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a regras, códigos e práticas. O observador se insere em um sistema determinado por condições específicas. Em geral, para que ocorra observação, deve haver pelo menos uma outra entidade distinguível. Se o observador é um sistema vivo, então é capaz de interagir com o observado, contemplando simultaneamente o observado considerado e o entorno no qual vive. Se o observador está diretamente implicado nessa observação, o entendimento da cognição como um fenômeno deve levar em conta o observador como um sistema vivo e o seu papel nesse sistema.

“artista-observador” olho iluminado por luz de vela atravessada por lente esférica em espaço de câmara escura, fotografia feita com ipad com tela espelhada.

Com ênfase na emergência da subjetividade como invenção da visão moderna, Jonathan Crary demonstra como os dispositivos desenvolvidos, tendo como base as aplicações da câmara obscura, constituem extensões reveladoras dos processos de subjetivação. Quando ele denomina o “artista-observador”, intui-se que há certa preocupação em recolocar a percepção afetiva ao alcance da exatidão empírica e da intervenção tecnológica, como processo de concretização da visão, para além do ato de ver.v Pela análise das pesquisas de ótica fisiológica realizadas por Wolfgang von Goethe, com ênfase na pós-imagem, imagem residual na retina, a preocupação em definir o quanto a objetividade óptica difere da ilusão óptica, intencionava alertar para os enganos sobre o que é ver; Crary enfatiza que, para ampliar a eficiência técnica, a atenção passou a ser um objetivo na fundamentação moderna e causa das profundas transformações de compreensão da luz no século XIX. O fenômeno do observador que faz parte de um sistema de relações discursivas, sociais, tecnológicas e institucionais, ainda é determinante no processo de subjetivação e na importância do corpo como dimensão de conhecimento do próprio observador. O crítico nos coloca a perceber que o investimento em dispositivos, que partiram da noção da câmara obscura, desenvolvidos como espaços de visualização de imagens do mundo, são uma tentativa de compreensão para além da recepção retiniana, em que ocorre um complexo processo cognitivo de codificação e decodificação de informação: “Cada vez mais, a visualidade situar-se-á em um terreno cibernético e eletromagnético em que elementos abstratos, linguísticos e visuais coincidem, circulam, são consumidos, trocados em escala global.”

Resumo

Como prática contemporânea de pesquisa em arte que adota maneiras de desafiar a percepção, em que o fazer artístico está na exploração de sistemas de interconexão midiática, parte da metodologia aplicada decorre de uma deriva investigativa com ênfase na observação específica da fenomenologia da luz para o exercício poético e estético. Oferecem apoio teórico e científico para estruturação da pesquisa, a teoria da imprevisibilidade na física quântica e o modelo holonômico para processos cognitivos criativos, de David Bohm e Karl Pribam, bem como, a ressonância nos campos mórficos pela teoria do biólogo Rupert Sheldrake. ii A partir da observação de métodos laboratoriais das ciências aplicadas aos fenômenos naturais, associados à pesquisa semi-empírica, como teorias da ciência não comprovadas ou em suspensão, se dá a exploração inventiva, imaginativa, ficcional e artística. No cruzamento investigativo aberto a reinterpretações, em acontecimentos de auto-reflexão e criação artística, pela atenção em ver o que não é dado a ver, procura-se a forma da imaginação construtiva na relação entre o observador e o fenômeno observado.

Pelo estudo da topologia da luz e pela investigação da matéria imponderável, persegue-se a manifestação da forma-devir, que sugere um tipo de consciência integrada. Adotando estratégias de interseção de diferentes campos de conhecimento, ligações possíveis ocorrem entre as pesquisas de diferentes laboratórios científicos e artísticos na busca de outras modelos e estruturas de visualização. Como ação de improvisação e de invenção, a performance do corpo em fluxo, em atuação com projeções de imagem mapeada estendida ao espaço tangível, conjugam um dispositivo de fantasmagoria, híbrido de abstração e concretude, lugar da ficção ainda em processo de criação. Inventar, deriva do latim invenire, que significa encontrar, o que permite o fluir do seu ser e do outro ou com o outro, ou seja em relação. Assim, a palavra invenção, aqui, é trazida nos termos colocados por Virginia Kastrup, como invenção de si mesmo, sem determinar a criação de algo novo imposto pela tradicão moderna.iii O pensamento discordante permanece ligado aos esquemas de cognição e recognição, sem relegar a importância a novidade do invento, mas, relevar a experiência de geração de problemas e de estranhamento. Para ultrapassar a desconstrução de método antimetafísico, no conhecimento científico ou artístico, a invenção está problematizada na ontologia do tempo, em que a duração configura a concepção do ser, pois _o vir a ser_ depende da passagem de tempo, então só há criação neste sentido contínuo, em que “o ser não é dado, o ser é inventivo”. O artista é inventor de pensamentos, de lugares, de formas, de sentidos e de si mesmo.iv O ato de ver depende da visão e dos pensamentos individuais do observador, e isso faz a realidade questionável. Pelo projeto que desvia da inocente neutralidade do observador, modelos de visualizações se modificam com o deslocamento do campo de visão dos olhos humanos, redefinindo o estatuto do observador. A separação entre o espaço interno e o externo, entre o explicável e o inexplicável, depende da posição do observador. Segundo o professor e crítico de arte estadunidense, Jonathan Crary, se observar significa “conformar as próprias ações, obedecer a”, então esse ato de ver e observar está sujeito

A proximidade com esse aparato do LH2 incentivou a busca por outros cientístas que já pesquisaram o plasma e o encontro com teorias como as do cientista estadunidense David Bohm. Antes de projetar algum dispositivo que possa participar do sistema de visualização em processo de pesquisa, são necessárias investidas em ação científica lúdica, próprias de um artista-observador em laboratório/ ateliê/casa, foram realizados alguns experimentos a partir de receitas simples encontradas na internet, com a intenção inicial de observar o plasma: basta segurar com a mão uma lâmpada e um acendedor automático de fogão, encostar a parte metálica da lâmpada no acendedor; preparar para possíveis choques; ligar o acendedor e observar os raios de plasma dentro do bulbo da lâmpada, vendo os fios de raio correrem em direção aos dedos. Trovões lilás miniaturizados, pequenas estrelas contidas no vácuo do vidro, luz crescendo como planta e reagindo ao toque. Em outro experimento, ao aproximar uma lâmpada fluorescente de um globo de plasma ligado, a luz se acende. Essa observação permite identificar a ação do campo de ionização do plasma, que faz acender a outra lâmpada sem nenhum contato direto de corrente de energia.

LabH2- COPPE- UFRJ Sistema de nitretação iônica por plasma pulsado. Plasma, luz fosforecente acesa, objeto técnico, câmera de celular.

”Plasmon” Globo de plasma made in China, lâmpada fluorescente, corpo. Fotografia em câmara escura feita com celular.

Foi pesquisando o plasma, vivendo no Brasil em 1949, que David Bohm detectou que os elétrons em estado de plasma paravam de se comportar individualmente e passavam a agir como parte de um todo maior interligado, capazes de produzir efeitos surpreendentemente bem organizados: o plasma se regenerava constantemente e incorporava todas as impurezas em uma parede protetora, do mesmo modo que um organismo biológico pode envolver uma substância estranha em um cisto. Bohm ficou perplexo com essas qualidades orgânicas, tinha impressão de que o mar de elétrons estava “vivo”, e chamou de plasmons o tal movimento coletivo de interconexão de elétrons. Ele acreditava na consciência como uma forma mais sutil de matéria, em que a base para qualquer relação não estaria em nosso próprio nível de realidade, mas no fundo do que denominou como “ordem implicada”, além do visível e do tangível, presente nos diversos graus de encobrimento e descobrimento em toda matéria, que seria, em hipótese, a razão pela qual o plasma teria algumas das características das coisas vivas. Segundo Bohm: “a capacidade da forma ser ativa é o aspecto mais característico da mente, e temos algo semelhante à mente no elétron.” David Bohm defendeu o potencial quântico como um efeito que poderia ter uma infinidade de causas, sendo que uma causa única nunca estaria separada do Universo como um todo.

LADIF laboratório de óptica, Instituto de física da UFRJ.Estudo de refração da luz. Laser, régua, acrílico, corpo, observador, fotografia com câmera de celular.

No decorrer da segunda metade do século XX, em paralelo aos avanços tecnológicos, acentuou-se um desvio da física newtoniana, fomentado pelo amadurecimento da teoria da relatividade e posteriormente pelos pressupostos teóricos da física quântica. Controversas e profundas transformações no entendimento da natureza dual da luz impactaram a geração de modelos para as ciências, com a teoria da complementariedade, luz poderia ser tanto onda quanto partícula. Segundo o princípio da incerteza, postulado pelo físico alemão Werner Heisenberg, não se pode saber a posição, a velocidade ou a energia medida de um elétron num exato momento, pois no nível quântico, todos os valores do senso comum são violados. O elétron pode desaparecer e aparecer em outro lugar e estar em muitos lugares ao mesmo tempo. Acontece uma contradição, quando apenas um de seus aspectos parece ser revelado por vez, observador e observado estão, de alguma forma, conectados ou implicados.

Não é possível ser completamente objetivo no conhecer, pois isso envolve as técnicas pelas quais são feitas as observações, e, com qualquer técnica específica, apenas determinados aspectos da totalidade podem ser captados. O observador está contido nos resultados experimentais, é também o instrumento de medição, de imaginação, incorpora o próprio laboratório e a brisa que sopra fora dali. Esse paradoxo traz sentidos de subjetividade para o experimento científico, tocando no estigma da ciência e acertando na fonte de suprimento criativo da arte. Suposições do desconhecido e teorias não comprovadas pela ciência encontram conjunção com desdobramentos poéticos.

Um dos laboratórios que tem servido a esse projeto de arte é o LH2, do programa de engenharia metalúrgica e de materiais da COPPE – UFRJ. Lá são desenvolvidas pesquisas aplicadas com o objetivo de criar novos materiais, processos e dispositivos, necessários para o uso energético do hidrogênio. As estrelas que geram luz e calor, como o Sol, estão queimando hidrogênio em seu estado de plasma. vi A primeira visita dessa artista-observadora ao LH2 parece ter influenciado a decisão do professor de física Paulo Emílio de ir pela via estética, ao mostrar o laboratório e logo apresentar um aparato construído ali mesmo, o sistema de nitretação iônica por plasma pulsado. Pela escotilha circular, vê-se a cor-luz emitida pelo plasma contido no vácuo. É de inegável impacto visual, uma aura lilás pulsante, vez ou outra a produzir faíscas.

Grupos de organismos estabelecem sistemas auto- organizados, esses sistemas informam os campos, células, moléculas, cristais, pássaros e ainda a atividade de nossas mentes; esses campos organizam energia, por isso é preciso entender as relações dos campos com energias, com essa possível ressonância mórfica e suas implicações. A energia é um dos princípios de unificação da ciência, não tem forma por si, a energia toma diferentes formas organizadas por campos. Tratando a relação do campo no corpo como efeito da mente sobre a matéria e o inverso, uma espécie de realidade psíquica, a telepatia é pesquisada por Sheldrake como um fenômeno natural e não sobrenatural, e, por isso, possível de ser investigado.

Na experiência de refração da luz, com um recipiente de vidro contendo óleo e uma barra também de vidro, a parte da barra submersa no óleo se torna invisível, por razão do índice de refração dos meios serem os mesmos, não havendo desvio da luz que enforma o objeto. Esse experimento não se trata simplesmente de uma redução físico-óptica, a ausência de presença pela interpretação da visão coloca uma prática de inversão, entre o invisível material e o imaterial visível. Se mentes se estendem para tocar tudo que é visto, isso vai além do sentido háptico. Em A formação do espírito científico, o filósofo e poeta francês Gaston Bachelard menciona como eram espetaculares as demonstrações pré-científicas, de fascinações coloridas e divertidas, através da percepção sensorial. A investigação se tornava sedutora, acabando por precisar da dinâmica de fluxo e de refluxo, do empirismo e do racionalismo, para “continuamente trazer assuntos a discutir no diálogo entre o espírito e as coisas.” O alerta dado por Bachelard a respeito dos diversos obstáculos do conhecimento epistemológico sugere que, para ir além do empirismo imediato, é preciso compreender a Natureza, oferendo- lhe resistência, e dela duvidar, dispondo de certa ironia metafísica. Pela observação de paradoxos que animam a expressão na arte, a visibilidade comporta a invisibilidade, não apenas como um objeto não visto, mas como outra dimensão de invisibilidade material, como um possível meio profundamente visível das coisas, sem estruturar- se na visão.x Isso indica um problema filosófico, de que conteúdos mentais se relacionam às coisas externas à mente, a representação espacial estaria implicada na percepção, para além do interior e do exterior do corpo, na não-localidade do observador, procurando efeitos da mente sobre a matéria. “Através da profundidade, as coisas coexistem cada vez mais intimamente, deslizam umas nas outras e se integram”.xi

“esconderijo”

Refração- bastão de vidro, vidro becker, óleo canola, fundo de veludo preto, luz de janela aberta incindindo no vidro. Fotografia feita com câmera de celular, 2015.

O nível visível das coisas tem um local específico, mas em um nível subquântico, essa localização deixa de aparecer com precisão, que é o princípio da não localidade, que faz da noção de separabilidade uma impropriedade. Bohm considerava que a tendência de fragmentar o mundo e ignorar a interligação dinâmica de todas as coisas é responsável por muitos dos problemas atuais, não só na ciência, mas na vida e na sociedade. A atenção dada à dinâmica do mundo em movimento – e às estruturas do pensamento que participam intimamente dessa atenção – segue por uma ontologia do processo que está no conceito de “holomovimento” de David Bohm, onde o movimento de partição mútua da forma, em que a ordem implícita ou implicada é a relação inteira e interna, de todas as coisas que aparecem como separadas e relativamente independentes, na ordem revelada ou explícita. Um elemento pode se desdobrar em uma região extensa do Universo, a ordem implicada ocorre como na difração das ondas, que se assemelha ao efeito prismático de um raio solar refratado pela chuva no arco-íris, ou como duas pedras jogadas em um rio criando um padrão de cruzamento de ondas. David Bohm e o neurocientista austríaco Karl Pribam desenvolveram o controverso modelo holonômico, de cognição humana, que descreve o funcionamento do cérebro como uma rede de armazenamento holográfica, rede tecida com delicadeza segundo princípios matemáticos de interferência e difração. Frank Wilczek, dedicado no aprofundamento das teorias de Bohm e Pribam, retomou a teoria do éter, em busca de evidências de que tudo no Universo, de um grão de areia a estrelas cadentes e também os elétrons, sejam apenas imagens fantasmagóricas espacializadas, projeções de um nível de realidade além do tempo e do espaço.vii Uma importante lição da física quântica é de que, o que é percebido como espaço vazio, é um poderoso e dinâmico meio, que, em atividade, molda o mundo. Será possível figurar pela arte um tipo de adensamento em que a consciência seja percebida como um estado da matéria? O filósofo francês Gilles Deleuze, quando usa o termo “intensidade”, aborda a termodinâmica que possui propriedades em diferenças de qualidades de um efeito morfogenético, em que fluxos de energia e matéria apresentam um potencial para se auto organizar. viii As posições da corrente organicista sustentadas pelo biólogo austríaco Ludwig Von Bertalanffly e a teoria geral de sistemas do filósofo da biologia Edward Stuart Russel questionaram a visão mecanicista por uma vertente holística clássica; essa corrente serviu de base para o cientista biólogo inglês Rupert Sheldrake apresentar sua hipótese sobre a causa formativa dos organismos vivos. Sheldrake, põe em questão os dogmas estabelecidos pela ciência, como o de que a mente humana está contida no cérebro, trazendo a noção de campos perceptuais, como campos que conectam as coisas que formam um todo. Dessa maneira, a mente poderia influenciar, em efeitos não-locais, esse espaço entre o observador e o observado. Esse é um aspecto de sua hipótese geral de campos mórficos, campos que conectam coisas e formam um todo, o que aponta para a noção de mente ampliada. “Se isso não é apenas um jogo de palavras, se nossas mentes se extendem para tocar o que estamos olhando, nós deveríamos ser capazes de influenciar as coisas simplesmente olhando-as.”ix

É possível constatar que o observador altera o fenômeno observado em diversas, se não todas, as situações, há exemplos tanto nas relações humanas, quanto em fenômenos físicos. O conceito de campos mórfogenéticos, de Sheldrake, se caracteriza por um tipo de organização de estruturas em campos formativos determinados pelo hábito.

do vento. No nível subatômico, com poderes de ser tanto partícula como onda, ela pode estar em diferentes lugares ao mesmo tempo. Ela navega entre eixos dinâmicos de referências em transmissão telepática, passa pela ficção de Félix Guattari em busca do universo infra-quark em Un amour d’UIQ, mas, iludida, se desvia pelo plasmon, um outro campo de informação, malha penetrada no infra-quark, com acesso descontrolado ao inconsciente coletivo; curiosa pela hipótese enunciada de que o plasma é meio e informação atuante no campo, na geometria do grid em territórios holográficos móveis que vão do abstrato ao concreto, em outras percepções dimensionais dessa matéria com níveis de consciência; carregada da vontade de compreensão dos fenômenos mórficos do campo, na prática sistemática de métodos de aprendizagem de acionamento dos dispositivos da própria (in-di)visibidade, pretende se desfazer da incerteza de suas capacidades em reconfigurar padrões de desejo coletivo.

Na perspectiva do filósofo francês Jacques Ranciere, a determinação de tecnologias cognitivas redefinem a espacialidade e a temporalidade do pensamento como complexificações da mente.xii

Os dispositivos tecnológicos são artefatos cognitivos, mediadores de entrecruzamento de exterioridade e interioridade, tanto quanto a câmara escura, a luz projetada e o corpo performático. O conceito de cinema expandido apresentado pelo estadunidense teórico da arte midiática Gene Youngblood carrega a predisposição de estender o pensamento em imagens mentais, traduzidas pela experiência estética de exacerbação dos sentidos.xiii A relação da câmara escura com a iconografia atual está no deslocamento da visão de um contexto opticamente percebido para a metaimagem de modelo algorítimico, sem agente enunciador, que se atualiza constantemente em possibilidades de inúmeros pontos de vista. Com os dispositivos técnicos entendidos como artefatos cognitivos, a complexificação nas atividades de percepção reflexiva estimulam outros modos de coabitar o interior e o exterior, e isso pode determinar outras topologias do pensamento e da própria técnica.xiv Ao abordar a emergência de uma nova sensibilidade artificial, a portuguesa pesquisadora de ciências da comunicação Maria Teresa Cruz indica que, para além da convergência da técnica e da estética, não há o que seja determinado unicamente pelo aparelhamento técnico, mas, sim, também, pelas sutilezas das experiências na ocorrência de afeto. O programa de experimentação da imagem técnica torna codependentes técnica e estética, e, mesmo que influentes para a formação ressonante da informação e da comunicação, dependem da ligação sensível, na noção de relação como força poética, com ressonância emocional. Artistas-observadores são inventores de materializações estéticas imanentistas, em exercício ativo de interpenetrações perceptivas, sensoriais, cognitivas e afetivas. Na prática da performance audiovisual em tempo real, que inclui aparatos de projeção de luz