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A Casa IV nos informa sobre suas origens e a Casa X sobre seu provável futuro.

No documento Conhecer Astrologia - Astrologia Ocidental (páginas 61-63)

Q

uando estudamos u m mapa as­ tral, não devemos nunca perder de vista que nos encontramos no cam­ po das probabilidades. N o decorrer de nossa existência, nos vemos diante de uma série de escolhas que orientam nossa vida em uma direção ou outra. Estas escolhas só dependem de nós mesmos e só correspondem a nós. N o entanto, é preciso saber que as cir­ cunstâncias nas quais elas nos encon­ trarão e os momentos nos quais elas nos serão impostas são legíveis em um mapa astral.

Como veremos, temos à nossa dispo­ sição numerosos métodos de pesquisa que nos permitirão prevê-las Dissemos bem: prever e não "predizer". Em ter­ mos absolutos, podemos empregar tanto um como o outro verbo, indife­ rentemente.

N o entanto, deram a "predizer" e principalmente a "predição" uma co­ notação pejorativa que acentua a fa­ talidade e nos deixa passivos e im­ potentes; como se um fato ou u m acontecimento devesse produzir- se ou manifestar-se inexoravel­ mente em nossa vida cm u m momento ou outro, sem que fôs­ semos os responsáveis nem pu­ déssemos modificar.

E evidente que não é assim que devemos abordar nem empregar a astrologia. Prever nos parece, por­ tanto, mais justo, mais apropriado, pois se trata de ver um fato ou um acontecimento ocasional, antes de que tenha lugar, e estar prevenido para pode antecipá-lo. Da mesma forma, dizer que, ao entrar no universo de um mapa astral — que é o reflexo da

personalidade de um ser —, entramos no campo das probabilidades , nos pa­ rece mais justo que fazer alusão às pos­ sibilidades. Pois o que é provável pode provar-se com os fatos e as circuns­ tâncias da vida do indivíduo em ques­ tão, mas também, e principalmente, com seus atos; enquanto uma possibi­ lidade não deixa de ser mais que uma eventualidade. Sabemos que aquilo que está inscrito em um mapa astral não é mais que a informação relativa à natu­ reza do ser e à estrutura de sua persona­ lidade. São as probabilidades — mais que as possibilidades — inerentes à vida do ser em questão que submetemos à análise.

A CASA IV

A partir de agora sabemos que a cúspide da Casa IV indica o Fundo do Céu, isto é, os fundamentos do ser. Por isso, a Casa

IV é o lugar, o marco, o meio, a terra onde se enraizou, onde sua personali­

dade se estruturou, onde cresceu. N o entanto, hoje em dia, temos ten­

dência a pensar ou a crer que a in­ fância e a adolescência se acabam

em uma idade certa, influenciados pelas observações médicas. Em nosso entender, nos parece que se o ser — seja o que seja, venha de onde vier e viva onde viva —, deixa fisicamente de se desenvolver e sai do período de crescimento, em uma determinada idade, para tornar-se adul­ to, também continua um crescimento menos visível, menos espetacular, em­ bora nem por isso menos fundamen­ tal e que talvez não tenha fim. Trata-se do crescimento psíquico e espiritual que se manifesta no decorrer de sua existência,

cia, a golpes, em forma de trans­ tornos e transformações, que o forçam a evoluir.

A Casa IV nos informa sobras as condi­ ções deste crescimento, infantil antes de mais nada — como e em que meio fami­ liar, material, moral, social, cultural, o indivíduo em questão viveu e cresceu du­ rante sua infância —, e a maneira como, mais tarde, este tem lugar na idade adulta. Esta Casa é tanto um refúgio, um lugar de retiro, para onde voltar para retornar às raízes quando sentimos a necessidade, como um trampolim, um apoio, os fun­ damentos mesmos de sua existência e sua vida. Por esta mesma razão a assi­ milamos tanto às circunstâncias do co­ meço da vida — a infância c a juventude —, como às condições nas quais um ser viverá no final de sua vida.

Assim, de certo modo, em um mapa as­ tral, a Casa IV é o lugar do princípio e do fim da vida. Este é o lugar do Z o ­ díaco onde crescem as raízes do ser, on­ de se torna adulta c igualmente ali onde regressa depois de ter desempenhado seu papel, ter cumprido sua tarefa ou seu destino. N o entanto, este retorno não é forçosamente uma peregrinação a um lugar onde vivemos nem uma re­

gressão, mas sim que pode tratar-se de um regresso ao ser, a suas origens pro­ fundas, humanas e espirituais. O cresci­ mento continua, mas já não é aparente. Não se mede com instrumentos cientí­ ficos.

A CASA X

Antes de empreender este regresso, o ser em questão deve merecer as asas. Pois, se na Casa IV encontra todas as re­ ferências de que necessita para trans­ formar-se em si mesmo — o qual, sem dúvida, nem sempre é tão simples, pois depende do meio e das condições nas quais viveu sua infância, do modo como as percebeu —, na Casa X corresponde a ele criar suas próprias referências, suas marcas, diferenciar-se de seus seme­ lhantes para adquirir uma independên­ cia moral e social, material também, ganhar sua liberdade e sair do ninho, como costumamos dizer. Para proceder da maneira mais serena e harmoniosa possível, deve ter sólidas raízes. Ou, se prefere, quanto mais profundas forem as raízes psicológicas, afetivas, morais, tanto melhor será o crescimento e mais facilmente sairá do ninho em um meio diferente do seu.

Se não for assim, ou cede à vertigem das alturas e, alimentando um complexo de superioridade, sempre quer elevar-se, dominar, reinar, triunfar social ou mate­ rialmente, ou não chega nunca a cum­ prir suas ambições e a crescer, por falta de confiança em si mesmo, de audá­ cia, de vontade, de valor. Mas é preci­ so compreender que o desejo, a vontade ou a necessidade de autonomia revela­ das pela Casa X não são as mesmas para todos. Seja como for, esta Casa nos in­ forma sempre sobre o grau de responsa­ bilidade de um ser, isto é, sua capacida­ de potencial de assumir seus atos e da importância que concede ao reconheci­ mento social e ao sucesso, que se tor­ nam então em uma espécie de símbo­ los ou recompensas que confirmam sua independência e sua realização. Onde, quando, como é ou será o indi­ víduo, se dependente ou desapegado de seu meio familiar, de suas origens, de suas raízes e se se transformará em um ser livre, independente, responsável ou, pelo contrário, irresponsável, influen­ ciável ou submetido às circunstâncias ex­ teriores e coletivas, estas são as preciosas informações que obtemos ao estudar as Casas IV e X em um mapa astral.

As Casas do céu

O eixo das Casas V e XI

No documento Conhecer Astrologia - Astrologia Ocidental (páginas 61-63)

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