Programa Residência Agrária
APROFUNDANDO O DESVENDAMENTO DAS SINGULARIDADES DO CAMPO:
O CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO
O Curso de Especialização em Agricultura Familiar e Cam- ponesa e Educação do Campo da região Nordeste 2 possibilitou o apro- fundamento compreensivo das particularidades das pessoas do campo. Com 59 alunos, o Curso foi coordenado pelo Centro de Formação de Tecnólogos – CFT, Campus III da Universidade Federal da Paraíba - UFPB e teve a parceria da Universidade Federal do Recôncavo Baiano - UFBA, a Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE e a Universidade Federal do Sergipe - UFS. Para a elaboração do Curso foram realizados vários encontros com representantes das Universida- des parceiras, além da participação de integrantes dos Movimentos So- ciais, sobretudo com os do MST e representantes do PRONERA, MDA e INCRA. O Curso de Pós-Graduação Lato Sensu, em nível de Espe- cialização foi aprovado pela UFPB no dia 20 de outubro de 2005 (Pro- cesso nº 23074.035232/05-90), sob a responsabilidade do Departamen- to de Ciências Básicas e Sociais - DCBS do Centro de Formação de Tecnólogos - CFT, Campus III.
Dos objetivos do Curso de Especialização
O objetivo geral do Curso de Especialização em Agricultura Familiar e Camponesa e Educação do Campo da região Nordeste 2 foi de preparar profi ssionais das Ciências Agrárias e áreas correlatas para intera- gir e intervir adequadamente nas áreas de Reforma Agrária buscando, assim, contribuir para o processo de desenvolvimento sustentável e para a melhoria da qualidade de vida dos que vivem no campo brasileiro.
Como objetivos específi cos destacam-se os de:
promover a formação técnico-humanista de estudantes e profi ssionais para a atuação junto a assentamentos e comunidades de agricultores familiares;
A Metodologia do Curso
Para a realização dos objetivos e metas propostos para o Curso de Especialização foram tomados como ponto de partida os encaminha- mentos metodológicos referenciados nas propostas do Programa Nacio- nal de Educação na Reforma Agrária - PRONERA e em princípios da abordagem de pesquisa interpretativista (ARNAL et all, 1992), especial- mente da Pesquisa-Ação.
Para o PRONERA a pesquisa foi apresentada como estratégia e elemento constitutivo de todas as etapas do Curso. O Programa sempre apresentou a pesquisa como instrumento intermediador dos processos de apropriação, reconstrução, produção do conhecimento, da experiência nos termos anteriormente discutidos. Segundo o Programa, as atividades de pesquisa deveriam envolver estudos teóricos e práticos de problemas específi cos da Assistência Técnica, e, ou educacionais do campo e do homem do campo.
A concepção epistemológica que permeou a produção do co- nhecimento, no âmbito da metodologia das pesquisas desenvolvidas pelos discentes do Curso, implicou atividades que compreenderam o homem como sujeito epistêmico, interativo, singular, constituído e constitutivo das/nas relações culturais, dialógicas, históricas e sociais.
As metodologias de pesquisas fi liadas à abordagem interpretati- vista, especialmente a Pesquisa-Ação rompe com a dicotomia teoria/prá- tica, sujeito/objeto. Esta abordagem metodológica sugere modos de inter- pretar no percurso da pesquisa as várias formas da realidade (social, cul- tural, econômica psíquica) e a prática, por sua vez, instiga novos modos de interpretar e elaborar teoricamente os fenômenos investigados. Teoria e prática tornam-se campo de confrontos objetivando o alargamento e redefi nições do conhecimento científi co. Neste campo de confronto os sujeitos pesquisadores interagem não mais conduzidos pela dicotomia sujeitos/objetos. Todos os sujeitos envolvidos na pesquisa são interativos, possuidores de interpretações singularizadas. Nesta concepção a pesquisa e seus resultados são mapeados baseando-se no entrelaçamento das con- dições sociais de produção na qual foi realizada e no ambiente social, cultural, políticos dos sujeitos envolvidos.
Assim, no contexto das pesquisas realizadas no Curso de Espe- cialização, a Pesquisa-Ação foi considerada uma estratégia metodológica que possibilitou amplas interações entre os pesquisadores e os atores so- ciais vinculados pelo trabalho ao campo. Foi no espaço da interação, campo de pesquisa, que os pesquisadores com suas experiências, conhe- prática produtiva comunitária, sobre a preservação do meio ambiente e
agricultura orgânica. A constituição destes valores no processo de for- mação dos alunos sugere compreensões sobre a complexidade do ho- mem e de suas inter-relações, inclusive aquelas relacionadas com os meios de subsistência. É interessante salientar que este Curso comun- gou com as reivindicações e lutas da Articulação Nacional por uma Educação do Campo.
A ancoragem teórica
O Curso de Especialização em Agricultura Familiar e Campo- nesa e Educação do Campo tem como ponto de ancoragem os princípios da Pedagogia da Alternância, que tem por fi nalidade contribuir para o desenvolvimento sustentável do campo, através da educação integral da pessoa humana, dentro do espírito de solidariedade. O princípio é que a vida é uma escola e, muitas vezes, a escola se distancia da realidade da vida, especialmente da vida no campo. A Alternância oportunizou aos alunos e técnicos, em um primeiro momento, compartilhar com o homem do campo suas relações sociais e de trabalho, seus problemas, dilemas, con- quistas, e, em outro momento, foi possível discutir, estudar, problemati- zar as representações constituídas nesta partilha.
A Alternância é uma pedagogia da parceria, onde acontece uma inter-relação entre o conhecimento do homem do campo, com o saber elaborado dos alunos e técnicos das Ciências Agrárias. Nestas relações todos são fortalecidos pelo equilíbrio da alternância. Todos têm signifi ca- tivo papel neste percurso de ação, refl exão, teoria e prática.
A intenção da proposta do Curso de Especialização da região Nordeste 2 foi de confi rmar a existência de um conjunto de forças in- ternas e externas para mover os sujeitos envolvidos e colocá-los a servi- ço dos interesses da maioria da população rural. No entendimento da Pedagogia da Alternância isto consiste exatamente em defi nir os papéis de cada protagonista para buscar respostas e alternativas para os proble- mas diagnosticados. Por outro lado, a Pedagogia da Alternância rompe com a divisão hierárquica entre o manual/intelectual, o puro/aplicado, o abstrato/concreto, na tentativa de retomar a formação humana integral e holística.
Nestes termos, os alunos do Curso vivenciaram uma proposta didático-pedagógica fundamentada nos princípios de uma pedagogia entremeada a uma proposta profi ssional e política comprometida com as transformações sociais e educacionais.
Educação do Campo e Formação Profi ssional: a experiência do Programa Residência Agrária Capítulo 2 Matriz Regional
para organizar o tempo e o espaço das atividades pedagógicas, de pesquisa, e convivência do educando, professores e técnicos com os agricultores familiares e assentamentos.
O Tempo-Escola esteve relacionado aos períodos destinados ao desenvolvimento dos componentes curriculares no ambiente acadêmico ou espaço de formação. Nesta fase, se desenvolveram as aulas onde foram apresentados e discutidos conceitos, matrizes epistemológicas e teorias em constante interação com situações problemas e cotidianas, vivenciadas pelos educandos no Tempo-Comunidade.
O Tempo-Escola também se destinou ao estudo, refl exões e orientação dos trabalhos de pesquisa. Nesta etapa os educandos apresen- taram narrativas, relatos pessoais, levantamento de dados de suas vivências e investigações realizadas no Tempo-Comunidade.
Em relação ao Tempo-Escola o Curso foi realizado em 5 etapas presenciais de aproximadamente 19 dias letivos cada, totalizando uma carga horária de 600 horas e 40 créditos.
QUADRO 2: Estrutura curricular do Curso de Especialização Agricultura Familiar e Camponesa e Educação do Campo – Nordeste II
Campo e Desenvolvimento Agrário Agroecologia Identidade Camponesa Economia Metodologias Participativas
Eixos temáticos Componentes Curriculares Créditos Carga horária
1. Formação Social Brasileira I 2. Campo e Desenvolvimento no Brasil 3. Questão Agrária
Total
1. Princípios e bases da Agroecologia 2. Agroecossistemas 3. Sistemas Agrosilvopastoris Total 1. Matrizes Formadoras 2. Educação do Campo I 3. Educação do Campo II 4. Diversidade Cultural Total 5. Economia Política
6. Planejamento de Unidades Produtivas 7. Gestão de Unidades Produtivas 8. Agroindústria Familiar e Camponesa Total
1. Metodologia de Pesquisa Participativa Pesquisa-Ação
2. Didática
3. Estudo Independente I 4. Estudo Independente II 5. Estudo Independente III 6. Estudo Independente IV 7. Monografi a
8. Seminários de Vivência nos estados Total 45 h 30 h 15 h 90 h 45 h 30 h 45 h 120 h 30 h 30 h 30 h 30 h 120 h 30 h 30 h 30 h 45 h 135 h 30 h 45 h 15 h 15 h 15 15 135 h 600h 3 2 1 3 2 3 2 2 2 2 2 2 2 3 2 3 1 1 1 1 cimentos teóricos e em contato com múltiplos aspectos e sujeitos do
campo conseguiram elaborar, entender, compreender a(s) realidade(s) investigadas. No âmbito deste Curso, as atividades e ações de resoluções de problemas ou esclarecimento dos problemas encontrados, critérios essenciais da metodologia de Pesquisa-Ação, foram efetivados em forma de ensaios, uma vez que os alunos ainda se encontravam em processo de formação.
Uma prática importante adotada, como perspectiva metodoló- gica do Curso de Especialização do Residência Agrária, no processo de elaboração e produção do conhecimento, foi a adesão a uma postura in- terdisciplinar. Do ponto de vista epistemológico, a interdisciplinaridade refere-se a métodos, estudos e ensino de determinados objetos de conhe- cimento, em interação com várias disciplinas. Esta interação é garantida por diálogos e leituras que tecem as relações de entrelaçamento entre o objeto investigado em determinada área de conhecimento, com os con- teúdos e conhecimentos específi cos produzidos no interior de outras áreas de conhecimento ou disciplinas.
As relações vivenciadas durante o Tempo-Comunidade e a interdisciplinaridade possibilitaram novos modos de conhecimentos para o educando através da ação dialógica, co-participativa que promoveu a integração recíproca em articulação com os saberes, vivências, experiên- cias dos agricultores familiares e assentados.
Neste contexto de troca, de co-participação entre os sujeitos interlocutores, a interdisciplinaridade estabelece uma relação de recipro- cidade, de mutualidade, de interação, que possibilitou o dialogo entre os interessados, sujeitos da ação (FAZENDA, 1994).
Assim, inseridos na dimensão interdisciplinar, os professores, os educandos, os homens do campo e os técnicos engajaram-se em processos de investigação, de re-descoberta e reconstrução crítica e coletiva do conhe- cimento. Ao partilhar do jogo dialógico das idéias, das refl exões e constru- ções de sentidos, cada participante se tornou simultaneamente “ator” e autor no âmbito da educação através de processos de re-elaboração dos pontos de vista e da inauguração de novas concepções educativas. E no campo das opções científi co-tecnológicas e da Assistência Técnica, novas concepções com base nos fundamentos agroecológicos foram construídas.
Tempo-Escola e Tempo-Comunidade
O Curso de Especialização foi dividido em duas etapas interde- pendentes – Tempo-Escola e o Tempo-Comunidade, como estratégia
Construção do Histórico e do Plano de Desenvolvimento do Assentamento Florestan Fernandes (PDA), do Município de Pilões – PB.
Cultura Camponesa, Identidade e Ação Coletiva.
Avaliação de um composto biológico a base de plantas do semi-árido na alimentação de galinhas caipiras.
Desenvolvimento de um composto biológico a base de plan- tas do semi-árido para alimentar galinhas caipiras.
Avaliação de um Genótipo de Frango Caipira em Sistema de Produção Orgânica na Agricultura Familiar.
Fitoterapia na prevenção e tratamento das doenças dos ani- mais - uma perspectiva sustentável.
Projeto de Assentamento Cajueiro/SE: dinâmica e perspecti- vas para a promoção do Desenvolvimento Sustentável - SE.
A construção do conhecimento no manejo de irrigação no Assentamento Dandara, Malhador – SE.
Caracterização do sistema de criação de aves no projeto de Assentamento Moacyr Wanderley em Sergipe.
Inserção dos jovens do Assentamento Mucambinho no le- vantamento e preservação de espécies frutíferas e forrageiras – BA.
A linha de pesquisa Produção Familiar e Camponesa e Agroecologia, em interação com as pesquisas desenvolvidas no âmbito de estudos direcionados ao desenvolvimento sustentável no campo trabalhou com plantas da região do semi-árido com qualidade química para a alimentação de aves. Também foram desenvolvidos trabalhos que sensibilizaram o homem do campo para valorizar as pastagens nativas, caatinga, com grande utilidade na criação ani- mal e como alternativa na redução dos custos de produção. Os trabalhos empíricos e acadêmicos desenvolvidos nesta linha de pesquisa colaboraram para que o agricultor valorizasse a caatinga e observasse a capacidade e dis- ponibilidade das plantas forrageiras. Este tipo de trabalho provocou o inte- resse dos agricultores pela preservação dos recursos naturais existentes na região do sertão, como também do sistema pecuário sustentável para a Agri- cultura Familiar e Camponesa. Os estudos desenvolvidos foram:
Alternativas para a melhoria da qualidade da água para abas- tecimento humano no Assentamento Assembléia, Jaguaguara-BA.
Implantação da Feira Agroecológica no Assentamento Santa Helena – PB.
A agricultura orgânica como base na produção da Agricultura Familiar em Assentamento de Reforma Agrária.
Exploração da caatinga e restos culturais no manejo alimentar sustentável de ovinos no Assentamento Pedro Henrique.
O Tempo-Comunidade referiu-se às horas destinadas ao tra- balho de campo. Neste período os educandos tiveram a oportunidade de aprofundar sua pesquisa revendo as situações-problema, observando suas minúcias, alargando os dados coletados, mantendo novos contatos com os agricultores familiares e assentados.
Neste tempo, os alunos utilizaram técnicas de pesquisa como observação participante, Pesquisa-Ação, registros em diários de campo, registros através de fotografi as e entrevistas abertas. Estes estudos e re- gistros alimentaram as possibilidades de interpretar a realidade prática com base nos referenciais teóricos estudados e redimensionaram os paradigmas científi cos a partir das realidades interpretadas em seus múl- tiplos fenômenos.
As atividades desenvolvidas durante o Tempo-Comunidade foram orientadas e acompanhadas pelos professores orientadores e técni- cos da Assistência Técnica.
Sobre as Linhas de Pesquisa
A aglutinação das linhas de pesquisa Campo e Desenvolvimen- to, Produção Familiar e Camponesa, Agroecologia, Educação, Trabalho, Cultura e Desenvolvimento Humano e a inserção dos alunos/professores pesquisadores permitiram, com base na aprendizagem de elaboração de diagnóstico, problematizar a realidade estudada, conhecer as potenciali- dades, as difi culdades, a heterogeneidade dos problemas localizados nas regiões de estudo. O envolvimento dos alunos em suas pesquisas possi- bilitaram aprender a identifi car e diferenciar os pontos de estrangulamen- to responsáveis pelas difi culdades enfrentadas pela Agricultura Familiar e Camponesa e os fatores que impelem as crianças, os jovens e os adultos a uma escolarização tão abreviada.
A linha de pesquisa Campo e Desenvolvimento incorporou traba- lhos que dialogaram com a diversifi cação da produção para melhorar a sustentabilidade da Agricultura Familiar e Camponesa visando o aumen- to da produtividade e a melhoria da qualidade de vida dos produtores familiares, além da preservação ambiental adequada à defesa do solo. Ex- ploraram através do estudo o potencial produtivo da terra para a diversi- fi cação da alimentação das famílias e da renda da economia familiar a partir da comercialização dos produtos diferenciados para o mercado consumidor. Os estudos desenvolvidos foram:
Organização dos produtores familiares do Assentamento Nossa Senhora da Boa Hora, em Nossa Senhora da Glória - SE.
Educação do Campo e Formação Profi ssional: a experiência do Programa Residência Agrária Capítulo 2 Matriz Regional
A linha Educação, Trabalho, Cultura e Desenvolvimento Humano envolveu experiências escolares e educacionais mais amplas. Para isso, foram desenvolvidas atividades educativas que integraram trocas de infor- mações, discussões, conceitos de novas práticas e vivências na escola e na comunidade. Os trabalhos de pesquisa propiciaram a vivência de uma práxis com atitudes, que envolveram novos valores e uma nova ética am- biental através de práticas educativas dialógicas, que tematizou problemá- ticas como o respeito a diversidade cultural, e as experiências dos assenta- dos e das assentadas. Os estudos desenvolvidos foram:
Educação Ambiental no campo e na Escola Municipal Profª Beatriz Lopes do Assentamento Antônio Conselheiro, no município de São Miguel de Taipu – PB.
Educação Escolar no Assentamento Santa Vitória: estudando as causas e conseqüências do baixo nível de escolarização da população do assentamento.
Preparação metodológica de Professores do Assentamento Florestan Fernandes, do Município de Pilões-PB, utilizando uma Horta Didática como complementação na alfabetização de crianças, jovens e adultos.
Resgate do conhecimento tradicional e interesse por plantas inseticidas em sala de aula do Assentamento Pedro Henrique.
O trabalho feminino no Assentamento Sta. Helena: atividades
complementares à Agricultura Familiar .
Educação Ambiental no campo e na Escola Municipal do As- sentamento “Chico Mendes”, no município de Riachão do Poço – PB.
Evasão Escolar: uma problemática no Assentamento Oziel Pereira.
Caatinga apóia educação escolar contextualizada para convi- vência com o semi-árido: Agrovila Nova Esperança e Escola Rural de Ouricuri.
Formação política e técnico-prática (Pé-no-Chão) dos fi lhos e fi lhas de assentados e acampados do MST em Pernambuco.
Comunidades de Julião e de Pé de Serra: construindo asso- ciativismo na Caatinga.
A educação ambiental no enfrentamento da problemática dos resíduos sólidos no Assentamento Antonio Conselheiro, Santa Luz-BA.
O Assentamento Menino Jesus, Água Fria-Bahia, enquanto es- paço de ressignifi cação e construção identitária: um olhar a partir dos jovens. Identifi cação de estratégias para a melhoria da comunicação interna no Assentamento Menino Jesus, Água Fria - BA.
Viveiros de mudas na recuperação ambiental e no aumento da diversidade de Agroecossistemas na Caatinga.
Fruticultura agroecológica irrigada utilizando o controle de pragas e doenças com defensivos naturais.
Preservação e manejo de abelhas indígenas sem ferrão em Ouricuri-PE.
O impacto da produção das mulheres na renda e na Seguran- ça Alimentar e Nutricional de suas famílias.
Caracterização do sistema de produção no Assentamento 8 de outubro sob uma visão sistêmica - SE.
Estudo da atividade apícola desenvolvida pelos assentados no Assentamento Menino Jesus localizado no município de Água Fria - BA.
Prática de manejos de Sistemas Agrofl orestais na Zona da Mata Atlântica Pernambucana.
Potencial de comercialização coletiva do maracujá pelos agricultores familiares do Assentamento Assembléia no município de Jaguaguara - BA.
Grau de sustentabilidade percebida no Assentamento Vila Rica a partir do conceito de multifuncionalidade da Agricultura Familiar.
Impacto da modernização da agricultura sobre os recursos naturais no Território de Irecê-Bahia.
Aceitabilidade de espécies forrageiras da caatinga, por ovinos, no Assentamento Mucambinho, em Santa Luz-BA: o caso do Jovem Pelé.
Na linha de pesquisa Economia Camponesa enfatizou-se temáti- cas como a inserção dos jovens e das mulheres na economia camponesa, o associativismo e práticas solidárias e estudos sobre os sistemas agrossil- vipastoril. As pesquisas desenvolvidas nessa perspectiva foram:
O caso das mulheres agricultoras e benefi ciadoras de alimen- tos de Monte Alegre, Afogados da Ingazeira - PE.
Comercialização como fator de fortalecimento do associativis- mo e de práticas solidárias: Assentamento Minguito, Rio Formoso – PE.
Inserção de jovens no processo de produção agrícola e forta- lecimento da identidade campesina no Assentamento Nova Canaã do município de Tracunhaém - PE.
Estudo das atividades do viveiro de mudas do Assentamento Antônio Conselheiro, Gameleira – PE, na perspectiva do engajamento comunitário e produtividade sustentável agroecológica.
As alternativas encontradas pelas mulheres como uma das estratégias de sobrevivência: o caso das agricultoras que integram a Rede de Mulheres Produtoras da Rede do Pajeú.
Considera-se que as mudanças freqüentes de perspectivas bu- rocráticas, experimentadas no percurso do Programa Residência Agrária, emperraram seu fl uxo. No início do Programa havia um contingente signifi cativo de pessoas se propondo a trabalhar. No entanto, quando o Programa entrou na dinâmica do movimento poucas pessoas se envolve- ram em sua efetiva aplicação. A solução dos problemas experimentados durante a execução do Programa Residência Agrária fi cou centralizada sob a responsabilidade de um grupo restrito.
Outra questão pontual diz respeito à falta de regularidade no recebimento das bolsas pelos alunos e num momento posterior, muitas incertezas sobre o seu recebimento.
Também provocou desânimo nos alunos para prosseguir nas atividades do Tempo-Comunidade devido a falta de condições fi nancei- ras. Por um lado, não recebiam as bolsas, por outro, não mantinham vínculo empregatício, pois, preferiram aderir à exigência que o Programa estabeleceu de que o aluno não tivesse vínculo.
O texto fi naliza aqui, contudo, acredita-se que todas as relações e pessoas, as que fi caram no meio da travessia, as que apenas observaram ao longe, as que aderiram por inteiro ao Programa Residência Agrária con- tinuam aprendendo...
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARNAL, J.; DEL, Ricon; D. Latorre. A investigación: fundamentos y metodologias. Barcelona: Editorial Labor, 1992.
FAZENDA, Ivani, C. Interdisciplinaridade: História, teoria e pesqui- sa. Campinas/São Paulo: Papirus, 1994.