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Descrição

Os pacientes com problemas de validação frequentemente acreditam que os outros deveriam saber quais são as regras para va- lidá-los. Eles podem adotar leitura mental (“você sabe que preciso de validação, por que não o faz?”), personalização (“você está envolvido com suas próprias questões, é por isso que não está escutando”), afirmações do tipo “deveria” (“você deveria concordar que isso é péssimo”) ou catastrofização (“é ter- rível que você não veja as coisas da mesma forma que eu”). Como resultado, é possível que os pacientes não reconheçam que os ou- tros podem precisar de alguma orientação sobre como se conectar, como obter vali- dação. Pode-se ver isso como um exemplo de resolução mútua de problemas, técnica bastante útil na terapia de casais. Ao ajudar outras pessoas a ajudá-los, os pacientes têm condições de identificar comportamentos específicos que podem ser úteis para os ou- tros. Todavia, eles também podem indicar como é a experiência de se sentirem mal compreendidos e como isso pode contribuir para conflitos desnecessários.

Questão a ser

proposta/intervenção

“Parece que, muitas vezes, você espera que os outros saibam como se sente e como devem proceder para que se sinta com- preendido e validado. Talvez isso não seja realista, pois as outras pessoas frequente- mente não sabem como nos sentimos e do que precisamos. A boa notícia é que você pode ajudá-los a ajudarem você. Da mes- ma forma que pode me ajudar a ajudá-lo na terapia falando sobre o que precisa, você pode fazê-lo com outras pessoas. Gosto de pensar nisso como resolução mútua de pro- blemas. Isso significa que nós dois podemos contribuir para resolver o problema – por conta do que pensamos, fazemos ou comu- nicamos. Você pode então abordar outras pessoas com ideias como: ‘Parece que não estou me sentindo compreendido, e pode ser que você esteja tentando, mas isso não esteja funcionando para mim. Talvez parte disso esteja na maneira como me expresso ou como penso sobre validação. Talvez eu possa descobrir formas melhores de pensar a respeito do apoio de outras pessoas e de me expressar. Mas pode ser de grande ajuda que eu simplesmente diga, com calma, que não me sinto compreendido – por exem- plo: não sinto que estou sendo compreen- dido aqui; será que você poderia repetir o que eu disse?’.”

Exemplo

Terapeuta: Às vezes, os outros não sabem

o que precisamos, e isso é uma ótima oportunidade de usar algumas habi- lidades de resolução de problemas. Por exemplo, há ocasiões em que as pes soas não o validam e você acaba ficando com raiva. Mas, em vez de ficar com raiva, você pode, cuidado-

sa e educadamente, dar-lhes algumas ideias a respeito de como podem aju- dá-lo a se sentir compreendido.

Paciente: Parece que é isso. Sinto-me in-

compreendido grande parte do tem- po.

Terapeuta: As outras pessoas não podem

ler nossas mentes ou saber de que precisamos. Se você fosse a um res- taurante, teria de dizer ao garçom o que deseja. Você não esperaria que ele adivinhasse. O mesmo vale para obter validação. Vamos pensar em algumas formas de como as pessoas poderiam validá-lo mais.

Paciente: Elas poderiam me escutar. Terapeuta: Escutar é importante. Mas algu-

mas pessoas fazem isso melhor do que outras. E se disséssemos: “Agora estou sentindo que não estou me fazendo entender, então será que você poderia repetir o que eu disse?”. Assim, outras pessoas podem lhe dizer diretamente o que entenderam.

Paciente: Parece uma boa ideia.

Terapeuta: Mas isso talvez não seja sufi-

ciente. Você também pode perguntar se concordam com alguns dos seus pensamentos e sentimentos – sim- plesmente se eles entendem por que você sente o que sente.

Paciente: Ok. Concordo plenamente. Terapeuta: Mas, se quiser que isso seja

recíproco – e estamos falando da re- solução mútua de problemas –, você pode acrescentar que talvez esteja contribuindo para o problema de não ser compreendido. Por exemplo, você pode dizer: “Sei que às vezes sinto que não me validam, e parte disso é que minhas emoções ficam tão inten- sas que tenho dificuldades em sentir que sou ouvido. Então penso que, se os outros não concordam completa- mente comigo, é porque eles não se

importam. Então eu sei que também preciso mudar algumas coisas”.

Paciente: É muita coisa para se ter em men-

te, mas acho que ajudaria.

Tarefa

O paciente pode preencher o Formulário 3.6 (Coisas Adaptativas que Devo Dizer ou Fazer Quando me Sinto Invalidado) e bus- car oportunidades de aplicar a resolução mútua de problemas, pedir ajuda e reforçar os outros de forma respeitosa.

Possíveis problemas

Muitos pacientes com problemas de valida- ção acreditam que os outros devem enten- der suas necessidades sem precisar dar ex- plicação. Essa é uma variação da crença de que “meu parceiro deveria ler minha men- te”. O terapeuta pode ajudá-lo a compreen- der a dificuldade dessa situação perguntan- do se o paciente é capaz de ler a mente de outros. Se não, será que isso significa que ele não liga para seus amigos? Além disso, o terapeuta pode perguntar ao paciente sobre as vantagens de encontrar novas formas de reagir à invalidação. Isso ajuda na regulação emocional?

Referência cruzada

com outras técnicas

Outras técnicas úteis incluem a construção de melhores amizades, seta descendente re- lativa à invalidação, desafio dos pensamen- tos de invalidação e monitoração de exem- plos de invalidação e validação.

Formulário

Formulário 3.6: Coisas Adaptativas que Devo Dizer ou Fazer Quando me Sinto In- validado.

TÉCNICA: SUPERAÇÃO DA

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