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O MARCO LÓGICO E A DELIMITAÇÃO DO FOCO  Conteúdo

No documento CONTROLESOCIAL,FAMÍLIAESOCIEDADE (páginas 45-50)

• Conceito e estrutura do Marco Lógico

• Conceito e estrutura das árvores de problema e objetivos

 Competências e habilidades

• Compreender o Marco Lógico como ferramenta para a delimitação do foco do projeto a ser monitorado e avaliado

 Material para autoestudo

Verifi car no Portal os textos e as atividades disponíveis na galeria da unidade

 Duração

2 h-a – via satélite com professor interativo 2 h-a – presenciais com professor local 6 h-a – mínimo sugerido para autoestudo

INTRODUÇÃO

Com o estudo que efetuamos anteriormente, foi possível entender que todo processo de monitora- mento possui fl uxo de desenvolvimento, ou seja, iní- cio, meio e fi m. Na implementação das etapas descri- tas podemos utilizar ferramentas que posteriormente subsidiarão a leitura avaliativa dos dados coletados.

Uma ferramenta muito útil para a fase inicial, a delimitação do foco (o quê?) do projeto ou progra- ma a ser monitorado, é o Marco Lógico. Trata-se de um método desenvolvido pela USAID – United Sta-

tes Agency for International Development1 que nos

permite explorar a fi nalidade, objetivos, e resulta- dos esperados do projeto ou programa, norteando concomitantemente o que deve ser monitorado,

1 Agência dos Estados Unidos para Desenvolvimento internacional.

avaliado e, desenhando as estratégias para o alcance dos fi ns desejados.

Segundo o Banco Mundial, dentre as sete vantagens em se elaborar o Marco Lógico destaca-se o fato de ele “(...) Fornecer informações necessárias para a execu- ção, o monitoramento e a avaliação do projeto”. Isso ocorre por meio da elaboração da Matriz do Marco Lógico – MML, constituída de quatro colunas, que se preenchidas e analisadas corretamente servirão de base para a elaboração de etapas para o processo de monitoramento e avaliação, defi nindo as prioridades.

Em 1997, foi realizada pelo Banco Interamerica- no de Desenvolvimento uma ofi cina sobre o tema

avaliação denominada: Avaliação – Uma ferra- menta de gestão para melhorar o desempenho dos projetos (Evaluación: Una herramienta de

tos). O Processo de organização do Marco Lógico, bem como os instrumentais que apresentaremos a seguir foram elaborados nesta ofi cina.

O Marco Lógico se organiza em duas colunas, uma vertical que corresponde ao Resumo Narra- tivo do Projeto, com os componentes fi nalidades (objetivo superior), objetivo do projeto, produtos e atividades e a outra coluna na horizontal que com- preende os indicadores, meios de verifi cação e fato- res de risco. Objetivando um melhor entendimento faremos um resumo de cada item citado:

RESUMO NARRATIVO

Objetivo superior é a solução a um problema

diagnosticado, equivale à fi nalidade do Projeto ou Programa. Ex.: alto índice de desempregados na Vila Nono. Objetivo Superior: Diminuir o índice de desemprego na Vila Nono.

Objetivo do projeto está relacionado ao resulta-

do esperado ao fi nal de sua execução. Ex.: qualifi car trabalhadores da Vila Nono para atuarem na Fábri- ca Brim. Segundo Penteado (2009, p. 01),

Cada projeto deve ter um único objetivo de pro-

jeto. Quando uma operação tiver mais de um ob-

jetivo de projeto, devem ser elaborados mais de um Marco Lógico: um marco mestre do programa, com seu objetivo superior e objetivo de projeto e dois ou mais marcos subordinados. O objetivo

superior de cada marco subordinado é idêntico ao objetivo de projeto do programa (marco mestre),

mas cada um tem seu próprio objetivo de projeto. Deve haver apenas um objetivo de projeto. Se hou- ver outros objetivos, a cada um deve corresponder um projeto, o conjunto dos quais correspondera a um programa.

Os produtos são as obras advindas da implemen- tação do Projeto, por exemplo: a confecção de folders, cartilhas, banners, capacitações etc.

As atividades são todas as tarefas que devem ser realizadas no decorrer da implementação do projeto ou programa. Ex.: reuniões, contatos, visitas, entre- vistas etc.

Indicadores para Acompanhamento – para

cada item citado no resumo narrativo de objetivos serão elencados indicadores de processo correspon- dentes, que possibilitarão a avaliação da efi ciência e efi cácia do projeto.

Fonte de Dados para Indicadores – são os meios

que possibilitarão a verifi cação e validação dos indi- cadores apontados. Inclui-se aqui fontes primárias, secundárias, bases estatísticas, registros administra- tivos e relatórios.

Risco ou Pressupostos Relevantes – são fatores

externos que poderão atingir o projeto e que fogem da governabilidade do gestor do projeto. Vejamos agora os itens citados na estrutura do Marco Lógico: ESTRUTURA DO MARCO LÓGICO

RESUMO DESCRITIVO DE OBJETIVOS

INDICADORES VERIFICÁVEIS

OBJETIVAMENTE MEIOS DE VERIFICAÇÃO

RISCOS OU PRESSUPOSTOS RELEVANTES OBJETIVO SUPERIOR

O Objetivo Superior é uma defi nição de como o projeto ou o programa

contribuirá para a solução do problema (ou

problemas) do setor.

Os indicadores em nível de Objetivo Superior medem o impacto geral que terá o projeto. Devem ser específi cos

em termos de quantidade, qualidade e tempo (grupo social

e local, se for relevante).

Os meios de verifi cação são as fontes de informação que se pode usar para verifi car que os objetivos foram atingidos. Podem incluir material publicado, inspeção visual,

pesquisas por amostragem etc.

As suposições indicam os acontecimentos, as condições

ou as decisões importantes e necessárias para a “sustentabilidade” (continuidade

no tempo) dos benefícios gerados pelo projeto.

OBJETIVO DO PROJETO

O Objetivo do Projeto é o impacto direto

a ser obtido como resultado da utilização

dos Componentes produzidos pelo projeto.

É uma hipótese sobre o impacto ou benefício

que se deseja obter.

Os indicadores em nível de Objetivo de Projeto descrevem

o impacto obtido ao fi m do projeto. Devem incluir metas que refl itam a situação após a conclusão do projeto. Cada indicador deve especifi car a quantidade, qualidade e prazo dos resultados a serem obtidos.

Os meios de verifi cação são as fontes que o executor e o avaliador podem consultar para

verifi car se os objetivos estão sendo atingidos. Podem indicar que existe um problema e sugerir

a necessidade de mudanças nos componentes do projeto. Podem incluir material publicado,

inspeção visual, pesquisas por amostragem etc.

As suposições indicam os acontecimento, as condições

ou as decisões que tenham que ocorrer para que o projeto

contribua signifi cativamente para que o Objetivo Superior seja

atingido.

ESTRUTURA DO MARCO LÓGICO COMPONENTES/ PRODUTOS Os Componentes são as obras, serviços e atividades de capacitação

que o executor deve realizar de acordo com o contrato. Estes devem ser expressos em termos de trabalhos concluídos (sistemas instalados, pessoas capacitadas etc.).

Os indicadores dos Componentes são descrições breves, porém

claras de cada um dos Componentes que precisam ser concluídos durante a execução.

Cada um deve especifi car quantidade, qualidade e horizonte temporal das obras, serviços etc. a serem concluídos.

Esta célula indica onde os avaliadores podem encontrar as fontes de informação para verifi car

se os resultados contratados foram realizados. As fontes podem incluir inspeção local, relatórios de

auditoria etc.

As suposições são os acontecimentos, as condições ou as decisões que têm que ocorrer para que os componentes do

projeto atinjam o Objetivo do Projeto para o qual foram

executados.

ATIVIDADES

As Atividades são as tarefas que o executor

deve cumprir para completar cada um dos Componentes do projeto que implicam em custos. Deve ser elaborada uma lista de atividades em ordem cronológica para

cada Componente.

Esta célula contém o orçamento para cada Componente a ser

produzido pelo projeto.

Esta célula indica onde um avaliador pode obter informações

para verifi car se o orçamento foi gasto conforme o planejado. Normalmente constitui o registro

contábil de uma unidade executora.

As suposições são os acontecimentos, condições ou

decisões (fora do controle do gerente do projeto) que têm que acontecer para que os componentes do projeto possam

ser executados.

Fonte: Traduzido de: BID, Evaluación: una herramienta de gestión para mejorar el desempeño de los proyectos, março 1997. Quadro 4 Para a estruturação do Marco Lógico, é necessária

a construção de uma árvore de problemas que pro- porcionará a visualização do problema-causa, evitan- do que as ações sejam focadas de forma equivocada.

Árvore de Problemas – A árvore dos problemas

é uma ferramenta que facilita a identifi cação do pro- blema a ser resolvido. Para montá-la é necessário que

se coloque no centro (tronco da árvore) o problema central, logo acima os efeitos do problema central (copa da árvore) e abaixo formando as raízes da ár- vore as causas que geraram o problema central. Este é o foco a ser considerado para a elaboração de planos, programas ou projetos. Vejamos a Figura 1:

Árvore dos objetivos – A árvore de objetivos nos

possibilitará vislumbrar as soluções aos problemas apresentados anteriormente. Sua confecção é menos complexa, consiste em transformar os problemas em soluções. O Problema central (tronco da árvore) se converte e objetivo geral, os efeitos do problema cen-

tral (copa da árvore) passam a ser os meios necessá- rios para o alcance do objetivo geral e as raízes das árvores que antes eram representadas pelas causas do problema central passam a ser agora os objetivos específi cos do projeto, plano ou programa. Vejamos a Figura 2:

Figura 2

Pode-se notar que o Marco Lógico é poderosa ferramenta para ordenar e até mesmo reordenar objetivos e fi nalidade do Projeto, no entanto, não é perfeita, tal como nos alerta a Dra. Maria da Graça Rua:

“Embora seja uma metodologia bastante dissemi- nada, o Marco Lógico, em seus diversos modelos, possui alguns pontos que merecem aperfeiçoa- mento. Primeiramente, enquanto metodologia de análise sistêmica e de levantamento e teste das alternativas o ML é fortemente afetado pelas pers- pectivas adotadas pelos seus formuladores. Por isso, sua grande vulnerabilidade reside na seleção

destes, seja a elaboração restrita aos consultores, especialistas e à equipe de projeto, seja realizada segundo uma estratégia aberta à participação dos executores”. (Disponível em <http://www.enap. gov.br/downloads/ec43ea4fAvaliacao_pratica_ marco_logico.pdf> acesso em 4/8/2009)

O uso constante do Marco Lógico para funda- mentar o processo de monitoramento e avaliação nos possibilitará a objetivação de nossa ação, bus- cando elementos concretos para a coleta de resulta- dos. Os entraves ainda presentes neste instrumental serão sanados na medida em que fi zermos seu uso com visões crítica e criativa.

+

SAIBA MAIS

Segundo Banco Mundial, o método do Marco Lógico foi elaborado originalmente como resposta a três problemas comuns a projetos:

1. Planejamento de projetos carentes de precisão, com objetivos múltiplos que não estão claramente relacionados às atividades do projeto;

2. Projetos que não são executados com sucesso, e o alcance da responsabilidade do gerente do pro- jeto não estão claramente defi nido;

3. Não há uma imagem clara de como o projeto apareceria se fosse bem-sucedido, e os avaliadores não têm uma base objetiva para comparar o que se planejou com o que de fato ocorreu.

Dica: Acesse o link< http://www2.ufb a.br/~paulopen/logtex.html e faça

um exercício prático de Marco Lógico.

Unidade Didática – Informação, Monitoramento e A

valiação

em Serviço Social

AULA

8

SISTEMAS DE INFORMAÇÃO (SI) E AS POLÍTICAS

No documento CONTROLESOCIAL,FAMÍLIAESOCIEDADE (páginas 45-50)