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onde está o problema é que

poderemos

buscar

uma

A situação cham ou a atenção de Bill. Após um a m inuciosa análise das estações de m etrô — um intrincado conj unto de entradas e saídas em vários pontos da cidade —, ele constatou que a m aioria dos delitos acontecia em algum as estações bem específicas.

Ao conferir a escala dos policiais, percebeu que essas estações coincidiam com locais onde a presença de policiais era reduzida. Bill então focou sua atenção nesses pontos, reforçando a presença de policiais em locais específicos, onde acontecia o m aior núm ero de incidentes. Ao atacar o problem a nas linhas de m etrô que serviam de transporte para os transgressores, ele im pediu que os crim inosos se espalhassem para outras áreas. Essa m edida reduziu im ediatam ente o índice de crim inalidade em toda cidade.

O que isso nos diz em relação a nós m esm os? Muitas vezes, nosso problem a não está onde pensam os. Se alguém , por exem plo, lhe perguntasse quais são seus problem as, estresses, dores e frustrações, você certam ente saberia as respostas sem pensar um segundo. Mas e se lhe perguntássem os o que causa essas insatisfações, você saberia a resposta? E, m esm o que soubesse, teria certeza absoluta de que os problem as realm ente seriam esses? Para descobrir as verdadeiras causas dos nossos problem as, assim com o Bill Bratton fez com Nova York, precisam os ter a coragem de questionar nossas próprias convicções, nossas crenças e form as tradicionais de pensar. Isso significa não perm itir que nossas convicções nos hipnotizem sobre um a falsa realidade. Pensar filosoficam ente, portanto, é sair do processo de pensam ento autom ático e utilizar o processo introspectivo para questionar os padrões estabelecidos.

As convicções, crenças e m entalidades j á estabelecidas, m esm o sendo falsas, têm um a tendência natural de se autoj ustificarem e de nos convencerem de que são verdadeiras. Mas se as confrontarm os constantem ente com um a m entalidade filosófica, elas não sobreviverão por m uito tem po.

Q uebrando velhos paradigmas

O que é o pensam ento filosófico? Com o podem os utilizá-lo no nosso dia a dia? Bill usou três passos fundam entais que, j untos, constituem a base de um a m entalidade filosófica. Você pode aplicar esse m esm o processo em sua vida, e, assim , alcançar os m esm os resultados que Bill alcançou. Vej a um passo a

passo do que ele fez:

— Primeiro: ele buscou com preender a realidade dos fatos com o ela se apresentava realm ente, colocando em cheque tudo o que se acreditava saber até então sobre as razões da crim inalidade na cidade. Pense sobre você: qual é a origem dos seus problem as m ais agudos? O que causa suas frustrações, insatisfações? Quais são os fatores que lhe autossabotam com m ais frequência?

— Segundo: ele localizou os pontos fortes e os pontos fracos do sistem a. Pense sobre você: quais são os seus fatores positivos? Onde você sente m aior satisfação? O que dá m aior sentido à sua vida? Confronte esses pontos com suas frustrações. Separe os dois e m antenha a im agem nítida dessa variação em sua m ente.

— Terceiro: ele estreitou o foco sobre cada ponto, tom ando a m edida necessária. Pense sobre você: O que você pode fazer para intensificar os pontos positivos e reduzir os negativos? Com o você pode enfatizar ainda m ais os seus pontos fortes? Com o pode gerenciar seus pontos fracos para tirá-los do cam inho?

Vam os analisar isso a partir de um exem plo prático, para fixar ainda m ais nossa com preensão sobre o que representa um a m entalidade filosófica. Mesm o que você não sej a um professor ou tenha algum a experiência com sala de aula, é fácil entender que qualquer grupo de alunos pode ser dividido em três subgrupos:

1. Aqueles que aprendem rapidam ente;

2. Aqueles que aprendem m as dem oram um pouco a dom inar o conteúdo;

3. Aqueles que m ostram pouco interesse e oferecem poucas esperanças de acom panhar os dem ais.

Essa é um a constatação sim ples e quase universal da realidade dentro de um a sala de aula norm al. Ela representa o que podem os cham ar de status

quo. Todos os professores, ou pelo m enos a m aioria deles, é capaz de

reconhecer isso. Mas há um problem a com essa constatação: ela não nos leva à m udança. Por m ais im portante que essa constatação possa parecer, ela apenas alim enta e j ustifica nossa m entalidade de com placência. Pense sobre o que geralm ente ouvim os, ou m esm o dizem os, quando confrontados com a situação: “É assim e sem pre será assim !” Esse é o pensam ento dom inante diante de um a situação dessas. No caso da crim inalidade de Nova York, a m entalidade era: “A situação está fora do controle da polícia” ou “o que Bill, ou qualquer outro, poderá fazer?”.

Adaptando esse caso para o nosso dia a dia, um a pessoa que conviveu com um divórcio doloroso de seus pais durante a infância, m ais tarde, ao ver- se diante das dificuldades de seus próprios relacionam entos, terá um a forte tendência de pensar: “O que eu poderia esperar? Vej a o contexto no qual cresci e m e criei!”

Mas, a essa altura, esperam os que você j á estej a convencido de que o divórcio dos pais, em si, não é o problem a de ninguém . Afinal, tendência não é destino. Você pode nascer com um a forte tendência para a obesidade, m as

se essa tendência se efetivará ou não, depende de você. O m esm o tam bém é verdade para todos os setores das nossas vidas. A tendência, sej a ela qual for, pode ser detectada, interrom pida, e seu foco pode ser desviado.

Na verdade, a tendência raras vezes é o problem a. Com o m ostram os no capítulo anterior, o problem a quase sem pre é a m entalidade que cultivam os sobre o contexto no qual crescem os. No caso do exem plo citado acim a, a pessoa poderia, m uito bem , dizer: “Eu vi m eus pais passando por essa situação, e eu não vou percorrer esse cam inho, porque aprendi a lição com eles.” E então ela iria criar os m eios necessários para m udar sua vida a partir da experiência negativa que teve com seus pais. Você lem bra do Betto Alm eida? Ao ver seus am igos tornando-se m anchete das páginas policiais, qual foi o pensam ento dele? “Eu não vou ser m ais um nas estatísticas.” Com essa m entalidade, ele fez seu próprio cam inho. A decisão partiu dele m esm o.

O que isso nos diz? Que a m entalidade filosófica só pode ser adotada quando decidim os que realm ente querem os m udar, e que essa m udança depende de nós. É o desenvolvim ento da m entalidade filosófica, questionando nosso conhecim ento sobre a realidade e os fatores que causam essa realidade, que nos dirá qual é o problem a para a partir dessa nova realidade poderm os decidir o que fazer, e por onde com eçar. Mas, antes disso, tem os que colocar em prática tudo o que vim os até aqui.

Pense sobre um setor da sua vida que o está deixando insatisfeito, por causa dos resultados que você vem obtendo. Seu peso, por exem plo. Suponha que você estej a acim a do peso e que isso estej a lhe incom odando física e m entalm ente. Com o você reage a esse descontentam ento?

Se você se sente insatisfeito com o seu estado, um a coisa é óbvia: você reconhece o problem a. Mas será que você sabe, de fato, o que causa o problem a? É a alim entação? Qual alim ento, especificam ente? É a falta de exercícios? O excesso de refrigerantes? É a genética? Ou são inúm eros fatores com binados?

Reconhecer e responder essas questões é fundam ental para qualquer processo de m udança. Para respondê-las, quase sem pre você precisa abandonar suas convicções e desafiar as respostas convencionais. O m esm o se aplica a sua singularidade. Você sabe, por exem plo, qual é o seu talento natural, sua habilidade, sua paixão? Responder essas questões é o prim eiro passo no processo de exploração da sua singularidade. Você precisa abrir cam inho entre suas convicções, crenças, dogm as e padrões m entais para chegar ao núcleo da sua essência. É lá que estão as respostas a essas questões. E esse cam inho se abre com o pensam ento filosófico.

Você pode estar se perguntando por que insistim os tanto que o problem a pode estar nas suas convicções. Aí vai a resposta: porque quase sem pre é a sua form a de pensar que está produzindo o problem a. Ninguém duvida tanto quanto o sábio, e isso tem um a razão específica: o processo de m udança raras vezes depende das respostas eloquentes e pom posas. O im portante é fazer — e responder — as perguntas certas.

Esse é o segredo núm ero um de pessoas com o Bill Bratton e tantos outros que atingem desem penhos extraordinários. Elas têm um a tendência

natural de rom per com as convicções estabelecidas, fazendo perguntas ousadas. Elas questionam as regras em j ogo e, quando percebem que elas não são adequadas, m udam -nas. Elas fazem isso desafiando o senso com um , rom pendo com a m entalidade que geralm ente vigora há m ais tem po.

Ninguém duvida tanto quanto

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