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Da mesma forma que acontece com os Nodos lunares, a Lua negra não é um astro, razão pela qual existe uma divisão de opiniões entre os astrólogos em relação à mesma.

No documento Conhecer Astrologia - Astrologia Ocidental (páginas 51-53)

O

s adeptos da astrologia influen­ cial — a astrologia entendida co­ mo ciência baseada na influência dos astros — não dão nenhuma impor­ tância à Lua negra, pois trata-se apenas de um ponto fictício e não de um cor­ po celeste.

N o entanto, os astrólogos tradicionais, sensíveis ao sistema complexo e coe­ rente estabelecido por nossos distantes antepassados — cujo princípio está ba­ seado nas analogias e coincidências entre certos fenômenos celestes e terrestres naturais — revelam sua importância no mapa astral. N o entanto, é importante sublinhar que os astrólogos, indepen­ dentemente de suas escolas e convic­ ções, estavam de acordo em levar em consideração outros pontos fictí­ cios, aos que davam gran­ de importância.

Trata-se das 12 Casas, às quais são atri­ buídas qualidades originais, embora tampouco sejam astros.

Veremos portanto, de um lado, o papel essencial que a Lua negra desempenha na interpretação de um mapa astral e, por outro lado, comprovaremos que nossos antepassados já tinham compre­ endido perfeitamente, e portanto an­ tecipado, as pesquisas dos nossos psica­ nalistas modernos, sem tê-las codificado nem enunciado.

A LUA NEGRA NO MAPA ASTRAL

O que esta representa no mapa astral c ao mes­

mo tempo muito sutil c profundo. Sua interpretação exige, portanto, muita habi­ lidade e delicadeza. Não se trata de qualidades

humanas comuns, reco­ nhecíveis entre as demais, nem se trata de critérios psicológicos flagrantes, corriqueiros, cujos meca­ nismos e, às vezes, origens e causas, são perceptíveis e com­ preensíveis hoje em dia. Com a Lua negra, abordamos as zonas mais escuras, mais inacessíveis do ser, as mesmas bases de sua per­ sonalidade, a parte sombria que temos e da qual não podemos escapar. A partir daí, compreenderemos que os astrólogos quase sempre ocultaram os valores e componentes da Lua negra, pois esta transmite uma verdade que choca, perturba e transtorna as cons­ ciências adormecidas. Tudo aquilo que tem origem neste ponto fictício gera

sempre uma tomada de consciência ne­ cessária; e, da mesma forma como existe na natureza humana a tendência a unir- se, estabelecer-se ou conservar, nem sempre estamos preparados para com­ preender o que é revelado de nós mes­ mos. Somos freqüentemente movidos por uma grande curiosidade, um desejo de descobrir e compreender as coisas, mas quando nos vemos diante de uma dúvida, cobrimos nosso rosto, instin­ tivamente nos negamos a ver e a com­ preender tudo aquilo que é suscetível de turvar nosso equilíbrio e nosso con­ forto. Entretanto, as informações reve­ ladas pela Lua negra, de acordo com sua posição no mapa astral, nos forçam sem­ pre a nos questionar a nós mesmos. Da mesma forma, os trânsitos da Lua negra, que dá a volta ao Zodíaco em 9 anos, anunciam sempre acontecimentos e tempos difíceis de nossa vida, de acordo com o setor do Zodíaco ou do nosso mapa astral nos quais são produzidos. Mais exatamente, segundo sua posição no mapa astral, provoca crises, situações excessivas, transtornos psíquicos ou emocionais essenciais, revela as etapas últimas e inevitáveis que temos que franquear, as passagens obrigatórias, sem as quais a evolução não seria possível. Esta Lua fictícia é chamada "negra" por­ que absorve tudo. Nada pode resistir à sua ação. Com efeito, o negro, que sa­ bemos que não é uma cor, simboliza

tanto o vazio absoluto, o nada, a obs­ curidade total, como o excesso e a den­ sidade máxima. Se falamos de um vazio, temos que ocupá-lo com urgência, a risco de sermos absorvidos e precipi­ tados em sua direção. Trata-se de um ex­ cesso, suscetível a todo momento de transbordar e deixar-nos submergidos. Desta forma, é necessário reduzi-lo, ca­ nalizá-lo, aproveitá-lo oportunamente. Podemos afirmar que o lugar do mapa astral onde se encontra a Lua negra co­ rresponde a esta zona profunda do ser que tende a absorvê-lo inteiramente, concentrá-lo e atrai-lo completamente para si mesmo.

Porém, mais cedo ou mais tarde, a pes­ soa será obrigada a tomar consciência de que está ocultando certas coisas essen­ ciais de si mesma, seja através de de­ terminadas circunstâncias ou aconte­ cimentos externos ou porque explodirão e se manifestarão em forma de crises psicológicas, patológicas ou emocionais cíclicas.

FICHA DE IDENTIDADE ASTROLÓGICA DA LUA NEGRA A depender do signo do Zodíaco e da Casa onde se encontre, revelará uma to­ mada de consciência necessária e inevi­ tável das circunstâncias ou aconteci­ mentos trazidos pela mão do destino até que aquela se atualize. Indica também uma busca do absoluto, da verdade, da

autenticidade, uma sublimação lúcida, uma elevação da consciência, uma tendência a ir até o fim, uma recusa ca­ tegórica ou uma extrema fascinação. N o mapa astral de um homem, sua po­ sição nos informa sobre o que Carl Gustav Jung chamava sua anima, que poderíamos definir como sua imagem da mulher ideal, porém ao mesmo tem­ po é o componente feminino de sua personalidade.

De maneira inversa, no mapa astral de uma mulher, dá indicações sobre seu animus, isto é, sobre a representação de seu homem ideal e o componente mas­ culino de sua personalidade.

FICHA DE IDENTIDADE ASTRONÔMICA DA LUA NEGRA Em seu movimento elíptico em torno da Terra, a Lua forma um eixo. Seus dois extremos são chamados o perigeu — o ponto de sua órbita mais próximo à Terra — e o apogeu — ponto de sua ór­ bita mais afastado da Terra —. O peri­ geu da Lua não é fixo. Desloca-se 40 graus ao ano, aproximadamente. A par­ tir deste movimento aparente do peri­ geu da Lua, calculamos o deslocamento da Lua negra, cuja revolução zodiacal é realizada em 3.232 dias, isto é, quase 9 anos.

Buraco negro, segundo um desenho de Bardin.

Os pontos fictícios

No documento Conhecer Astrologia - Astrologia Ocidental (páginas 51-53)

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