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O PROGRAMA RESIDÊNCIA AGRÁRIA NA UFSM

No documento EDUC A ÇÃO DO CAM PO E F (páginas 99-107)

O projeto piloto do Residência Agrária da Universidade Federal

O PROGRAMA RESIDÊNCIA AGRÁRIA NA UFSM

O Programa Residência Agrária na Universidade Federal de San- ta Maria foi concebido em 2004, recebeu localmente a denominação de “Projeto Piloto de Assistência Técnica Planifi cada aos Assentamentos de Reforma Agrária e Agricultores Familiares” inserindo-se, assim, na rede nacional de instituições que compunham o Programa.

O Projeto foi percebido como propiciador de avanços em di- versos planos:

contribuir para o estabelecimento de referências de formação de agentes de Assistência Técnica e Extensão Rural para trabalho junto à Agricultura Familiar e assentamentos rurais;

oportunizar uma formação diferenciada a um grupo de estu- dantes Ciências Agrárias da UFSM para atuar em áreas reformadas e de Agricultura Familiar;

propiciar uma experiência concreta de ensino/aprendizagem e um espaço de refl exão acerca da problemática agrária e do desenvolvi- mento rural aos estudantes Ciências Agrárias da UFSM;

desenvolver uma experiência piloto de Assistência Técnica e Extensão Rural;

desenvolver ATER em assentamentos de Reforma Agrária e áreas de Agricultura Familiar, com o objetivo de criar referências para formação técnica nesse âmbito;

diagnosticar e trazer os principais problemas vivenciados pelos assentados e agricultores familiares para os contextos de ensino e pesquisa da Instituição, contribuindo para sua resolução mediante cons- trução participativa de alternativas;

capacitar os agricultores e suas organizações em métodos de diagnóstico de realidade;

articular e fortalecer os diferentes grupos da comunidade acadêmica universitária com inserção e atuação nos movimentos sociais. os Movimentos Sociais do Campo, buscando atender suas demandas e

interagindo nos processos de transformação da sociedade. Neste contex- to, destaca-se o trabalho desenvolvido pelo Departamento de Educação Agrícola e Extensão Rural - DEAER e pelo Programa de Pós-Graduação em Extensão Rural – PPGExR (Mestrado e Doutorado), espaço vigoroso de debates das conseqüências do modelo de desenvolvimento rural apli- cado no país durante o regime militar e do surgimento dos movimentos de luta pela terra nas décadas de 1980 e de 1990, produzindo uma signi- fi cativa contribuição acadêmica (artigos, livros, dissertações, teses) sobre os confl itos que perpassam a ação extensionista e seu contexto político, econômico e sócio-cultural.

O Departamento de Educação Agrícola e Extensão Rural, além das atividades de ensino para os cursos de Agronomia, Zootécnica, Me- dicina Veterinária e Engenharia Florestal, tem assumido, principalmente a partir da década de 1980, um papel ativo nas ações de apoio aos movi- mentos sociais, no suporte da implantação de políticas públicas voltadas à Agricultura Familiar e assentamentos de Reforma Agrária. Entre as ações do DEAER, destaca-se a atuação na área de Extensão, podendo-se citar como referência os projetos de assessoria na implantação de assen- tamentos, como por exemplo, o de Ramada, na década de 1980 e o de Alvorada, na década de 1990, ambos no município de Júlio de Castilhos - RS. Em relação aos agricultores familiares, houve importante partici- pação no Programa “Sabor Gaúcho” de estímulo à Agroindústria Fami- liar no Governo do Estado do RS 1999-2002, através de dois projetos: o Programa de Qualifi cação da Agroindústria de Pequeno Porte da região do Conselho Regional de Desenvolvimento da Região Central do RS - COREDE-Central e o Programa de Formação de Agricultores e Agentes de Desenvolvimento, envolvendo o Projeto Esperança/Coo-Esperança, a EMATER-RS e um grande número de discentes.

Cabe assinalar, também, que discussões vinham sendo feitas dentro dos grupos de pesquisa existentes nesta Universidade sobre o novo perfi l profi ssional de Assistência Técnica e Extensão Rural - ATER. Des- tacando-se, em particular, as ações desenvolvidas pelo grupo de pesquisa “Sociedade, Ambiente e Desenvolvimento Rural” (http://www.ufsm.br/ desenvolvimentorural/), cadastrado no diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq.

Estas diferentes experiências relatadas, além de desempenha- rem um importante papel social e político na comunidade acadêmica, têm se constituído em um espaço de referência na formação técnica dos estu- dantes em áreas e temas para os quais a Universidade historicamente não

Educação do Campo e Formação Profi ssional: a experiência do Programa Residência Agrária Capítulo 3 Matrizes Locais

INCRA/MDA – desempenhar a função de defi nir as diretri- zes gerais do Programa e articulação das refl exões/discussões em âmbito nacional com as demais Universidades que integram o Residência Agrária; garantir a infra-estrutura necessária ao funcionamento do Programa e acompanhar e avaliar, em conjunto com os demais parceiros, a aplicação dos recursos e execução do plano de trabalho e do projeto.

Fundação Banco do Brasil: auxiliar na formação da infra- estrutura necessária ao funcionamento do projeto, como os Kits de infor- mática para cada um dos núcleos de ATER, as bolsas dos estudantes e dos orientadores de campo na primeira fase do projeto.

A gestão do projeto na UFSM foi realizada através de uma for- ma de organização onde distinguem-se: o Grupo Gestor, Comitê de Orientação, Orientadores de campo e estudantes bolsistas.

O Grupo Gestor foi formado pela UFSM e pelas entidades de ATER parceiras, as duas entidades estudantis (GATS e NARA), um representante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do RS e um monitor do PRONERA, indicado pelo Coordenação Nacional do Programa. A função do Grupo Gestor foi de defi nir as diretrizes gerais do projeto, como os critérios de seleção dos bolsistas, os locais de atuação, entre outros.

O Comitê de Orientação foi formado por sete (7) professores das diferentes áreas de conhecimento do Centro de Ciências Rurais da UFSM. A função dos orientadores foi de acompanhar e orientar o trabalho dos estudantes. Cada professor orientou, no mínimo, dois estudantes.

Os orientadores de Campo foram os técnicos indicados pelas instituições de ATER e ATES parceiras do Projeto, em cada local de atuação, perfazendo quatro (4) técnicos no total. Esses técnicos já estavam inseridos e trabalhando nesses locais e sua função foi de articular e coor- denar o trabalho de campo dos estudantes, além de participar da segunda fase do projeto (a Especialização) como estudantes.

Os estudantes-bolsistas foram selecionados pelo Comitê Gestor entre os estudantes que estavam no último semestre dos cursos de graduação do Centro de Ciências Rurais da UFSM (Agronomia, Veteri- nária, Engenharia Florestal e Zootecnia).

O processo de seleção dos alunos

A primeira fase do Projeto Piloto da UFSM foi realizada no primeiro semestre de 2005 e implicou, inicialmente, na seleção dos alunos e, posteriormente, na realização das atividades de formação e vivência. O Projeto Piloto da UFSM foi concebido e viabilizado por um

conjunto de entidades parceiras: UFSM, EMATER, Projeto Esperança/Coo- Esperança, Cooperativa de Prestação de Assistência Técnica aos Assentados de Reforma Agrária - COPTEC, MST, NARA, GATS, INCRA/MDA, Fundação do Banco do Brasil, cada uma com atribuições específi cas:

UFSM: teve a atribuição de: inserir as atividades previstas no Projeto como atividades de formação (estágios) de seus alunos formandos nas Ciências Agrárias; disponibilizar recursos humanos (professores) para participar dos processos de orientação e acompanhamento das ações a serem desenvolvidas nos assentamentos; coordenar o processo de forma- ção dos estudantes e atividades relacionadas (preparação de materiais di- dáticos, realização de seminários internos e reuniões bimestrais com atores participantes do processo, atividades de acompanhamentos, moni- toramento e avaliação) e preparar os documentos e relatórios técnico-fi - nanceiros previstos no projeto.

Entidades de ATER e ATES (Projeto Esperança - COOESPERANÇA e a Cooperativa de Prestação de Assistência Técnica aos Assentados de Reforma Agrária - COPTEC): tiveram a função de: participar no processo de formação dos acadêmicos, inserindo-os em suas equipes que vêm desenvolvendo trabalhos de ATER junto ao público de interesse do projeto; orientar os alunos no desenvolvimento das atividades em campo; participar de reuniões da coordenação e do grupo gestor quan- do essenciais para defi nição dos rumos do trabalho; participar dos estudos das realidades e colaborar na identifi cação de temáticas de plano de trabalho e de estudo do Curso de Especialização dos acadêmicos e participar proces- sos de monitoramento e avaliação.

Assentamentos do Município de Jóia e Sarandi (RS), Associa- ções dos Agricultores Familiares do Projeto Esperança e a Associação dos Pecuaristas Familiares de Alegrete - RS: desempenharam a função de: defi nir, com os demais participantes, a ênfase temática das ações de desenvolvimento a serem perseguidas na sua área de atuação; defi nir a sistemática de trabalho; participar (através de suas organizações ou representantes) dos processos de estudo da realidade e identifi cação de oportunidades de melhoria e participar nas reuniões bimestrais e no processo de monitoramento e avaliação.

Grupo de Agroecologia Terra Sul - GATS; e Núcleo de

Apoio à Reforma Agrária ‘Terra e Liberdade’ - NARA: função de participar ativamente nas ações de seleção, formação dos acadêmicos, participar no processo de defi nição de plano de trabalho e de estudos para Especialização e participar dos processos de refl exão sobre a experiência, monitoramento e avaliação.

Na fase de ‘Formação e Vivência’ do Projeto foram desenvolvi- das atividades em quatro etapas distintas:

1) Etapa de Preparação (na Universidade): foram realizados encontros semanais com os estudantes envolvidos buscando uma forma- ção em diagnósticos; princípios de agroecologia; o problema agrário; Agricultura Familiar, Assentamentos de Reforma Agrária. No fi nal desta etapa os alunos buscaram desenvolver um instrumento de diagnóstico.

2) Estágio de Vivência (nas comunidades): foi o convívio dos estudantes com as comunidades selecionadas e o desenvolvimento das atividades defi nidas.

3) Análise e Sistematização das Situações Vivenciadas (na Uni- versidade): nessa etapa os estudantes realizaram o tratamento das infor- mações coletadas e redação dos relatórios de campo.

4) Discussão dos Resultados e Conclusões com entidades e população envolvida.

Destaca-se que o processo formativo idealizado conferia uma ênfase considerável à realização de diagnóstico e planejamento das ações de intervenção. O diagnóstico era concebido simultaneamente como instrumento de formação e um produto a ser apresentado aos parceiros. Entretanto, em reunião do Grupo Gestor, logo no início da execução do Projeto, avaliou-se que o esforço de diagnóstico haveria de ser secunda- rizado nas áreas de assentamento devido à utilização (em curso) de uma nova metodologia de planejamento (Método de Validação Progressiva - MVP) pela Cooperativa de Prestação de Assistência Técnica aos Assenta- dos de Reforma Agrária - COPTEC. Neste momento, optou-se por priorizar, nas áreas de assentamento, a integração do aluno na equipe de ATER local, trabalhando com os temas lá priorizados e seguindo a orien- tação metodológica lá adotada (optou-se por considerar como “válidos” os diagnósticos já realizados pelas organizações parceiras).

Um dos eixos da fase de formação foi a realização de atividades na UFSM. A maior parte dos temas foi defi nido já no projeto inicial, mas realizou-se uma forma de encaminhamento do planejamento da progra- mação que permitiu participação dos alunos na sua defi nição.

O Quadro 1 apresenta o Plano de Atividades de Formação Te- órica para os alunos envolvidos no Projeto Piloto da UFSM.

O processo seletivo foi feito, primeiramente, através da divulga- ção (com cartazes e mensagens via lista de e-mails) dirigida aos formados e recém-formados dos cursos Ciências Agrárias da UFSM, apresentando breve descrição do projeto e indicando a entrega do currículo como forma de inscrição dos interessados. Os métodos de seleção incluíram: avaliação do currículo (80%) e entrevista (20%), realizada por uma banca composta por um representante do NARA, um do GATS e dois representantes da UFSM. A avaliação do currículo buscou analisar os seguintes itens:

a) participação em Estágios de Vivência/profi ssional em assenta- mentos de Reforma Agrária/comunidades rurais/agricultores familiares;

b) participação em projetos de extensão universitária com gru- pos de agricultores familiares ou em assentamentos de Reforma Agrária ou similares;

c) participação em outros tipos de projetos de pesquisa e exten- são universitária e publicações de artigos integrais;

d) média geral das notas do histórico no respectivo Curso de graduação;

e) média do somatório das notas das disciplinas de Sociologia Ru- ral, Economia Rural e Extensão Rural nos respectivos cursos de graduação;

f) participação em cursos de formação em realidade agrária brasileira e em agroecologia com carga horária mínima de 20 horas; e,

g) participação em entidades estudantis.

Após a análise dos currículos e entrevistas estabeleceu-se uma lista de classifi cação em ordem decrescente, com treze alunos aprovados e três suplentes. A turma seria composta, ainda, de quatro (04) técnicos de campo. Os técnicos de campo não passaram pelo processo de seleção da UFSM, pois foram indicados pelas entidades parceiras. Cabe salientar que após o processo de seleção houve desistências por parte de alguns alunos, sendo substituídos por suplentes.

A fase da “formação e vivência”

Do ponto de vista metodológico, o projeto se desenvolveu em duas fases: a fase da “Formação e Vivência” e a fase da “Especialização”, com o objetivo de propiciar uma experiência concreta de pesquisa/ensi- no/aprendizagem e um espaço de refl exão acerca da problemática agrária e do desenvolvimento rural através da alternância Tempo Escola e Tem- po Comunidade tendo como eixo as ações de Assistência Técnica em assentamentos de Reforma Agrária e áreas de Agricultura Familiar.

Educação do Campo e Formação Profi ssional: a experiência do Programa Residência Agrária Capítulo 3 Matrizes Locais

cessos de “Estágios de Vivência” realizados pelos cursos de graduação em Ciências Agrárias. Um fator que contribuiu signifi cativamente para a rede- fi nição das atividades da Vivência foi o “atraso” do início do projeto, que fez com que houvesse coincidência entre a realização desta fase e o período letivo da UFSM, difi cultando a permanência dos alunos em campo por períodos longos. Essa situação obrigou o Comitê Gestor do projeto a arti- cular as atividades da Vivência de uma maneira distinta da planejada.

A partir destas limitações, realizaram-se saídas curtas de campo, com objetivos específi cos bem defi nidos no contexto da seqüência das atividades formativas, visando reconhecimento das áreas de trabalho e, posteriormente, familiarização com a realidade local.

Nessa etapa os alunos foram incentivados a sistematizar suas vivências, com vistas à realização de um processo de refl exão sobre suas experiências. Entendeu-se que, para tanto, seria importante promover a socialização e “troca de experiências” e também o esforço de sistematiza- ção (pela elaboração de uma proposta de estudo para a Especialização a partir das demandas locais). Assim, após as saídas de campo promoveram- se encontros para troca de experiências e, também, a realização de reuni- ões abertas para apresentação e discussão de propostas individuais.

O adiamento do início do Curso de Especialização da região Sul-Sudeste58, por sua vez, possibilitou que se realizasse um prolonga-

mento da fase de Vivência com permanência mais duradoura dos alunos no campo no período posterior ao término do semestre (após a segunda quinzena de julho de 2005 até outubro 2005).

Inicialmente entendeu-se que o ingresso na Especialização es- taria condicionado à apresentação de um pré-projeto de pesquisa e que a elaboração deste deveria ser realizada durante a fase da Vivência. Com o andamento do Programa percebeu-se que as demandas das organizações parceiras não estariam plenamente contempladas somente com a elabo- ração e realização de uma pesquisa. Por outro lado, os alunos mostravam- se inquietos com a possibilidade de fragmentação de suas ações no campo em caso de não estar bem defi nido seu papel quanto a ATER. Acordou-se, assim, realizar a distinção entre Plano de Estudo (proposta de projeto de pesquisa sobre temática relevante para a realidade local da qual deveria originar-se a monografi a) e proposta de Plano de Trabalho (implicando as linhas de ação de ATER, nas quais o estudante iria atuar junto à orga- nização parceira).

58. A região Sul-Sudeste reunia os projetos do Programa Residência Agrária das seguintes Universidades: UFSM; UFPR; UNICAMP e UFRRJ.

O Quadro evidencia o esforço realizado no sentido de buscar uma aproximação às discussões dos movimentos sociais e organizações parceiras no projeto, visando uma formação política mais acentuada, com utilização de materiais por eles produzidos, palestras e participação em eventos. A participação da equipe de professores da UFSM fez-se mais no sentido de apresentar uma leitura da discussão sobre temas atuais e ins- trumentalizá-los para a etapa da Vivência.

Com relação à fase de Vivência, inicialmente, havia sido pensa- da como articulada ao esforço de diagnóstico e implicando estadia longa na área de atuação, com a convivência com famílias, a exemplo dos pro-

QUADRO 1: Plano de Atividades de Formação teórico/prático para os alunos envolvidos no Programa Residência Agrária – Projeto Piloto da UFSM

Atividades Formação Teórica da Fase I

- Vídeo sobre a Marcha do MST a São Gabriel (2003) - Responsável (NARA). - Debate sobre o vídeo e discussão do texto “O que é Questão Agrária” de Graziano da Silva.

- Participação no Fórum de Organização da Agricultura Camponesa do Norte do Rio Grande do Sul. (São Miguel das Missões RS).

- Dia de campo sobre “Rochagem”. Localidade de São Marcos - Santa Maria RS. - Participação no “4º Encontro da Jornada de Agroecologia” em Cascavel – PR. - Seminário de Agroecologia. Organizado pelo Grupo de Agroecologia Terra Sul. (Também como atividade de formação do “Feirão de Cooperativismo Solidário”, organizado pelo Projeto Esperança/CooEsperança.

- Conceitos Agroecológicos com o Engenheiro Agrônomo da EMATER/RS, J.A. Costabeber.

- Atividades práticas sobre as técnicas Agroecológicas com Engenheiro Agrônomo da EMATER/RS Soel Calro. Temas Abordados: Meio ambiente (impactos positivos e negativos da agricultura); Sustentabilidade; Potenciais e limites para desenvolver Agroecologia; Bases tecnológicas alternativas.

- Debate sobre os modelos de desenvolvimentos. Debatedor: Profo Paulo Silveira. Texto Base: “Desenvolvimento Rural no Brasil: os limites do passado e os caminhos do futuro” deo Prof. Zander Navarro.

- Debate sobre “conjuntura socioeconômica e política dos assentamentos”. Debatedores: Álvaro Delatore - da COPTEC.

- Ofi cina Multifuncionalidade do rural e Reforma Agrária. Responsáveis: Mestranda Ana Luiza Gediel e Profo Marcos Froelich. Abordando as relações da temática do Programa com o debate sobre a multifuncionalidade, o novo rural e as demais concepções atuais sobre o espaço agrário.

- Seminário “Agricultura Familiar e as Políticas Públicas”. Responsável. Profa Vivien Diesel. Texto: “Fortalecendo a Democracia e o Desenvolvimento Local: 103 experiências inovadoras no meio rural gaúcho” de Markus Brose e o texto “Raízes do Campesinato Brasileiro” de Maria Nazareth Baudel Wanderley.

- Ofi cina sobre as Metodologias e os Enfoques da Extensão Rural. Debatedor: Prof. Pedro Neumann. Textos: Um capítulo de “Comunicação ou Extensão” do Paulo Freire e “Enfoques da Extensão Rural” de Francisco Caporal. - Ofi cina sobre metodologias de trabalho da ATER.

Responsável: Prof. Pedro Neumann.

- Preparação em metodologias e coletas de dados e esclarecimento iniciais ao planejamento do objeto para o Plano de Trabalho.

- Noções sobre o Método de Validação Progressiva (MVP) e Diagnóstico de Sistemas Agrários.

- Ofi cina de planifi cação dos trabalhos de Assistência Técnica. Formação política Formação complementar em Agroecologia Formação na questão do desenvolvimento rural e as alternativas para agricultores familiares e assentados

No caso de Santa Maria, a atuação no Tempo Comunidade foi, idealmente, balizada por um plano de trabalho de ATER defi nido em cada núcleo local, acordado antes do início da Especialização entre o Grupo Gestor, organização parceira e o aluno. Este plano de ATER defi nia algu- mas atividades que cada aluno iria desenvolver em seu núcleo de atuação. De modo geral, a atuação do aluno esteve subordinada as orientações do técnico de campo – mediador junto à organização parceira.

Outro componente essencial do Tempo Comunidade foi a realização do trabalho de pesquisa com vista a elaboração da monogra- fi a. No caso de Santa Maria, a defi nição do tema de pesquisa se fez ainda antes do ingresso do aluno no Curso de Especialização. Entre- tanto, ao longo do Curso, muitos alunos trocaram ou modifi caram o foco de seus objetos de estudo. Neste sentido, entende-se que as te- máticas e abordagens defi nidas nos Planos de Estudo acabaram repre- sentando uma síntese de infl uências diversas: interesses da organização

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