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SIMPÓSIO: UMA ABORDAGEM SISTÉMICA AO EMPOWERMENT NA DOENÇA MENTAL

Coordenador- António José Pereira da Silva Marques, Instituto Politécnico do Porto

O aumento da prevalência das doenças mentais e a crescente dificuldade dos serviços de saúde em darem resposta às necessidades das pessoas com doença mental e suas famílias, obriga à construção coletiva de soluções inovadoras. A promoção do empowerment é uma estratégia que pode trazer claros benefícios para o processo de recuperação das pessoas com doença mental, pois é um processo social pelo qual as pessoas adquirem uma melhor compreensão e controlo sobre suas vidas. Este processo inicia-se com a identificação de necessidades e objetivos e centra-se no desenvolvimento de capacidades e recursos que o suportam, sendo fulcral para o recovery das pessoas. È necessário evoluir neste campo e este simpósio contribui para a divulgação de algumas das melhores práticas que incorporem a filosofia contemporânea do recovery, ilustrando modelos e estratégias que potenciem o empowerment e reduzam o estigma, reconhecidos pelos principais atores envolvidos na saúde mental.Preconiza-se o envolvimento ativo das pessoas quer no seu processo de recuperação, quer na transmissão de uma imagem mais positiva da doença mental. A Psicologia da Saúde pode colaborar na criação de respostas alternativas que reduzam o estigma e aumentem a participação das pessoas com doença mental nas decisões, no planeamento e na avaliação dos serviços, e a sua autonomia na defesa dos seus interesses. O simpósio está organizado na seguinte sequência de temas:

I - Formação para prestadores de suporte interpares - ANARP

II - Formação para Famílias Prestadoras de Suporte Interpares na Doença Mental - ANARP III - A Opinião dos Utilizadores no Recurso a Aplicações Móveis na Saúde Mental – FPCEUP IV – Contratempo: Combate ao estigma na doença mental através da música – ESTSP

V - Impacto do contacto na diminuição do estigma de adolescentes, em contexto escolar – CH S.João

António José Pereira da Silva Marques

Instituto Politécnico do Porto

IPP, Rua Dr. Roberto Frias, 4200-465 Porto

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FORMAÇÃO PARA PRESTADORES DE SUPORTE INTERPARES

Filipa Campos1, P. Faria, António Marques2, C. Queirós

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Associação Nova Aurora de Reabilitação Psicossocial, Porto, 2Instituto Politécnico do Porto

Os prestadores de suporte interpares são pessoas com doença mental, que são contratadas para prestar apoio, encorajamento e esperança a outras pessoas que vivenciam uma situação similar. Internacionalmente, esta função é reconhecida como uma intervenção fundamental na promoção do recovery. Este estudo tem como objetivo avaliar o impacto de um programa formativo para prestadores de suporte interpares para pessoas com doença mental. O impacto do programa foi analisado recorrendo a metodologia de pré e pós-teste através dos seguintes instrumentos: escala de avaliação de recovery, escala de empowerment, escala de auto eficácia geral e o ISMI (estigma internalizado). A amostra foi constituída por 11 pessoas com idades compreendidas entre os 30 e 78 anos. Os participantes foram selecionados após apresentação da formação a entidades de reabilitação.

Os participantes são de 4 associações diferentes da área metropolitana do Porto, apresentando diagnóstico de esquizofrenia (55%), doença bipolar (27%) e depressão (18%). Frequentaram com assiduidade todas as sessões do programa, mostrando-se motivados no seu decorrer. Ao longo das sessões foram partilhando as suas experiências de vida de forma aberta, mostrando-se confiantes relativamente ao seu processo de recuperação.

Esta é uma intervenção que pode ser disponibilizada por vários profissionais de saúde demonstrando claros benefícios para as pessoas com doença mental.

Palavras-chave: Peer support; doença mental; formação

Filipa Campos

Associação Nova Aurora de Reabilitação Psicossocial, Porto

flc@estsp.ipp.pt

FORMAÇÃO PARA FAMÍLIAS PRESTADORAS DE SUPORTE INTERPARES NA DOENÇA MENTAL

Teresa Santos1, António Marques2

1Nova Aurora de Reabilitação Psicossocial, Porto, 2Instituto Politécnico do Porto

É uma evidência que as famílias são um recurso fundamental para a recuperação das pessoas com doença mental, sendo fundamental quer na interação com o seu familiar, quer no apoio a outras famílias em situação similar. Este estudo tem como objetivo apresentar um programa formativo para prestadores de suporte interpares para familiares de pessoas com doença mental. O programa foi desenhado através de uma revisão da literatura sobre o tema e das necessidades apontadas pelos familiares ao longo de um ano de grupo familiar psicoeducativo numa entidade de reabilitação psicossocial. Definiu-se que o programa terá a duração de 10 sessões. Os temas que foram identificados como necessários abordar forma: conhecer as perturbações psicopatológicas e estigma; recovery; competências de comunicação e escuta ativa; prevenção de crise e resolução de problemas; saber cuidar-se para poder cuidar; fatores facilitadores da mudança ao nível dos serviços de saúde. O empowerment das famílias é um contributo para a reformulação das políticas nacionais na saúde mental e da própria reabilitação das famílias pelo que estes programas são perspetivados como importantes para a famílias. Consideramos que os psicólogos da saúde podem ter um papel fundamental quer na conceção quer na implementação de planos formativos para famílias prestadoras de suporte interpares. Devem ainda suportar o bem-estar físico e psicológico das famílias ao longo de todo o processo.

Palavras-chave: Famílias; Peer Support; Doença Mental; Formação

Teresa Santos Associação

Nova Aurora de Reabilitação Psicossocial, Porto

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A OPINIÃO DOS UTILIZADORES NO RECURSO A APLICAÇÕES MÓVEIS NA SAÚDE MENTAL

Raquel Simões de Almeida1, T. Sousa, António Marques2, C. Queirós

1Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, 2Instituto Politécnico do Porto

O conceito de Mobile Health (mHealth) apresenta um grande potencial para capacitar os indivíduos com doença mental a obter informações fidedignas, procurar recursos e promover a autogestão da doença. Apesar da rápida proliferação destas ferramentas, falta rigor científico dedicado à sua implementação e há carência no que se refere à segurança dos dados e articulação com os clínicos. Pretende-se conhecer a opinião de pessoas com doença mental sobre a utilização de aplicações móveis na prestação de cuidados de reabilitação, identificando os pressupostos e requisitos a considerar na sua conceção. Realizou-se um estudo transversal, através da aplicação de um questionário desenvolvido pela equipa de investigação. Os participantes selecionados foram pessoas com diagnóstico de perturbações psicóticas, em fase estável e com capacidade cognitiva atestada pelo médico responsável. Os dados foram analisados através de procedimentos estatísticos adequados recorrendo ao SPSS. Cerca de 100 pessoas completaram o questionário e mostraram recetividade face às aplicações. Foram identificadas barreiras e características que podem fomentar o uso de aplicações pelas pessoas com doença mental. Aborda-se a importância da personalização e da acessibilidade no uso destas tecnologias. É fundamental os psicólogos e outros clínicos envolverem-se e envolverem os utilizadores no desenvolvimento de aplicações móveis que possam complementar os tratamentos existentes.

Palavras-chave: Mobile health; aplicações móveis; saúde mental

Raquel Simões de Almeida

Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto

araquel.almeida4@gmail.com

CONTRATEMPO: COMBATE AO ESTIGMA NA DOENÇA MENTAL ATRAVÉS DA MÚSICA

Carlos Campos1, António Marques1

1Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Porto, Instituto Politécnico do Porto

O estigma afeta criticamente o recovery na doença mental, influenciando o bem-estar e a participação comunitária destas pessoas. Os projetos artísticos são um veículo eficaz para o combate ao estigma, permitindo benefícios para esta população (autoestima, inclusão, empowerment). Este estudo visa avaliar o impacto de um programa antiestigma que envolve pessoas com doença mental e jovens da comunidade académica no combate ao estigma através da música. Formou-se um grupo musical constituído por pessoas com doença mental da Associação Nova Aurora (ANARP) e elementos da Tuna de Tecnologia da Saúde do Porto (ACRTTSP). Com base nas recomendações da literatura definiram-se três eixos de atuação chave: capacitação musical; participação musical; divulgação/mediatização. Capacitação – total 32 h de sessões; 19 utentes da ANARP (média 10,94/sessão); 23 elementos da ACRTTSP envolvidos (média 4,56/sessão); Participação Musical - 3 concertos (14 utentes da ANARP; 25 elementos da ACRTTSP); Divulgação/Mediatização - 4 vídeos do projeto (Média de 14.055 pessoas alcançadas, 3647 visualizações e 58 partilhas); 9 publicações de fotografias (Média de 2240 pessoas alcançadas e 7 partilhas); 2 participações em conferências. Para além dos profissionais de saúde, o envolvimento da comunidade académica no combate ao estigma poderá ser um fator crítico no aumento do impacto destes programas. Utilizar as redes sociais é preponderante na disseminação da mensagem.

Palavras-chave: Estigma social; doença mental; contacto; música

Carlos Campos

Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Porto, Instituto Politécnico do Porto

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IMPACTO DO CONTACTO NA DIMINUIÇÃO DO ESTIGMA DE ADOLESCENTES, EM CONTEXTO ESCOLAR

Ana Fraga1, S. Sousa, M. Fontoura, J. Viana

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Clínica de Psiquiatria e Saúde Mental do Centro Hospitalar São João

As estratégias mais comummente apontadas como redutoras do estigma em adolescentes são a educação e o contacto (Keet al., 2015) Porém, a eficácia desta última não é ainda consensual (Mellor, 2014). Descreve-se a influência do número de momentos de contacto com pessoas com experiência de doença mental, inseridas no programa “Porta Aberta à Saúde Mental”, no estigma dos adolescentes. Foram selecionados 91 alunos, entre os 14 e os 17 anos, de três escolas da cidade do Porto, sendo divididos em dois grupos experimentais. O estigma foi avaliado em pré e pós-teste através do Questionário de Atribuição AQ-27, a um nível de significância de 0.05. Diminuição significativa do estigma nos domínios Perigosidade, Medo, Ajuda e Coação, após a intervenção em ambos os grupos. No grupo com maior contacto observou-se quer uma diminuição significativa do estigma no domínio Medo (p<0.05), quer um aumento significativo da média do domínio Segregação (p<0.05). Após a intervenção, não se verificaram diferenças significativas entre os dois grupos (p=0,24). Este estudo corrobora a eficácia da combinação das estratégias de educação e contacto na diminuição do estigma dos adolescentes, em contexto escolar. Contudo, um maior número de momentos de contacto não revelou um impacto significativo nessa redução, e, futuramente, é necessário compreender onde e de que forma a estratégia de contacto pode ser mais eficaz na redução do estigma em adolescentes.

Palavras-chave: Estigma, Doença Mental, Adolescentes, Contacto, Educação

Ana Fraga

Clínica de Psiquiatria e Saúde Mental do Centro Hospitalar São João

anaisabelfraga.to@gmail.com

SIMPÓSIO: CUIDADOS INFORMAIS À POPULAÇÃO IDOSA E MUITO

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