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SIMPÓSIO: VIVER COM PROBLEMAS DE SAÚDE PEDIÁTRICA: ADAPTAÇÃO DAS CRIANÇAS/ADOLESCENTES E DOS SEUS PAIS

Coordenadores - Maria Cristina Canavarro, UC- FPCE

mccanavarro@fpce.uc.pt

Margarida Custódio dos Santos, ESTeSL, FPUL

mmsantos@psicologia.ulisboa.pt

O presente simpósio reúne quatro trabalhos que pretendem ilustrar a importância de conhecer a vivência de pais e crianças/adolescentes com condições de saúde pediátrica diversas, bem como os fatores que influenciam os processos de adaptação que lhe são inerentes. Esta é considerada uma via privilegiada para poder prevenir ou intervir precocemente nestas situações. Com este objetivo são apresentadas 4 estudos, dois dos quais realizados por uma equipa de investigação da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra e outros dois realizados na Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa. O primeiro explora a vivência do cancro em pais de adolescentes sobreviventes de cancro; o segundo, procura conhecer o papel da insatisfação com a imagem corporal na qualidade de vida (QdV) de crianças e jovens com obesidade; o terceiro remete para a associação entre o stresse parental e o desenvolvimento da comunicação na criança em mães e pais de crianças prematuras, aos 2 anos de idade corrigida e 6 meses depois; por fim, o quarto estudo, procura identificar perfis de risco para problemas psicológicos em crianças com condições de saúde diversas, a partir de uma árvore de decisão. Em todas as comunicações serão apresentadas implicações para a prevenção e intervenção que se pretendem precoces e mais adequadas e específicas.

Endereço para correspondência (Coordenador) Maria Cristina Canavarro

Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra Rua do Colégio Novo

3000-115 Coimbra 239851450

VIVÊNCIA PARENTAL DO CANCRO – ESTUDO COM PAIS DE ADOLESCENTES SOBREVIVENTES DE CANCRO

Margarida C. Santos1, Inês C. Amorim2 & Maria de Jesus Moura3

1Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa; Faculdade de Psicologia Universidade de Lisboa, 2Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa, 3Instituto Português de Oncologia de Lisboa

Atualmente há um número crescente de pais com filhos sobreviventes de cancro na infância. Na sua maioria, crianças e pais vivem de forma adaptada, contudo efeitos adversos da doença/tratamento são comuns. Apesar de existirem estudos sobre adaptação parental sabe-se menos acerca da trajetória de adaptação e da vivência parental da sobrevivência. O objetivo deste estudo foi explorar a vivência do cancro em pais de adolescentes sobreviventes de cancro. 8 casais preencheram a Escala de Experiência Parental da Doença Infantil e o BSI e responderam a uma entrevista semi-estruturada. Relativamente à fase do diagnóstico os pais referiram perturbação emocional mas igualmente motivação para o confronto e esforços de normalização. Foram apontadas consequências positivas e negativas a curto e longo prazo. Na vivência atual, apesar de a grande maioria dos pais considerar que a doença está

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controlada, referem ambivalência emocional e apresentam sintomatologia de SPT, associada à experiência da doença/tratamento e às suas consequências. Há diferenças entre pais e mães quer na fase do diagnóstico, quer na fase de sobrevivência, com as mães a evidenciarem maior perturbação emocional. A fase de diagnóstico é vivida com perturbação e normalização. As implicações da doença e do tratamento prolongam-se no tempo e são vividas com preocupação e perturbação. Os resultados podem contribuir para a adequação da intervenção com os pais nas várias fases da doença.

Palavras-Chave: cancro pediátrico, sobrevivência, experiência parental.

Margarida C. Santos

ESTeSL, FPUL

mmsantos@psicologia.ulisboa.pt

INSATISFAÇÃO COM A IMAGEM CORPORAL E QUALIDADE DE VIDA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM PESO NORMAL E OBESIDADE

Maria João Gouveia, Roberta Frontini, Maria Cristina Canavarro & Helena Moreira

Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra

Crianças e adolescentes com obesidade apresentam pior qualidade de vida (QdV) e maior insatisfação com a imagem corporal (IC) comparativamente a crianças e adolescentes de peso saudável. Contudo, não se conhece o papel da imagem corporal na QdV destes jovens, nem as especificidades desenvolvimentais e de género. Este estudo pretende comparar a QdV e a insatisfação com a IC de crianças e adolescentes, com peso saudável e obesidade, bem como analisar se a relação entre peso e QdV é mediada pela insatisfação com a IC e moderada pelo género. A amostra contém 155 crianças e adolescentes com peso saudável e 207 com obesidade, entre os 8 e os 18 anos de idade. Os participantes preencheram o KIDSCREEN-10 e a Escala de Silhuetas de Collins. As crianças e adolescentes com obesidade apresentaram pior QdV e maior insatisfação com a IC comparativamente aos de peso saudável. As raparigas reportaram pior QdV e estavam mais insatisfeitas com o seu corpo que os rapazes. A insatisfação com a IC mediou a relação entre o peso e a QdV, mas apenas nos adolescentes. A insatisfação com a IC pode ser um importante mecanismo explicativo da relação entre o peso e a QdV, sendo um alvo de intervenção relevante, especialmente em adolescentes. Importância deve ser dada à prevenção e intervenção psicológica precoce em equipas multidisciplinares capazes de detetar e intervir eficazmente nos problemas psicossociais das crianças e adolescentes com obesidade.

Palavras-Chave: Qualidade de Vida; Insatisfação com a Imagem Corporal; Crianças e Adolescentes;

Obesidade Pediátrica.

Maria João Gouveia

Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra

maria.rgouveia@gmail.com

STRESSE PARENTAL EM PAIS DE CRIANÇAS NASCIDAS PREMATURAS AOS 2 ANOS DE IDADE

Raquel Medeiros1, Margarida C. Santos2, Salomé Santos1 & Luísa Barros1

1Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa, 2Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa

O nascimento de um filho prematuro gera stresse nos pais, o que pode ter importantes consequências nas atitudes parentais e no desenvolvimento da criança. Sabe-se pouco sobre como evolui o stresse em mães e pais, após os primeiros meses de vida da criança, e como o desenvolvimento da criança afeta esta evolução. Este estudo pretendeu avaliar o stresse parental em mães e pais de crianças prematuras, aos 2 anos de idade corrigida e 6 meses depois, e explorar a associação entre o stresse parental e o desenvolvimento da comunicação na criança. Mães e pais de 51crianças prematuras preencheram o Índice de Stresse Parental aos 2 anos i.c. e após 6 meses. A subescala de Comunicação/ Linguagem da Griffiths foi aplicada aos 2 anos i.c. Mães e pais apresentaram valores médios de stresse parental, mais elevados nas subescalas Distração/Hiperatividade, Maleabilidade de Adaptação e Sentido de Competência. Observam-se pequenas mudanças, com aumento do stresse materno na Vinculação e diminuição do stresse paterno na Maleabilidade e Adaptação e Domínio da Criança. O

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desenvolvimento da comunicação mostrou-se associado ao Sentido de Competência (-) e Depressão (+) materna e a várias subescalas de stresse paterno. Os resultados reforçam a importância do acompanhamento de mães e pais de prematuros depois dos 2 anos. Dificuldades na comunicação parecem ter maior impacto no pai, reforçando a ideia de que a prematuridade afeta mães e pais diferenciadamente.

Palavras-Chave :stresse parental, prematuridade, comunicação na criança.

Raquel Medeiros

Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa

mmsantos@psicologia.ulisboa.pt

PERFIS DE RISCO PARA PROBLEMAS PSICOLÓGICOS EM CONTEXTOS DE DOENÇA CRÓNICA PEDIÁTRICA COM BASE EM ÁRVORES DE DECISÃO

Neuza Silva1, Helena Moreira1, Carlos Carona2,1 & Maria Cristina Canavarro1

1Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra, 2Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra

Apesar das crianças com doenças crónicas estarem em maior risco de desenvolverem problemas psicológicos, poucas apresentam sintomas clinicamente significativos. Este estudo pretendeu identificar perfis de risco para problemas psicológicos a partir de uma árvore de decisão baseada em medidas breves e facilmente interpretáveis em contextos pediátricos. A amostra incluiu 736 crianças entre 8 e 18 anos com asma, diabetes, epilepsia, obesidade ou paralisia cerebral, que completaram questionários de avaliação de sintomas psicológicos (SDQ) e qualidade de vida (QdV; DISABKIDS- 10). A informação clínica/sociodemográfica foi fornecida pelos pais. Os sintomas psicológicos foram classificados em normativos (78.5%) ou limítrofes/clinicamente significativos (21.5%). O modelo de árvore de decisão classificou corretamente 82.3% dos casos, com 4 perfis preditores de 79.11% dos casos limítrofes/clínicos. Valores estandardizados de QdV inferiores a 57.5 para crianças com epilepsia, obesidade ou paralisia cerebral, e inferiores a 70 para crianças com asma ou diabetes foram os preditores mais fortes de sintomas limítrofes/clínicos. Outros preditores significativos foram baixo nível socioeconómico, família monoparental, uso de medicação e idade mais jovem. A identificação de crianças em maior risco de desenvolverem problemas psicológicos contribui para uma distribuição mais eficaz dos recursos de saúde, particularmente em relação ao encaminhamento para intervenções psicológicas especializadas.

Palavras-Chave: árvores de decisão, condições crónicas de saúde pediátricas, crianças e adolescentes,

qualidade de vida, sintomas psicológicos.

Neuza Silva

Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra

neuzambsilva@gmail.com

SIMPÓSIO: A PARENTALIDADE NA ALIMENTAÇÃO, NO SONO E NA

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