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187 Reprodução ou Adulteração de Selo ou Peça Filatélica (art 303) – Este tipo penal fo

No documento 1.1 CONCEITO DE DIREITO PENAL (páginas 187-189)

substituído pelo art. 39 e parágrafo único da Lei nº 6.538/78, sobre serviços postais.

Uso de Documento Falso (art. 304) – Trata-se de um tipo penal remetido que não define a

natureza do documento falsificado, não comina a pena aplicável, tampouco define a espécie de falsidade anterior, estando subordinado a outras figuras criminosas. É que o uso de documento falso tem como pressuposto a definição de qual das falsidades, dentre aquelas previstas nos art. 297 a 302, foi antes praticada. A conduta incriminada é fazer uso, ou seja, utilizar qualquer dos papéis falsificados ou alterados referidos nos art. 297 a 302 do CP como se fossem autênticos. É necessário que o documento falso tenha sido efetivamente usado em sua destinação específica, não bastando a mera alusão. Em se tratando de Carteira Nacional de Habilitação, porém, o simples porte já caracteriza o uso, ainda que o documento falso somente seja exibido por solicitação da autoridade. De outra parte, se o falso não se fizer presente, se a precedente falsificação for grosseira, sem potencialidade de causar dano, ou se há o uso de documento autêntico pertencente a terceiro, impossível tipificar o crime de uso.

Quando o falsário é também o usuário do documento ilícito, há crime único. Discute-se, porém, se o agente responde pela falsidade material ou pelo uso. Sobre o tema, há autores que defendem que a falsidade absorve o uso, que funciona, então, como pós-fato impunível (Damásio, Bitencourt, Luis Regis Prado), ao passo que outros entendem que a falsidade, por ser crime-meio, resta absorvida pelo uso de documento falso, crime-fim (Nucci). De todo modo, a pena aplicada será sempre a mesma cominada ao crime de alteração ou falsificação, de acordo com a natureza pública ou privada do documento.

Competência: “A competência para processar e julgar o crime de uso de documento falso é

firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o documento público, não importando a qualificação do órgão expedidor” (Súmula 546 do STJ).

Supressão de Documento (art. 305) – A conduta tipificada consiste em destruir, suprimir ou

ocultar documento verdadeiro, público ou particular, de que não podia dispor, tendo como especial fim de agir em benefício próprio ou de terceiro ou, ainda, em prejuízo alheio. O agente, em síntese, destrói o documento como meio de prova. Assim como nos crimes anteriores, protege-se, aqui, a fé pública.

30.4. OUTRAS FALSIDADES

Falsificação do Sinal Empregado no Contraste de Metal Precioso ou na Fiscalização Alfandegária, ou para outros Fins (art. 306) – O tipo refere-se apenas a marcas ou sinais de caráter

oficial, não se confundindo com os de natureza industrial. O crime se consuma com a efetiva falsificação ou alteração ou com o uso.

Falsa Identidade (art. 307) e Uso, como Próprio, de Documento de Identidade Alheio (art. 308) – Identidade é tudo que identifica a pessoa, como o estado civil e a condição social. O crime

do art. 307 é de mão própria quando o agente atribui a si mesmo falsa identidade. Pode ele também atribuir a falsa identidade a terceiro. De todo modo, a conduta deve ser idônea a enganar e deve estar presente a finalidade de obter vantagem em proveito próprio ou alheio, ou o objetivo de causar dano a outrem. A consumação se dá com a atribuição efetiva da falsa identidade, ainda que não se atinja o especial fim de agir. No art. 308, o agente usa, como próprio, documento de

identidade alheia ou o cede a outrem, para que dele se valha, documento dessa natureza, próprio ou de terceiro. Nesse caso, o agente se passa por outra pessoa, sem, contudo, atribuir-se falsa identidade, e a consumação se dá com o uso ou a entrega para uso do documento alheio.

Atenção: “A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica, ainda que em situação de alegada autodefesa” (Súmula 522 do STJ).

Fraude de Lei sobre Estrangeiros (art. 309) e Simulação da Figura de Proprietário ou Possuidor em Nome de Estrangeiro (art. 310) – Na hipótese do art. 309, o estrangeiro usa, para

entrar ou permanecer no território nacional, nome que não é seu, ou terceiro atribui a ele falsa qualidade, a fim de que ele ingresse no país. É atípica, por ausência de previsão legal, a imputação feita para que o estrangeiro permaneça no país. No caso do art. 310, de modo diverso, pessoa de nacionalidade brasileira assume a condição de “testa-de-ferro”, passando-se por proprietário ou possuidor de bens e valores que pertencem a estrangeiro, nos casos em que a este é vedado por lei assumir tal condição.

Adulteração de Sinal Identificador de Veículo Automotor (art. 311) – As condutas

tipificadas no caput são adulterar ou remarcar número de chassi ou qualquer sinal identificador de veículo automotor, de seu componente ou equipamento. Sendo o agente funcionário público, além de estar prevista uma majorante para a hipótese do caput (§ 1º), incorrerá ele nas mesmas penas caso contribua para o licenciamento ou registro do veículo adulterado ou remarcado, desde que tenha consciência de tal condição.

Fraudes em Certames de Interesse Público (art. 311-A) – A conduta punida é utilizar ou

divulgar indevidamente conteúdo sigiloso de concurso público, avaliação ou exames públicos, vestibular etc. Só admite modalidade dolosa e requer como elemento subjetivo específico o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame. Aquele que permite ou facilita o acesso de pessoas não autorizadas às informações sigilosas são punidos com a mesma pena (§ 1º). Há tipo qualificado pelo resultado quando da conduta resulta dano à administração pública (§ 2º). Se cometido por funcionário público, a pena é aumentada em 1/3 (§ 3º).

Aqui, o bem jurídico protegido é a Administração Pública, conceito que abrange toda atividade funcional do Estado e dos demais entes públicos.

31.1. CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO

CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

Os crimes aqui previstos são próprios, porque o sujeito ativo é sempre funcionário público, ainda que, por força do art. 30 do CP, possa o particular, em alguns casos, ser coautor. Outrossim, tendo em vista os arts. 323, I, e 514 do CPP é cabível a defesa preliminar.

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