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O Crescimento do Agronegócio na Amazônia Legal: o Caso do Estado do Tocantins

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O AVANÇO DO AGRONEGÓCIO NO BRASIL E OS DRAMAS DA FRONTEIRA

2.6 O Crescimento do Agronegócio na Amazônia Legal: o Caso do Estado do Tocantins

Na Amazônia Legal o estado do Tocantins é um dos que mais tem se destacado pelo avanço de uma economia assentada em um agressivo modelo expansionista de agroexportações e crescimento do agronegócio. Nesse sentido, cerca de 72,3% de sua pauta de exportação é soja em grão, cerca de 24,4% é carne bovina desossada, fresca e congelada e 3,3% outros, revelando sua forte inclinação agropecuária.44

Em 2011 o setor da agropecuária apresentou variação real de 4,6% em relação a 2008, influenciado principalmente pela agricultura, silvicultura e exploração florestal que teve uma elevação real de 8,8%, influenciado pelo bom resultado nos cultivos da cana-de-açúcar que apresentou um crescimento em volume de 76,3% (decorrente da instalação da empresa Bunge Energética na região de Pedro Afonso), e do cultivo de lavouras temporárias com 26,6%, puxado principalmente pela produção de feijão e melancia.45

Em 2011 o Tocantins exportou US$ 742.023.903,00 milhões de dólares e importou US$ 204.485.261,00 milhões. Sua indústria é principalmente a agroindústria, centralizada em seis distritos instalados em cinco cidades-polo: Palmas, Araguaína, Gurupi, Porto Nacional e Paraíso do Tocantins. Essa indústria é ainda pequena e voltada principalmente para consumo próprio.46

Boa parte de suas importações tocantinenses é de maquinário, material de construção, produtos siderúrgicos, fertilizantes, veículos de transporte e aeronaves de pequeno porte, produtos que representam a base de um expansionismo econômico. Não se observa a importação de produtos produtíveis em solo estadual: o que representa uma contenção de evasão econômica, garantindo um superávit na balança comercial, retendo mais divisas dentro do estado.

Segundo a Secretaria do Planejamento e da Modernização da Gestão Pública do estado do Tocantins o PIB tocantinense referente ao ano de 2009 atingiu o valor de R$ 14,571

44Cf. http://www.sefaz.to.gov.br/Coief/Dados%Economicos/Importacao_exportaçao_por_mercadorias_2011.pdf 45Cf. http://www.seplan.to.gov.br/seplan/br/index2.php?area=noticias&id=365. Consultado em 28/06/2012. 46Op. Cit. http://www.sefaz.to.gov.br/2011.pdf

195 bilhões, superando o ano de 2008 que foi de 13,090 bilhões. Em 2009 o PIB tocantinense manteve a participação de 0,4% no PIB nacional e a 24ª posição no ranking brasileiro. 47

Apesar do cenário de crise econômica, a economia do Tocantins teve um crescimento real de 3,8% em 2009, superior ao crescimento da região Norte (-0,3%) e do Brasil (-0,3%). A referida variação naquele ano foi a quarta maior da Região Norte e a sétima entre os estados brasileiros. O Tocantins possui um PIB per capita de R$ 11.278,00 ocupando a 16ª posição na renda per capita nacional quando comparados com as outras unidades da federação, como também se posiciona na 1ª posição no crescimento acumulado em volume (52,6%) dentre todos os Estados Brasileiros entre 2002 e 2009.48

Para alcançar esses números positivos o agronegócio teve um papel central, demonstrando que o Tocantins é um estado fundamentalmente agropecuário e por isso mesmo os sucessivos governos estaduais, desde a criação do estado pela Constituição de 1988, vêm fazendo uma série de incentivos fiscais e propiciado diversos tipos de investimentos em infraestrutura e outras condições para alavançar a economia, tendo como base esse segmento econômico.

Nos últimos anos com a perspectiva do Brasil ampliar sua condição de país agrário- exportador fez com que os investimentos do governo federal e tocantinense se ampliassem fortemente na infraestrutura, para facilitar principalmente a produção de grãos, etanol e carnes. Dessa forma o Tocantins deu um salto de qualidade em termos de rodovias, sendo que o estado possui atualmente 4,5 mil quilômetros de rodovias estaduais pavimentadas, integrando praticamente todas as suas cidades, além de 1,5 mil quilômetro de rodovias federais fazendo sua ligação com os demais estados.49

Em 2012, o Tocantins ganhará um modal de transporte ferroviário, com a conclusão das obras da Ferrovia Norte-Sul em seu território. Assim, o estado se colocará no centro da malha ferroviária do Brasil, facilitando o escoamento da produção de grãos, carnes, biocombustíveis e outros produtos de exportação para os mercados consumidores da Europa e Estados Unidos que outros estados brasileiros de economia mais tradicional.?????

Com a concretização da malha ferroviária no Tocantins pretende-se viabilizar um corredor intermodal, integrando o potencial da Ferrovia Norte-Sul com as rodovias (BR–113, BR- 242, BR-153 e diversas estaduais) de navegação fluvial (hidrovias nos Rios Araguaia e Tocantins) e, com isso, maximizar o escoamento dos produtos agropecuários tocantinenses na Região Norte

47Cf. http://www.seplan.to.gov.br/seplan/br/index2.php?area=noticias&id=365. Consultado em 28/06/2012. 48Op. Cit. http://www.seplan.to.gov.br/seplan/br/. Consultado em 28/06/2012.

196 do país, aproveitando a histórica ligação econômica e social existente entre o Tocantins e os Estados do Norte, principalmente com o Estado do Maranhão (via Imperatriz).

No eixo de desenvolvimento do corredor intermodal de transportes encontram-se as áreas mais prósperas e modernizadas, localizadas na maioria na região Centro-Sul do Estado. No sentido sul-norte, são as seguintes cidades: Formoso do Araguaia, Gurupi, Porto Nacional, Paraíso do Tocantins, Palmas (capital), Miracema do Tocantins, Guaraí, Colinas do Tocantins e Araguaína. Já no extremo norte do Estado, na região do Bico do Papagaio, uma das mais pobres do Estado não há muita diversificação produtiva, embora já haja projetos de instalação de agroindústrias, a exemplo de fábrica de celulose, frigorífico, usinas de etanol e de biodiesel.

De acordo com o atual vice-governador, João Oliveira, a instalação do corredor intermodal de transportes propiciará um eixo de escoamento que vai viabilizar e dinamizar a exportação dos produtos agropecuários tocantinenses e dos estados vizinhos (Mato Grosso, Pará, Maranhão e Bahia) e são iniciativas como essa que têm estimulado no Tocantins o emprego de novas tecnologias produtivas e favorecido o crescimento do agronegócio no Estado.

Oliveira em entrevista concedida a Araújo (2012) afirmou o seguinte:

O Governo está empenhado com o agronegócio, porque é através dos investimentos nesse setor e na indústria que o Tocantins vai se desenvolver, queremos fazer desse Estado um grande celeiro e por isso o governador Siqueira Campos tem investido em estrutura e transportes, pois tudo isso vai ser revertido em geração de emprego e renda para nossa população. O número de investidores interessados em fazer negócios no Estado, sobretudo no setor dos agronegócios tem aumentado, em razão da prioridade e incentivos que a atual gestão tem dado ao agronegócio. Na última década houve um crescimento superior a 180% na área de produção agrícola, o que evidencia o avanço tecnológico no campo. Na produção de soja, por exemplo, houve um crescimento de 850% na produção da última década e ao mesmo tempo um grande aumento em produtividade, que saltou de 27 sacas por hectares para 52,8. Hoje temos algumas regiões, como essa em Porto Nacional, que possuem uma produtividade semelhante às regiões mais valorizadas do Paraná [Estado tradicional no plantio de soja]. A agricultura passa por um momento muito bom e o nosso Estado tem ganhado cada vez mais visibilidade nesse cenário, o que tem atraído muitos investimentos. (ARAUJO, Valmir, entrevista com Vice Governador João Oliveira em 16/03/2012, p. 02)

Nessa fala do vice-governador do Tocantins constata-se que o agronegócio é prioridade absoluta do atual governo estadual, que vem incentivando esse segmento econômico, com infraestrutura, incentivos fiscais, facilidade na aquisição de terras e outras benesses para consolidar o Tocantins como um grande produtor agropecuário.

197 Segundo estimativa da Comissão Estadual de Levantamento de Informação Agrícola, da Secretaria da Agricultura, da Pecuária e do Desenvolvimento Agrário do Tocantins (SEAGRO), a produção de soja que na safra de 2010/2011 superou faixa de 1,2 milhões de toneladas para a safra de 2012/2013 é esperado um crescimento superior a 10% na colheita e a produção de grãos em geral (que inclui arroz, milho e feijão) deve ultrapassar 2,3 milhões de toneladas nesta safra.50 Isso coloca o estado do Tocantins como um dos grandes produtores do agronegócio brasileiro.

Essa realidade também já percebida de forma crítica pelo agrônomo da APATO Paulo Rogério (2012) que nos fez a seguinte afirmação em uma entrevista:

O agronegócio se expande fortemente no Estado, a produção de grãos ocupa aproximadamente 576,9 mil ha. A área de produção de soja aumentou, entre os anos de 2000 e 2008, em aproximadamente seis vezes, chegando em 2008 a 331,6 mil ha. As áreas de arroz e milho, entre 2001 e 2008, aumentaram 15 % e 42 % respectivamente, juntas somam 245,33 mil ha em 2008. As pastagens ocupam aproximadamente 27 % da área do Estado com um rebanho de 7,3 milhões cabeças de gado. O Estado recentemente apresentou o estudo “Rota do Álcool”, que projeta para os próximos 10 anos a instalação de 24 usinas de etanol (600 mil hectares) e 20 usinas de biodiesel (200 mil hectares). Atualmente, o Tocantins conta com duas usinas de biodiesel instaladas (Brasil Ecodiesel e Biotins Energia) e três em instalação. Na área de etanol, o Tocantins possui três usinas instaladas, sendo em Arraias, Gurupi e Pedro Afonso. As monoculturas de eucalipto também vem se expandindo no Estado, em 2006, existiam 13.000 hectares de eucalipto, em 2009 passa para 44,7 mil hectares de eucaliptos, e em 2010 são de 52,7 mil hectares de eucaliptos. Além do eucalipto temos 1,37 mil hectares de seringueira; 2,19 de teca e 0,85 de Pinus tropicais. Os dados da SEAGRO projetam uma área de 530.000 hectares de eucaliptos para 2016. (PAULO ROGÉRIO, entrevista ao autor realizada em 15/06/2012, sem paginação)

Dessa maneira fica claro porque o Estado do Tocantins possui uma alta concentração fundiária e porque o seu planejamento estratégico é basicamente assentado no desenvolvimento do agronegócio como principal fator de crescimento econômico e alvo das políticas públicas.

Conforme Paulo Rogério (2012) a expansão do plantio de grãos, a criação de gado, o plantio de cana (principalmente para a produção do etanol), o plantio do eucalipto, de seringueiras etc, tem feito do Tocantins um dos estados que mais tem recebido na atualidade investimentos. Sendo que para os próximos dez anos esses investimentos devem inclusive,

50

Cf. ARAÚJO, Valmir, Com Produção Recorde Governo do Estado lança Safra de Grãos. Divulgado em 20/03/2012 no sítio http://ruraltins.to.gov.br/noticia.php?id=871. Consultado em 27/06/2012.

198 ampliar-se de forma vigorosa com a instalação usinas de etanol e biodiesel e de fábricas de celulose, como o crescimento das monoculturas da cana e do eucalipto.

No caso da monocultura do eucalipto a sua expansão no Estado é muito preocupante por causa dos possíveis danos sociais e ambientais. Em 2006, existiam 16.656 hectares de eucalipto, em 2009 passou para 44,3 mil hectares de eucaliptos, e em 2010 já eram 52,7 mil hectares de eucaliptos Para 2012 a projeção é de 197,4 mil hectares de plantio de eucalipto e para 2016 os dados da SEAGRO projetam uma área de 530.000 hectares de eucaliptos.51

O Quadro abaixo apresenta dados da SEAGRO sobre o eucalipto no Tocantins:

Tabela 7 - Plantação de Eucalipto no Tocantins e Projeções

Ano Área Plantada/Hectares de Eucalipto

2006 16.656,00 2007 25.994,60 2008 36.590,10 2009 44.309,16 2010 52.783,60 2011 83.204,40 2012 197.450,5* 2016 530.000,00* 2017 794.074.00*

*Projeções da Seagro/ Fonte SEAGRO 2011/Organização: PHCM

Por esses dados percebe-se que a monocultura do eucalipto vem crescendo rapidamente no Tocantins, isso vem ocorrendo principalmente por causa da rentabilidade dessa prática que é altamente lucrativa, principalmente para as grandes empresas que atuam no setor de produção de celulose, exploração da madeira para a fabricação de móveis, bem como sua utilização como lenha ou para produção do carvão vegetal.

A Suzano Papel e Celulose empresa do Grupo Suzano, uma das maiores produtoras verticalmente integradas de papel e celulose do mundo, com atuação global em cerca de 80 países já está sendo instalada no município de Imperatriz no Maranhão, divisa com o Tocantins, com o início das atividades de produção previsto para 2013. Essa mesma empresa deverá, segundo informações do governo estadual do Tocantins, deverá instalar uma indústria de celulose no Tocantins, uma vez que já possui plantações de florestas de eucalipto no Bico do Papagaio.52

51 Cf. dados divulgados pela SEAGRO-TO em 27/05/2011 in: Reflorestamento deve aumentar em mais de 100% no Tocantins,

http://www.seagro.to.gov.br/noticia.php?id=1920. Consultado em 30/06/2012. 52

Cf. LIMA, Aldenes, Indústria de papel e celulose Suzano vai se instalar no Tocantins. Divulgado em 04/06/2011 em http://secom.to.gov.br/noticia.php?id=24316. Consultado em 30/06/2012.

199 A previsão da Suzano Papel e Celulose era instalar em 2013/2014 uma indústria de celulose no Tocantins, no município de Darcinópolis, região norte do estado, com o plantio de 60 mil hectares bem como instalar também em uma fábrica no estado do Piauí, no município de Palmeirais, a 108 quilômetros ao Sul de Teresina. Todavia tanto uma fábrica como outra foram adiadas em decorrência da crise econômica na Europa, um dos principais clientes da Suzano na compra de papel e celulose.53

Conforme Rezende, Lima e Souza (2009), o plantio do eucalipto no Tocantins já é uma realidade de norte a sul. Um exemplo é o funcionamento da empresa Viveiros Tocantins, localizada no município de Miracema, que implantou um viveiro de mudas para a produção de clones da espécie, o empreendimento já produziu mais de 15 milhões de clones de eucalipto, e tem a projeção de chegar em 2012 a uma produção de mais 50 milhões de mudas. Conforme Borges (2012) a silvicultura acompanha o “boom” do agronegócio no Estado e a vinda de uma multinacional do ramo de papel e celulose será um incentivo a mais para que os empresários continuem a investir em silvicultura, especialmente em eucalipto, que atualmente corresponde a 90% da área cultivada no Estado. A região do Bico do Papagaio concentra a maior área de eucaliptos, 14 mil hectares na propriedade da Sinobras – Siderúrgica Norte do Brasil, no município de São Bento.54

A Secretaria Estadual de Comunicação do Tocantins (Secom) afirma que as maiores áreas licenciadas para o eucalipto no Tocantins se concentram nos municípios da região Norte do Estado: Wanderlândia, Darcinopólis, Colinas e também na região Sudeste do Estado, nos municípios de Arraias, Conceição do Tocantins, Natividade, São Valério, Paranã e Peixe, sendo que nesse último está previsto investimentos na ordem de R$ 4 bilhões até 2018, com instalação de uma indústria da Braxcel, Companhia Brasileira de Celulose.55

De acordo com Borges (2012) o Governo do Tocantins está incentivando ainda a vinda de indústrias para a confecção de paletes para geração de bioenergia, aproveitando o excedente da biomassa utilizada na produção de papel e celulose. Para os empresários que desejam investir, tanto o governo do estado propicia incentivos como o Banco do Brasil e o Banco da Amazônia oferecem linhas de créditos específicas para o setor.

Para Rezende, Lima e Souza (2009) todo o apoio do governo estadual e federal tem propiciado o crescimento vertiginoso da silvicultura, principalmente do eucalipto, que é um

53

Cf. MOURA, Suzano adia prazo para instalar fábrica no Piauí, Diário do Congresso de 11/04/2012. Publicado em http://diariodocongresso.com.br/novo/2012/04/suzano-adia-prazo-para-instalar-fabrica-no-piaui. Consultado em 30/06/2012.

54

Cf. BORGES, Lenna, Sivicultura tocantinense cresceu 40% em 2011. Divulgado em 19/01/2012 em: http://seagro.to.gov.br/noticia.php?id=2458. Consultado em 30/06/2012, p. 01.

55

Cf. MENDONÇA/SECOM, Indústria de celulose investirá R$ 4 bilhões no Tocantins. Divulgado em 23/03/2012 em http://sic.to.gov.br/noticia.php?id=557.

200 tipo de monocultura capaz de consumir até 30 litros de água por dia, consomindo tanta água que pode afetar significativamente os recursos hídricos. Conforme Rezende, Lima e Souza (2009) só no norte do Espírito Santo desde quando o eucalipto foi implantado, já secaram mais de 130 córregos e riachos.

Conforme Rezende, Lima e Souza (2009), o grande problema da eucaliptocultura além de secar mananciais, promover a desertificação, diminuir a biodiversidade, desfigurar os biomas naturais e diminuir a biodiversidade são os graves impactos socioeconômicos por ela gerados. Dentre esses impactos estão a diminuição nas fontes de emprego; os conflitos com as grandes empresas de florestamento; a expulsão de pessoas da terra (posseiros, populações indígenas e quilombolas).

Gomes e Overbeek (2011), confirmando as afirmações de Rezende, Lima e Souza (2009), ao estudarem a implantação da empresa Aracruz Celulose, a maior empresa do mundo em celulose, no Espírito Santo a partir de meados da década de 1960, após o governo brasileiro instituir um programa de incentivos fiscais para aumentar a área plantada de eucalipto, afirmam que houve um rápido processo de devastação da Mata Atlântica e expulsão de comunidades rurais.

Conforme Gomes e Overbeek (2011): "A empresa Aracruz Celulose invadiu áreas indígenas em processo de demarcação e expulsou índios tupiniquins e guaranis de 40 aldeias. No norte do estado, a empresa ocupou terras quilombolas, expulsando cerca de 10 mil famílias" (GOMES E OVERBEEK, 2011, p. 10)

Os indícios da política de expansão das florestas de eucalipto no Brasil são muito negativos e no Tocantins poderão também gerar inúmeros problemas que vão além da monocultura e do amplo poder econômico nas mãos de grandes grupos econômicos, para impor em algumas regiões seu sistema de produção e suas práticas de exploração da força de trabalho, também prejudicando ainda mais as populações locais, contribuindo ainda mais com as dificuldades da agricultura familiar, que terá suas terras mais uma vez cobiçadas e inclusive prejudicadas na produção de alimentos com os efeitos negativos da eucaliptocultura.

É preciso observar aqui que embora a agricultura familiar tenha apenas 18,8% das terras do Tocantins é hoje responsável por 70% das ocupações rurais, sendo a principal responsável pelo fornecimento de alimentos básicos para a população do Estado, produzindo 91% do feijão de corda, 84% da mandioca, 62% do leite e derivados, 62% do feijão, 59% dos suínos, 50% do milho, 48%das aves e 38% do arroz.56

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