• Nenhum resultado encontrado

O PROJETO DE PESQUISA

No documento CONTROLESOCIAL,FAMÍLIAESOCIEDADE (páginas 114-116)

O PROCESSO DA PESQUISA  Conteúdo

O PROJETO DE PESQUISA

O projeto de pesquisa é um documento que pla- neja o processo de pesquisa, com vistas a organizá- lo, prever suas etapas e racionalizar a atividade. As- sim o projeto deve responder às seguintes questões básicas:

• O que fazer? • Por que fazer? • Para que? • Para quem? • Onde fazer? • Como fazer? • Com que fazer? • Quanto fazer? • Quando fazer? • Com quanto fazer? • Quem vai fazer? • Quem vai pagar?

Ao fi ndar a elaboração do projeto, as questões acima deverão estar respondidas, caso haja alguma cuja resposta não foi encontrada, representa que o projeto está falho e que o pesquisador poderá não alcançar o proposto.

A importância do projeto de pesquisa está na possibilidade de prever ações com a fl exibilidade que uma investigação científi ca requer. A não reali- zação do projeto de pesquisa poderá em um deter- minado momento levar o pesquisador a deparar-se com tantas informações que poderá fi car sem saber qual a direção tomar e qual a aplicação dos dados obtidos, que ocasiona desgaste e perda de tempo.

A primeira questão com a qual normalmente o aluno se defronta ao propor uma pesquisa é a defi - nição do tema. Em geral o tema vincula-se às linhas de pesquisa previamente defi nidas no curso e que tem relação direta com a formação específi ca, assim no âmbito das ciências sociais o foco de interesse sempre serão os seres humanos, os fenômenos asso- ciados e o contexto no qual se insere.

Diante da vastidão de possibilidades que se colo- ca, o aluno pode sentir-se angustiado uma vez que a defi nição de um tema pode representar o abandono de outro que também seria do seu interesse, assim alguns critérios podem ser seguidos no sentido de orientar essa escolha (SANTOS, 2000):

1 – Gosto Pessoal, preparo técnico e tempo dis- ponível: um tema que desperte o interesse

tem mais condições de garantir a dedicação necessária para se perseverar no processo. 2 – Importância ou utilidade do tema: uma for-

ma de identifi car este aspecto é perguntar-se o que a sociedade, a ciência e a educação ga- nham com a realização do estudo. Evidente- mente que uma pesquisa científi ca não tem condições de mudar uma realidade, con- tudo, compõem o conjunto de estudos que permitem construir uma visão crítica sobre o assunto com vistas a revelar aspectos obs- curos da realidade.

3 – Existência de fontes: as fontes representam o conjunto de informações sobre um deter- minado assunto. A não existência de fontes, ou a limitação na sua obtenção impedem o desenvolvimento da pesquisa por mais rele- vante que o tema seja. Por fontes possíveis para um trabalho científi co deve compre- ender: as fontes escritas – bibliográfi cas ou documentais – as fontes orais e as obtidas em laboratório.

Vinculada à defi nição do tema, segue a etapa da revisão de literatura, que permitirá, a partir do le- vantamento e leitura de material sistematizado e disponível, compreender melhor as características do fenômeno em estudo com vistas à delimitação da temática.

O contato inicial com as fontes escritas é essen- cial para compreender o atual “estado da arte” do assunto a ser pesquisado, identifi cando os posicio- namentos contrários, equivalentes e aspectos que merecem ser investigado e ainda não foram.

A defi nição de tema nem sempre signifi ca sua delimitação e a revisão da literatura possibilita com- preender melhor o que se pretende investigar, tor- nando o estudo possível dentro das condições que o investigador tem. Ao delimitar o tema o investi- gador deverá ter em mente qual é o centro de inte- resse da pesquisa e o aprofundamento necessário do seu conteúdo. Cervo e Bervian (1996) sugerem que “para facilitar esta operação, pode-se recorrer, por um lado, à divisão do assunto em suas partes consti-

tutivas e, por outro, à defi nição da compreensão dos termos”. Os autores acrescentam que ainda pode-se recorrer a circunstâncias, sobretudo de tempo e de espaço, em cujos limites se localiza o assunto. PROBLEMATIZAÇÃO

A problematização é a transformação de uma necessidade humana em problema, colocando-o dentro de um contexto. Ao problematizar uma de- terminada situação identifi camos a questão princi- pal a ser resolvida, bem como a circunstância que a originou.

O problema da pesquisa consiste em “[...] dizer de maneira explícita, clara, compreensível e opera- cional, qual a difi culdade com a qual nos defron- tamos e que pretendemos resolver. O objetivo da formulação do problema da pesquisa é torná-lo individualizado, específi co” (GOMIDE, 2002, p. 7).

Gil (1996) afi rma que nem todo problema pode ser considerado como científi co, pois sua elabora- ção necessita seguir critérios e defi ne algumas re- gras para elaborá-lo atendendo os parâmetros cien- tífi cos:

1 – formular o problema como pergunta: auxi- lia a orientar o caminho e favorece com o objetivo de separar o essencial do secundá- rio no que se pretende investigar;

2 – deve ser claro e preciso: para se identifi car de forma objetiva sua abrangência e limita- ções;

3 – deve ser passível de solução: faz-se mister a existência de fontes e recursos para que o aluno consiga chegar a uma conclusão do estudo;

4 – deve ser delimitado a uma condição viável: o universo de abrangência da pesquisa deve ser identifi cado e caracterizado.

Gomide (2002, p.10) explica que embora a for- mulação do problema seja uma das atividades mais importantes da pesquisa, uma vez que orientará todo o processo de investigação, poderá ser revisto e testado durante o processo de estudo, e acrescenta que “[...] Se no decorrer do trabalho houver neces-

sidade de uma nova defi nição do problema, pode-se rever todos os passos e iniciar uma nova rota”. HIPÓTESE(S)

A hipótese pode ser defi nida como a respos- ta provisória dada ao problema formulado, assim, a hipótese permite levantar uma possível solução para o problema que será confi rmada ou refutada no desenvolvimento do estudo.

Conforme Santos (2000, p. 56), a hipótese é ca- racterizada como uma verdade provisória e o estu- dioso a elabora à luz do conhecimento disponível.

A hipótese com que se vai trabalhar surge das ques- tões já levantadas a respeito do tema, mais especifi - camente, da questão escolhida no processo de sele- ção/delimitação. A questão levantada, junto com a resposta que se deu, é o indicativo do estágio de co- nhecimento do pesquisador a respeito do assunto do qual, inevitavelmente, partirá sua investigação.

Ao formular a hipótese alguns critérios podem ser utilizados:

são conceitualmente claras?

despidas de julgamento de valor e moral? específi cas?

relacionadas com as técnicas disponíveis? relacionada com uma teoria?

Passíveis de serem testadas? (DENKER; DA VIÁ, 2001, p. 79)

Alves-Mazzotti e Gewandsnajder (1999) afi rmam que os estudos do tipo qualitativo também podem recorrer ao uso de hipóteses, embora isso nem sem- pre seja considerado como necessário. Os mesmos autores citando Beker(1997), afi rmam que uma boa hipótese permite organizar um grande número de dados além de criar outras hipóteses, de maneira a não criar contradições entre qualquer parcela dos dados.

No documento CONTROLESOCIAL,FAMÍLIAESOCIEDADE (páginas 114-116)