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140 AGENDA 21 LOCAL COMO INSTRUMENTO PROMOTOR DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL O projeto LASALA (Local Authorities' Self Assessment of Local Agenda) é extremamente

Objetivos Específicos

140 AGENDA 21 LOCAL COMO INSTRUMENTO PROMOTOR DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL O projeto LASALA (Local Authorities' Self Assessment of Local Agenda) é extremamente

relevante, pois configura-se como um dos projetos que melhor retrata as Agendas 21 Local, permitindo complementar e colmatar dificuldades de obtenção de informação sobre processos de A21L na Europa. Como refere Evans e Theobald (2003: 784), a par do “ICLEI que realizou uma pesquisa mundial sobre as iniciativas de A21L (1998, 2002)” (U) (resultados estes que alimentaram a Cimeira de Joanesburgo), a Europa apenas contou “com mais um estudo alargado realizado pelo Comité do Meio Ambiente - Eurocities (ver Vallittu e Lehtimäki, 2001), que foi baseado num questionário enviado, por e-mail, para 60 cidades” europeias. O projeto de pesquisa LASALA avaliou a experiência europeia com a A21L, examinando os progressos realizados no processo de formulação e execução de políticas. O objetivo principal do projeto era encontrar casos de boas práticas de A21L disseminadas pela Europa.

- O projeto SUFA (Success Factors) for Local Agenda 21 in the Baltic Sea Region constitui-se como um projeto comum, desenvolvido pelo UCB (Union of the Baltic Cities), o ICLEI e pela Academia Universitária Ábo. A publicação desta obra definiu-se como muito importante, devido, segundo Grönholm, Joas and Nordström (2001: 17), à possibilidade de “usar o modelo (I) que foi originalmente construído e utilizado pela LASALA, e introduzir-lhe alterações de forma a ajustar e melhorar” a eficácia de recolha de dados sobre as A21L. Ao contrário do projeto LASALA, de análise global, este particularizou a sua análise ao estudo a 6 casos nórdicos de A21L e a 18 processos de A21L na região do Báltico. Os casos selecionados foram a base de trabalho do grupo de pesquisa que analisou os fatores de sucesso das A21L. Ao fazerem este tipo de análise, centraram-se nas atividades que revitalizaram e estiveram na origem do sucesso das Agendas.

- Um dos projetos pan-europeus que mais se notabilizou no estudo das atividades e progressos das A21L foi coordenado pela Universidade de Oslo e pela Universidade de Umea, na Suécia. Este trabalho reuniu investigações individuais a oito países europeus e forneceu relevantes conclusões sobre as experiências das A21L na Europa (Lafferty e Eckerberg, 1998). Pela sua importância, este estudo viria a ser alargado a 12 países no âmbito das Comunidades Sustentáveis na Europa [Sustainable Communities in Europe (SUSCOM)], projeto financiado pela Comissão Europeia (Lafferty, 2001a). Como refere Lafferty (2001a: 13) “ o projeto SUSCOM não foi designado (criado) para conduzir, de início, pesquisas empíricas através da participação dos 12 países participantes mas o facto de surgirem tanto factos novos e relevantes provenientes deste projeto foi o testemunho da importância desta investigação bem como da ação concertada do respetivo modelo de financiamento”.

A divulgação destes resultados por Lafferty (2001a), na obra intitulada Sustainable Communities in Europe, foi considerada, de acordo com Margot Wallstrom15, “como um complemento bem-vindo sobre as ações europeias assim como pelos muitos contributos dados, a nível nacional,” (...) de

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informações preciosas a “serem utilizadas no World Summit on Sustainable Development in Johannesburg, em 2002” (Lafferty e Eckerberg, 1998: prefácio X).

A par destes estudos regionais, surge uma diversidade de outras obras que incidem sobre estudos específicos de A21L por país. São exemplos, os estudos regulares no Reino Unido que se debruçam sobre os progressos das A21L (LGMB, 1995, 1996, 1997); outros estendem a sua análise central às experiências que envolvem um ou mais municípios a nível nacional. Alguns exemplos são os trabalhos concluídos na Áustria (Astleithner e Hamedinger, 2003), Escócia (Jackson e Roberts, 1997), Reino Unido (Ward, 1996 e Sharp, 2002), Irlanda (Kelly e Moles, 2000), Polónia (Grochowalska, 1998), Suécia (Adolfsson, 2000, 2002; ARE, 2005), Suíça (Corbière-Nicollier et al., 2003), Roménia (Sofroniciu, 2005), Itália (Sancassiani, 2002, 2004), França, (Larrue et al., 2001), Espanha (Etxebarría et al., 2004; Coenen, 2001b), entre outros. De entre estes estudos, realçam-se os últimos dois que incidem a sua análise em países que, assim como Portugal, pertencem ao grupo dos que mais tardiamente iniciaram processos de A21L. No caso italiano, e segundo Sancassiani (2002), o principal obstáculo à promoção da A21L é o insuficiente financiamento seguido da inadaptação e falta de competências dos responsáveis locais para lidar com este instrumento, a reduzida motivação e colaboração entre os responsáveis locais, a dificuldade em envolver a comunidade local nos trabalhos, a fraca divulgação das ações (tanto dentro como fora dos municípios) e o insuficiente apoio político do poder central. No caso espanhol, para Etxebarría et al. (2004), um dos principais fatores impeditivos à implementação das A21L foi, sem dúvida, a falta de cooperação entre as diferentes regiões, estando este problema relacionado com a falta de liderança de governo central do país, que contribuiu para que não existisse um coordenador de políticas ambientais de caráter regional. Tal facto levou praticamente à inexistência de programas comuns, tanto ao nível local, como municipal, intermunicipal e supramunicipal, verificando-se a incapacidade de muitas regiões não terem conseguido criar uma rede de cidades sustentáveis capazes de promover a partilha de informação e de recursos. A par destas dificuldades, acrescentam-se ainda razões económicas face a orçamentos alocados, a diferentes níveis (governos autónomos, governos de província e governos municipais) que, ao serem bastante modestos, condicionaram o desenvolvimento dos processos. Apesar de, posteriormente, se proceder a uma análise, por grupo de países, aos processos de A21 europeus o que se retém, desde já, é a grande similitude destes dois exemplos com o caso português, observando-se óbvias analogias que marcaram a implementação de A21L nestas diferentes áreas geográficas.

O passo seguinte, retratar o desenvolvimento dos processos de Agendas em países europeus é precedido, no imediato, pela perceção que, decorrente da análise ao conjunto de estudos, cada caso se reveste de um caráter singular. Para tal peculiaridade, muito contribuem diversos fatores como a diversidade de lugares e populações, visto que nunca existem duas comunidades iguais. Estas variam no seu tamanho, forma, topografia, dados demográficos e nos requisitos que caracterizam cada comunidade a nível social, económico, ambiental, político e cultural. Assim

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