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A Lua Negra nas Casas (II)

No documento Conhecer Astrologia - Astrologia Ocidental (páginas 159-161)

A LUA NEGRA NA CASA VII

Se consideramos a Casa I como a que representa o eu, aquela onde o indiví­ duo diz "eu", temos toda a razão para considerar a casa oposta e complemen­ tar como o domicílio do outro ou, mais exatamente, a idéia que a pessoa em questão faz do outro.

Ora, nunca podemos nos esquecer que a Lua Negra revela as características fun­ damentais do ser, condicionando quase sempre seu comportamento, sem que a pessoa o saiba.

N o entanto, ao longo de sua vida, ma­ nifestam-se com tal constância, que se convertem em instrumentos valiosos e, poderíamos dizer, evidentes e úteis para certas conscientizações.

Não queremos falar de atitudes e reflexos inconscientes no sen- tido psicanalítico do termo, já

que tivemos a oportunidade de observar que o indivíduo nunca os ignora. Trata-se antes de mais nada de forças psíquicas essenciais que o levam a agir de uma certa maneira, a viver determina­ das circunstâncias, a conhe­ cer certas pessoas em lugar de outras, até que esteja consciente de suas decisões, desejos, pro­ jeções e atos. Sem dúvida que se

o ser em questão não integra as forças em sua vida, estas podem tender a in­

fluenciá-lo, mesmo contra sua vontade. Podemos então admitir que as relegou para seu inconsciente. Mas a priori não é este o caso. Por isso, é surpreendente constatar que o indivíduo com a Lua Negra na Casa VII procura quase sem­ pre uma revelação no outro, no seu par ou alter ego. Pousa seu olhar então em um ser com caráter intenso, marcado e forte, com quem viverá uma relação passional. Ao mesmo tempo, acontece muitas vezes que recusa viver a união, a vida de casal, bem como a associação dentro das normas. Há nele uma ten­ dência para a rejeição de toda a pers­ pectiva de dependência, desejando-a ao mesmo tempo. Escolherá uma com­ panheira ou companheiro que será o oposto a ponto de pô-lo em uma si­ tuação totalmente reveladora de sua re­

jeição visceral do outro. Por isso sua vida de casal e suas relações com os ou­ tros estão quase sempre cheias de cri­ ses ou rupturas, até que tome cons­ ciência que o outro, seja quem for, é o instrumento da reconciliação consigo mesmo.

A LUA NEGRA NA CASA VIII

O indivíduo com a Lua Negra nesta Casa em seu mapa astral aspira ao de­ sapego absoluto. É uma configuração que revela quase sempre uma dificul­ dade fundamental para se integrar se­ renamente na vida material, pois in­ dica uma rejeição latente, mais visceral, de toda a posse. Possuidor de uma

mentalidade obsessiva, o nativo . nunca consegue estar em paz ^V nem com os outros nem consi-

go mesmo. Aspira a uma fu­ são com o outro, profunda,

essencial, mas não consegue vivê-la de forma serena e tranqüila, sem considerar uma destruição ou uma ex­ posição da causa funda­ mental e completa dos valores que lhe foram in­ culcados. Tenta algo novo,

' mas nunca o encontra à sua

volta. Deste modo, suscita ou provoca situações extremas, cir­ cunstâncias difíceis, que o obrigarão a ir até o fim de si mesmo, de suas

forças e de seus recursos. O na­ tivo desta casa, que é associada com a morte, ao viver uma experiência tão única e iniciática, pode ter uma atitude suicida latente. Também pode ser que a morte de certas pessoas do seu meio tenha uma influência primordial sobre seu desenvolvimento pessoal.

A LUA NEGRA NA CASA IX

A Lua Negra situada neste setor apre­ senta-nos um ser que, de uma forma ou de outra, tentará distinguir-se, sair dos caminhos trilhados, opor-se de iní­ cio às idéias recebidas, aos tópicos, às convicções e até ao saber. Mas o con­ trário também é possível. Neste caso, encontraríamos um nativo preocupado em superar os limites dos conheci­ mentos adquiridos por seus congêne­ res, em busca de uma verdade mais pura, essencial e absoluta. Assim, pode existir nele uma recusa sistemática de sair de suas fronteiras, para o estran­ geiro, para tudo que existe fora dos li­ mites em que vive; ou, pelo contrário, terá tendência para se evadir, para par­ tir para a aventura, para procurar um mundo desconhecido ou perdido, uma ilha deserta que ainda ninguém pisou, de expatriar-se, se é que as circunstân­ cias a isso o obrigam. Trata-se quase sempre, neste caso, de uma configu­ ração de exílio.

A LUA NEGRA NA CASA X

Neste caso, a rejeição marcada por se in­ tegrar na vida social e profissional de forma normal e convencional impõe-se como uma realidade flagrante no indi­ víduo que aspira a adquirir uma inde­

pendência paradoxal. Prefere quase sem­ pre renunciar a uma situação do que sa­ crificar sua integridade, suas convicções e sua independência de espirito. N o fundo, sua sede de poder c de supre­ macia é tanta que não suporta que os ou­ tros exerçam sobre ele a mínima in­ fluência. Uma vez mais, o nativo põe-se muitas vezes em situação de crise ou re­ jeição, no âmbito de sua vida social, pois

no seu íntimo se sente marginal, dife­ rente e indiscutível. Possui quase sem­ pre um certo carisma que faz dele um líder potencial. N o entanto, seu gosto pelo poder solitário e absoluto é tal que acaba sempre por isolar-se e por en­ frentar uma série de circunstâncias que o forçarão à marginalidade, no momento em que chega ao auge de sua carreira, de suas possibilidades ou de sua capa­ cidade.

Citemos os exemplos de Charles de Gaulle e François Mitterrand, dois es­ tadistas franceses de carisma indiscutí­ vel, ambos nascidos sob o signo de Escorpião com ascendente no signo de Libra e que tinham a Lua Negra em Leão e na Casa X em seus respectivos mapas astrais.

A LUA NEGRA NA CASA XI

Sem dúvida que é o equilíbrio psico­ lógico e moral do indivíduo que aqui se questiona. Neste nível, aspira a uma harmonia perfeita que o torna particu­ larmente exigente e seletivo em suas relações. Com ele a amizade se trans­ forma em algo raro, em uma expe­ riência excepcional. As pessoas que es­ colhe para amigas são encontradas ao acaso. Se se sente ferido, decepcionado ou traído, renuncia definitivamente, de u m dia para o outro, à companhia das pessoas que agora, a seus olhos, são in­ dignas de manter relações com ele. Às vezes, tem a impressão de que um des­ tino injusto o proíbe de cultivar laços

de amizade. Por isso, deve estar cons­ ciente de sua exigência, pois quase sempre é ele quem cria o vazio à sua volta. N o campo das idéias e dos pro­ jetos, que também é o desta Casa, re­ vela-se tão perfeccionista que se au¬ toproíbe muitas vezes de levar a bom termo os planos que sabe elaborar tão bem. No fundo, está atormentado pelo medo do fracasso e teme comprome­ ter-se até o fim em um caminho ou em uma criação.

Assim, em um mapa astral onde a Casa V está carregada, por exemplo, ao re­ velar um grande potencial de criativi­ dade, a presença da Lua Negra na Casa XI pode transformar o indivíduo em questão em um ser estéril.

A LUA NEGRA NA CASA XII

Em termos absolutos, o indivíduo cuja Lua Negra foi fixada nesta Casa no seu nascimento vai em busca do impossí­ vel, da inacessível estrela de um poeta ou de um místico. Provavelmente é em si mesmo, onde deve procurá-la e en­ contrá-la. Mas antes de chegar a este ponto, indaga os mistérios da vida, pe­ netra na consciência dos outros, quer conhecer a verdade c não consegue con­ formar-se com as aparências. Vive a so­ lidão como uma experiência iniciática. Às vezes, com o objetivo de superá-la provoca inconscientemente circuns­ tâncias extremas, adversas ou dramáti­ cas, ou vai em frente, entregando-se a uma causa nobre e generosa, a seres de­ sarmados ou que sofrem. N o entanto, a Lua Negra na Casa XII pode indicar simplesmente uma rejeição da realidade, uma tendência para querer fugir de todos, da vida social e dos outros, para se isolar, colocar-se cm uma situação de entrega a si mesmo, para se movimen­ tar na sombra, em segredo, para fazer buscas essenciais, para descobrir pos­ sivelmente uma verdade diferente.

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