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Parte II – Estudo empírico de avaliação dos efeitos e resultados do desenvolvimento dos

2. A construção do referencial de avaliação de impactos da autonomia contratualizada

2.5. A explicitação de critérios e o estabelecimento dos indicadores

2.5.3. Para a dimensão Produtos

Nesta última dimensão de análise, que diz respeito aos Produtos, apontamos critérios que para nós se podem considerar fundamentais, uma vez que pretendemos aferir, além da qualidade dos resultados obtidos, se esses permitem à organização perspetivar linhas de ação para um futuro sustentado no exercício da autonomia (ver tabela 6).

Critérios Indicadores

Eficiência

. Os níveis de autonomia revelaram-se adequados? . Foi sugerido o aprofundamento dos níveis autonomia? . Houve aprofundamento dos níveis de autonomia? . Expressaram-se novas ambições?

Eficácia

. As metas previstas para o sucesso dos alunos foram atingidas: - No Ensino Básico?

- No Ensino Secundário? - No Ensino Profissionalizante? - Nos Exames Nacionais? . As metas previstas para o abandono foram atingidas? . Os resultados estão aquém das metas?

Relevância

. Registaram-se novas dinâmicas de funcionamento? . Há referências a alteração da qualidade das aprendizagens? . Há resultados efetivos no combate ao abandono?

. Constatam-se resultados positivos no sucesso dos alunos? . Há referência a mais-valias trazidas pelo CA?

Eficácia

. Há referência a mecanismos de acompanhamento da qualidade das aprendizagens?

. Os mecanismos de acompanhamentos das práticas revelaram-se funcionais?

. A autoavaliação expressa preocupações de eficácia quanto ao desenvolvimento do CA?

. Há referência a eficácia nos procedimentos e resultados? . Há referência à necessidade de mais apoio da tutela?

Sustentabilidade

. Houve registos de identificação dos atores com a organização e com a região?

. Houve referências positivas a alterações no ambiente da organização?

. Registaram-se observações de satisfação pela contratualização? . Verificou-se a existência de recomendações para aprofundamento da autonomia?

. Houve registos de eficiência pelos resultados alcançados? . Houve aprofundamento dos níveis de autonomia?

Tabela 6 - Critérios e indicadores estabelecidos para a dimensão Produtos.

Sendo a dimensão Produtos, pretendemos, portanto, avaliar os resultados após a aplicação na organização educativa de um conjunto de processos, medidas e estratégias,

implementadas a coberto do CA. Assim, com a ajuda dos indicadores que se vão indicar pretendemos construir a imagem do real na organização educativa, como se evoluiu com a contratualização e como serão as perspetivas de evolução.

Vamos, para o efeito, utilizar critérios como o de eficácia que tem vindo a ser utilizado nas dimensões anteriores e, pela primeira vez, o critério de eficiência. Pareceu- nos importante utilizar este critério, porque através dele, é possível avaliarmos se a escola ou agrupamento de escolas foi mais além. Estando os recursos limitados e definidos à partida, pretendemos saber se foi possível ir mais além, ou seja, se houve capacidade para produzir o máximo de resultados com o mínimo de recursos (Sander 1995, cit. por Davok, 2007, p. 510), o que em termos práticos poderia significar aprofundar os níveis de autonomia concedidos no início da contratualização. Este critério aplica-se apenas no primeiro referente desta dimensão, relativo à existência de aprofundamento dos níveis de autonomia, onde através dos quatro indicadores estabelecidos se procura avaliar da adequação dos níveis iniciais de autonomia, vontades expressas para aprofundar, expressando novas ambições, e ainda a inventariação de níveis de autonomia em que se tenha verificado aprofundamento.

Para aferir do critério eficácia, o mais utilizado nesta dimensão, optamos por um enfoque especial em indicadores provenientes de diferentes fontes, sempre numa perspetiva de inventariação de resultados e efeitos produzidos. Haverá aqui, nalguns casos, a necessidade de conjugar dados quantitativos com dados qualitativos, como sejam os resultados das aprendizagens ou combate ao abandono escolar e o grau de identificação dos atores com os níveis de autonomia.

No referente associado à produção de efeitos reais na organização educativa, onde utilizamos também o critério de relevância, pretende-se, através dos indicadores utilizados, inventariar dinâmicas e alterações organizacionais mas também procurar compreender se essas dinâmicas são efetivas e produzem resultados, correspondendo à realidade, sem se deixarem cair num dos perigos da autonomia que é o da sua utilização corporativa (Formosinho e Machado, 2000b, p. 99), o que por vezes dificulta a apreensão da imagem do real, ficando-se pelo fictício.

Quanto ao referente que associa a esta dimensão os mecanismos de controlo, segue uma linha de inclusão de indicadores, onde se procura aferir, utilizando o critério de eficácia, a adequação e qualidade de funcionamento da avaliação, seja a mais próxima seja a mais externa através da CAL.

O último critério que utilizamos, sustentabilidade, associado a um referente de satisfação com a autonomia obtida relativamente à aspirada, faz apelo a um conjunto de indicadores que permitirão aferir se efetivamente têm ocorrido práticas de autonomia que se aprofundam e produzem efeitos ou se nos deixamos cair no cumprimento de mais um modelo burocrático, como nos alertam Formosinho e Machado (2000b), quando referem que o simples facto de novas terminologias integrarem o discurso em uso nas escolas não significa que a mudança que nelas se operou tenha passado o nível elementar da retórica que lhes anima a vida quotidiana (p. 100).

Para nós, a sustentabilidade concretiza-se se os produtos obtidos correspondem às aspirações e se, por outro lado, as práticas que eram novas na Organização educativa deixaram de o ser porque se institucionalizaram.

Novamente se vislumbra como necessário um conhecimento alargado pela comunidade educativa, da autonomia, dos aprofundamentos sucessivos que eventualmente tenham ocorrido e que serão o garante da continuidade do processo autonómico, com as eventuais vantagens e riscos que lhe são inerentes e que importa conhecer, desenvolver ou então minimizar.

Com efeito, consideramos fundamental aferir do status dos atores participantes nos projetos associados ao processo de desenvolvimento da autonomia.

No apêndice 7, apresenta-se um resumo do dispositivo a utilizar numa avaliação ao desenvolvimento e resultados dos CA que temos vindo a explicitar.

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