barbanti (2012), a grande maioria das definições existentes para o termo ‘esporte’ estão focadas nas atividades físicas. Assim, por envolver a motricidade e os esforços físicos isso acaba por ser um delimitador conceitual, ou seja, aquilo que não fizer parte da atividade física, não será levado em consideração. “Por exemplo, os fatores físicos de jogar xadrez são mínimos. A habilidade motora exigida não vai além de ser capaz de mover as peças sem derrubar as outras do tabuleiro” (BARBANTI, 2012, p.54-55). Nesse caso, o autor diz que no xadrez, por não haver grande esforço físico, ainda que o jogo exija grande concentração e tempo, este não pode ser considerado um esporte (BARBANTI, 2012).

Outro ponto abordado por Valdir Barbanti (2012) versa sobre o fato das corridas automobilísticas, estas seriam ou não esporte? Segundo ele, catalogar o automobilismo como esporte não é nada fácil, ainda que o esforço físico seja cada vez menor dada a evolução tecnológica dos carros de corrida, há que se levar em consideração a extensa prática necessária para que os pilotos possam desenvolver a velocidade de reação e a habilidade motora exigidas nos esportes automobilísticos. Por fim, o autor diz que o automobilismo pode ser considerado um esporte, justamente por exigir de seus pilotos uma grande habilidade motora (BARBANTI, 2012). Ainda de acordo com as ideias de Valdir Barbanti (2012, p.55):

[...] Xadrez e automobilismo ilustram que a determinação do que é atividade física complexa e o que não é, pode ser difícil. Onde a linha é colocada entre física e não física, entre complexa e simples e entre vigorosa e não vigorosa é puramente arbitrária. Até agora ninguém desenvolveu um conjunto de critérios testados para classificar consistentemente várias atividades como esporte e não esporte em termos de fatores físicos.

Outro ponto destacado por Barbanti (2012), diz que um simples ‘bate bola’ entre amigos na rua de casa, por exemplo, não pode ser considerado ‘esporte’, porque nem sempre ele é dotado de regras. Assim, um jogo de futebol profissional entre duas agremiações esportivas como Flamengo e Corinthians pelo campeonato nacional, pode ser considerado esporte, pois há regras institucionalizadas e toda uma estrutura competitiva organizada (BARBANTI, 2012). Para que uma atividade física competitiva possa ser considerada um esporte, alguns pontos são necessários como, por exemplo:

[...] A padronização e imposição de regras e o desenvolvimento formal de habilidades. Em outras palavras, a atividade se torna padronizada e regularizada. Em termos sociológicos, ela passa por um processo de institucionalização (BARBANTI, 2012, p.6).

Com base nessa definição fica claro o porquê de um simples jogo de futebol na rua de casa não ser considerado um esporte, pois o mesmo não tem regras padronizadas e, nem sempre irá desenvolver habilidades motoras específicas. Nesse caso, a partida de futebol torna-se uma brincadeira e não um esporte. Com base no que foi apresentado até o momento, segundo as ideias propostas por Valdir Barbanti (2012), temos uma definição mais completa para o termo ‘esporte’:

Esporte é uma atividade competitiva institucionalizada que envolve esforço físico vigoroso ou o uso de habilidades motoras relativamente complexas, por indivíduos, cuja participação é motivada por uma combinação de fatores intrínsecos e extrínsecos (BARBANTI, 2012, p.57).

Segundo matéria postada pela redação do site do telejornal esportivo Globo Esporte, escrita em 08/07/2015, há que se diferenciar o que seria ‘esporte’ da simples ‘atividade física’ e, também, do ‘exercício’. O especialista em ciências do desporto, Amandio Geraldes, citado pela matéria do site Globoesporte.globo.com, diz que os termos ‘atividade física’, ‘exercício’ e ‘esporte’ embora sejam semelhantes expressam significados bem distintos. Para Geraldes (2015):

[...] A atividade física é qualquer movimento feito voluntariamente, que tenha um custo calórico maior do que o repouso. Ela pode ser profissional, doméstica ou de lazer, já o exercício é a atividade física realizada de maneira organizada, repetitivamente com o objetivo de manter ou melhorar a força, a flexibilidade, a coordenação motora e o equilíbrio. O esporte tem como

característica regras universais, é uma atividade sistematizada, mas tem regras e é realizada com objetivo de competição30.

Assim, com base na ideia apresentada por Geraldes (2015), fica claro também a distinção entre os três termos citados na matéria do site Globoesporte.globo.com. O termo ‘esporte’, também explicado por Barbanti (2012), exige regras muito bem definidas e habilidades motoras mais complexas que a simples prática de lazer ou até mesmo amadora; já a ‘atividade física’, como diz Geraldes (2015), ocorre em qualquer movimento voluntário do corpo como, por exemplo, descer uma escada, caminhar até o mercado, pegar alguns livros em uma estante, sentar e levantar de um sofá dentre outras atividades que exigem o movimento corporal; por fim, Geraldes (2015) apresenta a ideia de ‘exercício’ que é o uso do corpo com movimentos repetitivos a fim de obter resultados claros como melhorar a flexibilidade ou o condicionamento físico do corpo.

Vale destacar também a diferença entre ‘atividade física’ e ‘educação física’. A primeira, como já explicado acima, versa sobre o fato de uma pessoa realizar qualquer ação voluntária com seu corpo. Já a segunda, a ‘educação física’, está imersa em toda uma ideia pedagógica organizada voltada ao ensino da prática de exercícios. Segundo Valdir Barbanti (2012), em artigo intitulado ‘O que é Educação Física’, postado no sistema de banco de dados de artigos científicos da Universidade de São Paulo (USP), o termo ‘educação física’ também aceita múltiplas definições. Para Barbanti (2012, p.3) a educação física:

[...] Sofreu muitas mudanças desde a década de 80, ultrapassando seus domínios tradicionais para locais não-escolares (academicas, clubes) e estendem seus programas para pessoas de todas as idades, uma nova definição de Educação Física fez-se necessária. Hoje em dia, Educação Física é definida como um processo educacional que usa o movimento como um meio de ajudar as pessoas a adquirir habilidades, condicionamento, conhecimento e atitudes que contribuem para seu ótimo desenvolvimento e bem estar31.

Após o entendimento dos termos e/ou conceitos, citados acima, – esporte, atividade física, exercício e educação física – se faz necessário entender, também, o porquê de um simples jogo entre amigos, de futebol, basquete ou voleibol, por exemplo, não pode ser considerado um esporte. Nessa situação o que se tem é ‘jogo’, mas não um esporte organizado, com regras imutáveis, com apoio técnico institucional. Com base na definição

30 Por REDAÇÃO. Especialista explica a diferença entre atividade física, exercício e esporte. Site

GLOBOESPORTE.globo.com, Editoria de Esporte, Maceió, 08 jun.2015 - ver referências.

para o termo ‘jogo’, proposta por Huizinga (1993), entende-se que uma partida de futebol amistosa com amigos, em um dado final de semana, enquadra-se melhor na ideia de ‘jogo’. Para Huizinga (1993) ‘jogo’ pode ser entendido como:

[...] Uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente da vida cotidiana. (HUIZINGA, 1993, p.33). Huizinga (1993) destaca a obrigatoriedade de regras, assim como os sentimentos de alegria e tensão presentes em qualquer jogo. Porém, na prática esportiva esporádica, como, por exemplo, numa partida de futebol de fim de semana, não há grande evolução motora e, tampouco complexidade dos movimentos dos praticantes. Ainda para Huizinga (1993) um ‘jogo’ tem certas características que o intitulam como tal. Também segundo as ideias de Huizinga (1993), o ato de jogar deve ser uma prática fora das obrigações cotidianas, ou seja, livre; deve ainda fazer com que o jogador seja absorto da forma mais intensa possível; não pode estar voltado para lucro; precisa estar inserido em tempo e local próprio, há que se ter horário, local, começo, meio e fim; por fim, não se joga sem a existência de regras (HUIZINGA, 1993).

Porém, ainda há uma terceira ideia que precisa ser apresentada, haja vista que os termos e/ou conceitos de ‘esporte’ e ‘jogo’ já foram apresentados. Pensemos também em uma terceira situação, onde um grupo de crianças chuta aleatoriamente latinhas de refrigerante como se fossem bolas de futebol durante um intervalo escolar. Nesse caso, o que ocorre é um ‘jogo’ ou um ‘esporte’? Nenhuma das duas opções. O que se vê nesse grupo de crianças nada mais é do que uma ‘brincadeira’. Porém, há que se apresentar também a ideia de ‘brincar’ ou ‘brincadeira’, para que possamos diferenciá-las tanto de ‘esporte’ quanto de ‘jogo’.

De acordo com Marina Machado (2003), quando um grupo de crianças brinca, na prática, está tendo seu primeiro contato social e/ou cultural. Esse ‘brincar’, no caso das crianças, faz com que sejam inseridas de forma lúdica em um mundo que, muitas vezes, só existe naquele dado espaço-tempo. Ainda que as regras do ‘brincar’ não sejam tão sistematizadas quanto as de ‘esporte’ ou, até mesmo ‘jogo’, há que se tê-las a fim de ordenar o momento lúdico partilhado pelas crianças. Segundo Ângela Meyer Borba e Cecília Goulart (2007), uma das necessidades existentes para o ato de ‘brincar’ se dá na ordenação do tempo e do espaço. Ou seja, é preciso dar àquele que brinca certo tempo e um local determinado para que possa desenvolver suas brincadeiras. Já de acordo com Sandra Regina Dallabona (2004),

o ato de ‘brincar’ ou a ‘brincadeira’ acontece de forma espontânea, não planejada, dessa forma não há regras estruturadas ou institucionalizadas, ainda que elas existam, não são necessárias para que o ‘brincar’ aconteça.

Como foi visto, e com base nos referidos autores, ‘esporte’, ‘jogo’ e ‘brincar’ são termos e/ou conceitos que muitas vezes se assemelham, porém são diferentes. No caso do ‘esporte’, percebe-se que sua principal característica se dá na prática evolutiva das habilidades motoras, ou seja, se o mesmo não propiciar uma grande evolução motora, não poderá ser considerado ‘esporte’; já no caso do ‘jogo’, o ponto principal, que o caracteriza como tal, é o fato de ser praticado de forma esporádica e ter regras menos rigorosas; o ‘brincar’, por sua vez, ocorre de forma espontânea, lúdica e com poucas ou até mesmo nenhuma regra. Assim, um jogo entre duas equipes de voleibol, pela ‘Super Liga de Vôlei’, por exemplo, é um ‘esporte’; já uma partida de futebol em uma quadra alugada por um grupo de amigos é um ‘jogo’; e um grupo de crianças jogando peteca em uma rua, por exemplo, pode ser considerado como ‘brincar’.

É pertinente também, nesse momento, apresentar a ideia de ‘esporte de lazer’ e ‘esporte de competição’, muitos irão chamar a segunda expressão de ‘esporte de alto rendimento’. Em relação à primeira ideia, ‘esporte de lazer’, pode-se crer que, a ampliação dos espaços de lazer voltados à prática esportiva são frutos da era moderna. Assim, a melhor ordenação das horas de trabalho com a efetiva aplicação das novas leis trabalhistas fez com que as pessoas pudessem usufruir mais e melhor, suas horas livres. Segundo Nelson Carvalho Marcellino (2001), há uma dupla definição para os novos momentos do lazer nas sociedades atuais. A primeira se dá por um viés meramente evolutivo, histórico e natural; já a segunda, versa sobre a “obrigatoriedade” do lazer, o qual é visto como uma ferramenta mercadológica-social com fim de atenuar as insatisfações sociais. Para Marcellino (2001, p.5):

[...] Não acredito em nova dimensão, mas em exacerbação de duas correntes antagônicas: uma que enxerga o lazer cada vez mais como mercadoria, como mero entretenimento a ser consumido, ajudando a suportar, a conviver, com uma sociedade injusta e de insatisfação crescente; outra que o vê como gerado historicamente na nossa sociedade, e que dele emerge, podendo na sua vivência, gerar também, no plano cultural, valores questionadores da própria ordem estabelecida.

Com base em José Manuel Gomes Tubino (1999), o esporte dito popular ou participativo está apoiado em uma ideia de prazer lúdico, assim as pessoas o praticam na forma de lazer e, em horários livres. Ainda com base em Tubino (1999), a prática esportiva

voltada ao lazer não é dotada, muitas vezes, de grande compromisso ou, até mesmo, de regras institucionalizadas, o foco dos esportes de lazer é sempre a diversão dentro do tempo livre disponível de cada praticante. Em Tubino (2010, p.43) ‘esporte-lazer’ é assim definido:

[...] Também conhecido como Esporte Popular, praticado de forma espontânea, tem relações com a Saúde e as regras. Estas podem ser oficiais, adaptadas ou até criadas, pois são estabelecidas entre os participantes. O Esporte-Lazer, que também é conhecido como Esporte Comunitário, Esporte-Ócio, Esporte-Participação ou Esporte do Tempo Livre, tem como princípios: a participação, o prazer e a inclusão.

Já Marcellino (2006), diz que toda atividade de lazer, seja esportiva, cultural ou de outra natureza é dotada de um fim, um objetivo final. Marcellino (2006, p.17) diz que:

[...] A realização de qualquer atividade de lazer envolve a satisfação de aspirações dos seus praticantes. Há alguma coisa em comum entre o que se busca indo ao cinema ou ao teatro, e que difere das razões que motivam o desenvolvimento de esportes, por exemplo. Enquanto, no primeiro caso, a satisfação estética pode ser considerada como critério orientador, no segundo caso, via de regra, prevalece o movimento – o exercício físico.

Além da prática esportiva enquanto usufruto do lazer social, inserido no mundo moderno, o esporte também se faz presente no âmbito escolar. Nesse contexto, a prática esportiva pode ter objetivos distintos, pois, algumas escolas estão focadas na produtividade de competição, alto rendimento, já outras, focam seus esforços no ensino esportivo de lazer. Segundo Tubino (2010), o termo ‘esporte-educação’ tem como foco a formação cidadã. Ainda de acordo com Tubino (2010), para que se possa entender a ideia de ‘esporte-educação’ se faz necessário uma subdivisão em outros dois termos: ‘esporte educacional’ e ‘esporte escolar’. Segundo Tubino (2010, p.43) ‘esporte educacional’:

[...] Também chamado de Esporte na Escola, pode ser oferecido também para crianças e adolescentes fora da escola (comunidades em estado de carência, por exemplo). O Esporte Educacional, segundo Tubino, Garrido e Tubino (2006), deve estar referenciado nos princípios da: inclusão, participação, cooperação, co-educação e co- responsabilidade.

Portanto, com base em Tubino (2010), nota-se claramente que o termo ‘esporte educacional’ tem um fim social, de formação cidadã, o autor cita também, que a prática do ‘esporte educacional’ pode ser feita, inclusive, fora dos “muros da escola”. Já a ideia de ‘esporte escolar’, segundo a vertente para o conceito principal de ‘esporte educação, proposto por Tubino (2010), tem um viés maior na conquista de resultados, pois aborda a prática

esportiva escolar de jovens com algum talento ou aptidão para o esporte. Segundo Tubino (2010, p.43):

O Esporte Escolar é praticado por jovens com algum talento para a prática esportiva. O Esporte Escolar, embora compreenda competições entre escolas, não prescinde de formação para a cidadania, como uma manifestação do Esporte-Educação. O Esporte Escolar está referenciado nos princípios do Desenvolvimento Esportivo e do Desenvolvimento do Espírito Esportivo. O Espírito Esportivo e mais do que “Fair-play”, pois compreende também a determinação em enfrentar desafios e outras qualidades morais importantes.

Como essa pesquisa investiga o fenômeno da influência do esporte de alto rendimento e/ou competitivo nas ações de comunicação de instituições de ensino superior, mais precisamente na UMESP (São Bernardo do Campo-SP) e na UNITAU (Taubaté-SP), se faz necessário também apresentar uma melhor compreensão para os termos ‘esporte desempenho’ ou ‘esporte de alto rendimento’. Vale destacar, com base nos conceitos apresentados por Tubino (2010), o termo ‘esporte desempenho’ que engloba todas as definições possíveis para os ditos esportes “profissionais” ou de “competição”. Tubino (2010), diz que o ‘esporte desempenho’ pode ser conhecido também como ‘esporte de competição’, ‘esporte- performance’ ou ‘esporte institucionalizado’. Segundo o autor, ambos os termos são sinônimos do conceito maior de ‘esporte desempenho’. Essas designações, para os ditos “esportes profissionais”, são mais comuns na área da educação física, vale dizer também, que o termo ‘alto rendimento’ é mais utilizado por outras áreas como administração ou, até mesmo, a comunicação.

Ainda com base nos conceitos de Tubino (2010), percebe-se que o ‘esporte desempenho’ é dotado de regras mais rígidas, institucionalizadas e, em alguns esportes, como no futebol, por exemplo, essas regras seguem padrões mundiais. Dentre os principais objetivos dos ‘esportes de desempenho’ destacam-se:

[...] Resultados, vitorias, recordes, títulos esportivos, projeções na mídia e prêmios financeiros. A ética deve ser uma referência nas competições e nos treinamentos. Os dois princípios do Esporte de Desempenho são: a Superação e o Desenvolvimento Esportivo (TUBINO, 2010, p.43).

Tubino (2010) diz também, que os ‘esportes de rendimento’ do Brasil têm obtido grande destaque internacional nos últimos anos, conquistando vitórias importantes em diversas modalidades como voleibol, futebol, futsal, natação, esportes de luta, atletismo,

ginástica, hipismo, esportes motores, dentre outros (TUBINO, 2010). Em resumo, o aumento, dos investimentos financeiros, tanto do governo quanto da inciativa privada, tem sido crucial para o sucesso de nossos esportistas dentro e fora do país.

O ‘esporte de rendimento’ se dá, principalmente, graças ao avanço social, ou seja, pela evolução das sociedades modernas e, também, pela melhora financeira das pessoas, haja vista que o ‘esporte de rendimento’ é muito mais desenvolvido em países de primeiro mundo. Essa “modernidade” esportiva o transforma, muitas vezes, em espetáculo, daí o termo ‘esporte espetáculo’. As competições esportivas deixam de ser meramente partidas entre equipes para se tornarem definitivamente uma obra de entretenimento. Nesse caso, o esporte passa a fazer parte do mesmo ramo que outras áreas culturais como, por exemplo, o teatro, a dança, o cinema dentre outras. Ir a uma partida de futebol da Copa do Mundo ou a um jogo da Liga de Basquete Norte-Americana, NBA, é tão grandioso quanto um espetáculo musical. Os gestores esportivos de produtos culturais esportivos já perceberam isso e, desse modo, transformam esses eventos em momentos únicos ao apreciador do esporte. No próximo tópico deste

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