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SIMPÓSIO: SAÚDE, STRESS E PARENTALIDADE EM MÃES/PAIS EM RISCO E DA COMUNIDADE

Coordenador- Inês Jongenelen, Universidade Lusófona do Porto & Universidade Lusófona de

Humanidades e Tecnologias

Moderador- Bárbara Figueiredo, Universidade do Minho

A investigação tem sugerido que a exposição das mães e pais a elevados níveis de stress e problemas de saúde influencia negativamente os comportamentos parentais. Permanece pouco claro na literatura nacional como interagem marcadores de stress na predição de indicadores parentais. Este simpósio visa analisar o efeito dos níveis de stress ou de saúde física no ajustamento psicológico e parentalidade de mães/pais em risco e da comunidade.

Relevância: Com o aumento de casos de risco psicossocial nos últimos anos em Portugal, este simpósio apresenta resultados empíricos que poderão contribuir para o desenho de políticas públicas de promoção da parentalidade e a para intervenção psicológica baseada na evidência. Adicionalmente, as presentes comunicações apresentam uma significativa diversidade nos designs de investigação, nas metodologias de recolha e análise de dados, nas características das amostras e nas idades dos filhos, o que contribui para uma discussão multi-método mais compreensiva e holística dos construtos em análise. Recorrendo a medidas psicofisiológicas e observacionais, a primeira comunicação analisa a variabilidade da frequência cardíaca parental em momentos de stress no exercício da parentalidade numa amostra da comunidade e discute as implicações destas metodologias para avaliação clínica na psicologia da saúde. A segunda comunicação testa dois modelos de risco cumulativo psicossocial para predizer o potencial de maltrato físico dos filhos em pais em mães da comunidade. Utilizando uma amostra em risco de mães vítimas de violência nas relações íntimas, a terceira comunicação apresenta como diferentes padrões de reatividade psicofisiológica ao stress (medidos por cortisol salivar) estão associados a indicadores de saúde mental materna. Com base na mesma amostra, a última comunicação examina como a satisfação parental e sobrerreatividade nas práticas parentais variam em função de tipologias de sintomatologia depressiva e somática.

Inês Jongenelen

Universidade Lusófona do Porto & Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Universidade Lusófona do Porto

Rua Augusto Rosa, 24 4000-098 Porto

ijongenelen@ulp.pt

Bárbara Figueiredo

Universidade do Minho

bbfi@psi.uminho.pt

REGULAÇÃO DOS PROCESSOS FISIOLÓGICOS EM MOMENTOS DE STRESS NO EXERCÍCIO DA PARENTALIDADE

Raquel Costa1

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No contexto das interações mãe/bebé e pai/bebé surgem com frequência momentos de maior tensão na relação que derivam da mobilização de atenção do cuidador por parte da criança através do choro. Nestas alturas, o Sistema Nervoso Autónomo (SNA) desempenha um importante papel na regulação dos processos fisiológicos. A variabilidade da frequência cardíaca é uma medida relativamente simples e não-invasiva que reflete o funcionamento do SNA. O objetivo deste estudo é analisar a variabilidade da frequência cardíaca parental em momentos de stress no exercício da parentalidade. 15 mães e pais de crianças entre os 2 e os 6 meses, do distrito do Porto participaram no estudo. Foi realizada e gravada uma interação face-a-face de acordo com o protocolo das Global Rating Scales (GRS). Durante o procedimento, a variabilidade da frequência cardíaca parental foi registada com recurso ao VU-AMS. Períodos de choro do bebé foram considerados de stress na interação quando superiores a 10 segundos. Diferenças significativas ao nível da variabilidade da frequência cardíaca foram encontradas entre o baseline e os períodos de stress na interação (p=0.027). A variabilidade da frequência cardíaca diz respeito às oscilações no intervalo entre batimentos cardíacos consecutivos e reflete a atividade do SNA, constituindo uma importante ferramenta clínica para avaliar e identificar comprometimentos na saúde.

Palavras-chave: Stress; parentalidade; psicofisiologia

Raquel Costa

Universidade Europeia |Laureate International Universities

raquel.costa@europeia.pt

RISCO CUMULATIVO DE POTENCIAL DE MALTRATO FÍSICO EM PAIS DA COMUNIDADE

Diogo Lamela1, Bárbara Figueiredo2

1Universidade Lusófona do Porto, 2Universidade do Minho

A hipótese do risco cumulativo advoga que os problemas de saúde são causados pela acumulação de factores de risco, indenpendentemente da presença/ausência de factores de risco particulares. Poucos estudos testaram o efeito do risco cumulativo no potencial de maltrato físico (MF) de pais e mães aos seus filhos. Este estudo teve como objetivo examinar dois modelos concurrentes de risco cumulative de MF, testando se o potencial de MF é melhor predito por um modelo exacerbação do risco ou por um modelo linear de risco. Pais de crianças em idade escolar (N = 796) responderam a medidas de auto- relato sobre variáveis demográficas, história de vitimação na infância, distress psicológico e potencial de MF. Um índice de risco cumulative foi calculado com base em 10 fatores de risco dictomizados. Evidências para um modelo de exacerbação de risco cumulative foi encontrado. Análises de regressão logísticas mostraram que a probabilidade de elevado risco de MF era dramaticamente mais elevado para aqueles pais com 6 ou mais fatores de risco, quando comparados com os pais sem factores de risco. Por ter confirmado um efeito de exacerbação do risco de potencial de MF, as implicações para a intervenção psicológica destes resultados serão discutidas.

Palavras-chave: risco; maltrato; risco cumulativo; saúde

Diogo Lamela

Universidade Lusófona do Porto

lamela@ulp.pt

DIFERENÇAS PSICOLÓGICAS E FISIOLÓGICAS EM MÃES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Ricardo Pinto 1, Diogo Lamela1, Carla Antunes1, Inês Jongenelen1,2

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Universidade Lusófona do Porto, 2Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias

Só muito recentemente a investigação na violência nas relações de intimidade (VRI) veio alargar o seu estudo ao impacto na saúde física da mulher. Alguns estudos têm utilizado os modelos de stress para

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explicar esta relação, tendo concluído que estas mulheres apresentam uma desregulação do eixo hipotálamo-pituitário-adrenal (HPA). Todavia, a literatura ainda é reduzida e apresenta resultados contraditórios. Este estudo teve como objetivo testar diferenças no ajustamento psicológico em função do funcionamento do eixo HPA em mulheres vítimas de VRI. Foram avaliadas 160 mulheres vítimas de VRI (81 a viver em casa abrigo e 79 a viver com agressor). Foi utilizado Protocolo Cortisol Awakening Response para recolha do cortisol salivar e medidas de auto-relato para as dimensões do ajustamento psicológico. Análises de cortisol revelaram que em 60 (39.7%) das mulheres o cortisol diminuiu entre a primeira e a segunda colheita; 5 (3.3%) mulheres, manteve-se os mesmos níveis de cortisol; e 86 (57%) mulheres, o cortisol aumentou após a primeira recolha. O grupo em que teve um decréscimo de cortisol após o acordar foi associado significativamente a mais psicopatologia, marginalmente mais PTSD e significativamente menos perceção social. Este estudo sugere assim que os resultados contraditórios obtidos na investigação devem-se ao facto de existirem diferentes perfis de reação ao stress em termos do eixo HPA em mulheres vítimas de VRI.

Palavras-chave: Stress; cortisol; Violência relações íntimas; PTSD

Ricardo Pinto

Universidade Lusófona do Porto

ricardo.pinto@ulp.pt

PADRÕES DE SINTOMATOLOGIA DEPRESSIVA-SOMÁTICA E PARENTALIDADE EM MÃES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA NA INTIMIDADE

Diogo Lamela1, Carla Antunes1, Ricardo Pinto1, Inês Jongenelen1,2

1Universidade Lusófona do Porto, 2Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias

O objetivo deste estudo foi identificar tipologias de sintomatologia depressiva e somática em mães vítimas de violência nas relações de intimidade (VRI) e testar em que medida estas tipologias se distinguem em dois indicadores da parentalidade: satisfação parental e sobrerreatividade nas práticas parentais. Numa amostra de 160 mães sinalizadas como vítimas de VRI, foi conduzida uma análise de cluster para identificar diferentes grupos com sintomas depressivos e somáticos. Medidas de auto- relato dos sintomas depressivos e somáticos foram utilizadas para derivar os clusters. Uma solução de três clusters foi encontrada e replicada. As mães do grupo sem sintomas depressivos e somáticos evidenciaram maiores níveis de satisfação parental do que os restantes dois grupos. Por sua vez, o grupo com sintomas depressivos mas sem sintomas somáticos apresentou menor sobrerreatividade parental. O grupo com sintomas depressivos e somáticos mostrou níveis similares de satisfação parental aos do grupo com sintomas depressivos e sem sintomas somáticos e níveis similares de sobrerreatividade das práticas parentais aos do grupo sem sintomatologia depressiva e somática. Estes resultados sugerem que variáveis comportamentais e cognitivas da parentalidade podem variar em função sintomas somáticos em mães vítimas de VRI e as implicações destes resultados para intervenção serão discutidas.

Palavras-chave: Depressão; Somatização; Violência Relações Íntimas; Parentalidade

Carla Antunes

Universidade Lusófona do Porto

cantunes@ulp.pt

SIMPÓSIO: AMIZADES NO FACEBOOK: PERSPETIVAS DA PSICOLOGIA

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