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Organização e Estrutura do Processo de Planeamento Estratégico Municipal

Chapter 11 gives special attention to the issue of air quality “Air quality, exposure and health, as indicators of development and quality of life in cities: the case of Estarre-

3. Organização e Estrutura do Processo de Planeamento Estratégico Municipal

A diversidade da organização do poder local nas cidades médias não aconselha modelos únicos na estrutura que sustenta o planeamento estratégico, antes sim, mode- los flexíveis, ajustáveis a cada realidade local (Rosa, 2003).

As respostas a estas questões permitem tipificar algumas opções organizativas para a realização de Planos Estratégicos (ver Figura 1):

Quanto à independência da estrutura organizada do poder, podemos ter nos dois extremos:

• A solução interna ou municipal

Plano da Câmara para a Cidade. Situação na qual o processo é conduzido pela Câmara Municipal, no seu todo ou em parte. Poderá justificar-se, caso seja absolutamente impossível levar a cabo uma solução alternativa mais alargada e participada. Os riscos de insucesso serão neste caso mais ele- vados.

• A solução externa ou da cidade

Plano da cidade para a cidade. Situação que é concetualmente mais adap- tada ao processo de planeamento estratégico uma vez que, teoricamente, proporcionará um ambiente mais propício à participação, ao partenariado e à inovação.

Quanto à autonomia organizativa:

• Recorrendo às estruturas estabelecidas (técnicas e políticas); • Criando estruturas específicas.

Conjugando estas diferentes opções podemos obter quatro situações-tipo, que permitem proceder ao seu enquadramento. No entanto, elas não esgotam a diversidade de soluções possíveis, colocando-se as restantes em níveis intermédios.

Toda a exposição que se segue, acerca da organização e estrutura do processo de planeamento estratégico, será baseada em Rosa (2003) e Moreno Pires (2015).

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FIGURA 1.Organização e estrutura do processo de planeamento estratégico

A1 – Solução Municipal Interiorizada

Situação na qual todo o processo é conduzido pela Câmara Municipal e na qual o plano é concebido no quadro das suas competências e atribuições dos órgãos autárqui- cos, com recurso aos Serviços Técnicos da Câmara e aos circuitos institucionais normais de decisão política.

As vantagens prendem-se com implicação direta e coresponsabilização dos dife- rentes serviços municipais em todas as fases do plano; coerência entre os outros planos municipais e o plano estratégico; possibilidades de boa articulação entre as decisões políticas e as técnicas; e ainda a inscrição imediata no plano de atividades municipal.

No que respeita às desvantagens, é possível enfrentar um conjunto de riscos como a maior burocratização de todo o processo; riscos de dificuldades de articulação funcional e de linguagem; ou o agravamento de eventuais conflitos internos entre os di- ferentes setores e serviços da Câmara Municipal.

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A2 – Solução Municipal Autónoma

Consubstancia uma situação na qual todo o processo é conduzido igualmente pela Câmara Municipal, mas onde se constitui, no interior do Município, uma nova estru- tura organizacional com o único objetivo de conceção e gestão do plano estratégico (ex: criação de um gabinete de planeamento do município, normalmente como unidade de apoio à presidência)

Esta solução apresenta como vantagens a possibilidade de criação de um gru- po coeso multidisciplinar e com maior capacidade prospetiva; desburocratização, maior eficácia e maior celeridade no processo de planeamento; maior envolvimento e respon- sabilização dos eleitos municipais e criação de um observatório da cidade.

Como desvantagens é possível existirem riscos de “elitização” do processo; ris- cos de distanciação entre o grupo de planeamento estratégico e os serviços municipais, com eventuais rupturas e ainda uma maior dificuldade de acesso ao circuito administra- tivo de decisão e execução

B1 – Solução Externa com presença da Câmara Municipal

Num contexto de fraco dinamismo da sociedade civil, a solução poderá passar pela constituição de uma nova estrutura para conceber e gerir o plano estratégico, envol- vendo não somente a Câmara, mas também os diversos atores e entidades intervenien- tes no desenvolvimento da cidade. A iniciativa caberá à Câmara Municipal, que exercerá um papel determinante no desenvolvimento do processo.

Assim importa sublinhar a importância da dimensão institucional. Esta opção po- derá ser concretizada através da constituição de um Gabinete da Cidade, exclusivamen- te composto por representantes institucionais (universidades, organizações económicas, organizações sociais e culturais, departamentos da administração regional e central, etc.), e ainda de um Conselho Consultivo, composto por indivíduos representativos da opinião pública, dinamizadores e formadores de opinião e, que possam representar o leque de opiniões existente na cidade no que diz respeito aos diversos domínios e áreas do plano consideradas estratégicas.

Como principais vantagens desta solução, temos uma base alargada de partici- pação; a estreita ligação e articulação com a Câmara Municipal; maiores possibilidades de suporte nos meios locais disponíveis ou disponibilizáveis no município e por fim, maiores probabilidades do plano se constituir como fator de dinamização da sociedade civil local.

Ainda assim, e como desvantagens, pode ser sublinhada a dependência da Câ- mara Municipal no processo de planeamento estratégico, e alguns riscos de dificuldades na articulação institucional com ausência de consensos.

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B2 – Solução Externa com Participação da Câmara Municipal

A solução externa com participação da Câmara Municipal consiste numa orga- nização com total autonomia criada especialmente para conceber, desenvolver e imple- mentar o plano estratégico. Face aos conceitos implícitos na conceção de planeamento estratégico, este será o cenário mais desejável, mas apenas possível em casos de forte mobilização e dinâmica dos diferentes atores intervenientes institucionais e individuais na cidade. Como aspetos positivos desta solução temos uma maior capacidade de mo- bilização de ideias e vontades; maiores probabilidades de obtenção de elevados graus de participação e parceria e ainda um maior potencial de aproveitamento de sinergias.

Como aspetos menos positivos devem ser consideradas as dificuldades na ope- racionalização de todo o processo e os riscos de quebra de ligação com os instrumentos, meios e recursos pré- existentes.

Para que a formulação e consequente implementação de um plano estratégico consiga alcançar os objetivos definidos pelos atores locais, é importante que toda a es- trutura organizacional esteja dotada da flexibilidade necessária para dar resposta às exi- gências da envolvente, para que desta forma seja possível antecipar barreiras ou dificul- dades que possam por em causa a consecução dos objetivos. É determinante adoção de uma postura mais preventiva do que reativa, para que assim as dificuldades possam ser ultrapassadas em tempo útil, não colocando todo o processo de planeamento em causa.

4. Plano Estratégico de Desenvolvimento 2015-2025 do Concelho – Es-

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