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155 155 compatível com o NCPC –, a seguir colacionado:

1. O Superior Tribunal de Justiça considera inválido o pedido de desis tência do recurso se o subscritor do pedido não possui poderes para

17.2.1.2. EXTRÍNSECOS:

a) Regularidade formal: a regularidade formal tem relação com requisitos formais específicos de admissibilidade dos recursos em espécie. Há recursos dotados de regularidade formal mais rigo- rosa que outros como, por exemplo, o agravo de instrumento, os recursos extraordinários, etc. A título de exemplo, no agravo de instrumento, o agravante, nos termos do art. 1.018, § 2º, do NCPC, deverá no prazo de três dias, a contar da interposição do recurso, comprovar na origem que o agravo de instrumento foi interposto perante o Tribunal respectivo, em se tratando de processos físicos. A não comprovação em três dias acarretará o não conhecimento do agravo de instrumento, desde que a parte seja intimada para sanar o vício, no prazo de 5 (cinco) dias, nos termos do parágrafo único do artigo 932 do NCPC.

b) Prazo: cada um dos recursos em espécie há um prazo específico de interposição. Em havendo litisconsortes com diferentes procuradores, que integrem escritórios de advocacia distintos (arti- go 229 do NCPC), o prazo será dobrado se ambos os litisconsortes tiverem interesse em recorrer, nos termos da Súmula 641 do Supremo Tribunal Federal, que entendemos compatível com o NCPC, verbis:

Não se conta em dobro o prazo para recorrer, quando só um dos litisconsor- tes haja sucumbido.

Em havendo a dissolução do litisconsórcio, os prazos passarão a ser contados de for- ma simples, e não dobrada. Neste sentido, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, que enten- demos ser compatível com o NCPC:

AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. RECURSO ESPECIAL INTEMPESTIVO. INEXISTÊNCIA DE LITISCONSÓRCIO. PRA- ZO EM DOBRO. ART. 191 DO CPC. NÃO APLICAÇÃO. SUCUMBÊNCIA APENAS DO AGRAVANTE. DECISÃO AGRAVADA MANTIDA.

1. O prazo em dobro para recorrer se aplica quando os litisconsortes, com diferentes procuradores, sucumbirem diante da decisão recorrida. Não ha- vendo interesse recursal por um dos litisconsortes, por não haver sucum- bência, não incide a regra do art. 191 do Código de Processo Civil. 2. Agra- vo Regimental improvido.(AgRg no AREsp 218330/PR, Terceira Turma, Minis- tro Relator Sidnei Beneti, Data do Julgamento 23/10/2012, DJe 09/11/2012) EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRA- VO DE INSTRUMENTO. EFEITOS INFRINGENTES. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DAS HIPÓTESES LEGAIS AUTORIZADORAS. ARTIGO 191 DO CPC. INAPLICABILIDADE.

1. A atribuição de efeitos modificativos somente é possível em situações ex- cepcionais, em que, sanada a omissão, contradição ou obscuridade, a alte- ração da decisão surja como consequência lógica e necessária. 2. A juris- prudência desta Corte é firme no sentido de que somente há prazo em do- bro para litisconsortes com diferentes procuradores quando todos possuam interesse em recorrer da decisão impugnada. 3. Embargos de declaração rejeitados. (EDcl no AgRg no Ag 1365486/SP, Terceira Turma, Ministro Re- lator Ricardo Villas Bôas Cueva, Data do Julgamento 06/12/2012, DJe 13/12/2012)

AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. INTEMPESTIVIDADE. PRAZO EM DOBRO. LITISCONSÓRCIO PASSIVO. DESFAZIMENTO NO CURSO DO PRO-

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CESSO. ART. 191, CPC. INAPLICABILIDADE. POSICIONAMENTO JU- RISPRUDENCIAL. IDENTIDADE ENTRE A ORIENTAÇÃO SUFRAGADA PELA CORTE DE ORIGEM E DECISÃO MONOCRÁTICA E AQUELA TRI- LHADA POR ESTE TRIBUNAL SUPERIOR. SÚMULA 83/STJ. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO.

Trata-se de recurso especial tido por intempestivo, haja vista não dispor o ora agravante de prazo em dobro para recorrer, eis que o litisconsórcio pas- sivo então existente desfez-se durante a tramitação do processo, afastando- se a incidência do art. 191 do Código de Processo Civil. Na hipótese de i- dentidade entre a orientação jurisprudencial sufragada pela Corte de ori- gem, e adotada pela decisão monocrática, e aquela trilhada por este Tribu- nal Superior, incide a Súmula 83/STJ. Agravo regimental improvido. (AgRg no Ag 491541/RJ, Terceira Turma, Ministro Relator Paulo Furtado (Des. convocado do TJBA, Data do Julgamento 23/06/2009, DJe 04/08/2009)

No caso de formação do litisconsórcio com diferentes procuradores, quando já em curso o prazo do recurso, a dobra de prazo atingirá apenas os dias faltantes para implementar o prazo simples. Entretanto, para que isso ocorra, a parte deverá informar, ainda dentro do prazo simples a constituição do novo procurador, de modo a evitar que profissionais se utilizem deste artifício como forma de postergar prazo. Neste sentido, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, que entendemos compatível com o NCPC:

EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. PROCESSUAL CIVIL. LITISCONSÓR- CIO. CONSTITUIÇÃO DE NOVO PATRONO NO INTERREGNO DO PRA- ZO RECURSAL. ART. 191, DO CPC. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA ENTRE OS ACÓRDÃOS CONFRONTADOS. EMBARGOS DE DIVER- GÊNCIA NÃO CONHECIDOS.

1. O acórdão paradigma autoriza a incidência do art. 191, do CPC, quando mandatários diversos subscrevem a mesma peça, na medida em que hou- vera renúncia do mandatário comum a todos os litisconsortes, devidamente comprovada nos autos, por isso que o prazo recursal deveria ser contado em dobro. 2. A questão federal debatida nestes autos, todavia, se refere ao critério de contagem do prazo, quando é constituído novo patrono, durante o lapso temporal do recurso, por litisconsorte até então defendido por advo- gado comum a ambos os réus, concluindo o acórdão embargado que a do- bra só se dará do seguimento do prazo ainda não decorrido. 3. Ainda que discutam temas afins, não detêm os julgados a necessária semelhança fáti- ca para fins de caracterização da divergência pretendida. 4. Embargos de divergência não conhecidos. (EREsp 95242/RS, Segunda Seção, Ministro Relator Hélio Quaglia Barbosa, Data do Julgamento 25/04/2007, DJe 21/05/2007)

c) Preparo: o comprovante de pagamento do preparo deve acompanhar o recurso, sob pena de deserção. Via de regra, o preparo é requisito de admissibilidade. Entretanto, em algumas hipóte- ses ele é dispensado: quando for parte a Fazenda Pública e respectivas autarquias, o Ministério Público e os que gozam de isenção legal (artigo 1.007, § 1° do NCPC).

No caso de ausência de comprovação do recolhimento do preparo, inclusive porte de remessa e retorno – ao contrário do que ocorria no CPC/73 – não será aplicada imediatamente a pena de deserção. Nos termos do artigo 1.007, § 3º, do NCPC, o recorrente será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro, sob pena de deserção. Neste caso, será vedada a complementação, caso o recorrente recolha o preparo na segunda oportunidade que tiver de realizar a referida comprova- ção (artigo 1.007, § 4º, do NCPC).

No caso de preparo insuficiente – inclusive pagamento de porte de remessa e retorno –, conti- nua não sendo possível a decretação imediata da deserção, devendo ser oportunizada à parte a respecti- va complementação, no prazo de 5 (cinco) dias, nos termos do artigo 1.007, § 2º, do NCPC. Intimada a parte, se não houver a respectiva complementação, será aplicada a pena de deserção, que poderá ser

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relevada na hipótese do artigo 1.007, § 6º, do NCPC.

Seguindo o formalismo valorativo, o NCPC, no artigo 1.007, § 7°, dispõe que o equívoco no reco- lhimento da guia de custas não implicará na aplicação da deserção, cabendo ao relator, na hipótese de dúvida quanto ao recolhimento, intimar o recorrente para sanar o vício no prazo de 5 (cinco) dias.

Por fim, seguindo a jurisprudência consolidada das Cortes Superiores, é dispensado o recolhi- mento do porte de remessa e de retorno no processo em autos eletrônicos (artigo 1.007, § 3º, do NCPC).

17.2.2. Natureza da decisão que aprecia os requisitos de admissibilidade dos recursos: a deci-

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