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O império do francês

No documento Casanova - República Mundial das Letras (páginas 49-53)

O triunfo do francês é tão abrangente na França e no resto da Eu- ropa, seu prestígio tomou-se tão incontestável, que a crença na superio- ridade da língua francesa é considerada verdadeira ao mesmo tempo nas mentes e nos fatos; ou melhor, começa a existir nos fatos, porque todos compartilham essa evidência. Os franceses tiveram tanto suces- so em acreditar e fazer acreditar nessa vitória definitiva do francês sobre o latim e, portanto, segundo todas as representações que todas as elites européias têm em comum, na "autoridade" por essa língua, sobre o modelo exato da begemonia latina que, muito depres- sa, o uso do francês se espalha por toda a Europa. Aos poucos, com as guerras de Luís e os tratados que as concluem, o francês torna-se a língua diplomática, a língua dos atos internacionais. Esse uso

cional só se impõe em virtude dessa "ascendência", como diz

que a partir de então o francês exerce "naturalmente", porque inver- teu, ao final de um século e meio de lutas e de acumulação de recursos específicos, a relação de dominação que submetia a França, e com ela toda a Europa, ao latim.

O francês torna-se quase uma segunda língua nos meios aristocráticos na Alemanha ou na Rússia; em outros lugares, torna-se uma espécie de segunda língua da conversa e da "civilidade". É nos pequenos Estados alemães que a crença é mais forte. Ao longo de todo o século e particularmente nos anos 1740-1770, os principados alemães são os mais ligados ao uso mundano do francês. Na Europa Central e Oriental e mesmo na Itália observa-se a mesma adoção fer- vorosa do modelo francês. Sinal patente do valor literário que lhe é atribuído, os escritores adotam o francês para redigir suas obras literá- rias: os alemães Grimm e Holbach, os italianos e Casanova, e Frederico o irlandês Hamilton, depois os russos que, cada vez mais numerosos, abandonam o alemão em proveito do francês, etc. A desse modelo da universalidade da língua france- sa, baseado e calcado no modelo latino, é que ele não se impõe como uma dominação francesa, ou seja, como um sistema organizado em pro- veito da França; o francês impõe-se a todos sem o concurso de nenhuma autoridade política, como a língua de todos, para todos, a serviço de todos, língua da civilidade e da conversa refinada, cuja es-

tende-se a toda a Europa. O tema do cosmopolitismo marca bem essa estranha "desnacionalização" (pelo menos aparente) do francês". É uma dominação menosprezada como nacional e reconhecida como univer- sal. se de um poder político, nem de uma influência cultu- ral a serviço de uma potêncianacional, mas deumadominação simbólica cujo peso perdurará por muito tempo, principalmente no momento da emergência de Paris como capital universal da literatura, que exerce seu "governo", segundo a expressão de Victor Hugo, sobre o mundo inteiro. O abade Desfontaines escrevia o seguinte sob Luís "Qual a origem dessa atração pela língua, juntamente com a aversão pela nação? É o bom gosto dos que a falam e escrevem, naturalmente; é a excelência de suas composições, é o estilo, as coisas. A superioridade dos france- ses em delicadeza e em refinamento de luxo e volúpia fez mais uma vez nossa língua viajar. Eles adotam nossos termos com nossas modas, e nossos enfeites, que os deixam extremamente

Essa inversão da dominação cultural em proveito do francês como língua da como os alemães dirão alguns anos mais tar- de, funda, portanto, uma nova ordem européia: "uma ordem

nal Essa geral do espaço político e literário europeu, que é um dos traços constitutivos da ascendência do francês, é a con- seqüência última do empreendimento inaugurado por Du Bellay e do humanismo contra a influência do latim. Nesse sentido, é possível compreendê-la como um primeiro movimento rumo à autonomia do conjunto do espaço literário europeu que desta forma escapava defini- tivamente à ascendência e à dominação da Igreja. Restava aos escrito- - . res, e este será o trabalho do século e sobretudo do século livrar-se em primeiro lugar da dominação e da dependência do rei e em seguida da submissão à causa nacional.

62. Cf. Literatur, Nation.

Historische Bedingungen des Kulturaustausches",

une comnrendre. Dorion. Meissner. Janos Frankfurt, 1992,

63. M. p. 964.

64. Cf. principalmente Norben Elias, Paris, 1973.

[Ed. Rio de Janeiro, 1990.1

Apesar de estar claro que ela podia ser aceita como tal pelo conjunto do mundo francês, assim como por todas as elites européias, porque a enormidade do capital e o caráter único da luta iniciada pelos letrados franceses a impunham, essa extraordinária crença na "perfeição" suposta da língua do rei e na grandeza do que

irá chamar "o século de Luís também gerará um sistema de repre- sentações literárias-estilísticas-lingüísticas cujos efeitos ainda podem ser apreciados hoje em dia.

será posteriormente um dos grandes arquitetos da cons- trução e da reconstrução de uma grandeza inigualada e da época clássica Construindo por completo o mito de uma idade de ouro ao mesmo tempo política e "inventou" a eternidade do classicismo, criou a nostalgia dos bons tempos da "glória" de Luís e principalmente constituiu os escritores conhecidos como clássicos como ápice inatingível da arte literária, como a própria encarnação da literatura. Contribuiu para proporcionar as aparências da histoncidade à representação da história que essa crença supu- nha. Essa espécie de periodização histórica constitui assim o reinado de Luís em época "perfeita", impossível de ser reproduzida ou imitada: "Parece-me", escreve em Le Siècle de "que, quando se teve em um século um número suficiente de escritores que se tomaram clássicos, praticamente não é permitido usar outras expressões além das suas, e que é preciso dar-lhes o mesmo sentido, ou então, em pouco tempo, o século presente não entenderia mais o século passado Era um tempo digno da atenção dos tempos futuros aquele em que os heróis de Comeille e de Racine, os personagens de Molière, as sinfo- nias de Lully e (como só se trata aqui das artes) as vozes de gente como Bossuet e Bourdaloue eram ouvidas por Luís xrv, por tão célebre por seu gosto, por um Condé, por por um Colbert e por essa multidão de homens superiores que apareceram em to- dos os gêneros. Esse tempo não voltará mais, quando um duque de La Rochefoucauld, o autor das e reflexões, depois de uma conversa com um ou com um Amauld, ia ao teatro de Comeille."

66. E ainda hoje, toda uma parcela da do classicismo é herdeira direta (ou vítima?) dessa representação parcial e sem

Le de p. 164.

Só é possível de fato compreender a crença, principalmente ale- mã, no modelo do "classicismo" francês e a vontade declarada dos escritores e intelectuais de superar esse modelo a partir dessa repre- sentação de uma "perfeição" encarnada em determinado momento his- tórico por um país e com o qual se deve fazer esforços para competir. Da mesma forma que, mais perto de nós, não se consegue captar o fascínio de Cioran pela língua do "classicismo" francês e sua vontade de reproduzi-la, a não ser a partir dessa crença, herdada da Alemanha, em um estado de perfeição inigualado da língua e da literatura.

No tratado Da literatura alemã6', publicado em francês em 1780

pelo rei da Prússia, encontra-se intacta a doutrina da perfeição clássica francesa6'. Já se observou ser esse texto um prodigioso indício da do-

minação completa da língua francesa. Mas deve-se também acrescen- tar que a própria representação da história (e da da arte) que emhasa o livro, e que o rei terá em comum com os intelectuais e os artistas alemães das gerações seguintes, é a de uma espécie de nência descontínua do classicismo: a Grécia de Platão e de Demóstenes, a Roma de Cícero e de Augusto, a Itália do Renascimento, a França de Luís Ele não poderia desejar à Alemanha destino mais brilhante do que o de assumir seu lugar em uma história universal da cultura concebida como uma sucessão de "séculos", em que cada nação

por sua vez, o ideal imutável, antes de se apagar, pela decadência, esperando uma outra alcançar a maturidade.

Para trata-se de tomar a língua francesa como modelo para compensar o "atraso" do alemão e contribuir para a emergência de novos "clássicos" alemães: "sob o reinado de Luís o francês espalhou-se por toda a Europa, e isso em parte graças ao amor pelos bons autores que então floresciam e até graças às boas traduções dos antigos que ali se encontravam. E agora essa língua tomou-se um pas- saporte que vos introduz em todas as casas e em todas as cidades.

de Lisboa a São e de Estocolmo a Nápoles

67. Frederico da

68. Sabe-se que da mantivera uma correspondência com an- tes de subir ao trono, e que viveu em junto a ele entre 1750 e 1753. precisamente durante esse período que o escritor francês escreveu e publicou seu

do francês, compreendido em toda parte. Com esse único idioma, poupareis muitas línguas que seria saber, que

vossa memória de palavras"; e continua: "teremos nossos autores clássi- cos; cada um de nós, para aproveitá-los, desejará lê-los; nossos vizinhos aprenderão o alemão, as Cortes irão falá-lo deliciadas; e poderá acon- tecer de nossa língua polida e aperfeiçoada se estender em favor de nossos bons Escritores, de um lado a outro da É com esse modelo voltairiano, ratificado por Frederico que Herder romperá.

O famoso Discours de de langue française [Dis- curso da universalidade da língua francesa] de é uma resposta a uma questão que a academia de Berlim apresenta em um concurso: "O que tornou a língua francesa universal? Por que merece essa prerrogativa? Deve-se presumir que ela a conservará?" O próprio fato de a questão poder ser colocada nesses termos revela que o Discurso de Rivarol é, antes de tudo, o testemunho último da domina- ção francesa sobre a Europa e que já desponta sua fase de declínio. Herder enunciara suas primeiras teses antiuniversalistas, ou seja antifrancesas, cerca de doze anos antes (em 1772) diante da mesma academia de Berlim, e sabe-se que esse primeiro documento (Traité sur des servirá de estandarte para as novas idéias, nacionais, que criarão instrumentos de luta contra a hegemonia fran- cesa e que se espalharão por toda a Europa. É dizer que Rivarol pro- nuncia mais uma espécie de elogio fúnebre do que um panegírico.

Mas temos aí um momento essencial nessa história da constitui- ção do patrimônio literário francês, por um lado, porque ele retoma e reagrupa, tematizando-o com clareza, o conjunto dos lugares-comuns da crença que permitem explicar e compreender a origem desse domí- nio cultural reconhecido e aceito em toda a Europa; e por outro, porque aparece então uma nova potência ascendente que questiona a rania francesa: a Inglaterra. A contestação do "império" francês ocor- rerá de agora em diante em duas frentes que irão estruturar o espaço literário europeu durante todo o século a Alemanha e a Inglaterra. Desde a primeira frase do Discurso, Rivarol traça um paralelo com o Império Romano: "Parece ter chegado a hora de dizer o

69. da , 81-82,

cês, como outrora o mundo romano, e a filosofia, cansada de ver os homens sempre divididos pelos diversos interesses da política,

se agora por vê-los, de um lado a outro da terra, constituir-se em república sob o domínio de uma mesma Trata-se de lembrar a definição da universalidade tal como é entendida na França (e tal como será ques- tionada por Herder): é o restabelecimento de uma unidade do mundo além das divisões políticas. Em outras palavras, todos aceitam essa do- minação que se coloca acima de todos os interesses partidários,

lares ou nacionais: "Não é mais a Iíngua francesa, é a língua humana." Essa frase, muitas vezes citada como atestação da arrogância francesa, é na realidade outra maneira de dizer que, por dominação incontestá- vel, ela é desdenhada como francesa (ou seja, como nacional, e portanto suscetível de servir os interesses da França e dos franceses) e reconhecida como universal, ou seja, pertencente a todos e situada acima dos interesses particulares. A França exerce um "império", ou seja, um poder que nenhuma vitória militar jamais conseguiu impor, um domínio simbólico: "Desde essa explosão", explica Rivarol adiante, "a França continuou a proporcionar um teatro, trajes, gosto, maneiras, uma Iíngua, uma nova arte de viver e prazeres desconhecidos aos Estados que a espécie de império que nenhum povo jamais exerceu. E comparem a ele, por obséquio, o dos romanos, que semearam por toda parte sua Iíngua e a escravidão, empanturraram-se de sangue e

ram até serem destruídos."" Em outras palavras, o poder do francês, por sua própria civilidade e seu próprio refinamento, supera o do latim.

Essa universalidade é de certa forma "baseada" no que Rivarol chama o "torneio das nações", isto é, suas concorrências, suas rivalida- des. Ora, a vitória da França e do francês, apesar dos méritos de todas as outras línguas - expostos de maneira muito refinada e cultivada

-

é a da "clareza", explica Rivarol. Ele repete o que já se tornou o comum que pretensamente fundamentou a "superioridade" intrínseca do francês sobre as outras línguas e formula-o com a extraordinária arrogância própria dos dominadores: "O que não é claro não é francês; o que não é claro ainda é inglês, italiano, grego ou

70. Rivarol, De 1991, p. 9. O grifo é meu.

71. p. 34. 72. p. 39.

M U N W

Esse Discurso é também uma verdadeira máquina de ela- borada para lutar contra a rival mais perigosa da França dentro desse eterno "torneio das nações", a que contesta então com maior violência o domínio universal do universal francês: a Inglaterra. Os ingleses e os franceses, diz Rivarol, são povos "vizinhos e rivais que, após terem disputado por trezentos anos, não quem dominaria, mas quem existi- ria, ainda disputam a glória das letras e dividem há um século os olha- res do Toda a questão que se coloca a propósito da Inglaterra

é a da ameaça do peso de seu poder comercial. Londres tomou-se a praça econômica mais importante e rica da Europa. E Rivarol toma muito cuidado para jamais confundir o que chama "o crédito imenso nos negócios" dos ingleses com seu poder suposto na literatura; ao contrário, tenta para dar uma chance à França de assistir à

perpetuação de seu império literário, pressupondo que não se pode inferir do poder econômico um poder simbólico: "Acostumado ao cré- dito imenso que tem nos negócios, o inglês parece transferir esse po- der fictício às letras, e sua literatura dele contraiu um caráter de exagero oposto ao bom Em outras palavras, Rivarol esboça uma dis- tinção entre a ordem econômica e a ordem literária, mas ainda não pode pensar efetivamente a questão da autonomia literária e portanto imaginar, como Valery Larhaud fará dois séculos depois, um mapa literário distinto do mapa político.

A contestação inglesa

A Inglaterra é portanto, a partir do século a grande contestadora da ordem francesa. "Os ingleses", escreve Réau, "orgulhosos de suas vitórias sobre Luís briosos com o novo impulso de sua literatura ilustrada por Dryden, Addinson, Pope e suportam com impaciência as pretensões da língua francesa à Com efeito, a ascen- são econômico-política da Inglaterra é acompanhada de uma codificação da língua e da reivindicação de um capital literário específico: letrados, gramáticos e lexicógrafos acabam de fixar a forma moderna do inglês.

73. Ibid., 20. 74. Ibid., p. 37.

75. Louis Paris, 1938, Albin Michel,

1971, p. 291.

Deve-se dizer que, após a imposição do francês como língua oficial no momento da conquista normanda é no século que surge o inglês padrão. A da história da nação inglesa é que a emancipação da autoridade romana provocará no século a transfe- rência de todos os poderes unicamente ao rei: proclamando-se pelo ato de Supremacia (1534) o chefe supremo da Igreja da Inglaterra,

apodera-se de um poder absoluto político e religioso. A uniformização da vincula-se dessa maneira à uniformização religiosa: a Bible (1539) e The Book of Common Prayer (1548) são lidos no ofício domi-

nical por todo o temtório. Mas a legitimação da língua vulgar opera-se bastante tardiamente. Talvez, como no caso alemão, a contestação da primazia romana em matéria religiosa impede o questionamento do domínio do latim no campo do saber, do estudo e da poesia. Tudo ocorre como se, da forma que tentei mostrar acima, a adoção dos cultos refor- mados impedisse qualquer "laicização" (ou seja, qualquer conquista de autonomia) da contestação literária e lingüística. É talvez porque, apesar do cisma, o latim conserva durante muito tempo na Inglaterra todo seu prestígio propriamente literário, e o trabalho dos gramáticos emancipará a "língua comum" do modelo greco-latino apenas muito tardiamente.

Só no século afirma-se a atividade da codificação, mas sem o estabelecimento de qualquer instituição legisladora central - do tipo da Academia francesa. "O controle da norma coube aos gramáticos, letrados e pedagogos, ratificada por um consenso social respeitoso das hierarquias Essa autonomia aparente oculta um pro- cesso de apropriação nacional da literatura que, sem ser própria da Inglaterra, é decerto particularmente naquele país. O hábito de ver na "literatura inglesa" a expressão mais característica do tempe- ramento nacional, ou seja, a principal da identidade nacional

é, segundo Stefan um traço distintivo da Inglaterra. A litera- tura tornou-se, decerto mais do que em qualquer outro lugar, um dos principais veículos de afirmação e de definição da identidade nacio- nal. Ora, essa definição literária deve muito à rivalidade afirmada com a França. De fato, embora o nacionalismo inglês não tenha assumido

76. Ibid., 77. Stefan Collini.

DA

as mesmas formas que no resto da pode-se pensar que a definição da identidade nacional foi a princípio elaborada no final do século como reação ao poderio francês. Essa contestação da hegemonia francesa exprimiu-se muitas vezes por meio de uma fobia exacerbada contra a França, provavelmente no mesmo nível da arro- gância e da afirmação da onipotência francesas. O trabalho de constru- ção nacional foi feito principalmente contra uma França considerada hostil, "tirânica" e católica, e formou-se a partir da "diferença que o protestantismo Na mesma lógica, a literatura, "nacio- nalizada" aos poucos, isto é, designada como "inglesa", como proprie- dade nacional, afirmou-se contra o predomínio francês.

É principalmente por meio da literatura que os "clichês", conside- rados característicos da nação inglesa, eles também constituídos para se opor ao domínio francêss0, puderam ser tematizados. A idéia de um gênio para o individualismo e para a sinceridade, por exemplo, está fortemente ligada a uma "autodefinição" política antagônica à da França: a inclinação dos franceses para a política (entre des- potismo e revolução) é relacionada com a artificialidade formal

-

o famoso french verniz francês - e a moralidade duvidosa de sua literaturas1. de um "dom" da Inglaterra com relação à liber- dade e ao governo representativo é também uma idéia forjada contra a mitologia política francesa invasora. Essa vocação da Inglaterra é vin- culada à inaptidão (suposta e muito reivindicada) dos ingleses a de- senvolver um pensamento abstrato sistemático. Assim o talento da literatura nacional deveria ser fiel à riqueza e à complexidade da vida e permanecer irredutível às categorias abstratas de um sistemaa2. Essa oposição estrutural à hegemonia lingüística e literária francesa faz da Inglaterra a primeira potência literária rival da França.

No documento Casanova - República Mundial das Letras (páginas 49-53)

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