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169 169 regra, não é dotado de efeito suspensivo Entretanto, é possível a concessão de efeito suspensivo, desde

que requerido pelo agravante, nos termos do artigo 995 do NCPC. Do mesmo modo, será possível a concessão de tutela provisória, nos termos do artigo 932, II, do NCPC. Além desses efeitos, também podem ocorrer no agravo de instrumento, os efeitos expansivo, substitutivo e translativo, explicitados supra.

17.5.4. Processamento do agravo de instrumento: o agravo de instrumento, via de regra, é in- terposto perante o tribunal competente para apreciar o mérito do recurso. Entretanto, há outras formas de interposição, previstas no § 2º do artigo 1.017 do NCPC. Por fim, o relator do agravo de instrumento poderá prolatar diversas modalidades de despachos, consoante o disposto no artigo 932 do NCPC. Não é demasiado referir que, via de regra, o agravo de instrumento é um recurso que não tem sustentação oral, sendo possível apenas a apresentação de memoriais no prazo regimental. Todavia, o NCPC inovou no artigo 937, VIII, prevendo a possibilidade de sustentação oral nos agravos interpostos contra decisões interlocutórias que versem sobre tutelas provisórias de urgência ou de evidência.

17.6 APELAÇÃO

17.6.1. Cabimento: A apelação tem cabimento contra sentenças terminativas e definitivas (arti- gos 1009, 485 e 487 do NCPC).

17.6.2. Requisitos de admissibilidade: o recurso de apelação deverá preencher os requisitos de admissibilidade intrínsecos e extrínsecos, já mencionados.

17.6.3. Efeitos da apelação: A apelação, via de regra, é dotada do duplo efeito (devolutivo e sus- pensivo). Todavia, nas hipóteses mencionadas no artigo 1.012, § 1º, do NCPC, a apelação terá apenas o efeito devolutivo. Este dispositivo legal praticamente reproduz o parágrafo único do artigo 520 do CPC/73, trazendo diferenças substanciais nos incisos V e VI (V - sentença que confirma, concede ou revo- ga tutela provisória e VI - decreta a interdição). Entretanto, o apelante poderá requerer, nos termos do artigo 1.012, § 3º, do NCPC, que seja agregado efeito suspensivo ao recurso, através de requerimento dirigido ao “I - tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua distribuição,

ficando o relator designado prevento para julgá-la; II - relator, se já distribuída a apelação”.

Evidentemente que, nos casos de processos físicos, enquanto o processo não tiver chegado ao tribunal, o requerimento de efeito suspensivo deverá estar instruído com o traslado de peças necessário à compreensão do recurso. Os requisitos para a concessão do efeito suspensivo estão previstos no § 4º do artigo 1.012 do NCPC, verbis: “se o apelante demonstrar a probabilidade de provimento do recurso ou

se, sendo relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação”.

O efeito devolutivo, por sua vez, está previsto no artigo 1.013 do NCPC, já comentado por ocasi- ão da análise da teoria geral dos recursos, acima explicitada.

Além dos efeitos devolutivo e suspensivo, também os efeitos substitutivo, translativo, expansivo e ativo podem ocorrer em sede de apelação, também já analisados.

17.6.4. Fato novo: nos termos do artigo 1.014 do NCPC, “as questões de fato, não propostas no

juízo inferior, poderão ser suscitadas na apelação, se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior”.

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De acordo com o dispositivo legal acima transcrito, é possível a arguição de fato novo em sede de apelação. Todavia, fato novo não é um fato ocorrido após a sentença. Na verdade, o “fato novo” que pode ser arguido em sede de apelação, é um fato que é “velho” e que deixou de ser provado seja por que a parte o desconhecia, ou por que estava impedida de fazê-lo (v.g. por dever de sigilo).

Admitida a arguição de fato novo, indaga-se: como será feita a produção da prova do mesmo, considerando-se que o processo encontra-se no tribunal? Recomenda-se a aplicação analógica do artigo 972 do NCPC, referente à ação rescisória (cuja competência para processá-la e julgá-la também é de tribunal).

17.6.5. Processamento: a apelação é interposta perante o juízo a quo, que dará vistas ao apelado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias (artigo 1.010 do NCPC). Apresentada a res- posta, de acordo com o § 3º deste mesmo dispositivo legal, os autos serão remetidos ao tribunal, inde- pendentemente de juízo de admissibilidade. Ou seja, não há mais que se falar do duplo exame da admis- sibilidade em sede de apelação, como ocorria no CPC/73. Após distribuída a apelação perante o tribunal competente para julgá-la, será sorteado um relator que poderá adotar as possibilidade de despacho previstas no artigo 932 do NCPC.

Se o relator entender não ser o caso de decisão monocrática, o recurso de apelação será remeti- do para um revisor. É possível tanto a sustentação oral quanto a apresentação de memoriais no prazo regimental.

17.7 AGRAVO INTERNO

17.7.1. Cabimento: de qualquer decisão monocrática proferida por relator, caberá agravo interno (artigo 1.021 NCPC). O NCPC inovou em relação ao CPC/73, ampliando as possibilidades de interposição do agravo interno.

17.7.2. Prazo: o prazo de interposição do agravo interno passou a ser de 15 (quinze) dias no NCPC.

17.7.3. Fundamentação da decisão que julgar o agravo interno: no agravo interno, o relator não poderá se limitar a reproduzir fundamentos da decisão agravada para negar provimento ao recurso (artigo 1.021, § 3º). Em razão dessa disposição, certamente as decisões monocráticas passarão a ser exceção nos tribunais.

17.7.4. Fundamentos do agravo interno: o agravante deverá impugnar especificamente os fun- damentos da decisão agravada, não podendo se restringir a mera colagem de outras peças do processo (artigo 1.021, § 1º). Em razão da adoção do princípio do formalismo valorativo, certamente, em ocorren- do a “colagem de textos de peças processuais”, os magistrados intimarão o recorrente para sanar a irregularidade no prazo de 5 (cinco) dias, tal como prevê o artigo 932, parágrafo único, do NCPC.

17.7.5. Processamento: o agravo interno será dirigido ao relator, que intimará o agravado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias. Caso não haja retratação, o relator levará o agra- vo interno para julgamento pelo órgão colegiado (artigo 1.021, § 2º), não havendo a possibilidade de sustentação oral.

17.7.6. Litigância temerária: nos termos do artigo 1.021, § 4º, do NCPC, quando o agravo interno

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