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a esta conclusão seria bom perguntar-nos sobre a origem e a arte de amar.

No documento Conhecer Astrologia - Astrologia Ocidental (páginas 63-65)

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freqüente ouvir-se dizer que o que distingue o h o m e m dos demais animais é que o primeiro se sustenta sobre duas pernas e os demais sobre quatro patas; um fala enquanto os de­ mais só fazem emitir sons muito ca­ racterísticos ou gritar; o primeiro sorri, ri e chora, os outros não possuem estas faculdades.

N o entanto, poderíamos acrescentar que o homem tem sentimentos, en­ quanto os outros animais contam so­ bretudo com seu instinto para saber o que é preciso fazer. E assim, embora os homens se empenhem em ver ou en­ contrar nos comportamentos de seus amigos selvagens, como são chamados, atitudes e reações afetivas tipicamente humanas.

Em conseqüência, temos todo o direito a nos perguntar até que ponto nossos sentimentos estão em relação com nos­ sa inteligência, e se não há uma grande confusão no uso do verbo amar.

A CASA V, O AMOR, O SENTIMENTO

E O DESEJO

Por outro lado, como vimos graças às múltiplas situações de Vênus no Z o ­ díaco, dispomos de uma paleta de emoções, de motivações e sentimen­ tos que confirmam que cada um de nós tem sua maneira de amar. N o entanto, enquanto Vênus revela a expressão e a manifestação das emo­ ções, motivações e sentimentos de um ser, é a Casa V em seu mapa astral que nos ensina em que contexto se mani­ festarão, de que maneira o indivíduo em questão os viverá em sua realidade social e material.

N o entanto, curiosamente, esta Casa é considerada tanto a que informa so­ bre o amor que sentimos por outra pessoa em particular, como a que ajuda a compreender os sentimentos que al­ guém sente por seus possíveis filhos. Alguns querem fazer pensar inclusive que, estudando com atenção a situação desta Casa no mapa astral do Zodíaco, podemos estabelecer com segurança se o ser em questão terá filhos ou não. Na realidade, com respeito a isso, deve­ mos levar em conta outros elementos do mapa astral.

Além disso, sempre é bom sublinhar que em um mapa astral, da mesma for­ ma como as características essenciais e as bases da personalidade de um ser es­ tão presentes e podem ser lidas como em um livro aberto, nunca podemos sa­ ber de antemão o uso que ele ou ela fa­ rão de suas qualidades potenciais e pos­ sibilidades. Em conseqüência, devemos desconfiar sempre da interpretação defi­ nitiva ou fatalista que tenhamos a tenta­ ção de obter.

Neste caso, devemos nos fixar prin­ cipalmente no fato de que o que atri­ buímos superficialmente ao amor, no que se refere a esta Casa, é, na verdade, a expressão prática e real de nossos sen­ timentos de posse, que poderíamos qualificar de egoístas porque sempre têm um sentido gratificante, valori¬ zante, exaltante para cada um de nós. Mas, os sentimentos dos quais trata­ mos aqui não são gratuitos. Resultam do desejo, da ânsia, da busca de con­ solo ou de reconhecimento admirativo, da necessidade de gostar e satisfazer, da sede de conquistar, dominar, pos­ suir, dos impulsos, etc. Assim, teríamos

mos a tentação de dizer que o amor de que falamos nesta Casa é do tipo do desejo, e que esta expressão particular e original do desejo é a ori­ gem de nossos sentimentos e não o contrário.

A CASA XI, 0 AMOR E A AMIZADE O amor sensato, reflexivo, sereno, equilibrado, que nos torna generosos, be­ névolos e solidários, é o que comumente chama­ mos hoje em dia amizade. Mas não esqueçamos que o amigo ou amiga podem ser também o amante ou a amante, e que são os no­ vos princípios morais — que tiveram primeiro uma influência religiosa que escondemos —, isto é, nossos costumes atuais, que fazem do amigo um ser assexuado.

Não era assim nas civiliza­ ções antigas, que foram a base da astrologia, onde o amor e a amizade se con­ fundiam, de maneira que

eram indissociáveis na mente de nos­ sos antepassados.

Podemos nos perguntar, mais uma vez, sobre o amor tal e como o concebemos e vivemos atualmente, principalmente quando observamos, por exemplo, que centenas de divórcios têm lugar nos países avançados e que esta guerra aberta entre dois seres, que no entanto estavam tão convencidos de se ama­ rem, afeta, portanto, a milhares de pes­ soas ao ano.

Não existiria um mal-entendido, uma confusão em nossas mentes e nossos costumes no que se refere ao amor, tal como o enfocamos hoje em dia? An­ tigamente era muito diferente. Na mente e no coração de nossos ante­ passados, que estabeleceram o sistema astrológico, a Casa V era o universo de Eros, os instintos puros, os desejos e os prazeres sensuais. Enquanto que na

Casa XI, complementando suas ne­ cessidades vitais que não tinham nada de perverso, pois eram manifestações naturais do ser, encontravam uma es­ pécie de sublimação intelectual e espi­ ritual do amor, que dava ao ser a pos­

sibilidade de expressar este acréscimo da alma que só pertence a ele e que o distin­ gue do reino animal. Por outro lado, como o ins­ tinto e o desejo estão sem­ pre relacionados com a to­ mada de posse, o fato de comprometer-se ou ser in­

dependente é também uma qualidade humana inerente à Casa V.

N o entanto, as faculdades de inde­ pendência afetiva, moral, intelectual, social, a sede de liberdade, desta vez, são qualidades que se encontram na Casa XI.

Da mesma forma, enquanto o apego implica uma certa forma de influência sobre o presente, e enquanto o desejo e o instinto são manifestações ins­ tantâneas, às vezes irreprimíveis para o ser, que o aproximam ao animal —

todas as características que se reve­ lam através da Casa V —, na Casa XI, nos encontramos no universo da es­ perança e dos projetos que levam o in­ divíduo a abandonar o presente, a in­ ventar seu futuro, a desprender-se do que o condiciona.

Isto é, o impulsionam a rebelar-se con­ tra sua natureza ou contra tudo que seria suscetível de impedir-lhe ser o mesmo, de coagi-lo ou limitá-lo. Re­

sumindo, poderíamos dizer que o eixo da Casa V e da Casa XI nos situa entre dois pólos do amor: o amor, desejo e prazer de um lado, e o amor, dom e li­ berdade por outro.

Sabemos que o homem é um ser do­ tado de inteligência, mas também está dotado de amor.

Entretanto, tanto um dom como o outro não servem de nada se não são cultivados. Parece que ainda falta muito por fazer na área da cultura do amor.

As Casas do céu

O eixo das Casas VI e XII

No documento Conhecer Astrologia - Astrologia Ocidental (páginas 63-65)

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