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Métodos são mecanismos testados que podem servir

como atalhos.

Para sobreviver, criou um a cultura de econom ia. Annie não gastava dinheiro com nada. Nem com ela m esm a. Em 1980, por exem plo, ainda usava algum as peças de roupa que usava em 1943, ano em que se aposentou. Nem m esm o assinava j ornal. Um a ou duas vezes por sem ana, ia até a biblioteca pública de Nova York, que ficava a poucos blocos de sua casa, e passava o dia lendo os j ornais e revistas da sua preferência.

Num a m anhã de 1994, a secretária de Norm a Lam m , diretor da Yeshiva University, um a pequena universidade j udaica de Nova York, disse que havia um hom em ao telefone desej ando falar com ele. Lam m queria saber quem era. A pessoa do outro lado da linha se identificou com o o advogado de Annie Schreiber. Lam m não tinha ideia de quem era Annie Schreiber ou do que a ligação tratava, m esm o assim decidiu atender ao telefone.

O advogado se apresentou, explicou quem era Annie Schreiber, e depois falou que ela tinha falecido recentem ente. Fez um a pequena pausa e disse que ela tinha deixado a herança dela para a Yeshiva University.

— Essa herança é significativa? — perguntou Lam m . — Em torno de 22 m ilhões de dólares, foi a resposta do advogado. Com o Annie Schreiber, que não tinha outra renda exceto um a pensão praticam ente insuficiente para sobreviver em Manhattan, conseguiu j untar um a fortuna de 22 m ilhões? A resposta a essa pergunta é um dos grandes segredos do resultado que o m étodo para gerenciar nossos recursos pode produzir em longo prazo. O segredo? De form a lenta e consistente, Annie agia todos os dias num a direção específica.

Assim que se aposentou, Annie com eçou a investir em ações. Ela criou um m étodo para gerenciar seus investim entos. De form a orquestrada, investia pequenas econom ias em em presas que ela conhecia e com preendia. Com panhias que fabricavam os produtos que ela consum ia no dia a dia. Ela gostava de film es produzidos pela Columbia Pictures, por isso, com prou ações da Colúm bia. Ela consum ia Coca-Cola e Pepsi, então com prou ações dessas m arcas, e assim por diante.

que ela fez. Mas pelo método que ela usou, e os princípios que ela adotou para seguir esse m étodo: regularidade, simplicidade e disciplina.

O segredo de Annie é um a estratégia que pode ser usada por qualquer pessoa. Apesar de Annie ter investido em ações, o exem plo serve para todos os setores das nossas vidas. Ele nos ensina que fazer pequenas coisas que sabem os serem as coisas corretas, com regularidade e disciplina, durante um longo período, traz consequências enorm es. Isso serve para o desenvolvim ento de nossas habilidades, econom ia, dieta, saúde e para qualquer segm ento da nossa vida.

Por exem plo: levam os cinco ou seis anos para engordar dez quilos acim a do nosso peso ideal, e querem os perdê-los com um a sem ana de dieta ou cam inhadas. Criam os um a cultura de desequilíbrio ao longo de um a vida inteira e querem os colocar tudo em ordem com m eia hora de coaching. Durante anos, ignoram os nosso cônj uge ou nossos filhos, e quando a situação se m ostra fora do controle, querem os resolver tudo com um a conversa aleatória e, m uitas vezes, desprovida de um real interesse pelo outro.

De certo m odo, desenvolvem os um a m entalidade de que, m esm o não fazendo o que é necessário, no final das contas, obterem os o resultado que buscam os. Mas isso raram ente é possível. E quando isso parece possível, os efeitos colaterais tendem a se apresentar m ais tarde em resultados catastróficos.

Aqui, portanto, está explicado o segredo de com o pessoas com o Nolan Archibald conseguem desencadear um a sucessão de eventos que os coloque, m ais cedo ou m ais tarde, no cargo que eles alm ej am . A fórm ula, com o vim os, é sim ples, m as poderosa.

Agora, visto tudo isso, pare e pense: o que você pode fazer para im plantar a fórm ula de Nolan em sua vida e desenvolver sua singularidade?

Com o vim os nos exem plos até aqui, prim eiro você precisa decidir o que quer. Mas essa decisão precisa ter com o base suas habilidades naturais, e não atrativos externos. Depois, defina um a prioridade sobre essa habilidade, que cham am os de ancoragem . No caso de Nolan, essa ancoragem foi tornar-se um CEO de um a com panhia da lista da Fortune 500. Qual é a sua?

Em seguida, estabeleça um m étodo que com preende três princípios — regularidade, sim plicidade e disciplina. Por últim o, utilize esse m étodo na aplicação dos seus quatros recursos — tem po, energia, capital e relações — durante um longo período de tem po, e com extrem a regularidade; se você fizer isso, os resultados positivos na sua vida serão inevitáveis.

Síntese do capítulo

MENTALIDADE EXISTENTE

Muitas vezes, pensam os que pessoas bem -sucedidas possuem poderes excepcionais que j am ais são desafiados por situações e circunstâncias do dia a dia. Acreditam os que essas pessoas estão acim a das dificuldades enfrentadas pela m aioria de nós. Que aquilo que é um obstáculo aparentem ente intransponível para nós não oferece as m esm as dificuldades para elas. Acreditam os, equivocadam ente, que é sua capacidade que revela sua força e as encoraj a a enfrentar grandes desafios.

MENTALIDADE POTENCIAL

Na verdade, o estudo das atitudes de grandes líderes nos m ostra que precisam os buscar o tipo de desafios e experiências que testam nosso talento, inteligência e criatividade. Pessoas com desem penhos excepcionais, com o Nolan Archibald, se tornam excepcionais porque elas buscam os m aiores desafios. Elas veem esses desafios com o oportunidades para desenvolver a força necessária para enfrentar dificuldades ainda m aiores quando elas surgirem .

— Grandes líderes desafiam seu m edo, expondo-se a eventos e circunstâncias m aiores do que suas forças e habilidades aparentes.

— Existem quatro fatores básicos que são observados por pessoas que desenvolvem segurança e poder. Esses fatores são: habilidade, recursos, m étodos e prioridades.

— Todos nós tem os quatro recursos básicos — tem po, energia, capital e relações. Para desenvolver nosso potencial, precisam os criar os m étodos corretos para investir esses recursos num a prioridade estabelecida sobre nossa m aior habilidade.

— Se você quer descobrir qual é sua prioridade neste m om ento, observe onde investe seus recursos básicos — tem po, energia, capital e relações. Não há com o se iludir. É onde você investe seus recursos que estão suas prioridades.

— Um m étodo eficaz precisa ter três características: regularidade, sim plicidade e disciplina.

PROBLEMA COMUM

Quando não sabem os qual é nossa prioridade, ou quando esta prioridade não está estabelecida sobre nossa habilidade natural, dem oram os horas para tom ar decisões que outras pessoas tom am num piscar de olhos. Ficam os angustiados diante da com plexidade do m undo e nos punim os por isso. A vida se torna confusa e insegura. A frustração, estresse e o desespero resulta dessa insegurança.

SOLUÇÃO PROPOSTA

Faça um a análise de quais são suas prioridades. Vej a se elas estão alinhadas com sua habilidade natural. Se necessário, redefina suas prioridades de vida e crie m étodos claros para investir seus recursos — tem po, energia, capital e relações — no desenvolvim ento dessa prioridade.

QUESTÃO

E

CAPÍTULO 10

O criativo e o novo

“Não sou um teórico. Nem um ideólogo. Tam bém não sou um intelectual.

Sou o que se poderia cham ar de um cara concreto.”

m 1935, o escritor argentino Jorge Luis Borges lançou um livro cham ado

História universal da infâmia. Borges, a essa altura, j á era um a figura

conhecida nos m eios literários europeus, e até am ericanos. Sua influência cultural no m undo foi vasta. Ainda hoj e ele é m uito venerado. O autor italiano Um berto Eco, por exem plo, hom enageou-o em seu clássico O nome da rosa, nom eando um dos personagens do livro de Jorge de Burgos, que era cego, assim com o Borges foi nos últim os anos de sua vida.

Borges escreveu alguns dos contos m ais adm irados da literatura universal. Negava-se, porém , a escrever rom ances. Dizia que não via m otivos para escrever em 200 ou 300 páginas o que poderia ser dito em 20 ou 30. Em História universal da infâmia, ele escreveu um conto cham ado Os dois

que sonharam. Nele, conta a história de um hom em rico e poderoso do Cairo

que, na m etade da sua vida, perdeu sua fortuna e com ela seu poder. Tudo o que lhe sobrara era um a velha casa que pertencera ao seu pai. Insatisfeito e infeliz, passou a trabalhar desesperadam ente para recuperar sua riqueza.

No quintal da casa que herdara havia um relógio de sol, que ficava ao lado de um a fonte. Ali, havia um a enorm e figueira. Certa noite, enquanto descansava sobre a figueira, o hom em adorm eceu e teve um sonho. Nele viu um estranho que lhe revelou um segredo:

“Tua fortuna está na m esquita de Isfarrã, na Pérsia. Levanta-te e vá buscá-la”, disse-lhe o estranho.

No dia seguinte, intrigado com o sonho, o hom em j untou suas parcas econom ias e partiu rum o à Pérsia. Durante a longa viagem entre Cairo e Isfarrã, enfrentou inúm eros perigos: desertos, naus, piratas, idólatras, m agos, rios, feras e hom ens. Contudo, depois de m uitos m eses de peregrinação, chegou ao tem plo de Isfarrã.

Quando alcançou a m esquita, j á no final da tarde, sentou-se para descansar. Outra vez, caiu em sono profundo. À noite, um grupo de em busteiros se aproxim ou e, vendo-o dorm indo, lhe tiraram os pertences. O barulho feito pelos ladrões acordou a vizinhança e o guarda da m esquita, que, ao vasculhar a área, encontrou apenas o pobre peregrino. Ele acabou sendo preso e acusado de roubo. Na prisão, foi açoitado até quase a m orte.

Dias depois, no cárcere, recebeu a visita do capitão da polícia. O capitão perguntou-lhe o que ele estava fazendo na m esquita na noite em que havia sido preso. O hom em contou sua história para o capitão que, para seu espanto, se pôs a rir alto. Depois se calou e disse:

“Hom em desatinado e crédulo! Tam bém eu sonhei três vezes com um a velha casa na cidade do Cairo, em cuj o quintal há um relógio de sol, e ao lado um a figueira, e por trás da figueira, um a fonte, e sob a fonte, um tesouro. Não dei o m enor crédito a essa m entira. Tu, no entanto, tens peregrinado durante m eses por causa de um sonho?”

Em seguida, o capitão lhe deu algum as m oedas e ordenou que retornasse im ediatam ente para a sua terra, pois não queria vê-lo m ais causando confusão em sua cidade. Tendo percebido que o local com o qual o capitão sonhara era a casa que ele herdara de seu pai, o hom em retornou ao Cairo, foi até a fonte que ficava ao lado da figueira, no quintal da sua casa. Ali, desenterrou o tesouro e, assim , recuperou sua riqueza e seu prestígio.

O alquimista de ideias

Em 1988, Paulo Coelho, então com 41 anos, lançou um livro cham ado O

alquimista. No livro, ele narra a história de Santiago, um j ovem pastor de

ovelhas que desej a m uito as riquezas do m undo. Certa noite, quando percorria com seu rebanho os vales de Andaluzia, na Espanha, Santiago adorm eceu sob um pé de figueira, j unto às ruínas de um a velha igrej a abandonada. No sono, sonhou com um tesouro próxim o aos pés das pirâm ides do Egito. Estim ulado por um a cigana que Santiago visitou para perguntar qual o significado do

sonho, ele vendeu seu rebanho e foi para o Egito, atrás do tesouro. Em sua j ornada, Santiago enfrentou m uitos perigos: o deserto, salteadores, guerras, m ágicos, m agos, anim ais, alquim istas e feiticeiros. Contudo, depois de vários anos, ele finalm ente chegou aos pés das pirâm ides. No dia seguinte, ele com eçou a escavação em busca do seu tesouro. Durante a noite, dois ladrões se aproxim am e batem nele com tanta violência que ele quase m orre. Ao perceberem que ele não tinha dinheiro, o poupam da m orte. Curiosos, querem saber o que ele está fazendo ali, ao pé da pirâm ide.

Santiago, então, contou-lhes sobre seu sonho. Rindo m uito, os ladrões o cham aram de ingênuo e idiota. Para m ostrar a inutilidade desse tipo de presságio, um dos ladrões contou seu próprio sonho. Durante várias vezes, o ladrão havia sonhado com um tesouro j unto a um a figueira perto de um a igrej a abandonada, na região da Andaluzia, na Espanha.

Ao ouvir a história do ladrão, e ao reconhecer o lugar do sonho — exatam ente onde tivera o sonho que o fez ir até o Egito, Santiago retornou para a Andaluzia. Foi até a velha igrej a abandonada e desenterrou o tesouro.

O que é criatividade?

A história de O alquimista é um bom ponto de partida para nossa investigação sobre o que nos torna criativos ou não. Ela tam bém revela o m odo de com o podem os estim ular um a m entalidade criativa. Geralm ente, acreditam os que a criatividade precisa, necessariam ente, dar origem a algo com pletam ente novo, que apareça do nada. Mas a relação entre o conto de Borges e o livro de Paulo Coelho nos m ostra algo bem diferente.

Apesar de um a decolagem lenta nas vendas, ao longo das décadas seguintes O alquimista se tornou o m aior fenôm eno da literatura brasileira, e um dos m aiores da literatura m undial. O livro j á foi traduzido para 73 línguas. Já esteve, sim ultaneam ente, na lista dos livros m ais vendidos em 18 países, sendo com ercializado em m ais de 160. Ele tam bém está no Guinness Book por ser o livro m ais traduzido de um autor ainda vivo. Num a pesquisa recente, sobre os livros m ais vendidos no m undo nos últim os 50 anos, ele aparece em quinto lugar. Estim a-se que suas vendas j á ultrapassaram os 65 m ilhões de exem plares. Apesar de ter sido publicado há quase 25 anos, em fevereiro de 2012 o livro com pletava 212 sem anas consecutivas na cobiçada lista de best-

sellers do The New York Times. Apesar desses resultados fenom enais, Paulo

Coelho afirm a ter levado duas sem anas para escrever o livro.

original ao transform ar um conto de Borges em um livro. Mas, e se investigarm os o conto de Borges, será que ele foi original? De onde o escritor argentino tirou inspiração para escrever o conto? Borges retirou seu conto do livro As mil e uma noites, publicado no século IX, e traduzido para o francês em 1704. E de onde o autor de As mil e uma noites tirou a história? O livro é um a coletânea de contos populares, tradicionais na cultura árabe, e que fazem parte do folclore indiano, árabe e persa. O autor não inventou esses contos, apenas os coletou e os reuniu num livro.

O que isso nos diz sobre a criatividade? Por inúm eros m otivos som os levados a pensar que pessoas criativas são indivíduos com dádivas especiais. Quase sem pre os vem os com o seres que possuem um dom de fazer aparecer, do nada, coisas m ágicas. Mas não é assim . Se estudarm os as grandes invenções, verem os que a criatividade sem pre tem um ponto de partida, e isso é sim ples de com preender. Basta refletir sobre o ato de pensar.

Quando pensam os, sem pre partim os de um ponto A para nos referirm os ao ponto B. Pense sobre os film es de ficção científica. Avatar, por exem plo.

O film e, feito em 2010, hipoteticam ente, se sucede no ano de 2154. Seu cenário é um lugar distante, a im aginária Pandora, um a das luas de Polifem o, que por sua vez seria um dos três planetas gasosos fictícios que, no film e, com põem a órbita do sistem a Alpha Centauri.

Se você assistiu ao film e, faça um a rápida análise de suas personagens e pense sobre as seguintes questões: qual é a fisionom ia usada no film e para retratar os habitantes de lugares tão distantes? Com o são retratadas as florestas e os anim ais que habitam esse local tão rem oto?

Não há nada que não tenha um a sim ilaridade com tudo o que conhecem os aqui no planeta Terra. Mas quem nos garante que as coisas fora da realidade terrestre não sej am de natureza absolutam ente distinta de tudo que conhecem os? Se essa possibilidade existe, por que, então, não sim ulam os um a realidade desconhecida, absolutam ente original, e a retratam os em film es dessa natureza?

A resposta é sim ples: não som os capazes. Não conseguim os pensar nada sem levarm os em conta um ponto de referência que j á existe em nós, sem um a im agem que captam os através da percepção do m undo físico com o qual tem os contato.

Pensar é essencialm ente um ato de com parar. Nada do que possam os criar é com pletam ente original. Sem pre estarem os, de algum a form a, construindo sobre a estrutura deixada por alguém .

Criatividade, entretanto, com o abordarem os aqui, é um processo de associação de ideias que, dentro de um novo contexto, tom am um a nova form a. Você se lem bra da história da boneca Barbie? Inspirando-se num a boneca j á existente no m ercado, m as que era vendida para adultos, Ruth Handler, com a aj uda de um estilista, transform ou-a num fenôm eno m undial de vendas entre as crianças. O m esm o se repete o tem po todo na história da hum anidade.

Não conseguimos pensar nada

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