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EMOÇÕES AO PACIENTE

Descrição

Este modelo capacita os pacientes a darem um conceito a suas experiências emocio- nais e oferece a estrutura para descrevê-las. De acordo com esse modelo, as emoções são reações de padrão complexo a eventos que se desdobram com o tempo (Gross, 1998b; Gross e Thompson, 2007; Linehan,

1993a; Linehan, Bohus e Lynch, 2007). O processo da emoção consiste em uma se- quência de eventos. A sequência começa com uma situação psicologicamente rele- vante. De modo característico, a situação é externa para o indivíduo (ou seja, algo que aconteceu no ambiente). Contudo, o even- to indutor da emoção também pode ser in- terno (como um pensamento, imagem ou outra emoção). Certos fatores, como priva- ção de sono ou fome, podem aumentar a vulnerabilidade a esses eventos e à intensifi- cação emocional. Em seguida, dentro desta sequência, o indivíduo avalia o evento, o que implica determinar sua importância e relevância. A avaliação determina a emo- ção específica que é vivenciada, bem como a sua intensidade. Via de regra, interpreta- ções mais extremas levam a emoções mais extremas. Para os pacientes com tendência a interpretações extremas, uma importante técnica de regulação emocional é a modifi- cação das interpretações.

É importante ressaltar que o modelo das emoções da TCD diferencia a expe- riência emocional da expressão emocional. Após avaliar o evento, ocorrem mudanças no cérebro e no corpo, os quais são parte da experiência emocional. As alterações neu- roquímicas podem levar a mudanças no corpo. Por exemplo, se a situação é avaliada como perigosa, o indivíduo vivencia pensa- mentos de fuga, aceleração dos batimentos cardíacos e do ritmo respiratório, maior tensão muscular e menor fluxo sanguíneo para as extremidades. As tendências ou im- pulsos também fazem parte da experiência emocional. No medo, um impulso comum é fugir. Essas tendências podem ser mo- duladas ou inibidas. Parte da experiência emocional inclui perceber essas mudanças e impulsos.

A expressão das emoções inclui quais- quer ações, assim como o que é dito, as ex-

pressões faciais e a postura corporal. O mo- delo enfatiza que a expressão das emoções pode ser inibida. A mistura, para o pacien- te, de expressão e experiência da emoção pode contribuir para o medo das emoções e para a esquiva emocional. O próximo passo no processo da emoção é dar um nome à experiência, como tristeza ou ale- gria. Finalmente, o modelo salienta que as emoções exercem efeitos sobre os processos de pensamento, comportamento e fisiolo- gia. Na TCD, os pacientes aprendem que “as emoções gostam delas mesmas” ou que elas podem se autoperpetuar. Por exemplo, os efeitos subsequentes da tristeza podem incluir fadiga, afastamento e lembrança de outros eventos tristes. Assim, os efeitos subsequentes perpetuam a tristeza. Toda- via, os efeitos subsequentes de uma emoção podem também ocasionar o surgimento de outras emoções.

Questão a ser

proposta/intervenção

“Ao contrário da percepção, as emoções sempre começam com um evento desen- cadeador, que pode ser interno ou externo. Em outras palavras, elas podem ser dispara- das por nossos próprios pensamentos e sen- timentos ou por coisas que estejam aconte- cendo em nosso ambiente. Certos fatores tornam-nos mais vulneráveis a eventos desencadeadores, como a privação de sono ou fome, ou a outros eventos indutores de emoções que já tiverem acontecido. Além disso, conforme demonstra o Modelo de Descrição das Emoções [Formulário 4.3], a maioria delas envolve uma interpretação do evento causador. As exceções incluem o medo provocado pelo encontro com um animal feroz ou a alegria proporcionada pela visão de alguém que você ama. A inter- pretação determina qual emoção você tem,

assim como sua intensidade. Cada emoção é acompanhada de alterações fisiológicas e cerebrais e também pelo impulso de fa- zer algo. As emoções podem ser expressas por meio de linguagem corporal, expressão facial e ações. Porém, elas podem simples- mente não ser expressas. Finalmente, as emoções têm efeitos subsequentes que po- dem manter a emoção atual ou levar a ou- tra.”

Exemplo

Terapeuta: Você mencionou que as emo-

ções tendem a chegar inesperada- mente. Eu gostaria de examinar esse diagrama com você [referindo-se ao Formulário 4.3].

Paciente: Parece complicado.

Terapeuta: E é. As emoções são respostas

de padrão complexo. Pode parecer que elas vêm do nada. Mas, ao olhar para o diagrama, está claro que elas sempre começam com um evento de- sencadeador. Há, normalmente, uma interpretação desse evento que afe- ta o tipo e a intensidade da emoção que você vivencia. Uma interpretação mais extrema provoca uma resposta emocional mais extrema.

Paciente: O que essas caixas representam? Terapeuta: A primeira descreve a experiên-

cia emocional, que inclui alterações cerebrais e corporais e o impulso de fazer algo. A segunda descreve as for- mas de expressar emoções: postura corporal, expressão facial e ação.

Tarefa

Os pacientes podem revisar o Modelo de Descrição das Emoções apresentado no Formulário 4.3.

Possíveis problemas

Os pacientes podem ter dificuldades em entender o modelo. Recomenda-se que o terapeuta cheque a compreensão que o paciente tem do modelo durante a sessão. Pode-se pedir que descrevam uma emoção que vivenciaram de forma condizente com o modelo. Pacientes que rotineiramente bloqueiam emoções e relatam frequente anestesia emocional podem ter dificulda- des para descrever as mudanças físicas que acompanham a experiência emocional. O terapeuta deve encorajá-los, ressaltando que estar ciente do impacto físico das emo- ções é algo que pode ser cultivado com a prática.

Referência cruzada

com outras técnicas

As técnicas correlatas incluem observar e descrever as emoções, realizar experimen- tos para testar as crenças acerca das emo- ções, diferenciar entre o impulso e a ação praticada e experimentar a emoção como uma onda.

Formulário

Formulário 4.3: Modelo de Descrição das Emoções.

TÉCNICA: COMO ENSINAR

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