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152 AGENDA 21 LOCAL COMO INSTRUMENTO PROMOTOR DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL políticas municipais ( ) o que, num primeiro momento, relançou a implementação da A21L, visto

Objetivos Específicos

152 AGENDA 21 LOCAL COMO INSTRUMENTO PROMOTOR DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL políticas municipais ( ) o que, num primeiro momento, relançou a implementação da A21L, visto

que os esforços eram dirigidos à renovação institucional mas serviu para que se consolidassem as bases necessárias sobre as quais posteriormente se iriam erigir as A21L”.

O caso das A21L na Noruega reflete um registo a duas velocidades no que respeita à implementação da A21L, o que acentua as diferenças face a outras congéneres.

O caso finlandês podia ser rapidamente definido com o uso de duas palavras, atraso e lentidão. Atraso, porque, dos países nórdicos, foi o que mais se atrasou no arranque destes instrumentos e lentidão, porque os processos, em geral, foram surgindo muito paulatinamente, inclusivamente com interrupções que promoveram descontinuidades temporais e que comprometeram o avanço das Agendas.

Contudo, é de reconhecer uma faceta bem diferente da sua congénere norueguesa, devido à resposta pronta ao apelo saído da Cimeira da Terra. Como referem os autores Grönholm, Marko e Nordström (2001: 11), a prontidão da Finlândia em matéria de sustentabilidade não é surpresa, visto que já no ano de 1987, tinham criado “a Comissão Nacional para o Desenvolvimento Sustentável que coordenava, igualmente, atividades ao nível local em colaboração com a Associação Finlandesa de Autoridades Locais e Regionais (AFLRA, sigla em inglês). Existindo, então, os “pré-requisitos” da sustentabilidade, julgou-se que não seria muito difícil introduzir a A21l como instrumento. Contudo, as iniciativas governamentais revelaram-se insuficientes em matéria de apoio técnico (contou com o Programa de Ação Nacional denominado Ação Finlandesa para o Desenvolvimento Sustentável, em 1995, e em 1998, através da constituição da Comissão da Agenda 21) e praticamente inexistentes em matéria de apoio financeiro, do poder local. Face a esta frágil e ténue atuação governamental, assistiu-se a iniciativas individuais, isoladas e desorganizadas dos municípios, locais ao pretenderem iniciar os processos. Como consequência, e acrescenta Niemi-Lilahti (2001: 41), o “timing, as atividades, os dirigentes, os atores principais e os modelos de implementação variaram entre os municípios”. Nesta lógica, a Finlândia chega ao ano de 1998 com escassos e difusos processos face à deriva dos municípios em matéria de A21L.Acresce que, após o ano 1998, o panorama não se alterou de forma significativa, até porque os principais obstáculos persistiam com “a grande centralização existente na Finlândia, em relação aos restantes países nórdicos e que determinava que as autoridades locais dispusessem cada vez de menos recursos para impulsionar a A21L e o “contínuo desconhecimento que os municípios têm em relação a A21L na Finlândia e que, frequentemente, é identificado como algo abstrato não implicando uma cooperação intersectorial na gestão local nem precisando de uma planificação participada” (Moralejo et al., 2007: 118). Além do mais, situações existiram que até se conjugaram negativamente nos processos, quer de forma direta, quer indireta, como se destaca “a crise económica do princípio dos anos noventa” que problematizou (ainda mais) a questão da escassez de recursos (idem, 118-119). Todavia, e apesar das dificuldades, a Finlândia acabaria por registar um elevado número de Agendas, devido ao elevado espírito persistente e prático dos seus

autarcas que introduziram novas formas de cooperação entre setores administrativos, as autoridades locais, as organizações e os cidadãos.

Por último, e que no diz respeito à participação pública, os países escandinavos são reconhecidos mundialmente por possuírem uma elevada consciência ecológica e por terem uma população civil bem instruída e bastante ativa. A proximidade entre o cidadão e o poder político, a facilidade de consulta de informação e de participação são elementos-chave que cooperam para o registo de elevados níveis de participação que se assiste nestes países. Tomando o exemplo da Dinamarca, verifica-se que esta dinâmica advém de um processo de descentralização pública que reposiciona a responsabilidade das tomadas de decisões, “facilitando a participação democrática, a capacidade de resposta aos desejos dos cidadãos e o reforço da ligação entre estes nos níveis de gestão e tomada de decisão” (OECD, 2001a: 109).Ao experimentar uma reforma que promove a autonomia do poder local, o cidadão sente um maior apelo a participar na sua comunidade. Acresce, neste conjunto de países, a clara aposta na designada integração de “Tecnologias de Informação e Comunicação” (TIC) com os governos a apostar nos recursos digitais para resolver o "fosso digital", condição considerada essencial para fomentar o serviço de participação pública. Com a introdução da TIC na administração púbica e a disponibilização na sua utilização na sociedade em geral procura-se potencializar “melhores serviços públicos a baixo custo, aumentar a transparência e responsabilização do governo e promover uma maior participação dos cidadãos nos processos democráticos” (idem, 50). Neste contexto, a promoção de websites dos próprios governos, com o intuito de veicular informação institucional junto do cidadão; a construção de “life events”, (informação online que assegura que cada cidadão possa ter acesso a informação relevante sem precisar de perceber a estrutura da administração pública; a publicação da legislação e regulamentos online (draft legislation); a promoção de “chats on-line events”, com a abertura ao debate e confronto de ideias entre os dirigentes políticos e os cidadãos demonstram a vanguarda destes países em matéria de metodologia de apoio ao cidadão comum, suportada por ferramentas que permitem uma interação e celeridade de acesso à participação e consulta pública.

iii) Alemanha e Áustria

A Alemanha e a Áustria pertencem ao grupo de países que se encontram nos “níveis mais baixos de implementação de A21L e ambos se identificam com um início tardio se bem que existem claros sinais do aumento de interesse e das atividades nesta matéria (...) particularmente para a Áustria visto que a Alemanha só iniciou os seus processos no ano de 1998 ” (Lafferty e Coenen, 2001b: 271). Tal não significa que, desde a Cimeira da Terra, 1992, nada tivesse sido feito. Alguns meses depois da Cimeira era constituído, pelo Governo Alemão, o Conselho Cientifico do Governo Federal sobre Alterações Globais do Meio Ambiente, encarregado de propor recomendações para que as politicas integrassem o objetivo do desenvolvimento sustentável (Moralejo et al., 2007: 119). No entanto, existiu um vazio que só seria interrompido 4 anos depois, em 1996, para se

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