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A primeira fase aproximação à problemática da autonomia contratualizada em

Parte II – Estudo empírico de avaliação dos efeitos e resultados do desenvolvimento dos

3. A recolha e análise de dados do estudo empírico

3.2. A primeira fase aproximação à problemática da autonomia contratualizada em

Nesta primeira fase, apoiamo-nos na análise documental e no questionário como técnicas de recolha de dados. Os documentos de cada organização educativa, a obter através da página na Internet32 serão os que, de alguma forma se ligam à contratualização da autonomia, onde, naturalmente, se incluem o CA, assumido por cada escola ou agrupamento de escolas.

Não analisando os documentos orientadores da contratualização das 22 organizações educativas com CA, pretendemos que o seu número seja representativo em termos de tipologia (escolas secundárias/agrupamentos de escolas) e em termos de regiões educativas do País (Direções Regionais de Educação).

Nesta fase exploratória, iremos construir um questionário dirigido aos diretores das escolas e agrupamentos de escolas com CA. Este questionário será colocado em plataforma eletrónica através dos Serviços de Informática da Universidade de Aveiro.

Para a construção do questionário e das grelhas de análise documental iremos utilizar alguns dos indicadores estabelecidos no referencial teórico anteriormente construído.

Concretizada a fase exploratória passaremos então à segunda fase do estudo empírico na qual iremos selecionar de forma deliberada uma escola secundária e um agrupamento de escolas, levando a efeito um estudo de casos múltiplos (Yin, 2005). Nestas duas organizações educativas iremos analisar documentos associados à contratualização e faremos entrevistas a informantes privilegiados que são, de alguma forma, intervenientes no processo de contratualização. Utilizaremos, na construção de instrumentos de recolha e análise, o referencial teórico construído.

3.2. A primeira fase - aproximação à problemática da autonomia

contratualizada em 22 organizações educativas do ensino público.

Embora o universo de análise comporte apenas 22 escolas/agrupamentos, estas organizações educativas de diferentes níveis de ensino, estão distribuídas por todas as regiões, de Norte a Sul do País, pelo que, esta aproximação deverá ser concretizada, não

32 Nos termos do Artigo 8.º, da Portaria n.º 1260/2007, de 26 de setembro, deve haver divulgação pública do Relatório anual de progresso, enquanto o CA, através do Artigo 4.º, concretiza que seja no site da escola ou agrupamento de escolas na Internet.

através de uma observação in loco, morosa e difícil no âmbito de um investigador isolado mas, através da leitura de documentos que estas organizações tenham produzido, no âmbito da implementação do CA, à luz do PE que desenvolvem, uma vez que o objeto de estudo totalmente formado à partida – constrói-se progressivamente (Guerra, 2008, p. 37).

Os documentos a que nos referimos são, o CA, os Relatórios de Progresso que tenham sido elaborados e os Relatórios (ou atas de reunião) sobre o desenvolvimento do CA que tenham sido produzidos pela Comissão de Acompanhamento Local (CAL).

Além dos documentos referidos, consideramos fundamental obter uma imagem, ainda que oficial, do contexto local de desenvolvimento da autonomia contratualizada que esperamos nos seja disponibilizada pela liderança de topo da organização, o diretor.

Pretendemos que este ator principal nos faça um desenho, ainda que esquemático, da forma como a autonomia contratualizada influencia a organização de que é o principal responsável.

A obtenção desse desenho esquemático que, na prática, corresponderá a uma imagem ainda que difusa de cada uma das vinte e duas organizações nas suas dinâmicas, contextos e problemas, será concretizada com os dados obtidos através de questionário dirigido a cada um dos vinte e dois diretores das escolas e agrupamentos de escolas que contratualizaram autonomia.

Não pensamos, com os dados que agora vamos obter, construir um novo referencial de avaliação; contudo, entendemos que com eles a fiabilidade deste sairá reforçada, assim como nos facilitará a construção do guião para as entrevistas que nos propomos realizar, na segunda fase da investigação empírica, no estudo multicaso propriamente dito.

Obtidas as respostas aos questionários, não pretendemos destes resultados fazer qualquer tratamento estatístico, porque não é esse o nosso objetivo como já referimos. Iremos procurar recolher evidências dos efeitos e resultados da autonomia contratualizada nas escolas e agrupamentos escolas com CA.

Sendo esta perceção da contratualização uma imagem subjetiva, temos consciência de que o seu grau de subjetividade surge substancialmente acrescido, dado basear-se nas opiniões do seu ator principal, o diretor. Naturalmente que a construção da autonomia não se faz apenas pela assinatura formal do CA, mas antes pela participação e implicação em todo o processo, daí termos consciência dos elevados níveis de afetividade que estarão presentes na imagem que nos é transmitida, não censuráveis a

nosso ver, antes confirmadores do grau de implicação destes atores no desenvolvimento da contratualização. Tal como Costa (2007c), estamos alertados para a existência nas organizações educativas de

dimensões de descoordenação, de inconsequência e de dissensão entre, por um lado, as intenções, os discursos, as decisões, os documentos e, por outro, as práticas, os resultados efetivos, a acção organizacional propriamente dita (pp. 99-100).

Nesta primeira fase, a história que nos é contada através do questionário por cada um dos diretores de escolas e agrupamentos de escolas, será complementada com a análise documental aos CA, aos relatórios de progresso e ao parecer da CAL.

Ainda que obtendo estes dados e documentos à distância, enquanto investigador, pretendemos saber como e em que circunstâncias eles foram elaborados (Bogdan e Biklen, 1994, p. 48), daí a necessidade de estabelecermos a confrontação dos dados obtidos através destas diferentes fontes de informação.

Naturalmente que a construção desta imagem, com base nas fontes de dados referidas, estará suportada numa observação que padece de distância material e temporal, mas que ao mesmo tempo nos fornece a nós, investigador, a necessária distância na interpretação dos dados.

Teremos então o esboço da nossa primeira imagem, resultante das evidências dos impactos da autonomia contratualizada.

Assim, esta nossa imagem será uma imagem construída por palavras que procurarão descrever e ilustrar as dinâmicas que se implementam nalgumas escolas e agrupamentos de escolas em resultado do desenvolvimento da autonomia contratualizada, que tem por base informação empírica indutivamente analisada (Guerra, 2008, p. 37).

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