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60 A CULTURA GREGA E AS ORIGENS DO PENSAMENTO

na Lírica Grega Arcaica

60 A CULTURA GREGA E AS ORIGENS DO PENSAMENTO

de preâmbulo (8): “Nem de Amaltéia desejo a áurea cornucopia, nenvj soberano, reinar sobre Tartesso por cinqüenta anos”

O que outros desejam: a cornucopia de Amaltéia ou um longo domí-.s nio sobre a cidade fabulosamente rica de Tartesso, não atrai Anacreonté; Não sabemos, na verdade, o que ele contrapõe a essas riquezas, mas já que )

as coisas recusadas são maravilhosas, a que ele preferia há de ter sido algo' muito simples4.

Esse contraste entre o que é faustoso, admirado por todos, e o que.{ é sim ples, mas de valor essencial, ainda não existia em Homero; mas * já em Arquíloco encontramos algo semelhante, embora em ambiente '

totalm ente diverso. O rude homem de armas, a quem são estranhos tanto as delicadas entonações de Safo quanto a espirituosa graça de Anacreonte, diz-nos com o ele imagina um bom oficial (60): “Não me agrada um capitão que a longos passos desfila, com caracóis se enfeita e raspa o queixo. A mim basta um pequeno, m esm o de pernas tortas,, mas que seja de coração forte e tenha firme o pé”

O valor exterior e o interior não ganham tanto realce em Homero*; Odisseu volta, é verdade, sob as vestes de um velho e pobre m endigo à sua pátria, ele, o forte herói, mas o aspecto miserável nesse caso é apenas uma falsa aparência atrás da qual Atena oculta o herói a fim de que ninguém o reconheça: se aparência e valor intrínseco estão em contraste, as qualidades interiores não se opõem expressam ente ao aspecto externo, com o ocorre em Arquíloco. O capitão de Arquíloco é valoroso justamente por não ser elegante. É bem verdade que sobre o m endigo Iro se diz (XVIII, 3): “N em força tinha, nem vigor, mas uma poderosa presença”, imagem que é criada em contraposição à de Odisseu; mas somente Arquíloco exprime a idéia paradoxal de que o oficial nada valha exatamente por causa de sua pompa exterior e que use suas impo­ nentes pernas longas apenas para fugir (isso se pode depreender das entrelinhas): de que, portanto, a aparência destrua o valor interior5

A os valores apreciados por todos, Arquíloco costuma contrapor a coisa por ele preferida, e o faz de maneira m ais rude que Safo,

4. Não terá sido diferente o pensamento de Arquíloco, 22, cf. as imitações Anacr., 7, Greg. Naz., Ad anim. suam, 84 e ss.; cf. também Horacio, Jamb., 2, com introdução de Heinze. Para outra possibilidade aponta H. Frankel, op. cit., 189 e ss. Outros temas seme­ lhantes in Timocr., I; Pínd., Pae., 4, 15; Horacio, C. I, I e 1,7.

5. Se Aquiles diz a Agamênnon (//. 1,225): “Tu que tens olhos de cão mas coração de cervo”, isto é, uma face arrogante mas um coração covarde”, não se trata, ainda aqui, de um “contraste” (H. Frankel, Am. Journ. Philol., 60, 1939,478,9), mas de uma observação que enfatiza a coexistência de órgãos distintos (cf., pp. 15 e ss.); se nas invectivas da litada (por exemplo V, 787) diz-se: “velhacos, admiráveis [somente] no aspecto”, nisso não há, como não há na figura de Iro, o elemento paradoxal visado por Arquíloco; a admoestação é: “Sede o que parecéis”, mas não se contrapõe, como em Arquíloco, o valor essencial à mera aparência. Daí se conclui que a distinção entre interioridade e exterioridade, ser e aparência, é preparada por expressões desse gênero.

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chegando a chocar (6): “Pavoneia-se agora um tràcio com meu escu ­ do, que eu, sem querer, deixei ao pé de moita: era uma arma perfeita. Pois que às favas vá o escudo, que outro melhor conseguirei”

Pouco lhe importa o escudo! A vida é muito mais importante! A concepção espartana da honra, que impunha ao herói voltar para casa com o escudo ou sobre ele, não passa, para Arquíloco, de uma hipocri­ sia que ele, audaz e alegremente, vitupera. Essa impaciência em arran­ car o véu da aparência manifesta-se, ajuda de forma mais superficial, também em Anacreonte; assim com o Arquíloco desmascara o capitão que posava de elegante, assim também Anacreonte revela a verdadeira face de Antenor, o novo-rico que sai a passeio todo enfeitado (54):

Tempos atrás, usava barrete pontudo e cubos de madeira nas orelhas, e em torno dos flancos uma coçada pele de boi, forro imundo de um mísero escudo; vivia na companhia de padeiros e cortesas, aquele patife do Antenor, e ganhava com fraudes seu sustento. Muita vez teve o pescoço posto na argola, muita vez na roda, muita vez foi açoitado, teve barba e cabelos arrancados. Mas agora passeia de carruagem, o filho de Cica, e usa brincos de ouro, e umbela de marfim, como uma mulher...

De onde conseguem esses poetas o direito de exprimir juízos tão pessoais? Segundo qual critério estabelecem o valor para eles funda­ mental? Existe uma relação entre o cínico prazer de destruir toda ilu­ são, próprio de Arquíloco, a argúcia de Anacreonte e a interioridade de Safo? Revelam eles pontos de contato, antes de mais nada, em sen­ tido negativo, na medida em que sua depreciação dos valores univer­ salmente reconhecidos não decorre de nenhum intento moral ou de ju s­ tiça. Se Safo não gosta de paradas militares, isso nada tem a ver com a moral ou com o direito. E se a Arquíloco importa mais a vida que o escu­ do, isso é, sem dúvida, uma bofetada no moral tradicional; mas não pre­ tende o poeta com ela apregoar uma nova moral ou um direito superior.

“A coisa mais bela é a que agrada” parece querer encaminhar para o arbítrio do gosto pessoal, em torno do qual, segundo o dito latino, é inútil discutir. Arquíloco parece-nos um individualista de­ senfreado. Mas em ambos sente-se a tendência para captar algo de verdadeiro, a substância em lugar da aparência.

Já antes de A rquíloco, Calino e Tirteu haviam dado, em suas elegias, um valor atual e imediato às exortações belicosas que haviam lido em Homero, e as haviam transformado em cantos de guerra, adap­ tando-os ao presente e deles se servindo para incitar os soldados nas batalhas do seu tempo. Essa passagem da literatura para o imediato da vida, que aqui surge pela primeira vez, constitui uma nova fase da evolução do espírito europeu. Arquíloco é o primeiro a dirigir-se de modo consciente e radical ao imediato. Também ele vive na tradição literária da epopéia homérica e vale-se das suas expressões para falar daquilo que era o tema principal da poesia homérica, a guerra. Mas

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d espoja e s se fato de toda a grandeza épica e o sente com o feia concretude: fala do duro pão com ido no campo, do trago tomado du-: rante a guarda (2; 5) ou da aspereza da luta que o espera (3). Encontra com o soldado, na vida, o que está descrito na épica, mas sem ilusões, o que, para ele, quer dizer muito mais intensamente. A despeito da incerteza que permeia uma conclusão tirada ex silentio, visto que se conservaram apenas fragmentos de sua poesia, ele, ao que parece, deve ter falado mais dos incôm odos e da incerta vida do soldado do, que da finalidade da própria guerra e do valor necessário para a vitó­ ria. A li ele sentiu, de maneira nova e grandiosa, a nua realidade. Sá que agora a canção guerreira não serve mais, com o em Calino e Tirteu,« para estimular os combatentes, não é mais, por assim dizer, um grito de guerra em versos, um instrumento de conforto para o restrito cír­ culo dos soldados: desliga-se de sua função social. Arquíloco tem suai próprias metas pessoais, mas seus versos, embora seja ele um homem dê ação, não querem apenas servir à ação: servem-lhe também para exprk mir seu sentimento e revelam as angústias e incertezas de sua vida.

Quando fala de amor, é sempre de um amor infeliz que trata. Ho­ mero vê no amor apenas uma das coisas prazerosas da vida e o coloca ao lado da dança, do vinho e do sono; nunca fala de amores infelizes? Quando muito, o amor é apresentado com o uma cegueira fatal: assina no mágico cinto de Afrodite, se lê: “amor, desejo e murmúrio de paky vras que tiram o juízo até das pessoas ajuizadas” (//., XIV, 217). Pen­ samento que é destarte elaborado por Arquíloco (112): “Imenso, uiri desejo de amor penetrou-me o coração secretamente; densa névoa der­ ramou sobre meus olhos, do peito roubou-me todo pensamento gentil”6 Também essa névoa derramada sobre os olhos é uma expressão extraída de Hom ero, mas em H om ero é sintom a de morte ou de deliquio. Por isso, é muito provável que, em Arquíloco, não se trate: de uma observação externa, no sentido de que ele veja num outro as conseqüências de um amor infeliz, com o acontece em Homero; mais provavelmente, é de seu próprio amor infeliz que está falando. De; fato, esse pensamento volta em outro fragmento onde ele se refere, certamente, a uma experiência pessoal (104): “N o desespero tombei* ai miserável! sem alma, por vontade superna com os ossos perfurados por atrozes sofrim entos”

6. Em Homero, encontramos kXé7eteivvóovouexpressões semelhantes somente nessa descrição do cinto de Afrodite. É costume traduzi-la por “iludir, enganar” (cf. esc. D nrcáxrioe etc.) e, nesse sentido, já a interpreta Hesíodo, Teog., 613; amiúde encontramos tcXércteiv usada nesse sentido pelo menos na poesia. Arquíloco emprega-a no sentido de “roubar” Sobre a primeira interpretação pode-se citar (ppévaç fiirEpoTreúeiv como paralela a essa; que julgo exata (cf. J. Böhme, Die Seele und das Ich, 48, 3), e locuções como (ppévaç è^éXero ou qtop afttyopa.

O amor é um sentimento que leva Arquíloco para perto do deliquio ou da morte. Por vontade dos deuses, diz, o amor o transpassa: e isso se inclui na concepção homérica segundo a qual as sensações não surgem espontaneamente do hom em , do seu ânimo, mas são dadas pelos deuses. N ovo é o fato de que ele sinta com particular intensida­ de o amor irrealizável: assim, o amor não mais faz parte da vida que serenamente acontece, mas resolve-se no sentimento oposto: no sen­ timento da morte7 E o amor é também para o poeta uma ação do divino no homem, mas o fato de que algo im peça o tranqüilo curso da sua experiência é sentido por ele com o algo de pessoal, com o um faltar das forças, um deliquio mortal.

Também Safo sente ao m esm o m odo o amor (2):

Felicidade semelhante à de um deus conhece o homem que está sentado a tua frente e de perto escuta o encanto de tuas doces palavras e teu riso que lisonjeia e acaricia e profun­ damente em meu peito pertuba o coração. Mal te vejo, a voz se me extingue na garganta: a língua está morta. Coire um tênue fogo sobre minha pele, nada mais vêem os olhos; pode­ roso, um zumbido atordoa-me os ouvidos. O suor me escorre pelos membros, um tremor me assalta e, mais pálida que uma haste de erva, próxima à morte pareço estar. E ainda assim, tudo se pode suportar...8

O poema é um epitalamio em honra de uma jovem do círculo de Safo e com eça pela tradicional louvação do homem que desposa a ga­ rota. Mas essas núpcias separam Safo da amada. O amor, que, nos versos citados anteriormente, Safo apresentara com o a instância su­ prema na decisão do que fosse o belo, é, tanto neste quanto naquele caso, o amor infeliz, ali pela amada distante, aqui pela que parte. E assim com o Arquíloco dizia sentir que as forças o abandonavam, dei-

7. A objeção aqui aduzida por H. Gundert, Das neues Bild der Antike, I, 136 (não setrata aqui tanto da angùstia do amor que não pode alcançar sua meta... quanto da pròpria paixão que eie sente em seu interior como potência destruidora, como angústia interior) não me parece bem clara. Mesmo Gundert disse, e corretamente, sobre Homero: “Nele, a chamado alto ‘ardor’ manifesta-se no gesto e na atitude, na ação imediatae não através da palavra” De qualquer modo, Gundert não nos dá nenhum exemplo de um poeta lírico primitivo que exprima “a angustia” da paixão, mesmo no amor feliz. A lírica arcaica tem um único modo de exprimir a felicidade amorosa, o de descrever o objeto do amor como belo ou, mais exatamente, enumerando todos os traços radiosos isolados, do mesmo modo que representa uma paisagem ou uma festa, descrevendo, uma após outra, todas as coisas belas que dela fazem parte. A importância do tema da aporia já na Odisséia, onde retorna com freqüência sobretudo nos símiles, e representa, como tal, um passo importante do distanciamento em relação à Ilíada e rumo à poesia lírica, foi muito bem mostrada por H. Seyffeit na dissertação Die Gleichnisse der Odyssee (Kiel 1949: não publicada).

8. Nos três versos que faltam ao poema, o equilíbrio ter-se-á restabelecido com a expressão de pensamentos como: “pois alcançaste a felicidade no matrimônio” ou então “pois dore alegria alternam-se”

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xando-o sem vida, assim também Safo descreve de m odo apavorante o desfalecim ento dos sentidos e da energia vital e a rápida chegada; da morte.

N ão são ressonância casuais, exteriores pontos de contato o que aproxima Safo de Arquíloco. Safo conhecia a poesia de Arquíloco^ Um a antiga expressão épica define o sono com o “aquele que dissolve' os m embros”, provavelmente porque priva os membros do homem daj faculdade do m ovim ento9 Em seguida, H esíodo dissera (Teog., 120)f “Eros, entre os deuses imortais o mais belo, o que dissolve os menK bros, sujeita à sua vontade dos homens e dos deuses o sentido e o sensato julgam ento...”10 11 E esse o amor que atordoa o homem, que o; torna indolente e louco: mas é nos outros que seu efeito é observado.' Arquíloco, ao contrário, relaciona-o a uma experiência pessoal, num trecho de poema (118) cujo primeiro verso deveria soar mais ou me-' nos assim: “Não sou capaz de fazer nada” 11, e diz em seguida: “Mas o desejo, que os membros dissolve, ó amigo, tem-me domado”

D esses versos é que Safo extraiu a imagem, já nossa conhecida*, do amor que tira todas as forças. Assim também, em outra passagem de um poema (137): “D e novo Eros me impele, aquele que os mem­ bros dissolve, o deus doce-amargo, diante do qual faltam-me forças’^ O pensamento é expresso pelos dois poetas de m odo tão seme­ lhante e o conceito de que o amante infeliz se sinta incapaz de agi# sem forças, é tão novo para a época pós-homérica, que podem os aqui afirmar com toda a certeza: foi em Arquíloco que Safo aprendeu a sentir e exprimir essa sensação de desânimo e de fraqueza semelhan­ te à morte, que lhe é dada pelo amor.

Também no verso que citamos, ela fala do seu “amor” em sentido “m ítico”; para ela, o amor não é um sentimento que brote do íntimo, mas uma intervenção da divindade no homem. Completamente sua, pessoal, é, ao contrário, a sensação de desânimo que dele decorre. É exatamente o amor obstado, sem possibilidade de realização, que vio^ lentamente se apodera da consciência: e onde o raio de um impulso forte e intenso se parte de encontro a um obstáculo, ali mais intensa relampeja sua luz. Diante desse sentimento que se faz consciente ante o obstáculo, as coisas que com umente apreciamos perdem seu valor. Aqui se revela o contraste entre substância e aparência, entre o que é valorizado pelos outros e o que é para nós essen cial12 E porque o

9. Na Od., XX, 57, e XXIII, 343, essa palavra é assim explicada: “aquele que dissolve as penas” (jafiteôfipaToc). Cf. Emst Risch, “Eumusia”, Festschr.f. E. Howald, 87 e ss.

10. Isso, naturalmente, està, por sua vez, em relação com IL, XIV, 217 (cf. p. 62). 11. Cf. Philo logits, 96, 1944, 284.

12. Diz Friedrich Hebbel nos seus Diari (2,2756): “Não seria, por tanto, impossível que todo o nosso senso vital individual, nossa consciência, seja um sentimento de dor

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amor não é sentido com o capricho do individuo, com o inclinação sub­ jetiva, mas com o força sobrenatural, divina, esse sentimento pessoal tem o poder de reconduzir o homem à sua essência. Safo encontra, através da sua paixão e da sua dor, sim plicidade e naturalidade, e * adquire um novo im ediatism o e uma nova espontaneidade, pois dian­

te dela abre-se o novo mundo da alma.

Pela pureza e a interioridade do sentimento, Safo é muito superior a Arquíloco, embora grande tenha sido a influência exercida por esse poeta em sua arte. Arquíloco nao era homem que cultivasse o senti­ mento da dor; na sua infelicidade via ele, sobretudo, o obstáculo que o impedia de ser feliz; e sabia ativamente defender-se (66): “D isso sou bem capaz: se alguém mal me faz, mal igual em troca lhe faço”

Portanto, seu amor infeliz arranca-lhe rudes notas de indignação e de ira mais do que ternos lamentos. A indignação também se exprime em outros poemas de Arquíloco que nada têm a ver com o amor, e todavia aproximam-se da lírica amorosa de Safo por um motivo essencial. Eis o que diz um de seus rudes mas fortemente expressivos poemas (79):

sacudido pelas ondas até Salmidesso, nu, possam os trácios pela hirsuta coma agarrá-lo à noite (ali muitas penas terá de suportar comendo o pão dos escravos). O corpo enregelado e todo coberto de algas, batendo os dentes como um cão, exaustas as forças, que jaza de fuças no chão, junto à praia musgosa. Assim quisera eu ver quem injúria me fez, calcando aos pés a fé. E no entanto, houve um tempo em que este foi meu amigo...13

Arquíloco faz votos para que um fulano seja tirado das águas e, lançado às praias nórdicas, passe a levar uma triste existência. Inespe­ radamente, ficamos sabendo que o objeto de tantas maldições fora, certa vez seu, amigo. Também esse poema é uma reação contra algo que não correu conforme seu desejo, e também desta vez o sentimento ofendi­ do supera o âmbito puramente subjetivo: não é apenas amizade, mas senso da justiça ofendida14 Como o amor, esse sentimento é “incon­ dicionado” e até maior direito tem de ser visto com o suprapessoal e divino. O senso da justiça pode exprimir-se de muitas formas: por m eio

como o é, por exemplo, o senso individual de vida do dedo ou de qualquer outra parte do nosso corpo, que começa a viver por si e a sentir-se como indivíduo quando não mais está najusta relação com o todo, com o organismo de que faz “parte”. Essa similitude da época da “dor cósmica” não carece, como vemos, de verdade histórica.

13. Recentemente quiseram negar que esse poema fosse obra de Arquíloco, e atribu­ íram-no a Hipônax - atribuição já desmentida pela alta qualidade dos versos. E afinal, que tem a ver Hipônax com os trácios?

14. W. Jaeger, Paideia, I, 172. Acertadamente observa H. Gundert (Das neue Bild

der Antike, 1 ,137,2) que Arquíloco diz oç p ’r)ôÍKT|a£ e Aquiles, ao contrário (II,. I, 356),

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