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O ESTÁGIO DE VIVÊNCIA

No documento EDUC A ÇÃO DO CAM PO E F (páginas 110-116)

a percepção estudantil

O ESTÁGIO DE VIVÊNCIA

Durante seis meses do ano de 2005, os estudantes vinculados a UFPR realizaram o Estágio de Vivência, que consistiu de uma série de visitas realizadas pelos estudantes às mais diferentes experiências de Agri- cultura Familiar e Camponesa em diversas localidades do Estado do Pa- raná. Também foram visitadas instituições que em sua atuação infl uen- ciam a vida dos agricultores familiares, bem como participaram de even- tos, fóruns, congressos relacionados à temática da Especialização.

As vivências foram realizadas, preferencialmente, aos fi nais de semana, quando estudantes e técnicos se deslocavam, coletivamente ou em grupos específi cos, até uma determinada região, para conhecer a rea- lidade e a dinâmica do espaço rural e o espaço conjunto de vida, trabalho e educação, na convivência com agricultores/assentados/acampados.

Os estudantes foram divididos em cinco grupos, cada qual sob a liderança de um técnico orientador. Cada grupo tinha uma área foco para desenvolver as suas atividades. Também fi cou combinado nas pri- meiras reuniões que, além de sua área foco, os participantes realizariam pelo menos uma vivência em cada uma das demais áreas, para propiciar uma melhor apreensão das realidades estudadas.

As áreas focos eram regiões sócio-geográfi cas com a predomi- nância da Agricultura Familiar em sua forma de exploração agrícola ou experiências de Assentamentos e Acampamentos rurais.

Vale ressaltar que se no inicio das vivências a intenção era co- nhecer e sentir a realidade do meio agrário paranaense, no decorrer das visitas e no que tange às peculiaridades da Agricultura Familiar e Campo- nesa esta expectativa viria a mudar radicalmente. Na medida em que as equipes foram sendo colocadas em contato com a realidade, esta tomou tal complexidade que nelas foi possível observar um conjunto de realida- des que se sobrepunha.

Nestas realidades foram “descobertas”: Comunidades Caiçaras no litoral ameaçadas pelo ambientalismo radical, desqualifi cador dos po- vos tradicionais e de seus saberes; Comunidades Quilombolas no Vale do Ribeira paranaense, ameaçadas de desaparecerem pela pressão dos mono- cultivos de pinus e ainda os assentados e acampados da Reforma Agrária

sando descrever e decodifi car os componentes de um sistema complexo de signifi cados, buscando reduzir a distância entre indicado e indicador, entre teoria e dados, entre contexto e ação. Esta fase do Programa serviu para a refl exão e aprimoramento técnico, sendo um mecanismo capaz de promo- ver e aprofundar o conhecimento sobre a realidade global vivenciada, fo- mentando a elaboração crítica e a valorização do diálogo com a sociedade.

Pode-se dizer que, para os estudantes do Paraná, o Estágio de Vivência tornou-se parte preponderante para o cumprimento dos objeti- vos do Programa, pois por meio de uma abordagem que possibilitava a interação teoria-prática permeada pela participação crítica de todos os envolvidos, forneceu subsídios para a construção de uma problematização interdisciplinar da realidade, levando à compreensão crítica da realidade do campo e, consequentemente, da questão agrária regional.

Porém, todo aprendizado adquirido nesta fase do Programa não se deu de forma harmoniosa. Muitas foram as difi culdades e atritos enfrentados pelos participantes, que quando hoje analisadas, infere-se que em muito contribuíram para o desenvolvimento individual de cada integrante. Um ponto já citado diz respeito ao atraso das bolsas de estudo, outro que vale ser compartilhado diz respeito à heterogeneidade de origens dos estudantes que compunham nosso grupo (movimentos estudantil, agricultura orgânica). Nos primeiros encontros de socialização, muitas diferenças ideológicas afl o- raram e serviram de catalisadoras para a formação de grupos de afi nidades. Grupos estes que muitas vezes não se compreendiam mutuamente.

Já ao fi nal da fase do Estágio de Vivência foi possível verifi car que esta diversidade de opiniões, presente entre os estudantes, foi impor- tante para a formação do grupo como um todo, pois se não todos, pelo menos uma grande maioria, conseguiu (não sem muitas discussões) com- preender os diferentes pontos de vista e de opiniões, aceitando-os como válidos, fato que permitiu ao “grupo do Paraná” criar uma identidade única que comportava toda a sua heterogeneidade.

Esta diversidade de visões também permitiu realçar algumas questões referentes à realidade concreta do meio agrário estudado. Gera- va-se uma diversidade de opiniões que mesmo equivocadas em dados momentos, ajudavam a compreender de forma mais aproximada questões mais delicadas trazidas das com-vivências no campo.

Ao fi nal do Estágio de Vivência foi realizada uma avaliação de sua totalidade. A metodologia de condução ancorou-se na socialização das experiências, no aprofundamento das características e especifi cidades de cada região vivenciada e desta prática foram elaborados relatórios fi nais do Estágio da Vivência.

(...) torna-se essencial a interação do pesquisador/extensionista na coti- dianidade dos assentados por meio da convivência com as famílias, do dormir nas suas casas, da participação na vida comunitária, seja nas as- sembléias, nas festas, nos cultos religiosos, nas atividades de lazer, ou nos momentos de luta vinculados ao movimento ao qual se articulam (SCHWENDLER, 2000).

As percepções de cada integrante do grupo eram anotadas indi- vidualmente em Cadernos de Campo. Após as visitas, as anotações eram centralizadas, discutidas e se elaboravam relatórios únicos referentes a cada local visitado, onde se buscava registrar todas as percepções coletadas.

Apesar das diversas difi culdades enfrentadas durante este perí- odo, principalmente relacionadas ao não pagamento das bolsas61, os estu-

dantes vinculados à UFPR tiveram a chance de realizar uma grande quantidade de vivências, fato que se mostrou de grande relevância para o aprendizado do grupo.

Estas visitas, além de propiciar a compreensão da realidade vi- vida pelos agricultores familiares como já relatado, possibilitaram o esta- belecimento de laços de amizade que facilitaram as futuras pesquisas para a confecção das monografi as previstas no Curso.

Alternadamente com as idas a campo, eram realizados encon- tros mensais de socialização, formação e avaliação na UFPR em Curiti- ba. Estes encontros ancoravam-se na metodologia da Pedagogia da Al- ternância, especifi camente, na prática de Tempo Escola e Tempo Co- munidade, processo este que teve a intenção de colocar os estudantes em contato com a metodologia da pesquisa-ação, um dos fundamentos do Curso de Especialização.

Nestes espaços, coordenados por um professor; era obrigatória a presença de todos os participantes. Tratava-se de espaços onde os estu- dantes socializavam as suas experiências, debatiam o realizado e planeja- vam a continuidade das vivências. Estas reuniões, em geral duravam um dia inteiro. Também nelas o professor informava como estavam os trâmi- tes burocráticos do Programa, trazendo ao grupo informações conjuntu- rais da coordenação nacional.

Ao se analisar hoje, pode-se verifi car que o Estágio de Vivência serviu para realizar uma abordagem fenomenológica da realidade agrária, baseada na observação-participante e de forma sistemática da realidade vi-

61. Por mais baixo que fosse o valor da bolsa (R$150,00/mês) este era um fator que impactava signifi cativamente o ânimo do grupo, já que muitos dos participantes tinham aberto mão de oportunidades de empregos para se dedicar ao Programa. Estas bolsas foram pagas somente em julho de 2006.

Educação do Campo e Formação Profi ssional: a experiência do Programa Residência Agrária Capítulo 3 Matrizes Locais

A presença de técnicos do MST e também de ex-técnicos do Departamento de Estudos Sócio-Econômicos Rurais – DESER realçava a diversidade de visões e opiniões.

A pedagogia do Curso era a da alternância, dividida em Tempo Escola e Tempo Comunidade. Nesse sentido, no decorrer do Curso ocorreram cinco etapas de Tempo Escola que deveriam ter sido distribu- ídas entre as Universidades parceiras do Programa. Mas isto não aconte- ceu devido a problemas de fundo estrutural e de atrasos no repasse dos recursos pelo INCRA, recursos necessários para sua execução nos tempos pré-defi nidos.

Estas etapas eram intercaladas por estudos de campo junto às co- munidades, assentamentos, acampamentos. Os dados levantados e discuti- dos com os camponeses eram, também, discutidos e refl etidos nos Tempos Escola e comparados com os dos estudantes das outras Universidades.

Em um primeiro momento, foram descritos os princípios me- todológicos norteadores do Curso e, posteriormente, os métodos e as técnicas para se concretizar tais princípios. Nas discussões entre a coorde- nação e o grupo paranaense, destacava-se a importância e a essencialidade de que o princípio metodológico orientador do Curso seria o da pesquisa- ação participante. Este diálogo foi fundamental para um melhor entendi- mento da metodologia.

Naquele momento foram expostos para os estudantes da Espe- cialização, os seguintes temas que permeariam nossos estudos:

Formação social brasileira I;

Formação social brasileira II – foco regional; Campo e desenvolvimento no Brasil; Filosofi a;

Matrizes formadoras; Educação do campo I; Educação do campo II;

Psicologia e comunicação social; Desenvolvimento sustentável; Agriculturas de base ecológica; Cadeia de produção regional;

Planejamento e organização das unidades produtivas: comu- nidades e assentamentos;

Economia política; Cooperação agrícola.

Nem todos estes grandes tópicos foram trabalhados de forma completa durante os 18 meses do Curso de Especialização. Alguns Outro ponto interessante a ser destacado é que, devido aos

encontros mensais, havia por parte dos estudantes uma percepção de total transparência da situação burocrática do Programa, pois também, nos mesmos, tratava-se de forma coletiva de assuntos relacionados às questões de validação do Curso e de bolsas para os estudantes.

Por fi m, visando sumarizar este tópico, a fase do Estágio da Vi- vência para o “grupo do Paraná” pode ser dividida em duas atividades rele- vantes. A primeira, as visitas em si, que como destacado anteriormente, nos propiciaram uma série de espaços de aprendizado impossíveis de serem fornecidos somente dentro de salas de aula. A segunda foram os encontros mensais, nos quais os debates fomentados pela diversidade de opiniões propiciaram refl exões e consolidação do conhecimento vivenciado.

Esse processo permitiu desvelar uma realidade agrária permea- da de realidades bem mais complexas e ricas do que se imaginava inicial- mente. Realidade esta que não se resume apenas aos agricultores de ori- gem européia como supõe o senso comum a respeito do meio rural para- naense, fruto da massiva propaganda ofi cial do Estado, difundida histori- camente para o resto do país; mas que é composta de uma diversidade étnica, social e cultural; matriz formadora de uma realidade camponesa que está à margem das políticas estaduais e nacionais que homogeneízam estas características regionais tão caras para a formação da identidade dos camponeses e para qualifi cação de suas lutas.

A ESPECIALIZAÇÃO

Terminada a fase do Estágio de Vivência, fi ndou-se a tênue hierarquia existente entre técnicos e estudantes recém-formados, e todos se tornaram estudantes do Curso de Especialização em Agricultura Fami- liar e Camponesa e Educação do Campo.

Antes do primeiro encontro da Especialização que ocorreu nas dependências da UFPR, foi realizada uma reunião com o “grupo do Pa- raná”, onde foram escolhidos os orientadores das monografi as, que em conjunto com os estudantes, traçaram um plano de trabalho individual e elaboram projetos de pesquisa de acordo com as regiões em que os estu- dantes haviam realizado as vivências.

Todos os estudantes aprofundaram relações de amizade nos trabalhos de campo da Vivência; todos também eram formados em Cursos de Ciências Agrárias. Um grupo impar, da qual boa parte tinha um histórico de militância no Movimento Estudantil da Federação de Estudantes do Brasil – FEAB.

Ao fi nal da etapa avaliamos todo o processo e o “grupo da UFPR” apontou para pontos que deveriam mudar para que a próxima etapa (que viria a ser realizada na UNICAMP). Esta etapa deveria contemplar conte- údos não trabalhados na 1.a etapa. Ficou decidido pela coordenação do

Curso que a etapa seria realizada em Campinas em maio de 2006.

Segunda etapa: UNICAMP – Campinas

Entre os dias 5 e 22 de maio de 2006 aconteceu a etapa de Cam- pinas, que foi decisiva para unir o grupo de estudantes. Em nossa opinião, esta foi a etapa mais importante da Especialização, e também a melhor.

Foram 17 dias dedicados às aulas teórico-práticas e também para refl e- tir sobre os trabalhos monográfi cos e reencontrar toda a turma do Sul/Sudeste. O momento conjuntural do país não era dos melhores, o crime organizado colocava as instituições públicas e os governos estadual e fe- deral em cheque. Ônibus queimados em todo o estado de São Paulo pelo PCC, o clima de terror imperava. Enquanto tudo isto acontecia, os estu- dantes, reunidos em um seminário de padres maristas, discutiam os conteúdos do Curso.

Nesta etapa, novos professores da UFPR assumiram importan- tes papéis na condução do grupo paranaense. A preocupação naquele momento era o receio de que o Curso não obtivesse o registro no Con- selho Universitário da UFPR62; receio que foi minimizado pelos repasses

feitos pela coordenação de que este problema já estava quase resolvido. Ao fi nal desta etapa, os estudantes avaliaram todos os espaços, os conteúdos, a estrutura e os professores. Na redação fi nal da avaliação desta etapa, alguns pontos como estrutura e alguns conteúdos foram ava- liados negativamente, fato que na opinião dos estudantes da UFPR, não correspondeu à realidade daquele momento. Torna-se importante realçar que a etapa alcançou todos os objetivos propostos; ofereceu uma infra- estrutura de qualidade e brindou os estudantes com excelentes aulas mi- nistradas pelos diferentes professores.

Sem dúvida, a etapa de Campinas foi o ponto alto de nossa Especialização.

Após a avaliação, surgiu a perspectiva de o próximo encontro se realizar na UFRRJ, fato que não ocorreu. Decidiu-se que a terceira etapa ocorreria no Litoral do Paraná e seria organizado pela UFPR, da mesma forma que a primeira etapa.

62. Os diplomas do Curso de Especialização para a turma Sul/Sudeste seriam emitidos pela UFPR.

deles não alcançaram os objetivos a eles delegados e outros superaram as expectativas do grupo e contribuíram muito para a formação dos educandos.

Primeira etapa: UFPR – Curitiba

A primeira etapa aconteceu na Fazenda Experimental do Can- güiri, situada no Setor de Ciências Agrárias da UFPR, nos primeiros dias de outubro de 2005. Lá tivemos contato com os estudantes e professores das outras Universidades (UNICAMP, UFRRJ e UFSM). Se a diversi- dade de visões de mundo já era grande no grupo da UFPR, esta se tornou pequena no momento em que mais 55 estudantes do Sul e do Sudeste do país aportaram na fazenda experimental. Como no grupo paranaense, esta diversidade foi a base das relações desta nova e tão importante fase do Programa Residência Agrária.

No decorrer dos 15 dias em que o grupo de educandos fi cou reunido para estudos e debates acerca dos temas e dos conteúdos progra- máticos, um grupo novo se formou. Um grupo extremamente politizado que contava com a participação de ex-coordenadores da FEAB, técnicos do MST e de diversos setores da Reforma Agrária formou-se a partir daquela primeira etapa de Curitiba. Em outras palavras, formava-se a turma de educandos das regiões Sul/Sudeste.

Nesta etapa começou, também, a reivindicação pelo repasse das bolsas de apoio que já contava com um tempo razoável de atraso. Da mesma forma que os educandos do Paraná abriram mão das fontes de renda que detinham anteriormente para poder participar do Curso, mui- tos estudantes das demais Universidades também haviam feito esta opção. No entanto, os espaços formativos não foram signifi cantemente afetados por este ou outros problemas.

As discussões sobre Reforma Agrária e as questões acerca dos movimentos sociais polemizaram discursos e debates e foram dando forma ao conjunto. Vale a pena lembrar que todos os espaços e a forma de se trabalhar os conteúdos das aulas eram amplamente discutidos pelos estudantes e professores. Os estudantes formaram uma comissão com- posta por integrantes das quatro Universidades. Esta equipe seria respon- sável por representar os estudantes junto à coordenação do Curso.

Estava formado assim um grupo de 72 estudantes que no decorrer do trajeto foi tomando corpo. Formaram-se também alguns grupos internos, uns mais interessados pelos assuntos do Curso, outros nem tanto.

Educação do Campo e Formação Profi ssional: a experiência do Programa Residência Agrária Capítulo 3 Matrizes Locais

Quarta etapa: Matinhos – UFPR

Esta etapa ocorreu entre o fi nal do mês de outubro e início do mês de novembro de 2006. Assim como há pontos altos e baixos em todos os processos e momentos, seja em nossas vidas particulares, seja nos mo- mentos de convívio profi ssional ou de estudo como no caso da Especiali- zação, o ponto baixo do Curso de Especialização foi este quarto encontro.

Nesta etapa foram trabalhados temas que fi caram inconclusos nas etapas anteriores. No decorrer dos 15 dias buscou-se melhorar as questões de fundo para a elaboração das monografi as.

Defi niu-se que o grupo de estudantes atuaria de forma mais presente nas questões relacionadas ao recebimento das bolsas (que ainda eram um problema).

Na avaliação fi nal desta etapa fi cou estabelecido como deveriam ser as defesas das monografi as que ocorreriam entre os dias 12 a 16 de dezembro de 2006, datas refutadas pelo conjunto das Universidades UNICAMP, UFSM e UFRRJ. Apenas o “grupo do Paraná” apoiou que as defesas ocorressem nas datas propostas.

Esta posição defendida pelo “grupo do Paraná” derivava de orientações da coordenação da UFPR, que havia informado da importân- cia de que algumas defesas ocorressem antes da virada do ano, para assim facilitar os trâmites burocráticos do Curso. Também, devido ao fato dos estudantes da UFPR terem tido a oportunidade de realizar uma fase de vivência com bastante qualidade, que reuniu muitas informações impor- tantes, facilitando a elaboração das monografi as.

Decidiu-se, então, que as defesas ocorreriam em dezembro de 2006 para os estudantes da UFPR, e janeiro de 2007, para os estudantes das demais Universidades parceiras no Programa.

Quinta etapa: Curitiba – UFPR (Defesas das Monografi as)

Nesta etapa ocorreram as defesas dos trabalhos monográfi cos perante bancas compostas por docentes participantes do Curso.

Esta etapa fi nal, como acima relatado, ocorreu em dois momen- tos distintos. Para os estudantes da UFPR as defesas começaram na se- gunda semana de dezembro de 2006, porém, nem todos tinham as suas monografi as fi nalizadas; assim, fi caram para defender em janeiro com as demais Universidades (foram seis estudantes da UFPR). Este fato causou certo desconforto e críticas por parte dos estudantes, professores orienta- dores e coordenadores do Programa nas respectivas Universidades.

Terceira etapa: Matinhos – UFPR

Nesta etapa, que ocorreu em meados de agosto de 2006, acen- tuou-se a importância, tanto para o “grupo do Paraná”, como também para os demais, da discussão do problema dos atrasos das bolsas. Estas bolsas tiveram num primeiro momento repasses feitos pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Piauí - FAPEPI, que duraram de dezembro de 2005 até abril de 2006. Porém, até a data do inicio da terceira etapa, ou seja, agosto de 2006 estava novamente atrasada, comprometendo em muito os estudos de campo dos educandos. A coordenação de estudantes, formada na primeira etapa de Curitiba, fortaleceu-se em torno da possibilidade de lutar pelo remanejamento dos recursos referente ao restante das bolsas para a Fundação da UFPR, a FUNPAR, fato que viria a se concretizar nos dias imediatamente posteriores à 3ª etapa.

O ponto marcante deste encontro foi a união dos estudantes. Como dito anteriormente, o grupo foi se fortalecendo no decorrer dos encontros e nesta etapa já havia se conformado uma identidade única. Muitas das amizades criadas durante todo o tempo decorrido perduram até hoje. Apesar da apreensão que foi causada pela aproximação do fi nal do Curso, que se daria dali há poucos meses, o grupo Sul/Sudeste havia amadurecido.

Esta etapa não teve a intensidade que teve a de Campinas, mas

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