Coordenador- Maria João Gouveia Pereira Beja, Universidade da Madeira Moderador- Maria Teresa Pires de Medeiros, Universidade dos Açores
Hoje em dia, a sociedade e as instituições, sua estrutura e funcionamento, colocam desafios aos sujeitos que constituem potenciais riscos para o seu desenvolvimento e bem-estar. A partir da apresentação e especificação de situações de potencial risco em contextos diversos como o escolar, o universitário e o hospitalar, apresentam-se leituras explicativas e especificam-se factores e programas de minimizaç\ao desses mesmos riscos.
Maria João Gouveia Pereira Beja
Universidade da Madeira Faculdade de Artes e Humanidades Campus Universitário da Penteada 9000 Funchal
maria.joao.beja@staff.uma.pt
Maria Teresa Pires de Medeiros
Universidade dos Açores
piresmedeiros@gmail.com
OS ADOLESCENTES, A INTERNET E O BEM-ESTAR PSICOLÓGICO
Maria Glória Franco1, Maria João Beja1, Maria Teresa de Medeiros2
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Universidade da Madeira, 2Universidade dos Açores
A progressiva utilização das tecnologias de informação e comunicação (TIC) por parte dos adolescentes, veio introduzir um novo estilo de vida mais tecnológico e virtual, marcando, entre outros aspectos, as relações interpessoais e os estilos identitários deste período de desenvolvimento. Pelo que nos parece legitimo interrogar se este novo estílo terá algum impacto no bem-estar psicológico dos adolescentes. Este estudo teve como objectivo relacionar diferentes padrões de uso da internet e o bem- estar psicológico dos adolescentes. Para tal desenvolveu-se um estudo exploratório. Usaram-se dois instrumentos: Questionário de Uso da Internet(QUI) (Melo & Medeiros, 2010) e a Escalas de Bem- Estar Psicológico (EBEP) (Fernandes, 2007). O QUI é composto por duas sub-escalas: escala de uso da Internet no Contexto Escolar (EUICE); Escala de uso pessoal e interpessoal da Internet (EUPII. O EBEP é composto por seis sub-escalas: Autonomia, Domínio do meio, Crescimento pessoal, Relações positivas com os outros, Objectivos na vida, Aceitação de si. A amostra foi composta por 278 adolescentes da RAM, 54,2% do sexo feminino e 45, 8% do sexo masculino, com idades compreendidas entre os 11-20 anos (15,15; DP = 2,127), do 7º ano (27,3%), 9 º ano (41,4%) e 12º ano (30,6%). Realizaram-se correlações entre as diferentes sub-escalas do uso da internet e do bem-estar psicológico. Assim como averiguou-se a influência que algumas variáveis contextuais podem ter sobre esta relação.
Palavras-chave: internet, escola, bem-estar
Maria da Gória Franco
Universidade da Madeira
gloria@uma.pt
COMPORTAMENTOS DE RISCO EM ADULTOS EMERGENTES:
Maria Teresa Pires de Medeiros1, Elisabete Araújo1
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Universidade dos Açores
Os comportamentos de risco especificamente, o consumo de álcool e de outras substâncias psicoativas nos adultos emergentes, estudantes do ensino superior, fazem-nos refletir acerca dos desafios,
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exigências e mudanças implícitas no processo de transição para este nível de ensino superior. O estudo visa verificar e caraterizar o consumo de substâncias psicoativas na população académica da Universidade dos Açores (UAç), de modo a contribuir para o delineamento futuro de estratégias de prevenção de comportamentos de saúde e de intervenção, em comportamentos de risco, no contexto académico. Recorreu-se a uma metodologia quantitativa, com base numa amostra de 307 estudantes da UAç, dos 18 aos 25 anos. Verificou-se que, no geral, os estudantes da UAç apresentam: i) maior experiência de consumo de substâncias psicoativas antes da sua entrada no Ensino Superior, bem como um consumo pontual atual; ii) a existência de policonsumo de substâncias psicoativas nos estudantes consumidores; iii) um padrão de consumo binge preocupante na população feminina em momentos festivos. Deduzem-se implicações.
Elisabete Araujo
Universidade dos Açores
piresmedeiros@gmail.com
ANSIEDADE INFANTIL EM CONTEXTO CIRÚRGICO. CONCEPÇÃO DE PROGRAMA INFANTIL DE PREPARAÇÃO PARA A CIRURGIA
Pedro Brázio1
1Hospital do divino Espirito Santo
A hospitalização infantil, em especial por circunstâncias cirúrgicas, constitui uma experiência potencialmente ameaçadora e causadora de ansiedade, medo e stress, que não se circunscreve apenas à criança, mas também aos pais e restante família. Da presença de níveis elevados de ansiedade peri- operatória podem resultar consequências que podem ser comprometedoras do desenvolvimento psicológico infantil. Para colmatar tal concebemos o Programa Infantil de Preparação para a Cirurgia, O PIPCirurgia pretende preparar antecipadamente a criança e pais para a cirurgia, trabalhar estratégias de coping, e reduzir a ansiedade e as alterações comportamentais pós-hospitalização. Testou-se os efeitos do PIPCirurgia na redução da Ansiedade Infantil e das Alterações do Comportamento Pós- Hospitalização. Aplicou-se um Questionário de Caracterização Sociodemográfica, a versão portuguesa do State-Trait Anxiety Inventory for Children, e uma versão por nós traduzida e testada no âmbito da investigação do Post-Hospitalization Behavior Questionnaire. Concluímos que existiu relação entre a Ansiedade Infantil e a presença de antecedentes familiares de doença, assim como entre a Ansiedade- Estado pré-operatória e a situação de emprego materno. Confirmou-se a utilidade do PIPCirurgia para reduzir a Ansiedade Infantil relacionada com a cirurgia, assim como para minimizar as alterações comportamentais pós-hospitalização.
Palavras-chave: ansiedade, cirurgia, programa
Pedro Brázio
Hospital do divino Espirito Santo
pedrobrazio@gmail.com
AUTO-REGULAÇÃO EMOCIONAL NOS ALUNOS DO ENSINO SUPERIOR: CONTRIBUTOS PARA A SAÚDE
Maria da Glória Franco1, Maria João Beja1
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Universidade da Madeira
Nas áreas da saúde e da psicologia o principal instrumento de trabalho é, para além de qualquer técnica, teste ou medicamento, a própria pessoa do técnico com as suas capacidades e competências pessoais e sociais. Tendo as emoções um grande valor adaptativo para os indivíduos, permitindo enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades oferecidas pelo meio, o seu estudo revela-se da maior importância na área da saúde.
O objetivo desta investigação é o de compreender que padrões de regulação e expressão emocional podemos encontrar nos estudantes do Ensino Superior e quais as variáveis que os influenciam e quais os contributos para a saúde. Assim, avaliaram-se especificamente a ansiedade face à morte, as
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diferentes perspectivas sobre a morte, a expressividade emocional e a regulação emocional. A amostra foi constituída por 182 indivíduos (83,5% mulheres e 16,5% homens), com idades compreendidas entre os 17 e os 51 anos (média 23,5 anos e Desvio Padrão 6,6), estudantes do ensino superior na R.A.M., do 1º (17,3%), 2º (37,9%), 3º (46,2%) e 4º (2,2%) anos, de Psicologia (30,8%), Ciências da Educação (19,8%) e Enfermagem (49,5%). Os resultados mostram que as dimensões da expressividade e da regulação emocional dependem do género, do ano de curso, curso e da idade.
Palavras-chave: regulação emocional, expressividade emocional, ensino superior
Maria da Glória Franco
Universidade da Madeira
gloria@uma.pt