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O patrocínio esportivo através da Lei de Incentivo

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IV. PATROCÍNIO ESPORTIVO

4.6 O patrocínio esportivo através da Lei de Incentivo

A chamada ‘Lei de Incentivo ao Esporte’ tem sido, desde sua criação em 2006, mais um meio para que empresas possam investir no esporte. A Lei Nº 11.438 foi sancionada pelo então presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva, em 29 de dezembro de 2006, porém, passou a vigorar no ano legal de 2007. A Lei Nº 11.438 vigorará ate o ano de 2022, portanto, todas as pessoas físicas ou jurídicas que pretendam investir no esporte por meio da ‘Lei de Incentivo’ têm até o citado ano para o fazerem.

A Lei estabelece logo em seu artigo primeiro que o investimento na forma de patrocínio ou apoio (doação) ao esporte, tanto pessoas físicas quanto as jurídicas poderão deduzir determinado valor de suas declarações de imposto de renda. Porém, as instituições recebedoras deste incentivo, previsto na Lei Nº 11.438, precisam protocolar um projeto junto ao ‘Ministério dos Esportes’. Fato que, muitas vezes, inibe ou dificulta instituições esportivas de menor porte, porém, isso está previsto na Lei e deve ser cumprido caso as mesmas queiram receber tal apoio. Ainda segundo reza a ‘Lei de Incentivo’ a pessoa física que aportar valor por meio de apoio, doação ou até patrocínio em instituições esportivas poderá abater 6% do imposto devido; já as pessoas jurídicas podem deduzir uma porcentagem menor, 1%.

A Lei diz também que qualquer investidor que pretenda investir no esporte, através dela, não o poderá caso tenha algum vínculo com a instituição beneficiada. Ainda segundo a Lei Nº 11.438, em seu artigo primeiro, parágrafo quinto e incisos primeiro, segundo e terceiro pode-se entender como vinculado a alguma instituição esportiva:

§ 5o Consideram-se vinculados ao patrocinador ou ao doador: I - a pessoa

jurídica da qual o patrocinador ou o doador seja titular, administrador, gerente, acionista ou sócio, na data da operação ou nos 12 (doze) meses anteriores; II - o cônjuge, os parentes até o terceiro grau, inclusive os afins, e os dependentes do patrocinador, do doador ou dos titulares, administradores, acionistas ou sócios de pessoa jurídica vinculada ao patrocinador ou ao doador, nos termos do inciso I deste parágrafo; III - a pessoa jurídica coligada, controladora ou controlada, ou que tenha como titulares, administradores acionistas ou sócios alguma das pessoas a que se refere o inciso II deste parágrafo66.

Já em seu artigo segundo e parágrafo primeiro, a ‘Lei de Incentivo’ estabelece que serão beneficiados, através dela, todos os projetos voltados ao esporte, principalmente aqueles direcionados a inclusão social e, que estão inseridos em comunidades de maior discrepância

social. No mesmo artigo, porém em seu paragrafo segundo, a Lei Nº 11.438 diz que o incentivo que se dá através dela não pode ser direcionado a pagamento de atletas.

Assim, as instituições que recebem o repasse de verba previsto na Lei terão que direcionar o recurso para outros fins como compra de uniformes, alimentação dos atletas, manutenção da estrutura dentre outras necessidades logísticas e administrativas que possam se apresentar. Constam nos artigo décimo e décimo primeiro da Lei Nº 11.438 algumas infrações em relação ao descumprimento da mesma:

Art. 10. Constituem infração aos dispositivos desta Lei: I - o recebimento pelo patrocinador ou doador de qualquer vantagem financeira ou material em decorrência do patrocínio ou da doação que com base nela efetuar; II - agir o patrocinador, o doador ou o proponente com dolo, fraude ou simulação para utilizar incentivo nela previsto; III - desviar para finalidade diversa da fixada nos respectivos projetos dos recursos, bens, valores ou benefícios com base nela obtidos; IV - adiar, antecipar ou cancelar, sem justa causa, atividade desportiva beneficiada pelos incentivos nela previstos; V - o descumprimento de qualquer das suas disposições ou das estabelecidas em sua regulamentação. Art. 11. As infrações aos dispositivos desta Lei, sem prejuízo das demais sanções cabíveis, sujeitarão: I - o patrocinador ou o doador ao pagamento do imposto não recolhido, além das penalidades e demais acréscimos previstos na legislação; II - o infrator ao pagamento de multa correspondente a 2 (duas) vezes o valor da vantagem auferida indevidamente, sem prejuízo do disposto no inciso I do caput deste artigo. Parágrafo único. O proponente é solidariamente responsável por inadimplência ou irregularidade verificada quanto ao disposto no inciso I do caput deste artigo67.

A instituição esportiva que pretenda ser beneficiada pela ‘Lei de Incentivo’ terá que redigir um projeto segundo as normas estabelecidas pelo ‘Ministério dos Esportes’ e, posteriormente protocolá-lo no sitio do referido Ministério. A beneficiada também terá que comprovar que todas as suas obrigações legais estão cumpridas, ou seja, para participar da Lei Nº 11.438 toda instituição esportiva deve estar em dia com os órgãos do governo. Quando o projeto esportivo é aceito pelo ‘Ministério do Esporte’ ele fica à disposição de receber investidores, assim os interessados podem acessar o sítio do citado Ministério e fazer o aporte financeiro. Vale dizer que no projeto constará também o valor almejado pela instituição esportiva, podendo esta, inclusive, receber verbas de mais de um apoiador. Assim que a instituição esportiva, com projeto aprovado pelo Ministério do Esporte, recebe um aporte via apoio, doação ou patrocínio o dinheiro vai para uma conta bancária que, indubitavelmente,

dever ser aberta pelo proponente do projeto no Banco do Brasil ou na Caixa Econômica Federal.

Após a apresentação inicial da Lei Nº 11.438 (Lei de Incentivo ao Esporte), se faz necessário mostrar alguns casos práticos de onde a Lei tem atuado em benefício do esporte. Alguns casos serão apresentados no próximo tópico deste capítulo.

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