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relações de intimidade com a cidade em que vivo, Aveiro, a partir da construção da seguinte metáfora/provocação que direciona, na mesma medida, as ações desenvolvidas, os artistas com os quais dialogo e as leituras que realizo: que espécie de lar seria possível construir com a cidade, vivendo-a e experimentando-a como se fosse, ela inteira, uma grande casa?

Este artigo é dividido em duas partes. Na primeira, apresento a pesquisa a partir da discussão sobre as possíveis relações entre idiorritmia e a prática artística na cidade. Na segunda, trato de “Clothes”, ação iniciada em abril de 2013 que me levou a vestir roupas de mulher e de desconhecidos durante 33 dias seguidos.

A “Casa Impossível”

Em 2006, três anos após a publicação da primeira edição brasileira de “Como viver junto” (2003), texto no qual Barthes trata da idiorritmia, a 27a Bienal de São Paulo trouxe como tema o título do livro, reflexo da pertinência e atualidade das reflexões que apresenta e da possibilidade de as relacionar com a produção artística da contemporaneidade.

Como explica a curadora Lagnado (2006), a Bienal foi pensada na mistura de experiências sobre o viver-junto desenvolvidas por artistas de diferentes meios e contextos, e com a figura de Hélio Oiticica como paradigma conceitual, reunindo trabalhos que refletissem sobre a necessidade de uma atitude mais efetiva, nas ações dos artistas, diante dos problemas da sociedade, a partir de uma:

[...] participação total do poeta, do artista, do intelectual em geral, nos acontecimentos e nos problemas do mundo, conseqüentemente influindo e modificando-os; um não virar as costas para o mundo para restringir- se a problemas estéticos, mas a necessidade de abordar esse mundo com uma vontade e um pensamento realmente transformadores, nos planos ético-político-social. (Oiticica 2006, p.164) Trabalhos que envolvem essa postura, apesar de muitas vezes não serem soluções reais para os problemas das comunidades onde são desenvolvidos, como sublinha Lagnado, “são efetivos na saída do estado de menoridade graças a uma ativação do imaginário” (2006, p.58).

Resumo

Desde finais de 2010, construo a “Casa Impossível” com o objetivo de traçar possíveis relações entre trabalho artístico na cidade e idiorritmia, conceito discutido por Barthes (2003).

Costuro essa pesquisa na articulação entre leituras sobre, principalmente, jogo, cidade e performance, somada à reflexão sobre artistas com preocupações similares e os trabalhos que realizei nesse período. Com ela, proponho o exercício de pensar e construir uma casa como se pensa e constrói uma cidade, transformando ruas em corredores, bancos de praça em salas de jantar e os vizinhos em potenciais room-mates. Descobrir, enfim, formas de viver e trabalhar a cidade como se de uma grande casa se tratasse, a partir de uma relação de intimidade e proximidade com diferentes espaços e pessoas.

Neste artigo, apresento a pesquisa e foco a discussão em um dos projetos desenvolvidos, “Clothes”. Iniciado em Abril de 2013, consistia, basicamente, em três atividades: trocar a maior quantidade de peças de roupa que conseguisse, não comprar roupa até a realização da última ação da “Casa Impossível”, e utilizar, durante o mês de duração do trabalho final, somente as peças que troquei.

Iniciado em Berlim, diferentes etapas do projeto foram apresentadas em Aveiro, Guimarães e Santa Maria. O artigo apresenta essas etapas, além refletir sobre as repercussões de “Clothes” no desenvolvimento da pesquisa.

Palavras-chave: Casa, Cidade, Intimidade, Performance,

Vestuário

Introdução

Quando usa a cidade como lugar de ação, a relação que o artista desenvolve com o espaço pode ser comparada àquilo que Barthes chama de idiorritmia. Composta de ídios (próprio, particular) e rhythmós (ritmo), a palavra, pertencente ao vocabulário religioso, remete a toda comunidade na qual o ritmo de cada um seria respeitado e poderia encontrar seu lugar. Um espaço de sociabilidade onde o indivíduo não desaparece em função do grupo. Nesse sentido, parece-me que uma ação artística “trabalha” o lugar somente quando o artista, independente da sua prática, conscientemente procura inserir-se em uma comunidade e, semi deixar de ser artista, construir, nessa e com essa relação, o seu trabalho .ii

É difícil definir níveis e limites de intimidadei que essa abordagem idiorrítmica de experiência no lugar requer e pode produzir. O que me parece determinante é destacar a intenção do artista em construir uma relação. Tendo esse desafio em mente, há espaço para o assumir de uma criação artística quotidiana, aberta, feita de indas e vindas, acasos e certezas, erros e acertos. Sobre uma relação nesses moldes com a cidade, Canton argumenta que:

1 Mestre em Criação Artística Contemporânea pela Universidade de Aveiro. Doutorando em Arte e Design pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, membro do ID+ – Instituto de Investigação em Design, Media e Cultura e do LICCA – Laboratório de Investigação em Corpo, Comunicação e Artes, Universidade Federal do Ceará, Brasil. joaovilnei@gmail.com

2 Doutor em Estudos de Arte pela Universidade de Aveiro. Professor Auxiliar do Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro e membro do ID+ – Inst. de Investigação em Design, Media e Cultura. pbernard@ua.pt

Nessa altura, comecei a chamar os trabalhos desenvolvidos para a Casa de “ações” em vez de usar “protótipos”vi, pois parecia que tudo poderia caber na “Casa Impossível”. Durante algum tempo, preocupei-me em definir o que entraria ou não na pesquisa, o que faria parte do projeto e o que não valeria mencionar. Agora, isso já não me preocupa: a Casa é tudovii o que aconteceu durante esses meses de trabalho, inclusivamente a escrita deste artigo.

Clothes

Sempre que me pedem a morada de casa, uso como ponto de referência a Ponte dos Carcavelos, cartão postal de Aveiro, referência em qualquer guia de turismo da cidade e pano de fundo do quintoviii dos 33 vídeos.

Nele, vê-se um dos curativos que carreguei comigo depois de cair da bicicleta. O som do movimento das águas da ria é cortado pelo dos carros que passam à minha frente. Sentado, ao sol, corto as unhas das mãos, até que, devido ao calor que se fazia sentir, subo um dos lados das calças que levava vestido, peça que troquei durante uma das sessões de “Clothes”, ação iniciada em 2013.

Entre Abril e Junho daquele ano, participei da residência “HomeBase BUILD V”, e vivi nesses meses em Berlim com 18 artistas interessados em trabalhar com a ideia de casa. Antes de viajar para a Alemanha, pedi às quatro pessoas com quem vivia em Aveiro que trocassem uma peça de roupa comigo, e foi esse conjunto de roupas que usei na primeira atividade da residência, a apresentação: cuecas de mulher, meias pretas, calças xadrez e camisola verde. Enquanto apresentava-me (e vestia-me), expliquei de quem eram aquelas roupas e falei aos artistas da esperança que nutria de, no final da residência, poder voltar para Aveiro com uma peça de roupa de cada um deles.

Nos últimos dias em Berlim, pendurei em pregos espalhados pela parede do quarto as roupas que trouxera, e convidei os moradores da casa a levarem uma peça consigo e deixarem uma das que tinham trazido.

Figura 1 – As roupas expostas e as que trouxe de Berlim.

De volta a Aveiro, continuei a trocar peças de roupa com amigos, a registar essas trocas e apresentar publicamente etapasix desse trabalho. Um momento importante nessa fase aconteceu em maio de 2014, durante a participação no “Mercado Cooletivo”, feira de segunda-mão que acontece regularmente em Aveiro. Reservado o espaço, levei para a praça parte do meu guarda-roupa e espalhei-o em mesas, cadeiras e cabides carregados às costas. Em cartazes de papel com cores chamativas, escrevi mensagens que explicavam que naquela barraca nada estava sendo vendido. Toda a roupa exposta era pra ser trocada.

Figura 2 – Cartazes e espaço de troca no “Mercado Cooletivo”. Trabalhos que incomodam o sistema, mas sem força nem

intenção de o destruir.

É inscrita nessa discussão, em tentar perceber diferentes maneiras dos artistas inserirem-se nas comunidades, e aproximando essa relação à ideia de idiorritmia, que penso a “Casa Impossível”. No seu desenvolvimento, o projeto passou por diferentes fasesiii que foram, sensivelmente, três. Na primeira, deixava de ser pensada como uma ação que alteraria a fisicalidade dos lugares a intervir e os transformaria em espaços funcionais de uma casa para ser desenhada de maneira mais sutil, a partir da construção de uma relação de intimidade com esses espaços e pessoasiv, numa “troca de memórias e de sentidos.” (Canton 2009, p.35)

A “Casa Impossível” é uma pesquisa de doutoramento que deve ter, como tal, uma componente científica. Na segunda fase, em 2014, trabalhei com os modos de articulação entra as componentes práticas e teóricas da projeto, ao introduzir a possibilidade de transformar o documento final da pesquisa em uma das ações da casa, de maneira que ele pudesse refletir, na forma como seria escrito e lido, aquilo que vivi durante todo o processo.

Acredito que falar sobre essa Casa deva ser um exercício de (re)vivê- la. Vem daí o interesse de jogar com a ideia de escrever artigos para a academia, de maneira que os textos sobre o projeto fossem mais que a mera descrição do que aconteceu. Na literatura, um exemplo de como essa história poderia ser contada está em “A vida – modo de usar” (Perec 2009), sobre o qual escreve Domingues, destacando a escrita fragmentada e caótica do autor como a que melhor refletiria os espaços do habitar, a part ir:

[...] dos sentidos, da intimidade, do trabalho, da convivência, do descanso, da relação com o corpo, o espaço, o mobiliário, das representações, das fronteiras subtis entre o público e o privado, o indivíduo e o grupo, do sentido do doméstico, etc. (2005, p.95)

A intenção é que o texto final tenha diferentes caras e tons, que assuma os seus limites e jogue com suas potencialidades. Um texto que exija do leitor investimento sobre o que está a ser lido (aceder hiperligações para visualizar vídeos, movimentar-se por casa enquanto lê, visitar Aveiro para encontrar parte dos anexos, saltar entre capítulos e decidir a melhor altura para terminar a leitura...). Um texto para se viver dentro.

A terceira fase começou no início de 2015, com o primeiro texto escrito (Oliveira Filho & Bastos 2015) logo após a realização da última ação da Casa, que revisitava os 33 vídeosv gravados durante a sua realização. Eles relembram os 33 dias em que transformei espaços de Aveiro em partes de uma grande casa espalhada pela cidade. Mais que tentar ser um registo fiel desses dias, os vídeos reforçam as semelhanças dos trabalhos da Casa com aquilo que escreve Ferrando sobre sua prática:

(...) la capacidad personal de movilizar mi propia experiencia o de detonar un acontecimiento, a partir de la atención y percepción de lo nimio, de lo minúsculo, de un detalle cualquiera, descubriendo así un modo diferente de ver el instante y generando en base a ello un nuevo punto de partida, haciendo de ese momento el inicio de la acción misma. (2012, p.16)

Desde esse dia, sempre que realizava uma ação relacionada com a Casa usava um conjunto dessas roupas que havia trocado. A experiência durante o Mercado foi muito rica. As pessoas que se aproximavam de mim, interessadas em comprar um dos itens, viam-se obrigadas a trocar uma peça de roupa que levavam consigo ou comprar uma qualquer, de outra barraca, e usá-la como moeda de troca. Foi essa última a opção que mais vezes se repetiu. Outro ponto que me chamou atenção foi o prazer que muitas pessoas pareciam demonstrar em me dar peças femininas. Durante o dia de ação, vesti várias das roupas que ia recebendo, o que parecia servir de atrativo para muitas pessoas que, com um sorriso nos lábios, aproximavam-se de mim com sutiãs e camisas de senhora justíssimas. Vesti-os todos.

Figura 3 – 17 t-shirts, 1 short, 1 par de luvas, 3 pares de meias, 3 cuecas, 1 sutiã, 2 calças, 5 camisas, camisolas, blusa, casaco... Durante os 33 dias em que vivi Aveiro como uma casa, usei essas roupas que acumulei e transformei a minha casa, aquela ao pé da Ponte dos Carcavelos, em um grande guarda-roupa. Nos primeiros dias, passava por lá mais vezes, já que tinha toda a roupa ali guardada. Com o tempo, e as dormidas e lavagens um pouco por todo lado, passei a ter também um guarda-roupas do tamanho da cidade.

Conclusão

Construo uma Casa promovendo memórias e encontros, laços de intimidade que beiram à promiscuidade, uma vez que usar as cuecas de alguém que não se conhece parece- me ampliar o limite do que se entende por intimidade (pode ser normal pedir-se uma t-shirt emprestada ao irmão ou um sapato a um amigo, mas raramente trocam-se peças íntimas; sem mencionar aquelas que, já puídas, são mantidas “esquecidas” no fundo da gaveta – vai-se lá saber se ainda podem vir a dar jeito...).

Barthes apresenta um trecho de Sade em que o autor, a propósito da sujeira – de uma história de roupa suja – anuncia o que diz ser o princípio da delicadeza:

Encantadora criatura, você deseja minha roupa suja, minha roupa velha? Sabe que isso é de uma extrema delicadeza? Veja como eu sinto o valor das coisas. Escute, meu anjo, tenho o maior desejo de satisfazê- la nesse sentido, porque você sabe que eu respeito os gostos, as fantasias: por mais barrocas que sejam, considero-as todas respeitáveis, primeiro porque não mandamos nelas, e depois porque a mais singular e bizarra de todas, se bem analisada, provém sempre de um princípio de delicadeza. (2003, p.244) Essa delicadeza está em “Clothes”, que é uma das ações mais representativas do espírito que procuro construir em volta da “Casa Impossível”, um projeto pensado a partir de

uma experiência de intimidade com o lugar em que é realizado, aberto ao acaso e ao quotidiano, onde posso articular leituras sobre jogo, performance e cidade e costurá-las com a produção de artistas que trabalham o lugar a partir da construção de uma relação que requer tempo e investimento.

Uma prática artística na cidade que ignora esse investimento e que desconsidera as características do lugar em que é desenvolvida é um faz- de-conta empobrecedor, que normalmente recebe a designação de arte urbana somente por ser exposta fora de museu quando, na verdade, é pouco mais que o reafirmar de um discurso do artista que poderia ser repetido, sem acréscimos nem perdas, em qualquer lugar.

Bibliografia

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i “Enfim, fora do estúdio, é a própria realidade social que dá o substrato necessário para os artistas e isso pressupõe um claro posicionamento político. A situação e o contexto mobilizam alguns artistas entre a arte e o ativismo social.” (Freire 2006, p.111)

ii É possível perceber essa consciência em diferentes momentos da história da arte contemporânea e, conforme Gabriela Vaz-Pinheiro, nas obras de artistas como Tony Smith, Richard Serra, Vito Acconci

e Dan Graham, entre outros, “(...) quando os artistas começaram a pensar a obra de arte num espaço de relações que não dependia já da formalização intrínseca e autorreferencial da obra.” (2013, p.28) iii “Uma casa é as ruínas de uma casa, uma coisa ameaçadora à espera de uma palavra; desenha-a como quem embala um remorso, com algum grau de abstracção e sem um plano rigoroso.” (Pina 2011, p.9)

iv Nessa altura do projeto, percebi que não era preciso construir uma casa para poder vivê- la, já que a construção das relações, o verdadeiro foco do trabalho e mais importante que levantar paredes ou renovar espaços, já estava a ser desenvolvido. A Casa era vivida enquanto se deixava construir.

v Os vídeos podem ser visualizados na playlist: https://youtu.be/ y2FmTaZuSFE?list=PLI_vb4oPu-woM5fe3YZT1nsrKbl9T wupQ. vi Utilizo “ação” ainda sem convicção de que seja o melhor termo para representar tudo o que foi desenvolvido durante o projeto. Já utilizei “protótipo”, numa altura em que via esse corpo de trabalhos como experimentos preliminares que precederiam uma ação final. O nome deixou de ser adequado na medida em que essas ações ganharam importância e passaram a ser parte integrante da Casa, impressão que surgiu ao mesmo tempo em que a espetacular ação final deixava de fazer sentido. Ferrando usa a palavra “actividades” (2012, p.67) para falar do trabalho de Kaprow, na alteração sofrida na ideia de happenings a partir da predominância de ações quotidianas da vida sobre a experiência artística. Claire Doherty define como “situation” (2004, p.7) as práticas artísticas nas quais o contexto é assumido como o ponto de partida de sua criação. Talvez a palavra que procure seja uma mistura delas. vii “Tudo que acontece no mundo [...] vai acabar, de uma forma ou de outra, na casa das pessoas.” (Bryson 2011, p.19)

viii Pode ser acedido em: https://youtu.be/z8lPgPpjjTM.

ix Desdobramentos de “Clothes” foram as instalações “Não-guarda- roupa” (2013) e “Não- guarda-roupa – Versão impressa” (2013) apresentadas, respetivamente, na “Mostra Hybridae” da Universidade Federal de Santa Maria e no “Guimarães Noc-noc 3”.