• Nenhum resultado encontrado

Por que a ‘Nova ATER’ não sai do papel? Uma análise da visão

No documento EDUC A ÇÃO DO CAM PO E F (páginas 195-200)

dos alunos do projeto

Residência Agrária

Vivien Diesel142

Pedro Selvino Neumann143

Janisse Viero Garcia 144

José Marcos Froehlich145

142. Profa. Associada do Departamento de Educação Agrícola e Extensão Rural - UFSM. Doutora em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido - UFPA.

143. Prof. Adjunto do Dep. de Educação Agrícola e Extensão Rural - UFSM. Doutor.em Engenharia da Produção - UFSC.

144. Mestre em Extensão Rural – UFSM.

145. Prof. Adjunto do Departamento de Educação Agrícola e Extensão Rural - UFSM. Doutor.em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade – UFRRJ.

Educação do Campo e Formação Profi ssional: a experiência do Programa Residência Agrária Capítulo 5 Refl exões / Análises

entre o urbano e o rural, para a melhoria da qualidade de vida, para o for- talecimento da cidadania e para a produção de alimentos limpos.

Entende-se que as mudanças de orientação fi cam bem eviden- tes quando se examina a contraposição das características do “velho” e do

“novo” modelo de ATER (Quadro 1).146

146. Não serão analisadas as questões relativas ao modelo institucional porque fogem aos objetivos do presente trabalho.

QUADRO 1: Alguns elementos para a comparação entre tipos de Extensão Rural

Indicadores Extensão Rural agroecológica

Bases teóricas e ideológicas Principal objetivo Compreensão sobre meio ambiente Compreensão da agricultura Agricultura sustentável Metodologia Comunicação Educação Papel do agente

Extensão Rural convencional

Teoria da Difusão de Inovações. Conhecimento cientifi co em primeiro lugar.

Econômico. Incremento de renda e bem estar mediante a transferência de tecnologias. Aumento da produ- ção/ produtividade.

Bases de reCurso a ser explorada para alcançar objetivos de produção e produtividade.

Aplicação de técnicas de conserva- ção. Aplicação de técnicas e práticas agrícolas. Simplifi cação e especiali- zação.

Intensifi cação verde. Aplicação de tecnologias mais brandas e práticas conservacionistas em sistemas convencionais.

Para transferência de informações e assessoramento técnico. Participa- ção funcional dos benefi ciários. De cima para baixo. De uma fonte a um receptor. Persuasiva. Educar para a adoção de novas técnicas. Induzir ao cambio social. Professor. Repassar tecnologia e ensinar práticas.

Assessor técnico.

Desenvolvimento local. Agricultor em primeiro lugar Resistência dos camponeses. Ecossocial. Busca de estilo de desen- volvimento sócio-economicamente equilibrado e ambientalmente sustentável. Melhorar as condições de vida com proteção ao meio ambiente.

Base de reCurso que deve ser utilizada adequadamente de forma a alcançar estabilidade nos sistemas agrícolas. Evitar ou diminuir impactos ao ambiente e aos estilos de vida. Processo produtivo complexo e diversifi cado, em que ocorre a co- evolução das culturas e dos agros- sistemas.

Orientação agroecológica. Tecnologias e práticas adaptadas a agroecossistemas complexos e diferentes culturas.

Para recuperação e síntese do conhecimento local, construção de novos conhecimentos. Investigação- ação participativa.

Dialogo horizontal entre iguais. Estabelecimento de plataformas de negociação.

Democrática e participativa Incrementar o poder dos agricultores para que decidam.

Facilitador. Apoio à busca e identifi - cação de melhores opções e solu- ções técnicas e não técnicas.

Fonte: CAPORAL (2007)

precisa ser, urgentemente, compartilhada com as entidades e os agentes de ATER do setor público estatal e não estatal, para que mais pessoas possam discutir este tema e contribuir para promover mudanças[...]”. Observa-se que um conjunto de trabalhos vem abordando este tema (CAPORAL e RAMOS, 2007; DIESEL et al. 2006; SOUZA, 2006; THORNTON, 2006); entretanto, o foco destes trabalhos refere-se principalmente à pro- moção de mudanças em organizações públicas de ATER.

No presente trabalho procura-se contribuir para esta discussão analisando a experiência de graduados em Ciências Agrárias, participantes do Projeto Residência Agrária da Universidade Federal de Santa Maria - UFSM, vinculados ao Curso de Especialização em Agricultura Familiar e Camponesa e Educação do Campo (UFPR/INCRA/UFSM), que atu- aram em ONGs de ATER durante seu processo de formação nos anos de 2005 e 2006. Especifi camente, investiga-se a visão destes alunos sobre as possibilidades e difi culdades encontradas para a realização de uma ação extensionista em conformidade com os princípios preconizados pela nova Política Nacional de ATER.

Apresenta-se, inicialmente, uma caracterização dos modelos de referência da ação extensionista, analisam-se textos relativos às difi culda- des encontradas para a mudança na orientação para, depois, caracterizar e discutir a visão dos alunos participantes do Projeto Residência Agrária.

O SENTIDO DA POLÍTICA NACIONAL DE ATER

A Política Nacional de ATER, de maio de 2004, prevê um conjunto signifi cativo de mudanças em relação à confi guração institu- cional, direcionamento e orientação metodológica da ação extensionista, se comparada à proposta de ATER do período da modernização conser- vadora brasileira.

Conforme síntese de Caporal e Ramos (2007, p.3):

De acordo com a PNATER, a Extensão Rural deve contribuir para a promoção do desenvolvimento rural sustentável, com ênfase em processos de desenvolvimento endógeno, adotando-se uma abordagem sistêmica e multi- disciplinar, mediante a utilização de métodos participativos e de um para- digma tecnológico baseado nos princípios da Agroecologia. Ao mesmo tempo, a PNATER sugere que se melhorem os processos de gestão social. Estabele- ce ainda que a nova ATER é um processo educativo, permanente e conti- nuado, que se deve alicerçar em uma prática dialógica e em uma pedagogia construtivista. Essa Extensão Rural deve contribuir para uma melhor relação

Em artigo recente sobre o tema, Caporal e Ramos (2007) dis- cutem as razões que levam à inércia das organizações públicas de extensão rural no Brasil. Os autores remetem tanto aos problemas no perfi l do(s) técnico(s) quanto a problemas em nível das organizações. Ao observarem que, em muitos lugares há uma “enorme difi culdade de diálogo com os agricultores”, os autores comentam que “há uma postura do agente de ATER que difi culta o saber ouvir e compreender o que os agricultores pensam, sabem e desejam. Os extensionistas também têm difi culdade para transmitir suas informações técnicas, para usar uma linguagem que tenha signifi cado para técnicos e agricultores.” (CAPORAL e RAMOS, 2007, p.16). Ao longo do texto os autores reconhecem que este perfi l está relacionado à formação superior que estes técnicos receberam, ainda for- temente baseada no modelo de agricultura convencional (p.6, nota n.9), apontando a conveniência de mudar os sistemas de seleção de pessoal, as restrições colocadas pelo “formato organizacional” e os limites dos pro- cessos de formação de pessoal que vem sendo promovidos148.

Com relação às restrições colocadas pelo “formato institucio- nal”, Caporal e Ramos (2007) referem-se a dois aspectos principais: o autoritarismo vigente na maior parte das organizações públicas de ATER e os sistemas de normas e incentivos adotados. Remetendo à história das organizações públicas de ATER, colocam que se trata de organizações fortemente hierarquizadas com distribuição de poder centralizada e com papéis rigidamente defi nidos. Esta estrutura, por sua vez, geralmente é colocada a serviço dos programas de governo dos diferentes estados bra- sileiros. Neste sentido os autores comentam:

Não raro, os governos e os secretários de agricultura, de produção ou de desenvolvimento sustentável descobrem soluções milagrosas para resolver os problemas do meio rural, inventando programas e projetos que, quase sempre, cabe às entidades de Extensão Rural executar. [...] Todos eles, ao mesmo tempo em que colocam a extensão numa situação complicada, porque desmobilizam as ações que estavam em andamento, mostram-se inefi cientes ao longo do tempo, pois cada ano os governos têm de repeti-los, mantendo um processo paternalista, que acaba prejudicando o prestígio do técnico de campo junto aos agricultores, que fi cam aprisionados em relações assistencialistas (CAPORAL e RAMOS, 2007, p.18).

148. A este respeito, observa-se que, “mesmo quando as organizações tentam reorientar suas práticas, acabam reproduzindo os velhos modelos. Apegados a pacotes tecnológicos, talvez agora mais “verdes”, não se desvinculam dos métodos tradicionais, mesmo que estejam investindo recursos na capacitação de seus profi ssionais.” (Caporal e Ramos, 2007, p.5).

Quanto ao direcionamento, ressalta-se a clara disposição ao abandono dos referenciais da “Revolução Verde” em favor da orientação agroecológica. Quanto à orientação metodológica, transita-se de uma postura de transferência de informação e assessoramento técnico de cará- ter persuasivo para uma postura de investigação-ação participativa. Confor- me Caporal e Ramos (2007, p.1); “Uma nova ATER precisa ser verdadei- ramente uma ação educativa, democrática e participativa.” Para os autores (2007, p.1): “Atuar nesta nova perspectiva requer das entidades, de seus diretores, de seus gerentes e de seus agentes uma nova postura de trabalho, um novo papel e um novo perfi l, além de uma atuação baseada em métodos e técnicas que estimulem a participação”. Em outro momento, detalha-se: “O novo enfoque de ATER requer que o agente esteja preparado para uti- lizar técnicas e instrumentos participativos que permitam o estabelecimen- to de negociações e a ampliação da capacidade de decisão dos grupos sobre sua realidade.” (CAPORAL e RAMOS, 2007, p.1)

As difi culdades na implementação da Política Nacional de ATER

Na análise deste tema convém reconhecer que o modelo pre- conizado para a nova ATER, especialmente no que se refere à orientação metodológica da ação extensionista, não é original nem novidade. Nes- te sentido, cabe lembrar que uma ação extensionista “dialógica” foi preconizada por Paulo Freire, especialmente em sua clássica obra “Ex- tensão ou Comunicação”. Já experiências com investigação-ação parti- cipativa foram realizadas ainda no início da década de 1970 (BOSCO PINTO et al., 1970). Também convém lembrar que a discussão sobre a necessidade de uma ação extensionista mais participativa já foi preconi- zada, no início da década de 1980, por analistas de projetos de desenvol- vimento rural do Banco Mundial. Ainda, alguns estados brasileiros, como o Rio Grande do Sul, procuraram imprimir esta nova orientação à ação extensionista em seus sistemas públicos de extensão rural ainda na década de 1990. Deste modo, pode-se considerar que existe um con- junto de iniciativas de promoção de transição na orientação da ação extensionista nas últimas décadas, embora as avaliações sobre as difi cul- dades encontradas na transição de uma ação difusionista para participa- tiva tenham circulação relativamente restrita147.

147. Dentre as análises sobre as difi culdades para promover a transição na orientação da ação extensionista, destacam-se os trabalhos de Chambers (2002), que ressaltam a importância das mudanças de atitude.

Educação do Campo e Formação Profi ssional: a experiência do Programa Residência Agrária Capítulo 5 Refl exões / Análises

Entende-se que, em decorrência da adoção desta forma de in- terpretação da problemática, os autores tendem a preconizar a considera- ção da variabilidade de situações empíricas, interpretando em cada caso quais seriam os fatores que exercem maior restrição à mudança de orien- tação na ação extensionista.

Souza (2006) realizou um trabalho de avaliação sobre a adoção da nova política de ATER no Nordeste. De modo geral o autor leva o leitor a entender que o grau de aceitação da nova política é diferenciado entre os estados, mas que, mesmo nos estados que têm uma melhor acei- tação desta, observa-se um insufi ciente conhecimento da mesma, espe- cialmente entre os quadros que se encontram no campo. Entende-se que uma das contribuições do levantamento apresentado pelo autor é indicar que a tentativa de implementação da nova ATER se dá em um contexto de disputa político-ideológica e contraria diversos interesses constituídos, que têm se oposto à nova política de ATER. Assim, o autor coloca que muitos estados têm uma posição favorável ao fortalecimento do agrone- gócio enquanto estratégia de desenvolvimento e, nestes, a nova política de ATER tem baixa aceitação. A identifi cação da nova política de ATER como política do “governo federal” tem levado a que esta não seja bem aceita entre governos estaduais com orientações político-partidárias diver- gentes. Pelas observações constantes no trabalho depreende-se, ainda, que a nova política de ATER confronta-se com interesses de organizações como SEBRAE e mesmo ONGs que têm um determinado “lócus” de atuação consolidado. Em organizações favoráveis à nova política, proble- mas administrativos e fi nanceiros podem impedir o desenvolvimento das ações segundo a nova política de ATER.

A TRANSIÇÃO NA AÇÃO EXTENSIONISTA – A VISÃO DOS ALUNOS DO PROJETO RESIDÊNCIA AGRÁRIA150

Caracterização do Projeto Residência Agrária na UFSM

O Programa Nacional de Formação de Estudantes e Qualifi ca- ção Profi ssional para a Assistência Técnica – Residência Agrária, foi criado em 2004, teve como objetivo qualifi car a formação de graduandos Ciên- cias Agrárias para o trabalho de assistência técnica junto à Agricultura Familiar e assentamentos de Reforma Agrária. O programa teve alcance nacional, sendo desenvolvido por um conjunto de Universidades públicas

150. Informações sobre métodos e técnicas de coleta dos dados apresentados nesta seção podem ser consultadas em Garcia (2007).

Nestas estruturas hierarquizadas, as normas e incentivos ao extensionista baseiam-se na valorização da “obediência” no cumprimento dos “planos governamentais” e não no resultado de seu trabalho em ter- mos do atendimento da demanda dos agricultores ou da promoção do desenvolvimento sustentável. Neste contexto os autores vão argumentar que uma nova ATER requer organizações que adotem um novo modelo de gestão, com descentralização do poder, maior participação dos Conse- lhos (com maior representação dos agricultores) no planejamento da ação extensionista e adoção de processos participativos de tomada de decisão149.

Em suma, argumentam que: “Não se muda a Extensão Rural se não mu- darem os extensionistas e a forma de direção e gestão das entidades” (CAPORAL e RAMOS, 2007, p.19-20)

Diesel et al (2006), trabalhando sobre a questão da diversidade e fragmentação da ação extensionista nas organizações públicas de extensão rural no Brasil, partem do suposto de que existe uma grande diversidade na orientação da ação extensionista em nível das unidades locais do sistema brasileiro de extensão rural. Para os autores, esta diversidade indicaria a existência tanto de organizações e extensionista locais “alinhados” com a nova Política de ATER, quanto organizações e extensionistas locais atuando segundo o “velho modelo”. Para explicar esta diversidade empírica os auto- res recorrem a um modelo que apresenta a orientação da ação extensionis- ta como uma resultante da interação de diferentes forças, que podem ter intensidades e sentidos distintos, resultando ora numa ATER tradicional, ora numa ATER mais participativa. Dentre as forças relevantes, destacadas pelos autores para a interpretação das situações locais, incluem-se:

tradição da organização (que geralmente constitui uma força conservadora na medida em que motiva os extensionistas a agirem con- forme a experiência passada);

referentes dos planos de desenvolvimento local e territorial; convicções pessoais do extensionista (que podem constituir força conservadora ou renovadora, conforme a natureza da formação do técnico);

referentes teórico-metodológicos dos programas e projetos governamentais e de parceiros de execução obrigatória (podem constituir forma conservadora ou renovadora conforme sua natureza); e,

pressão do público-alvo (pode constituir força renovadora ou conservadora conforme o grau de organização social dos agricultores).

149. Em outro momento do texto (p.9-10) os autores fazem referência à necessidade de mudanças nas atribuições dos extensionistas com redução nos parâmetros normativos relativos ao número de famílias que devem ser atendidas/ técnico, priorização de demandas e incorporação de agricultores no apoio aos processos de assessoria técnica.

avaliação); preparação dos documentos e relatórios técnico-fi nanceiros previstos no projeto;

Entidades de ATER/ATES (Projeto Esperança -Cooesperan- ça e a – Cooperativa de Prestação de Assistência Técnica aos Assentados de Reforma Agrária - COPTEC): tiveram a função de participar no pro- cesso de formação dos acadêmicos, inserindo-os em suas equipes que vêm desenvolvendo trabalhos de ATER junto ao público-alvo; orientar os alunos no desenvolvimento das atividades em campo: participar de reuniões da coordenação e do grupo gestor para defi nição dos rumos do trabalho; participar dos estudos das realidades e colaborar na identifi cação de temáticas de plano de trabalho e de estudo do Curso de Especialização dos acadêmicos e, participar processos de monitoramento e avaliação;

Assentamentos do Município de Jóia/RS e Sarandi, Associa- ções dos Agricultores Familiares do Projeto Esperança e a Associação dos Pecuaristas Familiares de Alegrete: desempenhou a função de defi nir, conjuntamente com os demais participantes, a ênfase temática das ações de desenvolvimento a serem perseguidas na sua área de atuação, defi nição da sistemática de trabalho na área de atuação; participação (através de suas organizações ou representantes) dos processos de estudo da realidade e identifi cação de oportunidades de melhoria; participação das reuniões bimestrais e do processo de monitoramento e avaliação;

Grupo de Agroecologia Terra Sul - GATS; e Núcleo de Apoio à Reforma Agrária “Terra e Liberdade” - NARA: função de parti- cipar ativamente nas ações de seleção, formação dos acadêmicos, partici- par no processo de defi nição de plano de trabalho e de estudos para Espe- cialização e participar dos processos de refl exão sobre a experiência, mo- nitoramento e avaliação;

INCRA/MDA: desempenhou a função defi nir as diretrizes gerais do programa e articulação das refl exões/discussões em âmbito nacio- nal com as demais Universidades que integram o Programa Nacional de Residência Agrária; garantir a infra-estrutura necessária ao funcionamento do Programa; acompanhar e avaliar, em conjunto com os demais parceiros, a aplicação dos recursos e execução do plano de trabalho e do projeto.

Fundação Banco do Brasil: teve a função de auxiliar na for- mação da infra-estrutura necessária ao funcionamento do projeto, como os kits de informática para cada um dos núcleos do projeto, as bolsas dos estudantes e dos orientadores de campo na primeira fase do projeto.

A gestão do projeto na UFSM foi realizada através de uma for- ma de organização onde se distinguem: o Grupo Gestor, Comitê de Orientação, orientadores de campo e estudantes bolsistas.

do país, abrangendo as regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul/Su- deste, em parceria com os movimentos sociais do campo, sendo coorde- nado pelo MDA/INCRA. A UFSM integrou-se como uma das unidades executoras do projeto na região Sul/Sudeste (juntamente com UFRRJ, UNICAMP e UFPR) mediante elaboração de um projeto local que atendeu às normativas gerais delineadas pelo MDA/INCRA e especifi ci- dades locais.

Em Santa Maria o Programa Residência Agrária foi denominado “Projeto Piloto de Assistência Técnica Planifi cada aos Assentamentos de Reforma Agrária e Agricultores Familiares”. Tendo como objetivo:

Contribuir para o estabelecimento de referências de formação de agentes de assistência técnica e extensão rural para trabalho junto à Agricultura Familiar e assentamentos rurais;

Oportunizar uma formação diferenciada a um grupo de es- tudantes Ciências Agrárias da UFSM para atuarem em áreas reformadas e de Agricultura Familiar;

Propiciar uma experiência concreta de ensino/aprendizagem e um espaço de refl exão aos estudantes e das ciências rurais da UFSM acerca da problemática agrária e do desenvolvimento rural;

Desenvolver uma experiência piloto de assistência técnica e ex- tensão rural em assentamentos de Reforma Agrária e áreas de Agricultura Fa- miliar, com o objetivo de criar referências para formação técnica nessa área;

Diagnosticar e trazer os principais problemas vivenciados pelos assentados e agricultores familiares para os contextos de ensino e pesquisa da Instituição, contribuindo para sua resolução mediante cons- trução participativa de alternativas;

Capacitar os agricultores e suas organizações em métodos de diagnóstico de realidade.

O projeto Piloto da UFSM foi concebido e viabilizado por um conjunto de entidades parceiras: UFSM, Projeto Esperança/Cooesperan- ça, COPTEC, MST, NARA, GATS, INCRA/MDA, Fundação do Ban- co do Brasil, cada uma com atribuições específi cas no projeto:

À UFSM: teve a atribuição de inserir as atividades previstas no projeto como atividades de formação (estágios) de seus alunos forman- dos nas Ciências Agrárias; disponibilizar recursos humanos (professores) para participar dos processos de orientação e acompanhamento das ações a serem desenvolvidas nos assentamentos; coordenar o processo de for- mação dos estudantes e atividades relacionadas (preparação de materiais

No documento EDUC A ÇÃO DO CAM PO E F (páginas 195-200)

Outline

Documentos relacionados