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AÇÕES DESEMPENHADAS PELOS ENFERMEIROS RELACIONADAS À SAÚDE DO IDOSO NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

Jessica Dal Santos Ottoni1 Daniela Cristina Rodrigues Lima2 Poliane Eloyze Tostes da Silva3 Carla Kanawaza4 Janaina Fernanda Dias5 Calíope Pilger6 INTRODUÇÃO: O perfil demográfico brasileiro encontra-se em um processo dinâmico e crescente, visto que há um aumento contínuo na expectativa de vida e uma crescente queda da taxa de fecundidade.. O problema brasileiro não está no processo de envelhecimento e sima falta de uma rede de suporte adequado que consiga atender as necessidades específicas do idoso durante o processo de envelhecimento(1). Cada faixa etária possui necessidades específicas, e no que refere à pessoa idosa, os profissionais da rede básica de saúde, principalmente os enfermeiros, devem estar atualizados sobre as alterações que ocorrem no processo de envelhecimento, pois há uma maior tendência de ocorrer doenças crônicas, doenças relacionadas a baixa imunidade, alterações emocionais e o surgimento de problemas familiares ou mesmo com o cuidador. Neste contexto, o enfermeiro poderá elaborar ações de promoção da saúde para atender as necessidades da população idosa de maneira integral evitando o processo de senelidade(2). Dessa forma deve-se implantar propostas para intervir em políticas sociais gerais e da área gerontológica, e assim promover o bem-estar dos que envelhecem(3). OBJETIVO: Analisar as ações desempenhadas pelos enfermeiros atuantes na saúde pública do município de Guarapuava – PR. METODOLOGIA: Este estudo é de campo exploratório, com abordagem qualitativa descritiva, que nos permitiu uma interação com os sujeitos da pesquisa, objetivando conhecer a percepção dos enfermeiros sobre o processo de envelhecimento nos Centros Integrados de Atendimento – (CIA 's). Foram sujeitos do estudo, os enfermeiros que pertenciam à Secretaria Municipal de Saúde de Guarapuava-PR e trabalhavam em um tempo mínimo de seis meses na unidade de saúde. Como estratégia da coleta de dados foi utilizada a entrevista semi-estruturada, com duas questões norteadoras, gravadas e posteriormente transcritas na íntegra. O tempo de coleta de dados foram de junho e julho de 2009. O método de análise temática utilizado operacionalmente desdobra-se em três etapas: Pré-analise,

1 Acadêmica de Enfermagem da Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná-UNICENTRO. E-mail: jessica_dal_santos@hotmail.com.

2 Acadêmica de Enfermagem da Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná-UNICENTRO. E-mail: dannyelalima@hotmail.com

3 Acadêmica de Enfermagem da Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná-UNICENTRO. E-mail: poliane_tostes

4 Enfermeira graduada pela Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná-UNICENTRO. E-mail: carlakanawaza@hotmail.com

5 Enfermeira graduada pela Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná-UNICENTRO. E-mail: jfernandinha@hotmail.com

6 Enfermeira. Mestre. Docente do departamento de Enfermagem da Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná- UNICENTRO. E-mail: caliopepilger@hotmail.com

Exploração do material e Tratamento dos resultados obtidos e Interpretação. Esta pesquisa foi desenvolvida conforme as definições da normativa 196/96 do Ministério da Saúde, e a análise dos dados foram realizadas através da análise temática. Para preservar o anonimato das participantes, as entrevistas foram identificadas por codinomes de flores na análise dos dados denominadas Orquídea, Lírio, Rosa, Tulipa, Violeta, Girassol, Margarida, Hortência, Petúnia e Azaléia. RESULTADOS: Com relação às atividades realizadas para promover o bem estar físico-mental e social dos idosos, algumas enfermeiras relatam que fazem mais ações voltadas para a atenção curativa dos idosos, como podemos observar: “[...] Para atender os idosos a gente procura ver à necessidade dele para elaborar uma boa assistência. A gente faz curativos, testes de glicose, entre outras técnicas para melhor atender o idoso” (Tulipa). Tulipa realiza apenas ações curativas. Para ela a promoção da qualidade de vida significa apenas reconhecer as mudanças biológicas e prestar uma assistência curativa. O cuidado de enfermagem aos idosos deve estar relacionado com ações que envolvam todos os níveis de atenção à saúde incluindo também a família. Alguns enfermeiros citaram que incluíam a família em suas ações de saúde como observamos em algumas falas: “[...] Para promover a qualidade de vida dos idosos, a gente trabalha primeiramente com orientações para família, porque a gente acha importante investir nos cuidadores, pois é na casa que eles estão na maior parte do tempo.” (Rosa).“[...]Além de realizarmos visitas domiciliares e conhecer a realidade em que a pessoa idosa vive, aqui eu sempre faço orientação para o paciente e para a família, tento fazer eles participarem no cuidado do idoso, pois em sua maioria são eles que são os cuidadores” (Orquídea). Rosa e Orquídea acreditam que juntamente com os cuidados assistenciais, o vínculo com a família é fundamental para a atenção ao idoso. Na realização do cuidado ao idoso, há a necessidade de ouvi-lo, respeitando sempre seus saberes, favorecer sua autonomia e a auto-estima, contribuindo para a capacidade de desenvolver as atividades diárias. O enfermeiro deve se envolver com a família no seu plano de intervenção para priorizar a melhoria da qualidade de vida, bem como o envelhecimento saudável4. Uma dessas práticas que aparecem durante as entrevistas é a formulação de grupos de idosos que podem trazer grandes benefícios à saúde, como os grupos de convivência, a qual realizam atividades físicas, incluindo atividades leves individuais ou coletivas, que proporcionam uma melhoria na condição física e psicológica5. Observamos nas falas a seguir que em relação aos grupos de idosos, não há um protocolo ou padrão a ser seguido. Alguns enfermeiros delegam o cuidado em saúde para profissionais de outras áreas porque alegam falta de recursos humanos ou até mesmo sobrecarga de trabalho, como podemos visualizar nos relatos: “[...] Aqui tem atividade na igreja para terceira idade em uma quinta feira por mês. O fisioterapeuta trabalha muito com os idosos ensinando exercícios” (Girassol). “[...] Aqui no bairro tem esse grupo da terceira idade que eles fazem, mas é por iniciativa deles e a assistente social trabalha com eles. Nós vamos uma vez ao mês, mas eles têm toda quinta- feira uma atividade entre eles, então eles fazem passeios, caminhadas, mas por iniciativa deles” (Lírio). Destaca-se que Lírio e Margarida consideram que as atividades de promoção à saúde não são realizadas na unidade de saúde, ou seja, não há grupos de idosos, porém estes grupos são estratégias para a busca de uma boa qualidade de vida, mais não é a única ferramenta a ser utilizada pelo enfermeiro, pois sua função neste grupo é identificar alterações especificas e realizar um plano de cuidados integral ao idoso e isso pode ser feito em qualquer lugar tanto na unidade como na casa do idoso. Alguns dos entrevistados promoviam palestras, atividades físicas, orientações, e também possuíam grupos de idosos,

os quais são responsáveis, como podemos observar:“[...] Aqui na nossa unidade a gente também tem um grupo de idosos bem participativo. Eles vêm, participam, fazemos passeios, as festas de fim de ano. E a gente tem bastantes parceiras, como da Unicentro. Os alunos vêm para o estagio e colabora muito, além dos grupos de extensão que trabalham com eles toda a semana. Isso nos ajuda muito e mantêm o nível de cuidado elevado no grupo” (Violeta).“[...] O trabalho de grupo que fazemos aqui no bairro, tem como objetivos a informação do idoso, com atividades físicas, palestras como forma de firmar e conscientizar o idoso como um cidadão de direitos, conhecendo seus aspectos biopsicossociais” (Petúnia). Rosa Violeta e Petúnia seguem o pensamento3 que qualidade de vida é refletida satisfatoriamente pelo bem-estar psicológico, social e físico, e que estas atividades estimulam o aumento da produtividade e cognição, além de ser uma ocupação para os mesmos. Vale ressaltar a importância de parcerias com as universidades, prefeitura, igrejas, pois as mesmas colaboraram com maiores opções de entretenimento e benefícios mútuos. Neste papel o enfermeiro, deverá atuar como facilitador, e propiciar que os membros do grupo exponham suas experiências, valorizando- as, buscando estimular o autocuidado e o enfrentamento das possíveis adversidades relacionadas ao processo de envelhecimento. CONCLUSÃO: É de grande importância à implantação de ações pelo enfermeiro, direcionadas à pessoa idosa, adotando políticas que visem mais a natureza promocional e preventiva e menos curativa, contribuindo para o bem estar físico, emocional e social da terceira idade. Em suma, o enfermeiro age na ausência da doença, dessa forma nos mostra a importância do papel deste profissional na saúde pública, e principalmente focalizado na atenção primária, onde o aprimoramento do ato de cuidar deve ser realizado constantemente, proporcionando um atendimento de qualidade, baseado em conhecimentos científicos atualizados e em uma assistência integral, promovendo assim a socialização deste idoso que se encontra em processo de mudança em seus hábitos cotidianos, físicos, mentais e sociais.

PALAVRAS-CHAVES: Atenção Primária a Saúde. Saúde do Idoso. Enfermagem. REFERÊNCIAS

1. Silvestre JA. O envelhecimento populacional Brasileiro e o setor da saúde. São Paulo: proposta editorial, 2002. Disponível em: <www.webartigos.com/articles>. Acessado em 14/06/2011.

2.Sá JLM. A formação de recursos humanos em gerontologia: Fundamentos epistemológicos e conceituais. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.

3. Pereira RJ, et. al. Contribuição dos domínios físico, social, psicológico e ambiental para a qualidade de vida global de idosos. Rev. psiquiatr. Rio Gd. 2006.Sul .28(1).

4.Carvalho H B C. A integração do idoso a pratica de saúde. Rio de janeiro: Koogan, 2002. p.1051-55.

5. Ramos LR. O País do Futuro não Pensa no Futuro. Gerontologia. Rio de Janeiro; 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br> Acessado em 04/05/10.

AÇÕES EDUCATIVAS EM ENFERMAGEM: O CUIDAR DE CRIANÇAS

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