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Ele havia lavado o chão da casa antes do temporal (verbo). O uniforme lavado ficou todo sujo após o vendava! (adjetivo).

O particípio tem grande importância na construção de LOCUÇÕES VERBAIS.

Emprega-se com os auxiiiares TER e HAVER para a formação de tempos compostos {“Temos feito grande progresso”, “Nunca havia visitado este lugar antes"),com o verbo SER para for­ mar os tempos da voz passiva de ação (“O trabalho foi feito por todos nós")e com o verbo ESTAR nos tempos de voz passiva de estado, construção essa bem mais rara.

Noparticípio, a maior parte dos verbos só apresenta a forma regular (terminadas por “ado7“ido”). Contudo, existem algumas exceções — alguns verbos apresentam mais de uma forma: a regu­ lar (“adoTido”), usada com os verbos ter e haver (tempo composto) e a irregular, ligada aos verbos ser e estar (voz passiva).

Dentre os irregulares, estão:

- ACEITAR ~ (ter/haver) aceitado; (ser/estar) aceito - ELEGER - (ter/haver) elegido; (ser/estar) eleito

- ENTREGAR - (ter/haver) entregado; (ser/estar) entregue - IMPRIMIR - (ter/haver) imprimido; (ser/estar) impresso

PORTUGUÊS - Questões comentadas — CESPE

- SALVAR - (ter/haver) saivado; (ser/estar) salvo

- SUSPENDIDO - (ter/haver) suspendido; (ser/estar) suspenso ESI (UnB CESPE/Cãmara dos Deputados/2002 - adaptada)

Texto V

Nabuco parte para Londres no mês de fevereiro de 1882, permanecendo como cor­ respondente do Jornal do Comércio até 1884. Ele não passará como outrora o tempo londrino na ociosidade. Dedica-se agora ao trabalho e ao estudo. Como vários outros intelectuais do seu tempo, interessados todos pelos problemas sociais e vivendo no exílio, toma-se freqüentador assíduo do Museu Britânico.

Reflete e lê acerca de vários assuntos na biblioteca do Museu. O Museu Britânico ê fonte de muitas obras importantes das ciências sociais. Ali, Kari Marx escreve O Capital e outros ensaios. Também ali Nabuco absorve as lições que são a base de um dos textos fundamentais das ciências sociais brasileiras. A atividade principal da sua mais recente temporada londrina é a familiarização com a bibliografia a respeito do escravismo colonial. Isso lhe permite escrever um livro da qualidade de O Abolicionismo — a reflexão mais coerente, profunda e completa já feita no Brasil acerca do assunto. Trata-se de um monumento de erudição, pleno de conhecimento de história, política, sociologia, direito e de tudo quanto se refere à escravidão negra. Pelo alto nível do conteúdo e a excelência da forma é um dos livros mais importantes das ciências sociais jam ais escritos no Brasil. Ocupa, por isso, um lugar de destaque na bibliografia específica que, na época, era muito restrita. Hoje, mais de cem anos depois da sua primeira edição, quando as ciências sociais se desenvolveram tanto no mundo e no Brasil, o livro ainda é consultado e visto como exemplo, seja pelo volume de informações, seja pelos variados enfoques - alguns extremamente originais - seja ainda pela forma superior.

Por tudo isso ê julgado como empresa notável. Bastava a redação de O Abolicionismo para justificar a proveitosa estada de Nabuco por dois anos na Inglaterra.

Francisco Iglésias. Idem, p. 13 (com adaptações).

A propósito das idéias e dos recursos lingüísticos que estruturam o texto V, julgue o item que se segue:

O emprego do presente do indicativo em “Dedica-se” (R.3), “torna-se” (R.5) e “Reflete e lê” (R.6) exemplifica a possibilidade de dar realismo a ações praticadas de forma contínua no momento da produção do texto.

Acordo Ortográfico: registram-se, agora, as palavras “freqüentador”, “idéias” e “lingüísticos”. ; As ações n ã o foram (n e m poderiam ter sido) praticadas no momento da produção do texto. ; Trata-se de um texto narrativo que se reporta a fatos ocorridos no início do sécuio XiX. : Na verdade, como se refere a fatos passados, o tempo verbal deveria ter sido o pretérito. í Contudo, há a possibilidade de usar o presente na indicação de fatos históricos (“Nabuco parte \ [em vez de ‘partiu’] para Londres...”). Esse tempo é usado para dar maior vivacidade aos fatos s narrados. A esse tipo de construção dá-se o nome de PRESENTE HISTÓRICO ou PRESENTE ÍF NARRATIVO. Item errado.

BS (UnB CESPE/TCU - Técnico/2004)

1 O republicano George W. Bush veio a público dizer

que ê um “presidente da guerra” e que todas as decisões que toma na Casa Branca são orientadas pelo combate global ao 4 terrorismo. Essa “guerra”, disse o presidente dos EUA, define

hoje as políticas externa, intema, econômica e fiscal norte-americanas. “Tomo minhas decisões no Salão Oval com a

7 guerra em mente. Queria que não fosse assim, mas é a verdade. E o povo norte-americano precisa saber que tem um presidente que vê o mundo como ele é. Vê os perigos que 10 existem e como é importante lidar com eles”, disse Bush. Ao

conceder a rara entrevista, Bush tenta reagir à queda de sua popularidade e aos ataques que vem sofrendo dos pré- 13 candidatos democratas.

Folha de S. Paulo, 9/2/2004 (com adaptações).

Tendo o texto acima como referência iniciai, julgue o item que se segue:

Textualmente, a forma verbal “tenta” (R.11) corresponde ao pretérito: tentava, estava tentando.

Agora, que sabemos o significado e emprego do PRESENTE NARRATIVO ou HISTÓRICO, essa questão fica até fácil, não é mesmo?

Note que essa é a função de um texto jornaiistico - tornar atual a notícia, causar impacto. A noticia é apresentada ao público como se fosse pão - “quentinha”, recém-satda do “forno"!!! Ainda que os fatos se reportem ao passado ou ao futuro, o jornalista opta por usar o verbo no presente do indicativo.

Quando o examinador sugere a troca pelas formas do pretérito imperfeito (tentava, estava ten­ tando), indica que o fato passado é costumeiro, habitual, o que reforça o emprego do tempo presente na construção originai, item certo.

f3ÜSj (UnB CESPE/AGU - Procurador Federal/2002 - adaptada) Texto II

O que a escravidão representa para o Brasil, já o sabemos. Moralmente, é a destrui­ ção de todos os princípios e fundamentos da moralidade religiosa ou positiva - a família, a propriedade, a solidariedade social, a aspiração humanitária; politicamente, é o servilismo, a desagregação do povo, a doença do funcionalismo, o enfraqueci­ mento do amor à pátria, a divisão do interior em feudos, cada um com seu regime penal, o seu sistema de provas, a sua inviolabilidade perante a polícia e a justiça; econômica e socialmente, é o bem-estar transitório de uma classe única, e essa, decadente e sempre renovada; a eliminação do capital produzido pela compra de escravos; a paralisação de cada energia individual para o trabalho na população nacional; o fechamento dos nossos portos aos imigrantes que buscam a América do Sul; a valorização social do dinheiro, qualquer que seja a forma como for ad­ quirido; o desprezo p or todos os que, por escrúpulos, se inutilizam ou atrasam em uma luta de ambições materiais; a venda dos títulos de nobreza; a desmoralização da autoridade, desde a mais alta até à mais baixa. Observamos a impossibilidade de surgirem individualidades dignas de dirigir o país para melhores destinos, porque o país, no meio de todo esse rebaixamento do caráter, do trabalho honrado, das virtudes obscuras, da pobreza que procura elevar-se honestamente, está, como se disse, “apaixonado por sua própria vergonha”.

A minha firme convicção é que, se não fizermos todos os dias novos e maiores es­ forços para tornar o nosso solo perfeitamente livre, se não tivermos sempre presente a idéia de que a escravidão é a causa principal de todos os nossos vícios, defeitos, perigos e fraquezas nacionais, o prazo que ainda tem de duração legal - calculadas todas as influências que lhe estão precipitando o desfecho - será assinalado por sintomas crescentes de dissolução social.

Joaquim Nabuco. O abolicionismo. In: Intérpretes do Brasil, v. I. Nova Aguilar, 2000, p. 148-51 (com adaptações).

Em relação ao texto II, julgue o item que se segue:

O emprego das formas verbais da primeira pessoa do plural “sabemos” (R.1), “Obser­ vamos” (R.14), “fizermos” (R.19) e “tivermos” (R.20) é uma estratégia argumentativa que busca promover a inclusão e a possível adesão do leitor como participante das opiniões e ações propostas.

Acordo Ortográfico: houve alteração na grafia de ideia(s).

S: Muitas vezes, o autor, para tom ar o texto o mais próximo possível do leitor (em busca, ; inclusive, de sua aprovação), emprega elementos que o incluem no discurso, entre eles o

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emprego das formas verbais na 1 .a pessoa do plural (nós). Trata-se de um recurso estilístico muito comum em textos argumentativos. Nesse caso, todos os termos (verbos, adjetivos...) se referem a “nós”, grupo do qual fazem parte o autor e seus leitores. O sujeito, portanto, são todos eles.

Não confunda esse “apelo lingüístico" com outro recurso estilístico: o plural de modéstia, também conhecido por “plural majestático”. Esse é um recurso muito comum a oradores, para tornar o discurso menos personalista e mais coletivo. ReaSiza-se uma concordância ideológica conhecida como “sílepse de número" (plurai no lugar do singular), usando, em vez do pronome da 1.a pessoa do singular, a 1.a pessoa do pturai, ainda que só se refira a UMA PESSOA (a que fala/escreve). Agora, o verbo realiza a concordância com o pronome pessoal “nós” (“Nós ficaríamos...”), mas o adjetivo - porventura existente - permanece no singular, a realizar a concordância como o “eu” ideológico ÇNós ficaríamos FELIZ se pudéssemos contar com

sua compreensão° - é isso mesmo: FELIZ!!!).

Perceba que, ao contrário do evento explorado na questão, em que o autor inclui seus

leitores no grupo, formando “nós” e levando todos os elementos para o plural ( “Nós não podemos ficar inertes diante de tal fato”), no plural majestático o sujeito é UM SÓ: quem profere tais palavras. Assim, ocorre um fato inusitado: um aparente desvio de concordância entre o verbo (no plural) e o adjetivo (no singular), mas - acredite no que eu digo - essa estrutura está corretaüJ Item certo.

S 3 (UnB CESPE/TST - Analista/2008)

1 Muitas coisas nos diferenciam dos outros animais,

mas nada é mais marcante do que a nossa capacidade de trabalhar, de transformar o mundo segundo nossa

4 qualificação, nossa energia, nossa imaginação. Ainda assim, para a grande maioria dos homens, o trabalho nada mais é do que puro desgaste da vida, Na sociedade capitalista, a

7 produtividade do trabalho aumentou simultaneamente a tão

forte rotínização, apequenamento e embrutecimento do processo de trabalho de forma que já não há nada que mais 10 nos desagrade do que trabalhar. Preferimos, a grande

maioria, fazer o que temos em comum com os outros animais: comer, dormir, descansar, acasalar.

13 Nossa capacidade de trabalho, a potência humana de transformação e emancipação de iodos, Ficou limitada a ser apenas o nosso meio de ganhar pão, Capacidade, potência, 16 criação, o trabalho foi transformado pelo capital no seu

contrário. Tomou-se o instrumento de alienação no sentido clássico da palavra: o ato de entregar ao outro o que é nosso, 19 nosso tempo de vida.

Emir Sader. Trabalhemos menos, trabalhemos todos. In: Correio Braziliense, 18/11/2007 {com adaptações). Julgue o seguinte item a respeito do texto acima:

As substituições de "Preferimos” (R. 10) por Prefere e de “temos” (R.11) por tem preservam a correção gramatical do texto, mas enfraquecem a argumentação de que é a maioria de nós “homens” (R.5) que prefere "comer, dormir, descansar, acasalar” (R.12).

pí Mais uma vez, o examinador explora o emprego da 1.a pessoa do plurai. Tsm razão ao afirmar !| que, ainda que gramaticalmente correta, a conjugação verbai na 3.a pessoa do singular preju-

B dicaria a argumentação, excluindo o autor do grupo de homens que preferem comer, dormir,

descansar e acasalar, como os demais animais. Item certo. EH (UnB CESPE/PC ES - Períto/2006)

1 O ser humano é a medida de todas as coisas. Peio tamanho do ser humano se mede a vastidão do universo, assim como pelo palmo e pela braça se começou a medir a

4 Terra. Todo o conhecimento do mundo se faz de uma perspectiva humana, todo o julgamento das coisas do mundo se faz por um parâmetro humano. Assim, enaltecer o senso 7 moral do ser humano não é um floreio de linguagem que a única espécie que fala faz, é valorizar este frágil instrumento de medição pelo qual a vida revela seu sentido. O ser humano

10 ou é moral, e julga tudo por um prisma moral, ou é apenas um

mecanismo inútil.

O liberalismo pensa estar defendendo o indivíduo

13 quando nega a primazia do social ou quando diz que uma

sociedade é apenas um conjunto de ambições autônomas.

O culto ao individualismo seria um culto à liberdade se não

16 elegesse como seu paradigma supremo a liberdade de lucrar, e como referência moral a moral do mercado. Se não fosse apenas a última das muitas tentativas de substituir o ser

19 humano como a medida de tudo, e seu direito à vida e à

dignidade como o único direito a ser cultuado. Já tentaram

rebaixar o hom em a mero servo de uma ordem divina, a

22 autômato descartável de engrenagens industriais, a estatística

sem identidade de regimes totalitários, e agora a uma

comodidade entre outras comodidades, com nenhuma

25 liberdade para escolher seu destino individual e o mundo em

que quer viver. Mas o indivíduo só é realmente um indivíduo em uma sociedade igualitária, como só existirá liberdade real 28 onde os valores neoliberais não prevalecerem.

Luís F ernan do V e ríss im o . In te rn e t: < h ttp ://w w w .d h n e t.o rg .b r>. A c e s s o em fev./2G06.

Em reiação ao texto, julg ue o item a seguir:

A substituição de “se mede” (R.2) por é m edida mantém a correção gramatical e as inform ações originais do período.

I| Essa questão é o nosso ponto de partida para o estudo das VOZES VERBAIS.

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