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O eixo das Casas II e

No documento Conhecer Astrologia - Astrologia Ocidental (páginas 57-59)

Na Casa II, o indivíduo diz: tomo, produzo, acumulo, conservo.

Na Casa VIII, diz: jogo fora, destruo, semeio, disperso.

L

embremos que as 12 Casas de um mapa astral nos informam sobre a existência física, material e social de um indivíduo. Ao obter e interpretar as in­ formações inerentes às Casas nos sig­ nos do Zodíaco, aos regentes destas Casas e a seus astros e pontos fictícios, compomos um quebra-cabeças com in­ dicações sobre o que hoje chamamos a psicologia de um ser, isto é, sobre os comportamentos adquiridos e não ina­ tos, sobre a influência que exercerão nele os acontecimentos e o meio social, cultural, geográfico, os costumes e mentalidades que lhe cercarão desde sua mais tenra infância.

Por isso que uma atenta leitura de tal informação, procedente dos elemen­ tos citados, requer uma

"vidência dedutiva". Gra­ ças à associação, intuição, e dedução, segundo as po­ sições dos astros nas Casas, as Casas nos signos e o su­ til jogo de regências, o as­ trólogo sagaz obterá uma interpretação tão precisa, que revelará fatos e aconte­ cimentos concretos já pro­ duzidos na vida de um ser ou que puderam ter sido produzidos.

Dissemos de forma correta: acontecimentos que pude­ ram ter sido produzidos, por paradoxo que pareça, pois quando falamos de as­ trologia, a fatalidade não existe.

De fato o que entendemos por fatalidade designa qua­ se sempre fatos ou aconte­

cimentos adversos que padecemos sem poder evitá-los. N o entanto, o desen­ volvimento das circunstâncias e a lei de causa e efeito, que são quase sempre a origem de situações fatais, nunca se devem ao acaso e não funcionam sem nossa intervenção, direta ou indireta. Em outras palavras, isto significa que nossos atos, inclusive às vezes nossos pensamentos, desejos e sentimentos, formam, apesar de nós, correntes in­ visíveis que se transformam em ondas e que podem chegar a criar maremotos em nossa vida, no momento adequado. Estes fenômenos não são imprevisíveis. U m atento estudo de um mapa astral pode nos permitir compreender em que circunstâncias, segundo que mecanis­

mos de comportamento e em que momento um ser se sente inclinado a atuar ou a reagir de uma ou outra ma­ neira, criando ele mesmo uma situação que, vista desde fora e sem tentar compreen­ der as causas e origens, se atribuirá à fatalidade. Para conseguir isto, é preciso levar em conta, evidente­ mente, certo número de fa­ tores presentes no mapa as­ tral.

Entre estes fatores são muito reveladores as Casas, sua si­ tuação nos signos, as posições de seus regentes, astros, pontos

Todo o adquirido, possuído e acumulado pertence ao domínio

fictícios e os trân­ sitos destes últimos, Nodos lunares e a Lua Negra parti­ cularmente.

A CASA II

Se o eixo entre a Casa I e a Casa VII pode ser resumido esquematicamente na fór­ mula "eu e os demais" — o "eu" revelado pela posição do ascendente no mapa astral e "os demais", ou mais exata­ mente minha relação com os demais, indicada pela si­ tuação do descendente —, o eixo da Casa II e da Casa VIII pode ser conjugado na pri­ meira pessoa singular do pre­ sente dos verbos tomar e jogar fora: "eu tomo e eu jogo fora".

De fato, seja qual for sua si­ tuação no mapa astral, a Casa II nos informa sobre a inte­ gração ou a maneira como um ser se apropria de seu meio natural e, por asso­ ciação, de seus bens adqui­ ridos, seu haver e, por ex­

tensão, os frutos de seus esforços e seu trabalho, portanto seus benefícios, juros, ganhos, etc. "Tomar, ter, adquirir, ga­ nhar" são os verbos que o indivíduo da Casa II conjuga.

Mas, de onde provém a necessidade de tomar, ter, adquirir, ganhar, possuir, acu­ mular e conservar?

Não estamos justamente aí, no campo do instinto de sobrevivência e conser­ vação comum a todos os seres que, se­ gundo parece, compartimos também com o reino animal?

A maioria das vezes, deve-se a uma an­ gústia básica e instintiva ante o desco­ nhecido, do despojo, a desapropriação, a morte.

Não podemos esquecer que, no que se refere às 12 Casas, nos encontramos no domínio da existência individual, da qual acreditávamos, erroneamente que precedia ou suplantava a essência do ser. A origem etimológica de «existir»

era "estar de pé". Mais tarde, isto sig­ nificou «estar situado» antes de perder o significado de «mostrar-se, manifes­ tar-se».

Onde estamos de pé, onde nos encon­ tramos, nos mostramos e nos manifes­ tamos na vida atual, senão em nossa vida física, material, social e existencial? É assim como coexistimos, cada um em seu lugar, desempenhando seu papel. Seguindo as tendências e características reveladas por cada uma das Casas, ve­ mos como u m ser se mantém em seu lugar. Na etapa da Casa II, julgamos por­ tanto sua capacidade para integrar-se em seu meio natural, suas faculdades para adquirir e conservar, isto é, tomar. Por outro lado, na Casa VIII, que se en­ contra evidentemente no eixo da Casa

II, destaca as tendências en­ frentadas, opostas e com­ plementares.

A CASA VIII Neste caso o indivíduo já não toma, mas sim pode jogar fora c recusar ou então

semear e sacrificar-se para uma colheita.

Na Casa II, o indivíduo produz, se entrega, acu­ mula.

Na Casa VIII, o ser destrói, se solta e se dispersa. Por isso, enquanto a Casa II está em relação com o instinto de sobrevivência e conser­ vação, a Casa VIII apresenta associações muito evidentes com o instinto e impulso de morte.

Mas não é preciso apressar- se em concluir que é exclu­ sivamente a casa da morte. Em primeiro lugar, repre­ senta a capacidade de um ser para desprender-se dos bens materiais e o que pa­ radoxalmente pode obter desprendendo-se deles.

Na Casa II, satisfaz as suas próprias ne­ cessidades. É um pouco como um pás­ saro que não se preocupa em saber se encontrará algo para comer no dia se­ guinte.

Desta forma, esta Casa se transformou também na casa das heranças, isto é, a casa dos bens que são obtidos sem ne­ nhum esforço.

Mas de qualquer forma, no caso que exista uma herança (e sempre existe porque cada um de nós temos uma Casa VIII inscrita em nosso mapa as­ tral), é preciso compreender que tanto pode se tratar de bens materiais como espirituais.

Mas o mais importante desta Casa não é que mostra o que se fará com as pos­ síveis heranças ou heranças potenciais, mas sim que nos faz bem visíveis o fato de herdar ou a própria natureza dos bens herdados.

Tudo que tem a ver com a destruição e a dispersão pertence à Casa VIII.

As Casas do céu

No documento Conhecer Astrologia - Astrologia Ocidental (páginas 57-59)

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