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Parte II – Estudo empírico de avaliação dos efeitos e resultados do desenvolvimento dos

4. A primeira fase do estudo – aproximação global à problemática dos efeitos e dos

4.7. Resultados da fase de aproximação global à autonomia contratualizada

4.7.3. A análise das respostas dos diretores ao questionário

Num universo de estudo constituído pelos 22 diretores das escolas e agrupamentos de escolas que contratualizaram a autonomia em 2007, a quem solicitamos resposta ao questionário, obtivemos 12 respostas à totalidade do questionário, o que representa uma percentagem de resposta de cerca de 55%. Não esperávamos que a totalidade dos diretores desse opinião e uma vez que estes potenciais respondentes são excessivamente solicitados para a prestação de informações do género. Assim, consideramos ter obtido uma representação muito aceitável do universo do estudo37.

Com base nas respostas, efetuou-se uma análise, ainda que global, na dimensão de Entrada, na qual também se analisaram os CA.

Com base apenas nas respostas ao questionário, procedeu-se a uma análise nas dimensões de Construção e de Produtos.

Assim, para verificação da aplicabilidade de critérios, iremos considerar as opiniões recolhidas (tendência de resposta maioritária) em cada um dos referentes, utilizando alguns dos indicadores inseridos no referencial construído e que constam da tabela 738.

A maioria dos diretores considerou que na fase de contratualização foi efetuado um levantamento das necessidades autonómicas. Consideraram, também, que foi muito importante a intervenção dos diferentes Órgãos que coordenam o funcionamento da escola/agrupamento. Assumem claramente que o papel de maior relevo foi desempenhado pelo Conselho Executivo, a que se seguiram, por ordem, os restantes Órgãos, Conselho Pedagógico, Assembleia de Escola e Departamentos.

Quanto à participação de outras entidades na adesão, como a Autarquia e Associação de Pais, as opiniões do diretores referem uma participação pouco significativa. A participação da Autarquia é inferior à participação dos Pais, pelo que,

37 O conjunto das respostas ao questionário consta do anexo I (em suporte digital).

38 A tabela 7 refere-nos os indicadores utilizados nesta fase exploratória que se encontram conjugados com critérios e referentes na tabela análise aos resultados do questionário que consta do quadro II do apêndice 8.

neste referente, cumpre-se o critério de coerência mas não o de participação, ou apresenta forte debilidade.

No segundo referente, que respeita à disponibilização de meios ou recursos as opiniões apontam para que tenha sido positiva. Verifica-se que a opinião maioritária dos diretores é de que existem projetos em desenvolvimento que se devem à contratualização, significando portanto a disponibilização de novos recursos, cumprindo-se, deste modo, o critério de coerência.

Quanto à identificação do CA com o PE e com o RI, as opiniões referem a existência de práticas preconizadas no PE que se encontram consubstanciadas no Contrato. Em contrapartida, são referidas apenas algumas alterações introduzidas no RI, em resultado da contratualização. Todavia, a maioria dos diretores considera não terem sido muito significativas as alterações introduzidas, se bem que pareça haver coerência entre o CA e os documentos orientadores da política educativa das escolas e agrupamentos de escolas, mas com debilidades.

No referente relativo à adequação da autonomia atribuída a necessidades identificadas, as opiniões referem que o CA criou novas condições para a resolução de problemas. A maioria dos diretores afirma também que as metas contratualizadas se alicerçam muito nos pontos fortes da escola/agrupamento. Ainda neste referente considera-se que os objetivos operacionais resultam de necessidades identificadas. São referidas algumas, a que se tem dado prioridade, como a melhoria dos resultados dos alunos e o combate ao abandono escolar. Haverá assim coerência entre o grau de autonomia atribuída e as necessidades que se identificaram.

As metas que foram negociadas e assumidas na contratualização são consideradas claras, identificando-se essencialmente à volta dos resultados dos alunos. Há portanto coerência na definição de metas.

Quanto à proposta de novas práticas pelo CA, a maioria dos diretores concorda que a contratualização propõe práticas diferenciadas, comparativamente com procedimentos anteriores, o que evidencia coerência na prossecução de práticas pelo CA.

Sendo assim, e função do anteriormente analisado para os referentes da dimensão de Entrada, as respostas recolhidas apontam para, em todos, se cumprir o critério de coerência. Contudo, face às opiniões dos diretores, parece haver alguma debilidade na coerência que deverá existir dos PE e RI para com o contrato. As respostas apontam para que essa correlação fique aquém do desejável, no que se refere

ao assumir da contratualização pelo RI, daí considerarmos existir alguma debilidade no cumprimento do critério de coerência.

Ainda na dimensão de Entrada, considerando o referente que preconiza a participação da comunidade no processo que levou à contratualização, ao qual aplicamos os critérios de coerência e de participação, parece-nos ser conveniente referir também aqui alguma debilidade no cumprimento de critérios. Em função das respostas dos diretores, a intervenção da Autarquia e da Associação de Pais cinge-se a uma participação pouco significativa, considerando-se mesmo que a participação da Autarquia foi muito inferior à participação das Associações de Pais. Face ao exposto neste referente, não se cumpre o critério de participação.

Na dimensão Construção, e face aos referentes estabelecidos, considerou-se adequado utilizar os critérios de pertinência e de eficácia para verificar a qualidade dos processos que são ou que têm sido desenvolvidos a coberto da contratualização.

Embora os diretores, através das opiniões emitidas, refiram que são desenvolvidas novas práticas, não consideram esse desenvolvimento como muito acentuado. São referidos alguns exemplos e, ao que se constata pelas respostas, verifica- se, ao nível do funcionamento, alguma alteração de práticas anteriores. Assim, haverá pertinência e eficácia nas práticas desenvolvidas, de acordo com o grau de autonomia concedido.

No referente relativo à adequação da intervenção dos diferentes parceiros na implementação das políticas das diferentes escolas e agrupamentos de escolas, houve necessidade de identificar as parcerias. Face à análise, parece que estão a ser estabelecidas parcerias com ligações ao exterior da organização educativa. As opiniões, em maioria, consideram que estão a ser mobilizados recursos do meio envolvente, embora apenas alguns diretores os considerem significativos. Parece-nos ainda que a participação dos pais e encarregados de educação no desenvolvimento do contrato ainda precisa de um forte impulso. As formas de intervenção identificadas apontam essencialmente para a participação em Órgãos. Apenas alguns dos diretores consideram a intervenção dos parceiros locais como muito adequada. A maioria esperaria mais da intervenção dos parceiros locais. Perante as respostas, consideramos que se cumpre o critério de pertinência; contudo, pelo exposto, verifica-se a existência de debilidades.

A ocorrência de dinâmicas coletivas de colaboração e participação impulsionadas pela contratualização funcionou como referente seguinte. Face às opiniões, parece ter havido conjugações de esforços para a promoção do sucesso

escolar, através da implementação de medidas de discriminação positiva, instalação de gabinetes e salas de estudo. Assim parece cumprir-se o critério de pertinência.

Outro dos referentes prende-se com o funcionamento de mecanismos de avaliação interna e se este tem contribuído para redefinir ou reforçar percursos ou metas. Em face das opiniões, os níveis de desenvolvimento da avaliação interna acentuaram-se um pouco com o desenvolvimento do contrato, passando a ser efetuada por períodos mais curtos de tempo. A maioria dos diretores aponta para o facto da avaliação interna ter apresentado recomendações potenciadoras da contratualização. Assim, considera-se ter havido pertinência e eficácia por parte da avaliação interna, embora não em patamares muito desenvolvidos.

Quanto à eficácia da monitorização efetuada através dos mecanismos de acompanhamento, considerado mais externo, através da CAL, as opiniões dos diretores sugerem uma tendência positiva, se bem que pouco acentuada, aproximando-se de uma opinião mediana. Os resultados dessa monitorização apontam registos de eficácia no cumprimento dos objetivos operacionais. Portanto, esta monitorização dá indicadores para registos de eficácia no desenvolvimento do CA e as opiniões dos diretores consideram-na igualmente eficaz, embora de forma não muito acentuada.

Em síntese para dimensão Construção, verifica-se o cumprimento dos critérios de pertinência e eficácia aplicados aos diferentes referentes, exceto no que se relaciona com a intervenção dos pais e outros parceiros educativos, onde existem debilidades. Assim, estarão a ser desenvolvidas práticas diferenciadas e estarão em desenvolvimento dinâmicas colaborativas. Os mecanismos de avaliação interna e monitorização estarão a demonstrar eficácia.

Na dimensão Produtos, o primeiro dos referentes relaciona-se com o aprofundamento dos níveis e grau de autonomia atribuídos. Face à análise das respostas dos diretores, constata-se não ter havido nenhuma situação de aprofundamento dos níveis de autonomia. Ao aplicar-se o critério de eficiência, o mesmo não se concretizou. Os dois referentes seguintes estão interligados porque se relacionam com a melhoria de resultados dos alunos e com a produção de efeitos reais na escola. Na opinião dos diretores, foram atingidos os valores previstos, seja para o sucesso dos alunos, seja para o combate ao abandono. Na produção de efeitos reais, as opiniões também apontam para a melhoria da qualidade das aprendizagens, assim como se entende que os resultados no combate ao abandono escolar foram muito positivos.

Concretiza-se, assim, o critério de eficácia para estes dois referentes. Das respostas dos diretores sobressai o objetivo e a ambição de apresentar resultados.

Neste aproximar aos produtos da contratualização utilizamos também como referente a adequação dos mecanismos de controlo. No que diz respeito à autoavaliação, todas as respostas (exceto uma) indicam ter havido implementação de mecanismos de controlo. São diversas as práticas implementadas e que são referidas. Foram produzidos diversos relatórios, sendo evidente que os resultados da avaliação interna são muito favoráveis.

Nos mecanismos de avaliação mais externa, através da CAL, as respostas dos Diretores referem ter havido emissão de parecer(es) por esta Comissão, exceto num caso. Pelo que nos referem, esses pareceres foram de nível bom ou mesmo excelente.

Pode afirmar-se então que, na maioria das escolas e agrupamentos de escolas com autonomia contratualizada se cumpre o critério de eficácia no que diz respeito aos mecanismos de controlo das práticas.

Se a autonomia até agora obtida corresponde às aspirações, funcionou também como referente, considerando-se como critério a sustentabilidade do processo de contratualização. A maioria dos diretores considera que a autonomia corresponde ao esperado, que tornou a escola ou o agrupamento de escolas funcionalmente diferente, embora considerem que na contratualização não se tivesse sido muito ambicioso. Estas opiniões indiciam níveis de satisfação acentuados da maioria dos respondentes. Dos níveis de confiança dos pais face à nova realidade, a resposta dos diretores revela indecisão. Assim, embora com reservas, pensamos poder vir a cumprir-se o critério de sustentabilidade.

Resumindo, para a dimensão Produtos, cumpre-se em todos os referentes o critério de eficácia, não se cumprindo o de eficiência, uma vez que não se verificaram aprofundamentos nos níveis de autonomia contratualizada. Relativamente ao critério de sustentabilidade, verifica-se existir alguma debilidade.

4.8. Cruzamento dos resultados obtidos na análise documental com o

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