• Nenhum resultado encontrado

A Parte da Fortuna nas Casas (II)

No documento Conhecer Astrologia - Astrologia Ocidental (páginas 163-165)

A PARTE DA FORTUNA NA CASA VII

Se tomarmos o significado desta Casa e o sentido deste ponto fictício ao pé da letra, chegaremos a dizer que a sorte virá do outro e dos outros. Na verdade, é quase isso, pois se a felicidade e a ple­ nitude não vierem ou não dependerem dos outros ou de outro em particular, por que razão teríamos de estar ama­ rrados pela união, o casamento, pela vida em comum, pelas relações, cola­ borações, associações, acordos privile­ giados com os outros? N o entanto, a grande qualidade potencial do indiví­ duo que possui a Parte da Fortuna nesta posição em seu mapa astral é, princi­ palmente, entregar-se a agir para os outros c com os outros em qualquer circunstância. Suas qualidades de me­ diador também são grandes e podemos estar certos de que fará todo o possí­ vel para contentar e satisfazer os outros, pelo menos em seu meio, seu parceiro ou seu cônjuge em particular. Pode ainda representar um papel importante e protetor, em caso de litígio e conflito entre certas pessoas com as quais se re­ laciona ou não, ou com as quais está as­ sociado ou não. De fato, não consegue intrinsecamente evitar sentir-se afetado, direta ou indiretamente, pelos laços mais sutis, profundos, reais ou fictícios, que unem os seres entre si. Este fato afeta-o sinceramente. Tem a intuição segura de que existe um laço invisível

entre os seres, e que só eles podem tecê-lo, estreitá-lo e torná-lo indestru­ tível.

A PARTE DA FORTUNA NA CASA VIII

Para este ponto fictício, estar situado nesta Casa é uma posição curiosa, pois se abordarmos o setor VIII de um ponto de vista do comportamento face à morte, que é um de seus significados — e não sob o da Casa da morte, como se diz freqüentemente sem razão —, existe a tentação de deduzirmos que o indivíduo afetado por tal configu­ ração em seu mapa astral não será feliz até o instante de sua morte ou, mais exatamente, terá um comportamento feliz face à morte.

Na realidade, é ao mesmo tempo mais simples e complexo do que tudo isso. Para compreender em sua totalidade o sentido desta posição da Parte da For­ tuna, é necessário que nos remetamos às características da Casa II e às da Casa VIII, que se lhe opõe, e portanto é sua complementar. Recordemos que a Casa II é, entre outras coisas, a dos lu­ cros e dos bens adquiridos graças ao trabalho e ao suor do rosto, ao passo que a Casa VIII é a dos benefícios ou dos bens herdados. Por outro lado, a Casa II é a do apego aos bens deste mundo e a seus costumes, enquanto a Casa VIII é a do desapego, o corte do cordão umbilical que nos une a tudo

que é conforme, normal, duradouro, constante e imutável. Graças a estas in­ dicações, podemos concluir que a Parte da Fortuna na Casa VIII quase sem­ pre dá ao indivíduo em questão a sorte de lhe outorgar bens, benefícios e lu­ cros, provenham eles dos outros ou das próprias circunstâncias. Mas, além dis­ so, podemos também garantir que sen­ tirá uma verdadeira alegria em desligar- se de tudo que não seja absolutamente vital, necessário e imprescindível para ele e para sua vida.

Suas idéias, crenças, valores ou con­ vicções, então, se revelarão totalmente pessoais, originais, singulares e fora do comum.

jBÊk.

A PARTE DA FORTUNA NA CASA IX

Mesmo sem conhecê-lo, fará seu lema o verso do poema de Arthur Rimbaud: "A verdadeira vida está em outra parte." Mais cedo ou mais tarde, na teoria ou na prática, terá a oportunidade de ter acesso a uma verdadeira e profunda ple­ nitude ampliando, seus horizontes, saindo de seus limites ou fronteiras, su¬ perando-se a si mesmo. Provavelmente procurará durante muito tempo, e em outra parte, novos pontos de referência, mentalidades diferentes, modos de vida e de pensamento mais verdadeiros, mais autênticos, paisagens maravilhosas, te­ rras longínquas por explorar; mas, no final das contas, sua verdadeira busca

será a sabedoria. Ora, esta sabe­ doria só se encontra em si mesmo. Sendo assim, acabará sempre por voltar a si mesmo, regressará para transmitir uma última mensagem e descobrir que tudo estava nele próprio, ao alcance de sua mão, momento em que já terá de­ corrido toda sua vida. Embora o astró­ logo saiba o que ele sabe, graças à pre­ sença da Parte da Fortuna situada nesta Casa em seu mapa astral, quase sem­ pre terá de correr, visto que se não co­ rrer fisicamente para cumprir sua busca, nunca encontrará a sabedoria. É neces­ sário animá-lo a fazê-lo; mas, princi­ palmente, sem lhe anunciar que no final voltará ao ponto em que se encontra. Aqui convém advertir que o astrólogo nunca deve ser intervencionista. Deve limitar-se a transmitir sua leitura e sua interpretação de um mapa astral.

A PARTE DA FORTUNA NA CASA X

A Parte da Fortuna situada nesta Casa revela um indivíduo que se encontra em plena harmonia consigo mesmo, de­ sempenhando um papel de destaque e de primeiro plano em sua vida social. Expor-se, tomar e assumir pesadas res­ ponsabilidades, realizar uma vocação, envolver-se em uma missão social, er­ guer o estandarte bem alto, trará sem­ pre êxito e o fará feliz com a condição de que possa continuar a ser honesto, correto e íntegro, pois, ao mínimo des­ vio ou inconveniência, corre o risco de perder todos os benefícios do que teria adquirido graças unicamente aos seus méritos. Nesta configuração, assistimos quase sempre à manifestação de uma sede de honestidade e de verdade levada ao extremo. E esta a situação na qual o indivíduo às vezes poderá se compor­ tar de maneira exagerada em relação a este assunto, até que tenha compreen­ dido que o que tem por verdadeiro ou falso é quase sempre subjetivo.

A PARTE DA FORTUNA NA CASA XI

Este indivíduo encontrará sua felicidade e o ponto de harmonia que lhe permiti­ rão vibrar ao som do mundo que o ro­ deia. Também vislumbrará o seu futuro, que já conhece, ao distinguir-se de seus semelhantes, ao singularizar-se e ao afir­ mar sua originalidade. De fato, poten­ cialmente, o indivíduo cuja Parte da For­ tuna está situada na Casa XI é um visionário. Sabe intuitivamente o que acontecerá amanhã e, por pouco que se aplique e por pouca atenção que dê às suas impressões, às suas especulações in­ telectuais espontâneas e às suas deduções intuitivas, poderá fazer revelações, mar­ car um achado, apontar um princípio ou um fenômeno que terá passado desper­ cebido para todas as pessoas e que pos­ sivelmente mudará sua vida ou a daque­ les que lhe são chegados. Pelo mesmo fato de que os visionários não são to­ mados muito a sério, se sentirá segu­ ramente deslocado durante grande parte de sua vida. Mas se perseverar e for tenaz, acabará por se fazer ouvir, e os ou­ tros compreenderão quanta razão tinha.

A PARTE DA FORTUNA NA CASA XII

A felicidade pode coabitar com a so­ lidão, a introspecção, o retiro do mundo e a reclusão? Quase sempre nos parece estranho, pouco convencional e até as­ sociai e, no entanto, é uma situação pos­ sível. Existem muitos indivíduos que aspiram isolar-se para mergulhar em si mesmos e se lançarem à descoberta de suas riquezas interiores.

E o caso do indivíduo cuja Parte da For­ tuna se situa na Casa XII. N o entanto, isso exclui qualquer forma de egoísmo de sua parte. Às vezes, inclusive, nin­ guém suspeitará de que tem uma vida interior tão rica. Ele mesmo necessitará de um certo tempo antes de se dar conta de seu dom: o de nunca desesperar e estar em condições de se regenerar em suas emoções, fazendo total abstração dos outros e da vida exterior.

N o entanto, quando esta pessoa tiver tomado consciência de sua força, po­ demos dizer que terá acesso à autêntica plenitude que, quase sempre, o com­ prometerá a fazer com que o próximo beneficie disso.

No documento Conhecer Astrologia - Astrologia Ocidental (páginas 163-165)

Outline

Documentos relacionados