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consTRuIndo TEoRIAs dA EnTREVIsTA

No documento Psicologia de Família.pdf (páginas 177-186)

Os primeiros estudos sobre família e casais fundamentavam -se, no início do século XX, em hipóteses que relacionavam o funciona- mento familiar e conjugal à estrutura de per- sonalidade dos membros da família (Gottman e Notarius, 2002). Esta parecia uma hipótese razoável, derivada do paradigma newtoniano-

-cartesiano que supunha que a complexidade de um fenômeno poderia ser explicada por aspectos elementares do mesmo, ou seja, a psicologia da família não seria mais que a soma das características e combinações das personalidades de seus membros. Gottman (1998) assinala que esses estudos, baseados em técnicas de entrevistas ingênuas sobre ca- sais e famílias, revelaram o primeiro padrão nas pesquisas sobre casais: a avaliação da per- sonalidade dos parceiros sofria um efeito halo, considerando a relação conjugal.

Desse modo, a avaliação de cada cônju- ge de traços e características da personalidade do outro cônjuge modificava -se de acordo com a qualidade da relação no momento da avaliação. Assim, traços de personalidade des- critos pelo próprio indivíduo, seu cônjuge ou seus familiares eram inúteis para qualquer previsão ou compreensão sobre o funciona- mento conjugal ou familiar. Apenas com o de- senvolvimento de técnicas psicométricas mais aprimoradas é que se tornou possível avançar de padrões ingênuos de investigação sobre personalidade para procedimentos metodo- logicamente mais robustos. No entanto, tais estudos pouco contribuíram para relacionar as características do funcionamento familiar aos traços específicos de personalidade.

Com a emergência do paradigma psica- nalítico como escola teoricamente dominante e bem -articulada, as pesquisas e intervenções em famílias, como o aconselhamento matri- monial, apropriaram -se de conceitos e teorias da psicanálise (Sholevar e Schwoeri, 2007). Contudo, as técnicas de entrevista e interven- ção continuaram sendo primeiramente indi- viduais. Apenas na década de 1930, de modo relutante, Oberndorf (1938) realizou as pri- meiras sessões conjugais conjuntas, enquanto outros pioneiros, como Akermam (1938), re- alizavam entrevistas familiares. Essas experi- ências foram realizadas com hesitação, sob se- veras críticas e reservas do meio psicológico, em especial da psicanálise clássica. A entrada de um membro da família no setting terapêu- tico, e em especial do cônjuge, era considera- da teoricamente temerária e possivelmente danosa ao processo terapêutico. Porém, os re-

sultados clínicos decorrentes dessas aborda- gens revelaram que tal modo de proceder po- deria ser produtivo, abrindo novas possibilidades de investigação e teorização no meio psicanalítico (Nichols e Schawartz, 1998). Novas técnicas de investigação e inter- venção foram desenvolvidas durante a década de 1950 e 1960, em especial sob a influência da escola de relações objetais.

As décadas de 1950 e 1960 assistiram ao surgimento de um novo paradigma, sob o nome de cibernética, como resposta transdisci- plinar aos desafios de problemas ligados ao tra- tamento e processamento da informação e ao funcionamento cognitivo, gerando um grande número de ideias seminais, novas hipótese e disciplinas (Varela, Thompson e Rosch, 2003). Tal movimento está na origem das ciências cognitivas, da ciência da informação e da teoria geral dos sistemas. A teoria geral dos sistemas foi proposta por von Bertalanffy (1973) como uma abordagem geral, aplicável ao funciona- mento de sistemas abertos. Suas hipóteses cen- trais giram em torno de padrões ou proprieda- des redundantes comuns a sistemas abertos, sejam eles sistemas fisiológicos, químicos, psi- cológicos, econômicos ou sociais. Esses siste- mas exibiriam, cada qual com o seu grau de complexidade e especificidade, propriedades gerais de globalidade, retroalimentação e equi- finalidade, podendo sua dinâmica ser explica- da por esses princípios fundamentados em pa- drões de causalidade circular.

No campo das ciências psicológicas, o foco de estudo deslocou -se do indivíduo para o grupo, do fenômeno “isolado” para o siste- ma. Assim, novas formas de entrevista fami- liar e conjugal desenvolveram -se à medida que terapeutas e pesquisadores, inspirados por essa nova maneira de pensar os fenôme- nos psicológicos, realizavam suas pesquisas. Várias delas utilizaram métodos de entrevista familiar conjunta, observando e interagindo com a família, com vistas a descrever os pa- drões do funcionamento familiar em novos conceitos. Um dos trabalhos seminais mais importantes nesse campo talvez tenha sido a abordagem da comunicação com matriz da organização social, realizado por Bateson e

colaboradores em 1956. O foco descritivo e técnico deslocara -se do mundo intrassubjeti- vo para os aspectos comunicacionais, como contexto que permitia a emergência de signi- ficado, e para os processos sistêmicos dos quais o indivíduo participava. Nessa perspec- tiva, o comportamento que parecia sem senti- do ou patológico tomava outro significado quando compreendido como parte de um processo sistêmico -comunicacional familiar.

Bateson e colaboradores (1956) descre- veram um complexo processo de trocas co- municacionais envolvendo famílias com membros esquizofrênicos. Esse padrão de co-

municação era carac- terizado por uma forte relação vital, uma injunção comu- nicacional paradoxal e uma forte injunção para responder em um contexto que tor- nava impossível fugir da relação ou meta- comunicar. Tal pa- drão era marcado pela repetição, sendo possí- vel apenas uma resposta paradoxal nesse contexto. Os autores nomearam esse padrão de duplo -vínculo (double ­bind). A esquizofre- nia seria, assim, a única resposta possível a um contexto comunicacional disfuncional.

Esse trabalho inspirou diversos outros, como o realizado por Wynne e colaboradores (1958), os quais descreveram, ao estudar 58 famílias com membros esquizofrênicos isola- das no hospital luterano de La Cruz, aspectos ligados ao funcionamento da comunicação familiar. Essas famílias pareciam funcionar em padrões de pseudomutualidade, um esta- do denominado de aparente cooperação, que escondia tentativas de controle recíproco, ou pseudo -hostilidade, na qual um estado apa- rente de confronto ocultava uma relação pró- xima e entrelaçada. No mesmo ano, Lidz, Terry e Fleck (1958), ao estudar famílias de membros esquizofrênicos, descreveram pa- drões de cisma ou divórcio emocional apa- rente, compensado por processos de controle recíproco por meio de uma triangulação

(obliquidade) de outros membros da família. Laing e Esterson (1964), utilizando -se de um referencial teórico existencial, observaram pa- drões de relacionamento familiar em que os padrões comunicacionais expressavam a im- possibilidade de o membro doente da família afirmar -se existencialmente, criando um pro- cesso que nomearam de mistificação.

Constructos como pseudomutualidade, pseudo -hostilidade (Wynne et al., 1958), cisma e obliquidade

(Lidz, Terry e Fleck, 1958) ou mistifica- ção (Laing e Ester- son, 1964) e duplo- -vínculo (Bateson et al., 1956) só pode- riam ser descritos se observássemos o fun-

cionamento familiar em um nível sistêmico. Assim, observações da interação da família em entrevista clínica levaram ao desenvolvi- mento de novas técnicas de avaliação familiar, terapia familiar e novos usos de entrevistas.

Desse modo, a terapia de família surgiu orientando -se inicialmente por dois paradig- mas: a abordagem psicanalítica e a abordagem sistêmica. Durante as décadas de 1960 e 1970, surgiram diversas escolas com diferentes pres- supostos, teorias e técnicas. Autores compor- tamentais cognitivistas e humanistas compre- endem a importância da abordagem familiar, propondo modelos e técnicas terapêuticas inspiradas em suas abordagens.

Do ponto de vista técnico de entrevista, tanto autores sistêmicos quanto psicanalistas ou de outras abordagens de família passaram a realizar entrevistas conjuntas em esquemas variados, ora atendendo à família como um todo, ora incluindo apenas membros da famí- lia, ora atendendo a grupos de família ou vá- rias gerações da família em uma mesma ses- são. A técnica de entrevista refletia o modelo teórico, sendo possível a presença de um tera- peuta, de um par de terapeutas ou do atendi- mento com uma equipe de supervisão. A di- versidade de técnicas utilizadas expande -se exponencialmente: são introduzidas técnicas dramáticas de confrontação, comunicacionais

Esse padrão de comu‑ nicação era caracteri‑ zado por uma forte rela‑ ção vital, uma injunção comunicacional pa ra‑ doxal e uma forte in‑ junção para responder em um contexto que tornava impossível fu‑ gir da relação ou meta‑ comunicar.

Constructos como pseu‑ domutualidade, pseu do‑ ‑hostilidade, cisma e obli quidade ou mistifica‑ ção e duplo ‑vínculo só poderiam ser descritos se observássemos o funcionamento familiar em um nível sistêmico.

e narrativas entre muitas com especial ênfase nos aspectos verbais e não verbais. O quadro de análise e interpretação revela a complexi- dade das teorizações de cada escola de terapia e investigação, que focavam o sistema familiar como um sistema estrutural, ou de comunica- ção cibernética, ou de comunicação emocio- nal, ou de transmissão transgeracional. Todas as abordagens nesse período são marcadas, contudo, pelo viés da primeira cibernética.

Na década de 1970, surge a escola de Milão, que, ao criticar a identificação das es- colas sistêmicas de terapia de família com a perspectiva da primeira cibernética, propõe uma releitura da obra de Gregory Bateson, re- descobrindo e aplicando a visão ecossistêmica desse autor (Féres -Carneiro, 1996). As escolas sistêmicas adotaram uma visão da comunica- ção ou interação como evento objetivo a ser descrito, e não como uma construção da qual participa a própria equipe terapêutica. O de- senvolvimento da técnica de entrevista da es- cola de Milão pode ser visto como uma mu- dança de paradigma. Inicialmente, a equipe dessa escola adotava as técnicas de entrevista da escola de solução de problemas do Mental Research Institute, na qual a família era aten- dida por um terapeuta em uma sessão que era observada por uma equipe (Watzlawick, Bea- vin, e Jackson, 1981). Esta auxiliava na elabo- ração de uma descrição diagnóstica do modo pelo qual a família interagia, mantendo seu problema como processo homeostático, e propunha intervenções a serem utilizadas na próxima sessão. Essa técnica foi modificada, sendo introduzido um casal de terapeutas na sessão, com o objetivo de convidar a resso- nâncias e identificações com a família. As ses- sões rapidamente desenvolveram uma direção própria, adotando -se o modelo de um único terapeuta e a utilização de intervenções da equipe de supervisão, que passa a intervir no processo da própria sessão. Conceitos sistêmi- cos foram desenvolvidos à medida que a téc- nica de entrevista de diagnóstico sistêmico e a intervenção evoluíram.

Surge então a entrevista circular, técnica de entrevista que demonstra ser um modo produtivo de interagir com a família, revelan-

do aspectos do seu funcionamento ao focar os aspectos ecossistêmicos da família (Tomm, 1987a). A entrevista circular refere -se a um modo específico de desenvolver um padrão de interação entre o terapeuta e a família. Esse modo de inquirir reflete algumas contribui- ções de Bateson, referentes à posição central do processo circular nos fenômenos mentais, o qual é orientado à identificação dos “pa- drões que conectam” pessoas, ações, contex- tos, acontecimentos, ideias, crenças, etc., em sequências recorrentes ou cibernéticas. Na en- trevista circular, as questões são formuladas com o objetivo de revelar as conexões recor- rentes, levando tanto a família quanto o tera- peuta a desenvolver uma compreensão da si- tuação problemática em uma visão sistêmica. Assim, o contexto no qual o problema emerge torna -se mais claro, possibilitando que as alternativas não problemáticas decor- ram naturalmente da nova compreensão. O grupo de Milão esboçou três princípios para orientar a conduta do terapeuta: hipotetiza- ção, circularidade e

neutralidade. A neu­ tralidade refere -se à atitude do terapeuta de família que não se alia a nenhum mem- bro específico, pro- curando manter -se curioso e aberto so- bre os padrões de funcionamento. A circularidade denota a busca de compre- ensão do enlaçamen- to dos diversos as- pectos de funciona- mento da família que revelam a multiplici- dade de olhares e vi- vências. A hipotetiza­ ção refere -se à cons- trução constante de

hipóteses centradas na circularidade, manten- do uma atitude de curiosidade e abertura, apoiando a neutralidade. Cada aspecto dos princípios da entrevista circular fomenta os

A neutralidade refere ‑se à atitude do terapeuta de família que não se alia a nenhum membro específico, procuran‑ do manter ‑se curioso e aberto sobre os pa‑ drões de funcionamen‑ to. A circularidade de‑ nota a busca de com‑ preensão do enlaça‑ mento dos diversos as‑ pectos de funciona‑ mento da família que revelam a multiplicida‑ de de olhares e vivên‑ cias. A hipotetização refere ‑se à construção constante de hipóte‑ ses centradas na cir‑ cularidade, mantendo uma atitude de curiosi‑ dade e abertura, apoian‑ do a neutralidade.

outros, criando um processo circular e produ- zindo novas visões modificadoras da realida- de familiar (Palazzoli et al., 1987).

Outros aspectos do método de questio- namento circular começaram a ser descritos (Hoffman, 1989, 1990; Lipchick e de Shazer, 1986). Questões circulares gerais de dois tipos, “questões diferenciais” e “questões contextu- ais”, por exemplo, foram associadas a padrões fundamentais de simetria e complementari- dade de Bateson, revelando a reciprocidade entre ações, percepções e crenças de membros de uma família de modo eficaz (Tomm, 1987a, 1987b, 1987c). À medida que as consequên- cias das críticas pós -modernas e da segunda cibernética na terapia de família foram explo- radas, surgiram escolas construtivistas e cons- trucionistas sociais. Para elas, o questionar ancora -se na noção de que as experiências vi- vidas são muito mais ricas que as narrativas construídas e de que outros sentidos podem emergir da confrontação com eventos não historiados. Além disso, as histórias vividas, como as histórias futuras, podem ser colori- das pelas histórias presentes narradas por di- ferentes perspectivas. O sentido hermenêuti- co, no entanto, deve orientar o ques tionamento reflexivo, ancorando -se no diálogo, e não em supostos processos considerados teoricamen- te a priori.

Assim, outros modos de questionar pre- sentes na prática clínica foram diferenciados por Freedman e Combs (1996). São pertinen- tes ao contexto do dialógico terapêutico as se- guintes questões: desconstrutivas, de abertura de espaço, de preferências, de desenvolvimen- to de histórias e de significado. As questões desconstrutivas convidam a olhar as histórias a partir de um novo viés, devolvendo ao clien- te a autoria de sua narrativa por explicitar crenças, práticas e atitudes que as sustentam, desafiando a construção de narrativas domi- nantes limitadoras. As questões de abertura de espaço exploram episódios inéditos, que contradigam ou refutem a narrativa limitada, oferecendo alternativas e dirigindo para a abertura de conversação em tópicos inusita- dos para a narrativa dominante. Já as questões sobre preferências convidam à avaliação dos

significados alternativos, surgidos nas novas narrativas em relação às histórias problemáti- cas. As questões de desenvolvimento de histó- rias propiciam a reautoria da narrativa das histórias vividas, contextualizando -as em um processo, esclarecendo detalhes e enriquecen- do a narrativa de modo a propiciar uma nova compreensão das histórias contadas com in- serção do novo, do negligenciado. Por fim, as questões sobre significado incitam à criação de novos significados por envolver o linguajar reflexivo dos significados emergentes a partir de episódios singulares, direções e histórias preferidas (Maturana, 1997).

Outros processos reflexivos são explora- dos no contexto terapêutico desde a década de 1950. Quando o terapeuta dialoga com a fa- mília ou com os clientes em conjunto, cons- trói o contexto a partir do qual os membros da equipe elaboram suas narrativas e compre- ensões orientadas por seus sistemas de signifi- cados preexistentes. E, quando a equipe de su- pervisão compartilha suas reflexões, estas passam a construir o contexto a partir do qual o terapeuta e os clientes construirão seus sig- nificados, partindo do contexto anterior sur- gido no diálogo terapêutico e criando uma hierarquia reflexiva. Andersen (1987), em um contexto pós -moderno, invalidou o campo hierárquico de atendimento, com importan- tes consequências, ao introduzir uma lógica reflexiva e dialógica entre a equipe de atendi- mento e a família, convidando os clientes a as- sistir às discussões da equipe terapêutica sobre a atuação da família e do terapeuta após uma sessão de terapia de família. O Quadro 15.1 apresenta um resumo das características e téc- nicas de entrevista das escolas de família mais representativas.

Como compreender de um modo pro- dutivo e articulado as várias possibilidades de atuação em uma entrevista? Nesse sentido, Tomm (1987a) propõe, em um enquadre sis- têmico, um modelo de atuação na entrevista que considera que o questionamento, como técnica de entrevista psicológica, organiza -se em função da intenção do entrevistador, que pode estar orientada para o foco descritivo ou para o foco interventivo. O foco descritivo

Quadro 15.1

Escolas de terapia familiar de base sistêmica

Escolas Estratégica Estrutural Transgeracional

Representantes Família como Comunicação Sintoma Mudança Agente terapêutico Objetivo terapêutico Técnicas de entrevista e coleta de dados Jay Haley Sistema comunicacional relacional no qual se estabelece desde o início uma luta pelo poder e domínio da rela‑ ção.

A comunicação se dá como um processo de luta pelo poder e domínio na relação em aspectos verbais e não verbais.

Metáfora do contrato familiar e solução de compromisso. Organi‑ zado em uma sequência disfuncional de

comunicação de luta pelo poder.

O terapeuta, instância de maior poder, rompe a sequência comunica‑ cional que mantém o problema.

Perito que usa o poder na relação com a família para alterar a comunica‑ ção disfuncional como meta governador.

Romper a sequência disfuncional, reorgani‑ zando a família, restabe‑ lecendo as fronteiras geracionais, em um novo pacto de poder e relação na família.

Através da observação da comunicação verbal e não verbal, das sequências das interações.

Salvador Minuchin Sistema como grupo natural estruturado em subsistemas que evoluem no tempo. Enfatiza a inter ‑relação dos subsistemas. Utiliza a comunicação verbal, não verbal e metafórica, estimulando a expressão das diferenças por meio da interação.

Pressões intra e extrafamiliares levam à mudança. O sintoma é visto como uma estabilização diante de uma mudança necessá‑ ria, mas paralisante.

O terapeuta une ‑se ao sistema, criando uma crise terapêutica. Nesse contexto, a mudança poderá ocorrer terapeu‑ ticamente.

O terapeuta individual utiliza o self como caixa de ressonância e as alianças terapêuticas para alterar o sistema.

Estruturar a família, ajudando ‑a a lidar com as mudanças emergen‑ tes. Definir claramente os subsistemas

familiares e seus papéis.

Através de dramatiza‑ ções, observação da interação familiar, das diferenças individuais e da união ao sistema. Murrey Bowen Sistemas intergera‑ cionais evoluindo e servindo de suporte ao processo de diferenciação de seus membros. Revela os padrões de relacionamento que se desenvolvem na família, os aspectos verbais e não verbais. Revela aspectos de indiferenciação emocional da família que se revela, é mantido pelos entrelaçamentos triangulares dentro da família. A mudança se dá pela diferenciação e aprendizagem sobre o sistema emocional familiar. Terapeuta individual que interage esclarecendo os padrões emocionais e destriangulando os afetos. Favorecer o processo de destriangulação, e o processo de diferenciação emocional de todos os membros. Nas sessões se observam os padrões de interações e as triangulações no sistema e com o terapeuta. (continua)

Quadro 15.1

Escolas de terapia familiar de base sistêmica (continuação)

Escolas Estratégica Estrutural Transgeracional

Escolas solução de problemas Escola de milão Escola construtivista

Técnicas terapêuticas Número de sessões Estrutura das sessões Promoção de mudanças Representantes Família como Comunicação Sintoma Mudança Diretivas, tarefas, prescrições paradoxais, táticas terapêuticas, diretivas ambíguas, ênfase no positivo, utilização da resistência. Hipnose como modelo.

Tipicamente menos de 12.

Sessão simples.

Na sessão e através das tarefas de casa. Jackson, Watzlawick e Weakland Sistema cibernético comunicacional, retroalimentado. As disfunções são parte de processos homeostáti‑ cos, manutenção do sistema e suas cone‑ xões.

Verbal e não verbal com ênfase no processo homeostático disfuncio‑ nal que gera e mantém o sintoma. Como processo comunicacional que mantém o sistema equilibrado em um padrão comunicacional estabilizado no tempo. Alteração de padrões comunicacionais que modificam a maneira Dramatização, rearranjo espacial da família, escalonamento de estresse, alianças estratégicas, alteração do contexto ou efeito do sintoma, designação de tarefas. Semanais no início e com maior espaça‑ mento no final da terapia (mensal). Sessão simples.

Durante as sessões e

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