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LINHA DE PESQUISA

No documento EDUC A ÇÃO DO CAM PO E F (páginas 89-91)

temas de pesquisa no “Curso de Especialização Residência Agrária”

LINHA DE PESQUISA

CAMPO E DESENVOLVIMENTO: Planejamento e Gestão de Comunidades Camponesas

Nesta linha os temas das pesquisas foram: “Qualivida – Sistema de avaliação de sustentabilidade de qualidade de vida: Ferramenta de su- porte à decisão no desenvolvimento de assentamentos” e “Gestão de Grupo - um estudo de caso: As Margaridas - localizado no Assentamento Margarida Alves, município de Mirassol D’oeste – MT”.

Grande parte dos problemas vividos por assentados, que tem gerado muitos insucessos nos projetos de Reforma Agrária, provém das difi culdades na gestão de grupos e de comunidades. O modelo de educa- ção vigente tem se caracterizado pelo individualismo, pela competição e pela falta de prática administrativa.

É notória a falta de sistema de diagnóstico democrático, que sirva de suporte à decisão no planejamento da gestão comunitária, seja pela abor-

Educação do Campo e Formação Profi ssional: a experiência do Programa Residência Agrária Capítulo 3 Matrizes Locais

pode contribuir para a proteção da biodiversidade local de plantas medi- cinais nativas, para o resgate e valorização do saber local, além de amenizar os gastos familiares com remédios de farmácia, nem sempre disponíveis ou acessíveis.

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CAMPO E DESENVOLVIMENTO: Identidade Camponesa

Nesta linha, os temas das pesquisas foram: “A vida no campo como projeto e sonho através da luta pela Educação Escolar no Assenta- mento Márcio Pereira em São José do Povo–MT”; “Papéis de Mulheres nas áreas de Reforma Agrária”; “Percepção ambiental e social acerca das matas em áreas de Reforma Agrária” e “Valores Éticos Camponeses: fator de resistência e permanência no campo”.

Nos períodos de vivência algumas dúvidas foram ressaltadas, como: seria unanimidade, nas áreas de Assentamento de Reforma Agrária, a visão de que a escola do campo precisa preparar os estudantes para a vida no campo? Predominaria a visão de que é melhor prepará-los para a vida na cidade? Os pais sonham em “acabar seus dias de velhice” no campo ou na cidade? Que tipo de direcionamento está sendo dados às escolas do campo? Por que as escolas do campo estão se “urbanizando”? Será que no campo a mulher sofre mais do que na cidade? Qual a importância das mulheres na sustentabilidade, no equilíbrio e na permanência da família no campo? Qual o tamanho da economia dada pelas mulheres do campo?

O que acontece com a vegetação nativa de um sítio, quando um assentado tem uma visão distorcida do campo – mata – fl oresta; uma visão preconceituosa e mítica, nos padrões impostos pela lógica urbana: o mato seria o temível território dos bichos selvagens, peçonhentos, perigosos, asquerosos? Seria a terra do “Jeca Tatu”? Ele seria o símbolo do agricultor preguiçoso? Qual a primeira atitude do assentado diante do desconhecido “mato”? O que diz a legislação fundiária, sobre os indicadores da efetiva ocupação e posse da terra? Estas questões remetem-nos ao tácito confl ito entre as leis ambientais e as agrárias, mas como pensam os assentados desta região?

Há muito se fala que o campesinato vai acabar, mas ele ainda está vivo, produzindo e se reproduzindo. Por que? De onde vêm as forças que imprimem tanta resistência e vigor a alguns camponeses, a ponto de permanecer no campo, apesar de tantos clamores da cidade, do consumis- mo e do conforto urbano? Quais as diferenças de pensamento entre aqueles que aderiram ao “agronegócio” e os que se julgam “camponeses”? liação de sustentabilidade de qualidade de vida no campo. Os níveis de

organicidade comunitária, de objetividade e de empenho estão sendo paulatinamente melhorados, com a identifi cação, reunião e agregação de famílias com problemas comuns, identifi cados pelo Qualivida. Com isso espera-se acelerar os processos de melhoria da qualidade de vida no As- sentamento, bem como melhorar os níveis de cidadania, protagonismo e autonomia locais.

O novo Sistema de Gestão está melhorando o desempenho na condução de forma mais auto-sustentável de grupo de mulheres atuantes com Plantas Medicinais no Assentamento, visto que foi articulado com a participação das usuárias. Com isso espera-se ajudar na conservação da biodiversidade, do saber local e na economia das famílias.

Considerações

A metodologia informatizada (software) Qualivida foi desenvol- vida para a Empresa Matogrossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural - EMPAER-MT, no intuito de servir de instrumento para aferir, sistemicamente, os impactos das ações de Assistência Técnica, Extensão Rural, Fomento e Pesquisa, no âmbito da Agricultura Familiar. Entre as suas várias utilidades foi possível agregar mais esta ferramenta gerencial de suporte à decisão para direcionamento do desenvolvimento familiar, grupal e comunitário. A duração das entrevistas individuais, porém, com cerca de 60 a 120 minutos por família, é um ponto a ser melhorado, cons- tituindo-se num desafi o metodológico. Como os Descritores de Susten- tabilidade apresentam um vasto espectro de abrangência, percebe-se que os resultados poderão fornecer pistas preciosas para inúmeros parceiros que atuam no meio rural, especialmente nas áreas de Reforma Agrária. O maior desafi o e maior trunfo do projeto pode ser o de congregar as famí- lias em torno de problemas comuns e de disponibilizar uma ferramenta gerencial de suporte à decisão, visando providências de forma grupal, convivendo com as diferenças.

O sub-projeto “Gestão” foi concebido, desenvolvido e imple- mentado em conjunto com um grupo de mulheres de Assentamento de Reforma Agrária, que atuam com plantas medicinais com algumas difi - culdades e com o mínimo apoio externo. O envolvimento de biólogos e outros pode contribuir com a sistematização dos conhecimentos locais, a partir da condução de esforços para a criação construtivista de um sistema de gestão, que possa vir ao encontro dos interesses da comunidade, agre- gando uma abordagem científi ca sobre a gestão de plantas medicinais. Isso

Considerações

A heterogeneidade profi ssional do grupo de pesquisadores en- riqueceu a amplitude de abordagens e imprimiu caráter sistêmico a esta linha de pesquisa.

Como os trabalhos propostos nesta linha envolvem questões pessoais, sentimentos e valores, percepções e representações sociais, bases éticas e práxis de relacionamento entre gêneros, os pesquisadores enfren- tam desafi os quanto a sua habilidade em conseguir a verbalização das in- formações e opiniões originadas de pessoas, muitas vezes, descrentes nos cientistas, nos urbanos, nos órgãos públicos e outros.

A prospecção da “arqueologia das bases éticas e valores da alma camponesa”, entendida como uma das principais referências em proces- sos decisórios dos camponeses, para resistir, reproduzir e permanecer na terra, apesar dos chamamentos da mídia, do mercado, da civilização ur- bana, da ciência e tecnologia, constitui-se em tesouro que poderá ser aproveitado nos projetos que visem à redução do ritmo do êxodo rural, no absenteísmo dos lotes de Reforma Agrária, na venda dos sítios e no abandono do campo.

As relações entre gêneros num campo historicamente tão do- minado pelo patriarcado constitui-se num desafi o posto aos pesquisado- res, na arte de mediar confl itos e otimizar a vivência nas famílias, nos grupos e nas comunidades.

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No documento EDUC A ÇÃO DO CAM PO E F (páginas 89-91)

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