• Nenhum resultado encontrado

GÊNESE HISTÓRICA DO PROGRAMA RESIDÊNCIA AGRÁRIA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

No documento EDUC A ÇÃO DO CAM PO E F (páginas 45-47)

Programa Residência Agrária

GÊNESE HISTÓRICA DO PROGRAMA RESIDÊNCIA AGRÁRIA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

Certamente que neste relato aparecerão, muito mais, descrições afi nadas. Os acontecimentos desafi nados como as tensões, confl itos, dis- putas, angústias fi carão no subterrâneo da história das lembranças de cada pessoa que protagonizaram este trabalho. Mas é importante destacar que no contexto de qualquer relação humana, as pessoas não são iguais, por- que são singularizadas e sempre haverá, assim como houve neste trabalho, momentos de estabilidade, de instabilidades, desacordos, sensibilidades exasperadas. Mas há de convir, que estas características da condição hu- mana provocam o trans(fazer) da história de vida das pessoas, dos movi- mentos sociais, políticos, das agências de educação.

A seguir apresentaremos uma breve narrativa da gênese histó- rica do Programa Residência Agrária na Paraíba.

No mês de agosto de 2004 foi elaborado para a primeira etapa de estágio de vivência do campo, o projeto de extensão intitulado Qualifi cação de Graduados e Técnicos de Nível Superior Ciências Agrárias para a Edu- cação do Campo nas áreas de Reforma Agrária e Agricultura Familiar, e delineado com o objetivo de elaborar a qualidade da formação técnica e humanista dos jovens estudantes e profi ssionais técnicos, que atuaram em parceria com os assentados e comunidades de agricultores familiares.

Outra intenção do projeto de extensão foi dar oportunidade aos alunos do Curso de Ciências Agrárias de integrar os conhecimentos téc- nicos dos assentados/assentamentos com os conhecimentos que adquiri- ram ao longo do curso, e, em contra partida, conhecer e estreitar a apro- ximação com a realidade rural dos assentados.

Educação do Campo e Formação Profi ssional: a experiência do Programa Residência Agrária Capítulo 2 Matriz Regional

no conhecimento de novas metodologias de atuação, direcionadas para o uso de tecnologias necessárias às inovações das relações de produção do trabalho no campo.

Técnico de Nível Superior

De acordo com o Programa os projetos deveriam contemplar a participação de técnicos das instituições governamentais e não governa- mentais e dos movimentos sociais, desde que tivessem concluído Curso Superior em Ciências Agrárias.

A função do técnico no Projeto foi o de orientar e contribuir na formação do aluno com seu conhecimento técnico-científi co e possibili- tar ao jovem estudante interagir com conhecimentos e práticas que en- volviam a compreensão do desenvolvimento sustentável, tomando como base o saber e a experiência das comunidades tradicionais. Os técnicos apresentaram aos alunos situações reais que envolviam a melhoria da produção agropecuária e extrativista, modelos de gestão voltada para a oferta de alimentos e matéria-prima. Também orientaram os alunos para entenderem o desenvolvimento de agroindústrias familiares, indicando possibilidades de comercialização dos produtos agrícolas e ou outros produtos que não agrícolas visando o desenvolvimento do comércio local e regional. Como alternativas sugeriram propostas de criação de feiras verdes, produtos orgânicos e produção de artesanato.

Participação dos alunos

Os critérios de seleção dos alunos seguiram as propostas esta- belecidas pelo MDA acrescidos de algumas alterações para adaptar-se à realidade local. Os alunos deveriam estar regularmente matriculado na UFPB e cursando o último semestre da graduação em Agronomia, Agroindústria, Zootecnia ou Licenciatura em Ciências Agrárias. Coube ao aluno criar e desenvolver seu projeto que foi elaborado com base em diagnósticos interpretados a partir dos problemas vivenciados pelo ho- mem do campo.

Professores orientadores

Foram atividades dos professores realizar sessões de estudos, discussões e refl exões acerca da nova paisagem histórica, social, econômi- ca do campo. Acompanharam periodicamente o trabalho e o desempenho Compuseram parcerias com este projeto o Ministério do De-

senvolvimento Agrário, o Centro de Ciências Agrárias, o Centro de Formação de Tecnólogos da Universidade Federal da Paraíba - UFPB, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST e a Comissão Pastoral da Terra - CPT.

Foi delegado ao MDA o fi nanciamento do projeto e a Univer- sidade Federal da Paraíba a participação dos formadores e discentes gra- duandos na área de Ciências Agrárias. O MST e a CPT participaram in- dicando as áreas agrárias a serem trabalhadas e em momento posterior acompanharam as atividades propostas do/no projeto. As áreas seleciona- das para a execução do projeto foram as Zonas da Mata e a Borborema, ambas localizadas no Estado da Paraíba.

As equipes foram formadas por nove professores lotados no Centro de Formação de Tecnólogos – Campus III e por professores do Centro de Ciências Agrárias – Campus II da Universidade Federal da Pa- raíba. Também compuseram esta equipe, doze alunos concluintes da gra- duação nas áreas de Agroindústria, Agronomia, Agropecuária e do Curso de Licenciatura em Ciências Agrárias do Campus II e III da UFPB e seis técnicos com nível superior que atuavam nas áreas de Reforma Agrária.

Coube aos sujeitos integrantes do projeto, Professores, Técni- cos, alunos, e assentados/as desenvolverem conjuntamente relações de solidariedade e co-responsabilidade na re-organização do campo com base

QUADRO 1: Assentamentos do MST envolvidos na pesquisa (conclusão)

Assentamento Engenho São Geraldo, Comu- nidade São Geraldo de Cima/Câmara, Alagoa Nova (PB) Assentamento Engenho São Geraldo, Comu- nidade São Geraldo de Baixo, Alagoa Nova (PB) Assentamento Oziel Pereira, Lagoa do Jogo, Remígio (PB) Assentamento São Francisco I, Pilões (PB)

Área de estágio (tipo de graduação)Estudantes/curso Técnicos Orientadores Nº de famílias

Edneide Silvestre de Araújo (Agronomia) Juliana Zomazete (Agronomia) Liduina Pinto (Zootecnia) Jerônimo Andrade (Zootecnia) Rodrigo Maia, Eng. Agrônomo Rodrigo Maia, Eng. Agrônomo José Baracho Barbosa Araújo, Bel. Administração de Cooperativas Hugo da Costa Araújo, Eng. Agrônomo Dr. Walter Esfrain Pereira, Depto. Solos e Nutrição de Plantas - CCA/UFPB, Areia (PB)

Dr. Djail Santos - Depto. Solos e Nutrição de Plantas - CCA/UFPB, Areia (PB) M.Sc. Edimar Mesquita, Depto. de Zootecnia - CCA/UFPB, Areia (PB) Dr. Severino Gonzaga Neto, Depto. de Zootecnia - CCA/UFPB, Areia (PB)

250 famílias

250 famílias

150 famílias

Acompanhamento e Avaliação do Projeto

O acompanhamento pormenorizado das atividades desenvol- vidas pelo aluno no campo foi tarefa central dos professores orientadores. O orientador acompanhou os diagnósticos elaborados pelos alunos no contexto do convívio com os assentamentos, a confecção dos relatórios, sua fundamentação teórica e problematização pertinentes às situações- problema vivenciadas pelos assentados e agricultores familiares.

Periodicamente foram avaliados se os objetivos estavam sendo alcançados. Os integrantes do Projeto se reuniam para discutir e avaliar se as ações desenvolvidas na comunidade rural estavam contribuindo para a formação dos futuros profi ssionais da área agrária. O foco do processo avaliativo centralizava-se nas interações dos alunos com a realidade do homem do campo, nos conhecimentos das particularidades das áreas de Reforma Agrária e de Agricultura Familiar e Camponesa. Observava-se se os alunos haviam elaborado os diagnósticos, o encaminhamento das atividades, quais suas difi culdades, medos, angústias e, fi nalmente, se, de fato, havia processos de promoção do desenvolvimento rural sustentável sendo desencadeados.

SOBRE OS IMPACTOS ESPERADOS DA EXECUÇÃO

No documento EDUC A ÇÃO DO CAM PO E F (páginas 45-47)

Outline

Documentos relacionados