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FORMAÇÃO DO CASAL

No documento CONTROLESOCIAL,FAMÍLIAESOCIEDADE (páginas 68-70)

DINÂMICA DO GRUPO FAMILIAR  Conteúdo

FORMAÇÃO DO CASAL

O casal é o ponto de origem de uma família e, ao mesmo tempo, é a convergência de famílias an- teriores. A nova família terá identidade própria que, mesmo infl uenciada pelas famílias de origem de ambos os cônjuges, terá suas particularidades. Ressalta-se que na construção da identidade será incorporada crenças, tradições, valores, costumes das famílias anteriores.

Os casais têm sempre intenção da união perene, e, até por isso, os papéis de esposos precisam ter prioridade sobre os outros. No início da relação, é comum os casais afastarem-se, o que pode ser con- siderado normal, tendo em vista a necessidade de se conhecerem. Presume-se que ter um companheiro é

sinal de complementaridade e acomodação nas áre- as afetivas, sexual e social.

Na medida em que a relação vai amadurecendo, espera-se que a comunicação passe a ser mais aberta e sintonizada, o que facilitará o processo de cresci- mento dos cônjuges e da relação. O casal deve in- cluir na relação possibilidades de mudança, de tro- cas, de criatividade, de fazerem juntos coisas novas, isto é, criar conjuntamente novos modelos.

Casais que conseguem assim se desenvolver pro- vavelmente darão condições a si mesmos e a sua pro- le de construírem seu próprio “alicerce emocional”, que os tornaram capazes de exercitarem melhor seu papel dentro do contexto familiar. Em contraponto, também existirão casais que se manterão ligados ao passado e à reprodução dos modelos antigos, sem muitas perspectivas de mudanças.

Sabemos que um relacionamento duradouro re- quer de seus pares várias atitudes e algumas renún- cias que possibilitam a condução do equilíbrio e da harmonia no lar, consideradas primordiais.

Vale ressaltar que não existe uma fórmula pron- ta e defi nida que atenda a todos os tipos de casais, porém algumas atitudes são essenciais na condu- ção deste relacionamento. Assim, faz-se necessário o amar e ser amado seguidos da compreensão, da responsabilidade quanto à satisfação emocional re- cíproca, do saber dar e receber, do saber ouvir e se pronunciar, da respeitabilidade, da parcimônia, da cumplicidade da afetividade entre outras compre- endem uma relação que atenda ambos os cônjuges. Também é importante, em decorrência de todas as atitudes colocadas, e outras mais que possibilite aos casais superarem positivamente os momentos de crise. Para que se consiga atender as expectativas de ambos, é necessário que os pares atinjam certo grau de maturidade e independência.

Algumas confusões podem ocorrer se os genito- res tiverem fi lhos antes de atingirem a maturidade própria como:

• Um ou ambos podem manter uma relação especial com a família de origem. Não conse- guem, em virtude desta postura sair do papel de fi lho e assumir os papéis de mãe e pai. Caso

venha a gerar fi lhos, provavelmente estes serão entregues aos avós, a empregados ou a própria sorte, quando não houver ninguém para assu- mi-los. Isto sempre é presenciado pela socieda- de, quer seja na fi gura de um parente ou de um vizinho, em que vemos a criança se tornar um fardo e que os pais tentam repassar ou repas- sam suas responsabilidades para quem estiver por perto e mesmo para instituições.

• Nos casais em que ocorre o desligamento su- perfi cial e aparente da família de origem, pode- rá haver a transferência do papel de progenitor para o cônjuge. A prole será percebida como um concorrente e não como um fi lho que ne- cessita de cuidados. O caso poderá ser mais grave se a união conjugal pertencer a família reconstituída, em que os fi lhos não pertence aos dos cônjuges.

Sabemos de várias formas de relacionamentos conjugais em que existem alguns “acordos” mútuos e não verbalizados também, podendo citar alguns como:

• Em outras situações, o fi lho é inserido no meio dos dois para que não ocorra uma intimidade, em virtude da difi culdade de exercer o papel de esposo e esposa, quer seja pela falta de amor, pela falta de desejo sexual, pela comodida- de ou mesmo por não conseguirem discutir e enfrentar o que precisa ser revisto na relação. Neste caso, há uma cumplicidade entre os pa- res, onde cada um tem motivo para aceitar a relação do jeito que está.

• É comum também em algumas relações em que os pares decidem ter um fi lho na expec- tativa de que este “salve” o casamento dos pais. Estes fi lhos poderão sentir-se culpados e deve- dores de algo que não sabem o quê, por não conseguirem concretizar a expectativa para qual foram gerados.

A PROCRIAÇÃO

Antes mesmo de nascer, a criança já preenche um lugar na família, no âmbito social. O que se es-

pera são hábitos da cultura inerentes a sua família já mostrados da forma distinta em se tratando dos sexos masculino e feminino. Enfatiza-se aí as dife- renças a serem atribuídas a meninos e meninas, re- presentações sociais, conduta e expectativas futuras. Todo nascimento ampara-se em um encontro en- tre um homem e uma mulher. O bebê é a demons- tração concreta de uma experiência deste encontro. A gestação em si não é pensada sem a existência de um vínculo entre a mãe e o fi lho.

Com a chegada do novo ser, a vida do casal se modifi ca. Passa a ser subsistema parental. Nos pri- meiros meses, além da aliança entre esposo e espo- sa, também será acrescida a forte ligação entre mãe e bebê, principalmente nos primeiros três meses. É importante ressaltar que a maturidade e a coopera- ção do pai neste momento são signifi cativas, princi- palmente se existirem outras crianças, quando o pai precisará estar disponível para elas.

Temporariamente o pai é excluído e deve entender o processo, como dissemos, essa situação é apenas tem- porária. Os pais que não possuem maturidade, não suportam o peso desta fase, e muitas vezes procuram outra mulher, quer com intuito sexual devido à im- possibilidade temporária da mulher em relacionar-se sexualmente nos casos de alguns tipos de partos, como também em relação ao amparo afetivo, tendo vista o período de adaptação da criança ao mundo. A criança exige muito da mãe no tocante a cuidados, podendo levá-la à exaustão e reduzindo suas possibilidades de cuidar do lar e do companheiro.

Outros pais não conseguem se aproximar da mu- lher grávida, porque associam à imagem santa da mãe. A mulher que não quer e nem entende tais ati- tudes, sente-se só e rejeitada e em muitas vezes essa rejeição é passada para o fi lho. Porém, dia após dia o casal que busca melhorar a relação tende a recom- por seus limites.

Funções fundamentais da família neste período • Aportes afetivos.

• Cuidados aos recém-nascidos e crianças neces- sários à sobrevivência da espécie.

• Construção dos papéis parentais de pai e mãe. • Revalorização dos vínculos com a família ex-

terna (avó, tios) e com amigos, companheiros de trabalho, vizinhos etc.

• Estabelecimento de uma nova atuação conju- gal – onde há espaço tanto para fi lhos como marido e mulher.

• Referências positivas – é sabido que as crianças encontram nos pais os modelos de adultos a se- rem seguidos, daí a importância em criar, não só educando e orientando, mas também aten- tando-se para o seu comportamento (ações) enquanto referência para seus fi lhos.

IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NA CONSTRUÇÃO

No documento CONTROLESOCIAL,FAMÍLIAESOCIEDADE (páginas 68-70)