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DESENVOLVIMENTO DA EXPERIÊNCIA-PILOTO

No documento EDUC A ÇÃO DO CAM PO E F (páginas 134-140)

difusora de Pajeú Mirim-Tabira(PE)

DESENVOLVIMENTO DA EXPERIÊNCIA-PILOTO

As Atividades Pedagógicas com Educação do Campo

As atividades de sensibilização foram realizadas com o objetivo de que as pessoas envolvidas pudessem perceber a importância dos con- teúdos apresentados e participassem na construção desta proposta, difun- dindo a idéia para outras pessoas, que por sua vez serão os verdadeiros disseminadores da agroecologia. Começou-se apresentando informações sobre o uso dos efeitos dos agrotóxicos no que diz respeito à classifi cação toxicológica e vias de ingresso no organismo.

Dia de Campo

O Dia de Campo consistiu em momentos de encontro, apren- dizagem e trocas de experiências entre técnicos e agricultores. Teve como objetivo o processo de sensibilização, formação e conscientização das práticas agroecológicas, proporcionando aos agricultores o acesso aos conhecimentos práticos dos temas abordados como: biofertilizantes e inseticidas naturais. Nestes momentos foram desenvolvidas algumas re- ceitas de defensivos naturais utilizando-se plantas disponíveis na região, diminuindo assim, os custos. Foi demonstrada a elaboração do biofertili- zante, que serve de adubo foliar e para o solo, como também repele alguns insetos pelo seu forte cheiro.

79. São produtos que estimulam o metabolismo das plantas quando pulverizados sobre elas. Estes compostos, geralmente preparados pelo agricultor, não são tóxicos e são de baixo custo. Pode-se citar: biofertilizantes enriquecidos, cinzas, soro de leite, calda bordaleza, etc.

Alguns resultados possíveis consistem na diversidade de publi- cações sobre experiências e refl exões sobre a metodologia e a prática80.

Destaca-se a perspectiva do esforço das capacidades dos agricul- tores experimentadores que é apresentado por quatro linhas complemen- tares à experiência:

I. “Apoio ao processo” no qual está embutida a necessidade básica do aumento da capacidade e da dinâmica de trabalho dos agricul- tores experimentadores, a fi m de que compartilhem conhecimentos entre si. Podemos citar o Dia de Campo como uma alternativa construtiva, onde os participantes se envolveram nas experiências fazendo relatos de sua vivência enquanto agricultores.

II. “Aumentar a capacidade dos agricultores experimentadores, com rigor” a partir das falhas metodológicas encontradas, buscar solução e corrigi-las para melhorar a qualidade dos resultados obtidos, a fi m de ofe- recer respostas positivas na localidade. Por exemplo, a troca de experiências entre os agricultores e pesquisadores, as metodologias e técnicas vão se adequando cada vez que o diálogo é incrementado para a troca de saberes.

III. “Estimular as interações entre pesquisadores e agricultores experimentadores”: envolvimento dos agricultores no processo de criação e difusão de alternativas tecnológicas para melhorar os papéis e as funções de cada um. Nas reuniões de sensibilização, nos cursos, acontecem os pro- cessos de construção de conhecimento mútuo entre pesquisadores e agri- cultores e, conseqüentemente, o interesse e envolvimento dos mesmos.

IV. “Sustentabilidade”: assegurar a continuidade de um proces- so promissor para que o desenvolvimento agrícola seja fortalecido e reco- nhecido em direção à sustentabilidade. Com os resultados obtidos entre as famílias difusoras, fortaleceu-se o desenvolvimento das novas práticas agroecológicas entre outras famílias da própria comunidade e de comu- nidades vizinhas.

Uma experiência concreta vivenciada por Joseane81, foi apre-

sentada no II Encontro Nacional de Agroecologia - ENA. Ela aprendeu e experimentou o tipo de canteiro com lona e tubos de PVC para a cultu- ra de alface. Considerando que o PVC e o plástico colaboram para manter a umidade do canteiro por mais tempo, funcionou muito bem para esta cultura. No entanto, esta técnica não se adaptou à cultura do coentro, que não suporta tanta umidade tendo fi cado as folhas queimadas.

80. Pôster e apresentação oral no I SEMEX/UFRPE, período do evento 18 a 22 de setembro de 2006. Campus Dois Irmãos.

81. Joseane é uma das fi lhas de D. Lourdes e Sr. José Alfredo Filho (Sr.Zezinho), uma das famílias selecionadas para acompanhamento e análise.

porcionando aos benefi ciários a compreensão dos sistemas de produção familiar/comunitário através das experiências trocadas entre participantes.

Atores Sociais

As famílias envolvidas na pesquisa apresentavam certa liderança na comunidade podendo assim difundir suas experiências e com o papel da comunicação no sentido de promover a concertação (Consultar Tauk, 2000) dos atores sociais envolvidos no desenvolvimento local. A gestão desta estratégia de desenvolvimento pressupõe ações de mobilização das comunidades locais para seu empoderamento, incluindo questões de gênero; articulação do trabalho de parcerias das organizações governa- mentais, não governamentais e comunidades; capacitação das populações para organização e produção econômica; formação de gestores em pro- cessos de comunicação para o desenvolvimento local, dentre outras.

Agricultores Experimentadores

A concepção desenvolvida por Edwards (1993) de que a reali- zação de projetos de implementação de tecnologias em conjunto com os agricultores gera mais segurança na introdução de novas tecnologias e, também, Hocdé (1999, p. 33) que sintetiza a construção conjunta do conhecimento ao afi rmar que: os Agricultores – Experimentadores - A/E são os que melhor conhecem o local. Por isso, a pesquisa sobre sistemas de produção pode facilitar o resgate destes conhecimentos. Por outro lado, ninguém pode representar e defender melhor os interesses dos agricultores do que eles próprios. Da mesma maneira, nenhum A/E pode substituir a função dos pesquisadores acadêmicos. O encontro entre esses dois mundos é necessário e imprescindível.

As parcerias estratégicas atuam na manutenção de diversifi cadas formas. Para o fortalecimento da experimentação dos agricultores é im- portante a adaptação do processo a outros grupos de outras localidades. Para tanto, se fez parcerias com as seguintes instituições:

organizações de produtores – como a Associação da Comu- nidade de Pajeú Mirim - ARJAP;

universidades - UFRPE;

setores público e privado – como a Casa da Mulher do Nor- deste e o Projeto Dom Helder Câmara;

Educação do Campo e Formação Profi ssional: a experiência do Programa Residência Agrária Capítulo 4 Relato de Experiências

muita água, devido à extensão do raio do micro-aspersor, buscou uma solução, encontrada através da sua observação e discussão com pesquisa- dores. Assim, o desperdício foi resolvido com um novo posicionamento do micro-aspersor, agora invertido para o solo. Economizou água, energia e tempo de mão-de-obra.

Dona Luciene teve como experiência a produção do tomate cereja com tutoramento, pois haviam lhe informado que tomate cereja era produzido no chão e suas ramas eram espalhadas pelo solo. Ela resolveu produzir testando o tutoramento do tomate cereja que consiste em orien- tar o desenvolvimento dos ramos. E obteve como resultado uma produ- ção relativamente melhor em relação ao outro modelo de cultivo.

Os Resultados Práticos da Experiência

Segundo Pires (2005, p. 61) o agricultor familiar é um ator por excelência no mundo rural. Apesar de ter sido historicamente renegado em sua importância social e econômica é sobre ele que recai a responsa- bilidade de grande parte do abastecimento alimentar. Além disso, o agri- cultor familiar mostrou-se resistente às difi culdades e vem dando provas de criatividade, buscando sempre alternativas e superando as crises.

Como resultados práticos da experiência vêem-se a seguir os relatos dos respectivos atores sociais que se envolveram na proposta do estudo e da pesquisa e tem entre si a melhoria das condições de vida de cada família.

Vale ressaltar que a agricultura convencional está construída em torno de dois objetivos que se relacionam: a maximização da produção e do lucro. Na busca dessas metas um rol de práticas é desenvolvido sem considerar as conseqüências não intencionais, de longo prazo, e sem con- siderar a dinâmica ecológica dos agroecossistemas. Baseia-se em práticas tais como: cultivo intensivo do solo, monocultura, irrigação, aplicação de fertilizantes inorgânicos, controle químico de pragas e manipulação ge- nética de plantas cultivadas.

O sr. Zezinho ainda não tinha conhecimento das desvantagens econômicas e ambientais da agricultura convencional. Conforme Caporal e Costabeber (2004, p. 8) “o modelo de agricultura convencional ou agroquí- mica é um modelo que reconhecidamente é mais dependente de recursos naturais não renováveis e, portanto incapaz de perdurar através do tempo”.

Ainda, segundo Altieri (2002, p. 64), as práticas agrícolas con- vencionais desestruturam o ambiente. Sua adoção e manutenção neces- sitam de mudanças tanto no sistema social quanto no ecossistema. Os

A Escolha das Famílias

Os critérios de escolha das famílias já foram explicitados na metodologia, mas vale ressaltar que foi priorizada a existência de recursos hídricos nas áreas a serem trabalhadas, a consciência cidadã e as questões de gênero numa sociedade predominantemente patriarcal. Uma família era composta por Dona Lourdes e Sr. José Alfredo Filho (Sr.Zezinho) e seus oito fi lhos, dentre eles três mulheres (Maria Aparecida, Maria Jose- ane e Iracema) e cinco homens (José Alfredo Júnior, Jailson, José George, João Hélio e José Fernando). Sempre trabalharam e viveram da agricul- tura e moram na Comunidade de Pajeú Mirim, a 20 km do município de Tabira-PE.

Outra família composta por D. Luciene, Sr. Naldo e três fi lhos (Lucenildo, Lucivaldo e Lucivan) e duas fi lhas (Lucineide e Lucinalda), viveram 12 anos na cidade de Afogados de Ingazeira e retornaram ao seu espaço no campo. Ela faz parte da Associação da Comunidade de Pajeú Mirim – ARJAP, da Associação Rural de Jovens e Adultos de Pajeú Mirim e Poço de Pedra. Através de reuniões com a Associação e Instituições como a Casa da Mulher do Nordeste82 foram levantadas áreas com po-

tenciais para implantação dos projetos de unidades agroecológicas e D. Luciene se mostrou bastante interessada em produzir, preservando o meio ambiente.

A terceira família, D. Lourdes Gadelha e Sr. Antônio Gadelha, moram na comunidade de Pajeú Mirim, município de Tabira-PE. Têm três fi lhos, dois meninos (Rodrigo e Ricardo) e uma menina (Vitória). Seus fi lhos de mais idade estudam na escola municipal da comunidade.

Esta família faz parte da Associação Rural de Jovens e Adultos de Pajeú Mirim e Poço de Pedra - ARJAP. Seu esposo, Sr. Antônio Ga- delha, já trabalhava sem o uso de agrotóxicos. Na sua área há uma diver- sidade de frutíferas, tendo produtos o sufi ciente para comercializar na feira de Tabira-PE.

Dona Lourdes passa por um processo de construção, pois a mesma não tinha o hábito de cuidar da área de produção. Hoje em dia, em suas práticas na área de hortaliças, já pôde seguir o exemplo de sua fi lha Joseane, que participou do II ENA e tem desempenhado o papel de agricultora multiplicadora na orientação do plantio de alface.

Sr. Zezinho, após observar que a micro-aspersão no início da implantação da área de fruticultura agroecológica estava desperdiçando

82. Tem como missão incentivar o empoderamento político e econômico das mulheres a partir da perspectiva feminista.

- preservar e recompor a fertilidade, prevenir a erosão e manter a saúde ecológica do solo, pois baseiam-se na reciclagem dos seus nutrientes; - usar água de maneira que permita a recarga de depósitos aqüíferos e satisfazer as necessidades hídricas do ambiente e das pessoas;

- depender principalmente de recursos de dentro do agroecossistema, in- cluindo comunidades próximas e substituindo insumos externos por ci- clagem de nutrientes, melhor conservação e uma base ampliada de conhe- cimento ecológico;

- trabalhar para valorizar e conservar a diversidade biológica tanto em paisagens silvestres quanto em paisagens domesticadas.

Dentre as práticas adotadas pela família estão a ensilagem, fena- ção, diversifi cação de roçados que se dão a partir da consorciação de cul- turas com cultivo de milho, feijão, fava, gergelim, guandu, gliricídia, leucena e frutíferas. Esta família optou em preservar a natureza. Não utilizam agrotóxicos nas suas culturas, fazem o uso do bio-fermentado na adubação foliar de suas plantas e do solo. Como repelentes de insetos, são utilizadas várias receitas de defensivos naturais como a urina de vaca, o nim, o cravo de defunto, dentre outras receitas.

A criação de cabras leiteiras é a maior fonte de renda da família. De novo estão lá as jovens mulheres no benefi ciamento do leite e comer- cialização. Estas aproveitam o leite e produzem o doce de leite e o queijo.

O investimento em campo de forragem com plantas exóticas e nativas, que são utilizadas para silagem, é uma estratégia fundamental no agroecossistema dessa família para garantir alimentação dos animais em época de estiagem servindo de complemento alimentar para os mesmos.

Fazem o uso da palha para cobertura morta na plantação de fruticultura agroecológica irrigada e nos canteiros de hortaliças, pois o uso da palha como cobertura morta permite que suas plantas fi quem molha- das por mais tempo diminuindo a evaporação e o consumo de água. Além destas práticas citadas é, ainda, utilizado o quebra-vento com plantas for- rageiras, gliricídia e leucena, pois além de impedirem a incidência de in- setos indesejáveis vão servir para alimentar sua criação de caprinos com o excesso da planta podada.

Destacamos que, segundo Altieri (2002, p. 151), a diversidade pode ser aumentada no tempo, mediante o uso de rotações de culturas ou cultivos seqüenciais, e no espaço, através do uso de culturas de cobertura, cultivos intercalados, sistemas agrofl orestais e sistemas integrados de pro- dução vegetal e animal. A diversifi cação da vegetação tem como resultado, tanto o controle das pragas, pela restauração dos agentes naturais, como fertilizantes sintéticos, produzidos industrialmente, substituem a simbio-

se entre as plantas e as bactérias que fi xam o nitrogênio, dominam os agroecossitemas em vez de trabalhar com eles. Fungicidas e inseticidas substituem os mecanismos de equilíbrio natural exercidos por predadores e parasitas. As medidas institucionais cada vez mais complexas, como os seguros e o mercado futuro, substituem os métodos ecológicos de con- trole de riscos.

Após vários contatos com a equipe da Casa da Mulher do Nor- deste, que faz assessoria técnica na comunidade, a família mudou o jeito de produzir e lidar com a terra e a natureza. O trabalho de formação e conscientização com toda a comunidade, na perspectiva de transição da agricultura convencional para a agricultura agroecológica, vêm mudando a vida e o jeito de trabalhar dessas mulheres e de sua família.

Para Altieri (2002) agrecologia

é a ciência ou a disciplina científi ca que apresenta uma série de princípios, conceitos e metodologias para estudar, analisar, dirigir, desenhar e avaliar agroecossistemas, com o propósito de permitir a implantação e o desenvol- vimento de estilos de agricultura com maiores níveis de sustentabilida- de.[...] A agroecologia proporciona então as bases científi cas para apoiar o processo de transição para uma agricultura sustentável nas suas diversas manifestações e ou denominações.

Ainda sobre o tema, Guzmánn Casado et al (1999, p. 02), afi rma que:

Agroecologia pode ser defi nida como o manejo ecológico dos recursos na- turais, através de formas de ação social coletiva que apresentam alternati- vas ao atual modelo de manejo industrial dos recursos naturais, median- te proposta de desenvolvimento participativo a partir do âmbito da pro- dução e da circulação alternativa de seus produtos, pretendendo estabelecer formas de produção e de consumo que contribuam para encarar a crise ecológica e social, e com isso enfrentar-se ao neoliberalismo e sua globali- zação econômica.

Vale ressaltar que a agricultura sustentável, segundo Gliessman, (2000) tem sua caracterização baseada na conjugação de vários fatores:

- ter efeitos negativos mínimos no meio ambiente e não liberar substâncias tóxicas ou nocivas na atmosfera, em águas superfi ciais ou subterrâneas;

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reiro de outros e hoje ocupo meu tempo na horta. Estou muito satisfeita e espero crescer e aprender mais.

Os papéis das famílias difusoras foram de extrema importân- cia, pois respaldaram e deram credibilidade no incentivo a outras famí- lias a refl etirem sobre o que este uso pode nos causar no longo prazo, competências surgiram também em situações vivenciadas pelos atores sociais, por exemplo, as reuniões coletivas, o comparecimento em con- gressos e na elaboração de novas técnicas como foram as experiências de Sr. Zezinho, Luciene e Joseane.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa possibilitou ouvir e acompanhar um processo de mudança de paradigmas que incluiu relações sociais e estratégias de pro- dução e pode-se:

buscar os recursos dentro do agroecossistema, incluído comu- nidades próximas ao substituir insumos externos por ciclagem de nutrien- tes, melhor conservação e uma base ampliada de conhecimento ecológico; trabalhar na perspectiva de valorizar e conservar a diversidade biológica, tanto em paisagens silvestres, quanto em paisagens domésticas;

garantir igualdade de acesso à práticas, conhecimentos e tec- nologias agrícolas adequadas e possibilitar o controle local dos recursos agrícolas;

substituir práticas convencionais por ações alternativas; progressão da autonomia familiar.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALTIERI, Miguel. Agroecologia: Bases Científi cas para uma Agri-

cultura Sustentável. Guaíba: Agropecuária, 2002.

CAPORAL, Francisco Roberto. & COSTABEBER, Antônio. Agroecologia:

Alguns Conceitos e Princípios. Brasília: MDA/SAF/DATER-IICA, 2004. EDWARDS, R. J. A. Monitoramento de Sistemas Agrícolas como

forma de Experimentação com Agricultores. Tradução de John Cunha Comeford. Rio de Janeiro: AS-PTA, 1993.

GLIESSMAN, Stephen R. Agroecologia: Processos Ecológicos em

Agricultura Sustentável. Ed. Universidade/UFRGS, 2000. também a otimização da reciclagem de nutrientes, maior conservação do

solo, da energia e menor dependência de insumos externos.

Para ensilagem utilizam silos tipo cincho, com capacidade de 1000 kg para cada silo e silos trincheira.

É gratifi cante escutar o depoimento de Sr. Zezinho:

Foi a melhor coisa que fi z na área para a época de estiagem, o silo. Pois serviu de complemento alimentar para os animais, se não fossem os silos não sei como faria para alimentar os animais.

Hoje, a renda da família que vive exclusivamente da terra é ga- rantida. Joseane é a comercializadora dos produtos e difusora da expe riên- cia. Em seu depoimento Joseane comenta:

Como foi gratifi cante poder ter participado do II Encontro Nacional de Agroecologia e poder trazer experiências apresentadas neste Encontro, e colocá-las em prática como foi o caso da experiência com canteiros com tubos de PVC, que facilita o manejo na região semi-árida.

Em depoimento Dona Luciene diz:

Estou muito satisfeita, pois sempre gostei de lidar com as plantas, traba- lhar no campo, mas nunca tinha aparecido a oportunidade. Agora, com este projeto das unidades agroecológicas está tudo mudado. Até meu espo- so está me ajudando no trato com os canteiros e meus fi lhos também. Já participei de uma visita na área de horta agroecológica, onde pude apren- der mais do que sabia sobre a horta e como tratá-la. Já ensino receitas agroecológicas para minha família e minhas vizinhas, e outras pessoas têm acreditado que é possível produzir sem veneno e agradecer à natureza o que ela nos dá.

Hoje o depoimento de Dona Lourdes é muito gratifi cante de ouvir:

Estou gostando muito de trabalhar na horta, meus fi lhos ajudam e meu esposo me dá uma força muito grande nos tratos com a horta. Já participei de visitas em outras áreas de hortaliças sem veneno e pude aprender mui- to com o que Dona Zefa nos falou da sua experiência. Antes tinha que fazer alguns trabalhos domésticos como lavar roupa pra fora, varrer ter-

Família de Dona Luciene

Família Sr. Zezinho

Fotos de plantio e produção de Luciene: (1) Luciene prepara transporte de mercadorias para feira orgânica; (2) Construção de cisterna.

(3) Estoque de mudas; (4) Pimentões produzidos com adubo orgânico.

(1) Família de Sr. Zezinho; (2) Produção na propriedade de Sr. Zezinho.

GUZMÁNN CASADO, Glória; GONZÁLEZ DE MOLINA, Manuel & SEVILLA GUZMÁN, Eduardo. Introducción a la agroecologia

como desarrollo rural sostenible. Madri: Mundi – Prensa, 1999. HOCDÉ, Henri. A lógica dos agricultores experimentadores: o caso da América Central. Metodologias Participativas. Rio de Janeiro: AS-PTA, 1999.

PIRES, Maria L. Lins e Silva. O cooperativismo agrícola em questão. Recife: Bagaço, 2005.

TAUK SANTOS, Maria Sallet. Comunicação rural, velho objeto, nova abordagem: mediação, reconversão cultural, desenvolvimento local. In: LOPES, Maria Immacolata Vassallo de; FRAUMEIGS, Divina, TAUK SANTOS, Maria Sallet (orgs.). Comunicação e informação: identida- des e fronteira. São Paulo: Intercom; Recife: Bagaço, 2000, p. 291-301.

ANEXO

Família de Dona Lourdes Gadelha

Terreno da família Lourdes Gadelha:

(1) Terreno antes de ser trabalhado para o plantio; (2) Lourdes fi lhos e marido junto ao quintal produtivo.; (3) Lourdes, o bebê, Edvânia e Rosário em visita de acompanhamento das atividades da Residência Agrária. 3 1 2 1 2 3 4 1 2

Educação do Campo e Formação Profi ssional: a experiência do Programa Residência Agrária

A importância das boas práticas

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