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Os pronomes demonstrativos possuem duas funções lingüísticas:

1.a função - indicar a posição dos seres no espaço e no tempo, chamada de função dêiti- ;; ca.

Ao se referir ao momento presente (referência temporal) ou a algo que está próximo do falante , (referência espacial), usam-se este, esta, isto; em relação a momento passado (temporal) ou próximo do ouvinte (espacial), usam-se esse, essa, Isso; para se referir a momentos distantes (tanto no futuro quanto no passado - temporal) ou a algo que está distante dos dois (falante }: e ouvinte), usam-se aquele, aquela, aquilo,

jí. Exemplos:

ÍV! Naquela época (período distante), usava-se espartilho.

h Naquele ano de 1969, o país foi submetido a uma das piores ditaduras da história uni- j;.; versai.

Neste momento, estão todos dormindo (momento atual). Nesse fim de semana (o que passou), fomos ao teatro. Neste fim de semana (o que está por vir), iremos ao teatro.

!;-■ Em relação ao espaço, este/esta/isto indicam o que se encontra próximo do falante; esse/essa/ isso, longe do falante, mas próximo do ouvinte; aquele/aquela/aquilo, longe de ambos. v.; É da essência dos pronomes demonstrativos esse caráter dêitico, ainda que não seja privilégio : ■ seu. Outros pronomes, como os pessoais, por exemplo, aíguns advérbios (aqui, ali, agora) e F: substantivos também se prestam a essa função lingüística.

i: : 2.a função - substituir elementos textuais em referência anafórica (se o termo for antecedente ao pronome) ou catafórica (em caso de termo referente após o pronome).

Quando houver mais de um elemento textual aos quais iremos fazer menção, podemos usar b “este” para o mais próximo e “aquele” para o mais distante. Exemplo: “Paulo e Mauro foram aprovados no concurso. Este (Mauro) irá para Porto Alegre, enquanto que aquele (Paulo), para i • Manaus” ou “Estes argumentos [os que foram mencionados imediatamente antes desta citação] fj se contrapõem àqueles apresentados no início do debate”.

Podemos, então, resumir o emprego dos pronomes demonstrativos em referências tex- ; tuais:

Forma 1 — Quando um pronome demonstrativo faz referência a algo já mencionado no texto, ou seja, a algo que está no “paSSado” do texto, deve-se usar ESSE/ESSA/ISSO (com o SS do paSSado). Se a referência ainda vier a ser apresentada (pertence ao fuluro), usa-se ESTE/ ESTA/iSTO (com o T do fuTuro) - gostou dessa dica mnemônica?

Forma 2 - Quando se citam dois elementos, retoma-se o último, ou seja, o mais próximo, pelo pronome “este” (ou “esta”, “estes", “estas”). O primeiro elemento citado, isto é, o mais distante, é retomado por “aquele” (ou suas fiexões). Exemplo: “João e Pedro farão a prova para o Tribunal de Contas da União. Este para Analista e aquele para Técnico". Nesta construção, “este” é o referente mais próximo (Pedro) e aquele, o mais distante (João).

; CUIDADO! Modernamente, reduziu-se o rigor no emprego do pronome demonstrativo em refe- rências textuais, inciusive em reiação às provas (como vimos nesta questão, em que, mesmo se : referindo à expressão já mencionada, usou o “este"), mas, em textos formais, como pareceres e provas dissertativas, deve-se observar o correto emprego dos pronomes demonstrativos. E S (UnB CESPE/TRT 10.a REGIÃO - Analista/2005)

1 Desde que Montesquieu, no século XVIII, em

O Esoírito das Leis, definiu as linhas básicas do sistema

democrático de governo, a ciência política não logrou 4 conceber, até os nossos dias, forma mais significativa de

expressão da vontade de um povo no que se refere à convivência em uma sociedade politicamente organizada 7 do que a estabelecida por ele, genialmente, na clássica

tríplice separação dos poderes do Estado.

O Estado, entidade inanimada e abstrata, que, ao se

10 realizar, materializa-se na concreção de formas, atos e sentidos, traduz-se nesse imensurável complexo de ações que dão substância ao desejo de conformação política de uma 13 nação,

Internet: <http://www.stf.gov.br/noticias/imprensa>. Em reiação ao texto acima, julgue os itens que se seguem:

Em “a estabelecida” (R.7), subentende-se, como recurso de coesão textual, a elipse da palavra “forma”, citada na linha 4.

| Note que, com o pronome demonstrativo antes do adjetivo, encontra-se latente a palavra “forma”: U "... a ciêncía política não logrou conceber, até os nossos dias, forma mais significativa | de expressão da vontade de um povo (...) do que a [FORMA] estabelecida p o r ele, ge- | nialmente, na clássica tríplice separação dos poderes do Estado”.

£ Evitou-se sua repetição, como bem afirmou o examinador, como um recurso de coesão textual, U apondo, em seu lugar, o pronome demonstrativo “a”. Item certo.

EEl O pronome masculino singular “ele” (R.7) está sendo empregado como recurso co- esivo que retoma o termo antecedente “povo” (R.5).

| ‘ Quem estabeleceu, de forma genial, a clássica tríplice separação dos poderes? O povo? Não! Foi Montesquieu, escritor e filósofo francês, célebre por sua teoria da separação dos poderes, f; Em função disso, está ERRADA a assertiva. Note a importância da perfeita compreensão textual £ na identificação das referências pronominais. Item errado.

I S (UnB CESPE/IRBr Diplomata/2006) Cuias Canções

1 É costume cada um colocar sua profissão ou títulos nos cartões de visitas. No tempo das guerras cisplatinas até ficou famoso alguém que assim se apresentava: “José Maria da

PORTUGUÊS - Questões comentadas - CESPE

4 Conceição - tenente dos Colorados”.

Ora, quem escreve estas linhas já recebeu alguns

títulos da generosidade de seus conterrâneos. Se pusesse todos 7 eles, seria pedante; escolher um só seria indelicadeza para

com os outros proponentes.

Quanto a mim, sempre fui de opinião que bastava o

10 nome da pessoa, sem a vaidade de títuios secundários. /Was eis que a minha camareira fez-me cair em tentação. Dá-se o caso que saiu a edição do meu livro Canções, ilustrado por Noêmía 13 e que, ao ser noticiado por Nilo Tapecoara no Bric-à-brac da

vida, este o publicou com o meu retrato em duas colunas e, abaixo do mesmo, uma notícia que assim principiava, com a 16 primeira linha impressa em letras maiúsculas: MÁRIO

QUINTANA, CUJAS CANÇÕES etc. etc...

Ora, na manhã daquele dia, ao servir-me o café na 19 cama, sia Benedita não podia ocultar o orgulho que lhe

causava o seu hóspede e repetia: “Cujas canções, hein, cujas canções!”.

22 O seu maior respeito era devido, sem dúvida, à misteriosa palavra “cujas”.

Mario Quintana. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguiiar, 2005, p. 959. Julgue os próximos itens, relativos a análises de fatos lingüísticos do texto: Os termos “quem” (R.5), “mim” (R.9) e “hóspede” (R.20) estão empregados em re­ ferência a pessoas diferentes.

Acordo Ortográfico: houve alteração na grafia de “lingüísticos". Que prazer ler um texto como esse em prova, não é mesmo?

Belissimamente, o autor faz diversas referências textuais de modo bastante variado e até sutil. Um desses exemplos é o emprego do pronome indefinido “quem” em “quem escreve estas

linhas já recebeu alguns títulos da generosidade de seus conterrâneos” que, com sua

modéstia, faz saber ser dono de diversos títulos.

í Esse pronome indefinido possui o mesmo referente das expressões “Quanto a mim" e “hôs~ í pede”, este último possível de ser identificado a partir de outra referência na oração anterior K (“ao servir-me o café na cama...”) - o autor Mario Quintana. Item errado.

m O pronome “este” (R.14) refere-se a seu antecedente, o “Bric-à-brac da vida”.

^ O pronome demonstrativo faz menção a “Nilo Tapecoara”, autor da notícia, e não a “Bric-à-brac r da Vida”, nome da seção do Jornal Correio do Povo, de Porto Alegre, organizada por este :: jornalista. Item errado.

& E não era somente a camareira que desconhecia o sentido e emprego do pronome “cujas”.

p Muitos de nós até hoje temem usá-lo, seja por desconhecimento, seja no intuito de não parecer ;; pedante. Parece que o “cujo” virou “de cujus'’, partiu dessa para melhor. Coitado!

: Prepare-se para enfrentar esses pronomes relativos em prova (inclusive o finado “cujo”). {BS (UnB CESPE/TSE - Técnico/2007)

1 Distraídos com a discussão sobre os índices de

crescimento, deixamos de perceber que desenvolvimento é o processo contínuo pelo qual uma sociedade aprende a 4 administrar realidades cada vez mais complexas.

Quando dizemos que os suíços ou suecos são

desenvolvidos, o que temos em mente não é apenas que eles 7 são mais ricos que nós. O que está subentendido é que

também sabem gerir melhor os trens e as escolas primárias, as fíorestas e os hospitais, as universidades e as penitenciárias, 10 os museus e os tribunais. Em outras palavras, ser

desenvolvido é uma totalidade.

No Brasil temos ilhas de excelência: o Departamento 13 do Tesouro, a ENIBRAPA, o Itamaraty, entre outras. Mas

estão afogadas em oceano de incompetência, em certos pontos com profundidades abissais. As demandas de exigência 16 crescente de uma sociedade dinâmica são atendidas pelas

ithas de eficiência, mas logo se atolam nos gargalos da inépcia.

Rubens Ricupero. Folha de S.Paulo, 26/11/2006, p. B2 (com adaptações). Em relação ao texto acima, julgue o item que se segue:

A substituição de “peto quai” (R.3) por cuia mantém a correção gramatical do pe­ ríodo.

Sem dúvida, dos pronomes, o relativo é o mais recorrente em questões de prova. E, dos pro­ nomes relativos, o “cujo” ganha em disparada. Por isso, é tão importante o estudo e domínio de seu conceito.

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