Coordenador - Luísa Ramos Santos, Instituto Politécnico de Viana do Castelo, Escola Superior de Saúde
luisasantos@ess.ipvc.pt
Em quando os protagonistas são os pais pretendemos abordar o envolvimento parental em diferentes contextos. Num primeiro momento, este envolvimento acontece em parceria com educadores para abordar a educação para os afetos e a sexualidade na infância. Após a exposição do primeiro estudo, de revisão da literatura sobre esta temática, segue-se a apresentação de um projeto desenvolvido com pais de crianças de 4/5 anos onde se utilizou o focus group com o intuito de promover a partilha de experiências, quer com os filhos quer com os educadores. Num segundo momento, e considerando a importância do contexto sociocultural na educação formal e não-formal dos filhos, apresenta-se uma proposta de programa de promoção de competências parentais realizado com famílias de etnia cigana. Por último, num terceiro momento, através de relatos de experiências de maus-tratos abordam-se, questões relativas à agressão na família, à vivência de um ambiente familiar conflituoso e às repercussões ao nível dos papeis parentais. Apresentando-se, posteriormente, um projeto envolvendo diferentes atividades com mulheres vítimas de violência doméstica onde se pretende fortalecer o vínculo materno-filial. Assim, ao longo de 5 apresentações relativas a 3 temáticas, considerando o exercício de parentalidade como uma tarefa muito exigente pretendemos refletir conjuntamente sobre ferramentas que potenciem competências e promovam práticas parentais positivas.
Endereço para correspondência (Coordenador) Luísa Ramos Santos
Rua Moisés Alves Pinho 4900-314 Viana do Castelo 966449231
ENVOLVIMENTO PARENTAL, EDUCAÇÃO PARA OS AFETOS E SEXUALIDADE: REALIDADE, VONTADE OU UTOPIA NO PRÉ-ESCOLAR?
Carina Parente2, Carmo Cunha1, & Luísa Santos3
1Agrupamento de Escolas Monte da Ola – JI de Mazarefes, 2Gabinete de Atendimento à Família, 3Instituto Politécnico de Viana do Castelo, ESS
Procura-se demonstrar a pertinência do envolvimento parental na implementação da educação para os afetos e sexualidade no pré-escolar. Neste sentido efetuou-se uma revisão do estado da arte produzida ao longo dos últimos dez anos em diferentes países. Através da análise da coleção de textos consultados verificou-se que as categorias mais evidenciadas são a função primordial da família na educação para a sexualidade com ênfase no papel das emoções, dos afetos e dos valores, a escola como subsidiária da família, reforçando e complementando a sua função educativa; a eficácia da educação sexual na escola como resultante da ação concertada entre a escola e a família, da intervenção de educadores empenhados e qualificados, de programas construídos a partir da realidade escolar com emprego de metodologias e técnicas dinâmicas e participativas.
Palavras-Chave: educação sexual, pré-escolar, família, implementação
Maria do Carmo Cunha
Agrupamento de Escolas Monte da Ola – JI de Mazarefes
mariaccunha@hotmail.com
OS PAIS E A EDUCAÇÃO PARA OS AFETOS NO PRÉ-ESCOLAR: PROGRAMA ALGODÃO DOCE
Carina Parente1, Carmo Cunha2 & Luísa Santos3
1Gabinete de Atendimento à Família, 2Agrupamento de Escolas Monte da Ola – JI de Mazarefes, 3Instituto Politécnico de Viana do Castelo, ESS
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Partindo do pressuposto que a qualidade da função parental é central e exerce efeito determinante no desenvolvimento dos mais novos, desenvolveu-se o projeto Algodão Doce que visa o envolvimento dos pais de crianças com 4/5 anos na educação para os afetos e a sexualidade. Analisaram-se as perceções relativamente à concordância com a abordagem da sexualidade nesta faixa etária. Estudo qualitativo privilegiou o focus group como instrumento de implementação e recolha de dados e a análise de conteúdo. Amostra de conveniência constituída por 24 pais (92% sexo feminino), média de idades de 37 anos. A análise de conteúdo evidenciou 12 categorias gerais: conceitos base; áreas a priorizar na educação; comunicação pais-filhos; direitos; educação sexual; estratégias educativas; a exploração do corpo como fonte de prazer; questões inocentem; saúde/doenças; fatores de risco e de proteção; conhecimento acerca da sexualidade e drogas; o impacto dos media no desempenho do papel parental. Concluiu-se que o envolvimento é crucial no desenvolvimento afetivo e na educação para a sexualidade dos filhos e que o focus group permitiu abordar questões que consideravam difíceis.
Palavras-Chave: parentalidade; pré-escolar; sexualidade; afetos; saúde
Carina Parente
Gabinete de Atendimento à Família
carina_msparente@hotmail.com
PARENTALIDADE EM FAMÍLIAS DE ETNIA CIGANA: PROGRAMA PAI & MÃE PARA TI
Joana Antunes1 & Filipa Viana2
1Sociedade Portuguesa de Vida Selvagem – Unidade de Educação Ambiental, 2Gabinete de Atendimento à Família
A família constitui unidade social fundamental para o desenvolvimento do ser humano, enfrentando uma série de exigências funcionais diversificadas ao nível dos parâmetros culturais. O contexto sociocultural influencia a forma como a família se envolve na educação formal e não formal dos filhos. Considerando as especificidades da família cigana e a parca investigação acerca da parentalidade junto desta comunidade, será apresentada uma proposta de um programa de promoção de competências parentais junto destes pais - Pai & Mãe para Ti –, o qual visa potenciar o papel parental, de forma a (re)estruturar a regulação da dinâmica familiar. Este programa enquadra-se num nível de prevenção secundária e assume uma orientação teórica baseada no modelo ecológico, com recurso a estratégias do modelo cognitivo-comportamental. O Pai & Mãe para Ti tem como objetivos: refletir sobre a parentalidade e desconstruir crenças erróneas acerca do papel de pai e mãe; partilhar vivências da parentalidade, perspetivando a importância das necessidades das crianças; e fortalecer o vínculo parental, através da promoção do relacionamento pais-filhos e das práticas educativas. A metodologia utilizada nas sessões de grupo privilegia uma lógica de intervenção reflexiva/ativa. Em termos de resultados iniciais regista-se um impacto positivo nas competências parentais, nomeadamente na satisfação das necessidades das crianças, e, consequentemente, maior envolvimento parental e qualidade da relação pais-filhos.
Palavras-Chave: parentalidade; etnia cigana; vínculo.
Joana Antunes
Sociedade Portuguesa de Vida Selvagem – Unidade de Educação Ambiental
joanantuns@gmail.com
PERSPECTIVAS DE MÃES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA SOBRE AS CONSEQUÊNCIA NOS SEUS/SUAS FILHOS(AS)
Salete Calvinho1 & Natália Ramos2
1Instituto Politécnico de Viana do Castelo, Escola Superior de Saúde, 2Universidade Aberta
A violência doméstica é um fenómeno social, familiar e de saúde, que tem adquirido grande relevância e visibilidade nos últimos tempos, frequente nas famílias em diversas sociedades podendo fazer vítimas em todos e em qualquer elemento da família. Atinge negativamente todo o núcleo familiar e pode hipotecar o desenvolvimento e futuro das crianças como adultos saudáveis, capazes de construir uma vida social e familiar produtivas e reconfortantes. Desenvolvemos um estudo de caso do tipo histórias de vida (Calvinho, 2007) o qual teve como objetivo conhecer as experiências de maus-tratos de mães
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maltratadas pelo cônjuge, ouvindo-as sobre o impacto da violência na família. A população alvo do estudo foi constituída por 9 mães, com os filhos em diferentes estádios do ciclo vital entre a infância e a idade adulta, oriundas de meio rural e urbano e de diferentes gerações. A tipologia familiar da maioria era nuclear. Dos principais resultados obtidos, são de realçar como consequências da violência conjugal contra estas mulheres, efeitos negativos ao nível dos papéis parentais, da relação entre o pai e os seus filhos e do desenvolvimento e bem-estar das crianças. Revela-se muito importante a investigação e intervenção neste âmbito, domínio onde a Psicologia da Saúde, juntamente com outras áreas disciplinares poderá desempenhar um papel muito importante.
Palavras-Chave: violência conjugal, papéis parentais, familia
Salete Calvinho
Instituto Politecnico de Viana do Castelo, Escola Superior de Saúde
saletecalvinho@ess.ipvc.pt
CARRYON: MÃES E FILHOS NATURAL.MENTE FELIZES
Ana Lúcia Silva1,2, Flávia Alves1, Joana Antunes1, Judite Peixoto1, Joana Silva1 & Marlene Matos3
1Sociedade Portuguesa de Vida Selvagem - Unidade de Educação Ambiental, 2Universidade de Aveiro, 3Universidade do Minho – Escola de Psicologia
A experiência de vitimação no contexto da intimidade acarreta consequências nefastas e multidimensionais. Tem fortes repercussões nos diferentes papéis que a mulher vítima representa na sociedade, incluindo na parentalidade. A fim de oferecer uma resposta que promovesse o bem-estar integral de mulheres vítimas de violência doméstica e que fortalecesse o vínculo materno-filial, a Sociedade Portuguesa de Vida Selvagem, a Escola de Psicologia da Universidade do Minho, a Câmara Municipal de Braga e o Gabinete de Acção Social Cristã de Barcelos, implementam o projeto CarryOn – Serviços dos Ecossistemas e o seu papel nos processos de apoio a vítimas de violência doméstica. Este projeto compreende o desenvolvimento de atividades de diferentes tipologias em espaços naturais, que potenciam o papel dos serviços dos ecossistemas no bem-estar humano. Os participantes integraram um programa de desenvolvimento holístico em espaços naturais. Paralelamente às atividades foi implementado um plano de avaliação, que permitiu analisar dois momentos temporais distintos: antes e após o programa de intervenção. O programa CarryOn teve um impacto positivo na perceção das mães acerca da segurança da vinculação. Denotou-se um aumento da sua perceção acerca da dificuldade de autorregulação emocional dos filhos. Este estudo demonstrou a importância dos serviços dos ecossistemas enquanto contexto privilegiado e terapêutico na promoção de emoções positivas e da relação mãe-filho.
Palavras-Chave: relação materno-filial, serviços dos ecossistemas, violência doméstica.
Joana Antunes
Sociedade Portuguesa de Vida Selvagem – Unidade de Educação Ambiental
joanantuns@gmail.com