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ASSOCIADAS EM DIFERENTES GRUPOS PROFISSIONAIS

Coordenador - Cristina Maria Leite Queirós, Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto

cqueiros@fpce.up.pt

A atual sociedade caracteriza-se por exigências constantes a todos os níveis, nomeadamente no contexto laboral, obrigando os profissionais de qualquer área ou domínio a esforços constantes de adaptação e de gestão do stress, evitando consequências físicas e psicológicas deste e tentando conciliar a esfera pessoal com o trabalho. Assim, estratégias de coping e gestão dos recursos individuais e profissionais são fundamentais para uma equilibrada interação trabalho/família, bem como qualidade de vida e bem-estar dos profissionais, sobretudo os que estão envolvidos na prestação de serviços e cuidados em situações de crise, como é o caso dos bombeiros, militares e enfermeiros. Decorrendo em 2014/15 a campanha “locais de trabalho saudáveis” divulgada pela Agência Europeia de Higiene e Segurança no Trabalho, este simpósio propõe-se refletir sobre coping, stress no trabalho e variáveis associadas pode contribuir, no âmbito da Psicologia da Saúde, para identificar e prevenir o impacto negativo do stress na vida dos profissionais de diferentes áreas, contando com o contributo de autores provenientes de diferentes instituições e com diferentes formações de base, nomeadamente Enfermagem, Psicológica e Ciência de Computadores. O simpósio organiza-se da seguinte forma:

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I - Modelo Preditivo na Qualidade de Vida dos Enfermeiros – ESEP

II - Exigências e Recursos Profissionais e Familiares como preditores da Interação Trabalho- Família – FPCEUP

III - O papel do coping nos bombeiros – IPB & FPCEUP

IV - Exercício físico em militares: relação com o stress e bem-estar no trabalho – Instituto Piaget & FMUL

V - O projeto HealthKiosk: um estudo exploratório sobre stress, burnout e tensão arterial – FCUP, Camara Municipal de Paredes & FPCEUP

Endereço para correspondência (Coordenador) Cristina Maria Leite Queirós

FPCEUP - Rua Alfredo Allen, s/n, 4200-135 Porto

22-6079720

MODELO PREDITIVO NA QUALIDADE DE VIDA DOS ENFERMEIROS

Elisabete Borges & Teresa Rodrigues Ferreira

Escola Superior de Enfermagem do Porto

Fatores como o stress e o bullying são uma realidade no trabalho dos enfermeiros. A relação destes fatores com a qualidade de vida destes profissionais determina a implementação de medidas que visem fomentar práticas de trabalho e estilos de vida saudáveis nas organizações (Vogelpohl, Rice, Edwards & Bork, 2013). Pretendem-se identificar variáveis preditoras da qualidade de vida dos enfermeiros. Trata-se de um estudo quantitativo, longitudinal, exploratório, descritivo e correlacional. Recorremos a um questionário de caracterização psicossocial, ao Short-Form (SF36-V1), ao Inventário de Respostas e Recursos Pessoais - IRRP e ao Negative Acts Questionnaire-Revised (NAQ-R). A amostra de conveniência foi constituída por 151 enfermeiros, 85% do sexo feminino, média de idades de 33,2 anos e tempo médio de serviço na profissão de 10,4 anos. Através da regressão linear múltipla pelo método Stepwise identificamos que a perceção de saúde geral é a variável que melhor prediz (41%) a qualidade de vida SF36 total e as dimensões Função Física e Desempenho Emocional, seis meses depois. A perceção de qualidade de vida global é a variável que melhor prediz diferentes dimensões do SF36. No que se refere às respostas de stress, maior Resposta Fisiológica explica em 43% a perceção de menor Saúde Mental. Estes resultados vão ao encontro da importância da implementação de projetos de promoção da saúde no local de trabalho.

Palavras-Chave: Stress, Bullying, Qualidade de Vida, Enfermeiros, Modelo preditivo

Elisabete Maria das Neves Borges

Escola Superior de Enfermagem do Porto

elizabete@esenf.pt

EXIGÊNCIAS E RECURSOS PROFISSIONAIS E FAMILIARES COMO PREDITORES DA INTERAÇÃO TRABALHO-FAMÍLIA

Ana Mónica Pereira & Cristina Queirós

Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto

A interação trabalho-família afeta a saúde e o bem-estar dos profissionais (Amstad et al.,2011) e a investigação revela que elevadas exigências e reduzidos recursos predizem a interação negativa e o suporte social prediz a interação positiva (Bakker et al.,2011;Frone, 2003). Pretende-se conhecer os níveis de interação trabalho-família positiva/negativa nas Unidades de Saúde Familiar (USF) e identificar preditores profissionais e familiares. Inquiriram-se 263 profissionais de USF, idade média de 39,6 anos, 78%mulheres, 67%casados/união de facto, 64%com filhos e 80% com horário semanal de 40 horas. Usou-se o SWING (Geurts et al., 2005; Pereira et al., 2014), COPSOQ-II (Kristensen, et al.,2000;Silva et al.,2011) e HDS (Peeters et al.,2005; Pereira et al.,2015). Encontrou-se moderada interação trabalho-família negativa, baixa interação família-trabalho negativa e moderadas interação

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trabalho-família/família-trabalho positivas. Exigências profissionais (45%) e familiares (5%) predizem interação trabalho-família negativa; exigências profissionais (8%), familiares (7%) e suporte familiar (5%) predizem interação família-trabalho negativa; e suporte social no trabalho prediz interação trabalho-família positiva (6%) e família-trabalho positiva (4%). O estudo contribui para a compreensão dos preditores da interação trabalho-família e reflexão sobre a adoção de medidas preventivas das consequências do stress laboral na saúde dos profissionais.

Palavras-Chave: Stress, Bullying, Qualidade de Vida, Enfermeiros, Modelo preditivo

Ana Mónica de Sousa Pereira

Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto

ana.monica.pereira@gmail.com

O PAPEL DO COPING NOS BOMBEIROS

Natália Vara1 & Cristina Queirós2

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Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Bragança, 2Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto

Os bombeiros estão vulneráveis aos expostos ao perigo e ao impacto emocional stressante/traumático das tarefas, o que ameaça a qualidade dos serviços prestados e a sua saúde física/psicológica (Sanzovo & Coelho, 2007). Investigações apontam para relações entre burnout, eficácia e estratégias de coping (Lourel et al.,2008; Milen, 2009). Pretende-se identificar estratégias de coping dos bombeiros e verificar se são preditoras de burnout. Foram inquiridos 505 bombeiros de diferentes zonas do país, predominam homens (87%), média de 33 anos idade e de 11,4 de serviço, 35 horas semanais de trabalho, sendo 53% profissionais (assalariados, sapadores, municipais) e 47% voluntários. Usou-se o MBI (Maslach et al., 1996; Marques Pinto & Picado, 2011) e o Brief COPE (Carver et al., 1989; Pais Ribeiro & Rodrigues, 2004). Valores elevados de estratégias ativas e positivas, nomeadamente, coping ativo, planear, reinterpretação positiva e aceitação. As dimensões do coping predizem a exaustão emocional (22%) e despersonalização (23%), surgindo as estratégias mais proativas como preditores positivos da realização pessoal e as menos pró-ativas e focadas em ações e mudanças cognitivas de evitamento como preditoras do burnout. Ser bombeiro é stressante e o uso de estratégias adaptativas para lidar com cenários imprevisíveis é um skill fundamental. Programas de treino baseados nestas estratégias capacitaram os profissionais para se protegerem do burnout.

Palavras-Chave: Coping, burnout, bombeiros, preditores

Natália Cordeiro Vara

Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Bragança

nvara@ipb.pt

vara.natalia@gmail.com

EXERCÍCIO FÍSICO EM MILITARES: RELAÇÃO COM O STRESS E BEM-ESTAR NO TRABALHO

Sónia P. Gonçalves2,3 & Joana Ferreira1

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Instituto Piaget, Almada, 2RECI -Instituto Piaget, 3Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, Instituto de Saúde Ambiental

A literatura aponta que o exercício físico funciona como amortecedor em situações de stress, ansiedade e depressão, podendo ser uma estratégia de coping para lidar com situações mais stressantes. Nesta linha com o presente trabalho pretende-se analisar a relação entre o exercício físico, a resiliência, o stress e bem-estar no trabalho. Participaram no estudo 206 militares no ativo que responderam a um questionário on-line sobre os hábitos e motivações para o exercício físico, resiliência, bem-estar afetivo e stress no trabalho. Os principais resultados revelam que há diferenças estatisticamente significativas entre os indivíduos que referem praticar e os que referem não praticar exercício físico. Os primeiros apresentam níveis superiores de conforto e entusiasmo no trabalho, bem como maior perceção de suporte social e controlo no trabalho. Em termos das dimensões da resiliência os indivíduos que

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praticam apresentam maior perseverança, sentido da vida, serenidade e autoconfiança. Os que não praticam apresentam níveis superiores de ansiedade. Ao nível da depressão não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas. Espera-se que este estudo permita fornecer pistas na área da gestão do stress e promoção do bem-estar em contexto de trabalho, mais especificamente em contexto militar.

Palavras-Chave: Exercício físico, Coping, Stress, Bem-estar, Militares

Joana Ferreira

Instituto Piaget, Almada

sonia.goncalves@almada.ipiaget.pt

O PROJETO HEALTHKIOSK: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO SOBRE STRESS, BURNOUT E TENSÃO ARTERIAL

Eduardo Soares1, Iolanda Braga Pereira2, Cristina Oliveira1, Filipa Ramos3, Pedro Brandão1, Rui Prior1 & Cristina Queirós2

1Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, 2Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto Camara Municipal de Paredes

A hipertensão mata e o stress é um dos fatores associados (Agyei,2014; Fonseca, 2009; Lima & Neto, 2014; Silva et al., 2013). O projeto HealthKiosk desenvolveu tecnologia de auto-monitorização da tensão arterial (TA) com feedback imediato. Descreve-se um estudo exploratório que mediu a TA, burnout, stress, depressão e ansiedade. O equipamento foi colocado numa autarquia e os seus funcionários convidados a participar de forma voluntária e anónima, medindo a TA e preenchendo o MBI (Maslach et al.,1996; Marques Pinto & Picado,2011) e a EADS (Lovibond & Lovibond,1995; Pais-Ribeiro et al.,2004). Participaram 119 trabalhadores, sendo 73% mulheres, 73% casados, 77% com filhos, média de 42 anos e de 18 anos de serviço. Encontraram-se baixos valores de stress, ansiedade e depressão (de 0,40 a 0,73 escala de 0-3), exaustão e despersonalização (1,6 e 0,7 escala de 0-6) e elevada realização (4,5). Na TA, 42% tinham valor ideal e 32% hipertensão. Não foram encontradas diferenças entre sexos exceto para homens com maior tensão sistólica e diastólica, nem correlações significativas entre TA e variáveis psicológicas. As variáveis sociodemográficas explicam 17 a 33% da TA, não sendo as variáveis psicológicas preditores significativos. O HealthKiosk foi considerado de fácil utilização e pode contribuir para estudos com amostras maiores e de tipo longitudinal, que esclareçam melhor a relação entre stress e TA, nem sempre encontrada (Agyei,2014).

Palavras-Chave: Stress, Burnout, Tensão arterial, Tecnologia, auto-monitorização.

Iolanda Vanessa Braga Pereira

Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto

iolandapereira@live.com

SIMPÓSIO:

ADVERSIDADE,

RESILIÊNCIA

E

ADAPTAÇÃO

EM

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